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Câmara de BH – Provas Comentadas – Português + Revisão Consulplan

Olá, pessoal, tudo tranquilo?

Trago aqui o comentário das provas de Técnico de Segurança e de Consultor Legislativo, aplicadas no último fim de semana pela Consulplan. Há questões pesadas, então vamos entender aqui o raciocínio da banca. Esse material é muito valioso para quem vai prestar prova no dia 18/03.

Várias provas de nível superior foram idênticas a esta, então confira se não foi o caso do seu cargo específico, ok?

Vamos lá!

Prova Técnico de Segurança (Tipo 01 – Branca)

Leia o texto para responder às questões de 01 a 13.

Quão rara é a Terra?

Agora que temos a certeza de que existe um número enorme de planetas com características físicas semelhantes às da Terra, vale perguntar se eles têm, de fato, a chance de abrigar formas de vida e, se tiverem, que vida seria essa.

Antes, alguns números importantes. Os melhores dados com relação à existência de outros planetas vêm do satélite da NASA Kepler, que anda buscando planetas como a Terra mapeando 100 mil estrelas na nossa região cósmica.

Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito: quando um planeta passa em frente à sua estrela (por exemplo, Vênus passando em frente ao Sol) o brilho da estrela é ligeiramente diminuído.

Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição do brilho e, se possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu ponto inicial), é possível determinar o tamanho e massa do planeta.

Com isso, a missão estima que cerca de 5,4% de planetas na nossa galáxia têm massa semelhante à da Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que significa que a temperatura na sua superfície permite a existência de água líquida (se houver água lá).

Como sabemos que o número de estrelas na nossa galáxia é em torno de 200 bilhões, a estimativa da missão Kepler implica que devem existir em torno de 10 bilhões de planetas com dimensões semelhantes às da Terra.

Nada mal, se supusermos que basta isso para que exista vida. Porém, a situação é bem mais complexa e depende das propriedades da vida e, em particular, da história geológica do planeta.

Aqui na Terra, a vida surgiu 3,5 bilhões de anos atrás. Porém, durante aproximadamente 3 bilhões de anos, a vida aqui era constituída essencialmente de seres unicelulares, pouco sofisticados. Digamos, um planeta de amebas.

Apenas quando a atmosfera da Terra foi “oxigenada”, e isso devido à “descoberta” da fotossíntese por essas bactérias (cianobactérias, na verdade), é que seres multicelulares surgiram. Essa mudança também gerou algo de muito importante: quando o oxigênio atmosférico sofreu a ação da radiação solar é que se formou a camada de ozônio que acaba por proteger a superfície do planeta. Sem essa proteção, a vida complexa na superfície seria inviável.

Fora isso, a Terra tem uma lua pesada, o que estabiliza o seu eixo de rotação: a Terra é como um pião que está por cair, rodopiando em torno de si mesma numa inclinação de 23,5 graus.

Esta inclinação é a responsável pelas estações do ano e por manter o clima da Terra relativamente agradável. Sem nossa Lua, o eixo de rotação teria um movimento caótico e a temperatura variaria de forma aleatória.

Juntemos a isso o campo magnético terrestre, que nos protege também da radiação solar e de outras formas de radiação letal que vêm do espaço, e o movimento das placas tectônicas, que funciona como um termostato terrestre e regula a circulação de gás carbônico na atmosfera, e vemos que são muitas as propriedades que fazem o nosso planeta especial.

Portanto, mesmo que existam outras “Terras” pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.

(Marcelo Gleiser – Disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/1172152-quao-rara-e-a-terra.shtml.)

 

01 Considerando suas características textuais e semânticas, o texto de Marcelo Gleiser se apresenta como um texto

  1. A) injuntivo. B) narrativo. C) explicativo. D) argumentativo.

Comentários:

O texto tem uma tese clara: a terra é um planeta raro. Essa afirmação consta já afirmada no título e é retomada na conclusão, deixando bem claro que é o ideia central do texto e o ponto de vista que será defendido pelo autor.

Para dar consistência a seus argumentos e convencer o leitor de que a Terra é mesmo muito particular, ele usa argumentos como dados técnicos sobre nosso planeta, tais como a existência de uma camada de ozônio, uma lua pesada que estabiliza a rotação da terra, de modo que temos estações regulares e uma temperatura que varia de modo sistemático, não aleatório. Além disso, menciona que o campo magnético específico da terra, que protege a terra da radiação solar, entre outros fatores.

Esses dados são exemplos que provam que a Terra tem propriedade muito específicas, que permitem a existência de vida. O texto explica muita coisa, mas é com foco na argumentação, por isso o texto é predominantemente argumentativo.

Observe que o autor traz uma clara ‘conclusão’ categórica, com uma constatação, e ainda usa expressamente a palavra “defendo”, indicativa de sua finalidade argumentativa:

“Portanto, mesmo que existam outras ‘Terras’ pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.”

Gabarito letra D.

Só para relembrar: texto injuntivo é aquele que traz instruções para um procedimento, regras gerais, impessoais, como leis, manuais, tutoriais, receitas de bolo.

Texto narrativo é aquele que tem foco em contar uma história, com personagens, ações sequenciais, seguindo um enredo que direciona o leitor a um clímax, um desfecho. Aqui, não há história alguma sendo contada.

 

 

02 O autor converge no texto informações de diferentes naturezas para compor o texto. Tomando tais informações por referência, tem-se que o tema central do texto é

  1. A) as características astrofísicas da Terra.
  2. B) as especificidades da Terra em relação a outros astros.
  3. C) as possibilidades de se encontrar vida em outros planetas.
  4. D) as formas de se mensurar os fatores necessários para existência de vida em um astro.

Comentários:

Essa questão é uma continuação da anterior. O tema central do texto está sinalizado no título: “Quão rara é a Terra”. Então, vai dissertar sobre a raridade da terra, isto é, das características específicas que fazem da terra um planeta único.

Essas características estão por todo o texto, como a existência de uma camada de ozônio; uma lua pesada que estabiliza a rotação da terra, de modo que temos estações regulares; uma temperatura que varia de modo sistemático, não aleatório; um campo magnético específico, que protege a terra da radiação solar, entre outros fatores.

As características astrofísicas, a possibilidade de haver vidas em outros planetas e as formas de mensurar fatores necessários para a existência de vida em um astro são sim mencionadas no texto, de forma tangencial, mas não são o assunto principal.

Gabarito letra B.

 

 

 

03 O texto apresenta diferentes fatores que fazem da Terra um planeta raro (14º§). Dentre as alternativas apresentadas, só NÃO constitui um desses fatores:

  1. A) A tranquilidade mecânica da sua geologia.
  2. B) A existência de astro que lhe dá suporte vetorial.
  3. C) A correlação entre massa e temperatura do planeta.
  4. D) A presença de determinados gases em sua atmosfera.

Comentários:

Essa questão foi bem difícil, pela forma ampla e nebulosa como a Consulplan redige as alternativas.

Começando pela letra B, seria difícil saber o que é “suporte vetorial” na hora da prova, mas era possível, com muito esforço, perceber que o suporte e o astro referidos aqui são a lua pesada e a estabilização que proporciona à rotação da Terra. Veja:

Fora isso, a Terra tem uma lua pesada, o que estabiliza o seu eixo de rotação: a Terra é como um pião que está por cair, rodopiando em torno de si mesma numa inclinação de 23,5 graus.

Na letra C, a relação entre tamanho e massa é o que determina a velocidade com que passa ao longo de uma estrela. Essa relação é o que determina se o planeta está na “zona habitável” e se teria condições, em tese, de abrigar vida. Veja:

Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito: quando um planeta passa em frente à sua estrela (por exemplo, Vênus passando em frente ao Sol) o brilho da estrela é ligeiramente diminuído.

Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição do brilho e, se possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu ponto inicial), é possível determinar o tamanho e massa do planeta.

Com isso, a missão estima que cerca de 5,4% de planetas na nossa galáxia têm massa semelhante à da Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que significa que a temperatura na sua superfície permite a existência de água líquida (se houver água lá).

Como sabemos que o número de estrelas na nossa galáxia é em torno de 200 bilhões, a estimativa da missão Kepler implica que devem existir em torno de 10 bilhões de planetas com dimensões semelhantes às da Terra.

Portanto, o que não foi mencionado foi essa “tranquilidade mecânica”. Gabarito letra A.

 

 

04 A técnica de identificação aos planetas buscados na missão conduzida pelo satélite da NASA Kepler se vale da correlação entre quais elementos para categorizar um planeta?

  1. A) Tamanho e massa do planeta.
  2. B) Dimensão e densidade do planeta.
  3. C) Redução da irradiação da estrela e tempo de transição da estrela pelo planeta.
  4. D) Elevação da claridade da estrela e duração da passagem da estrela pelo planeta.

Comentários:

A classificação referida aqui é mencionada no texto como “Zona Habitável”.

A técnica para verificar se o planeta tem relação massa/tamanho compatível com os da terra ──sendo em tese, habitável── é a medição do tempo que este leva para passar pela estrela, que tem seu brilho reduzido durante este tempo de transição:

Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito: quando um planeta passa em frente à sua estrela (por exemplo, Vênus passando em frente ao Sol) o brilho da estrela é ligeiramente diminuído.

Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição do brilho e, se possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu ponto inicial), é possível determinar o tamanho e massa do planeta.

Gabarito letra C.

 

05 No trecho “Portanto, mesmo que existam outras ‘Terras’ pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.” (14º§), a palavra destacada indica

  1. A) planetas que abrigam vida.
  2. B) o planeta Terra propriamente dito.
  3. C) planetas capazes de abrigar vida complexa.
  4. D) planetas com características estruturais próximas às da Terra.

Comentários:

Terras, com letra maiúsculas, sinaliza uma referência ao planeta Terra. Como está no plural, sabemos que não é exatamente a nossa Terra, mas outros planetas com características semelhantes às da terra, como a camada de ozônio, a lua pesada, o campo magnético etc…

Veja:

Juntemos a isso o campo magnético terrestre, que nos protege também da radiação solar e de outras formas de radiação letal que vêm do espaço, e o movimento das placas tectônicas, que funciona como um termostato terrestre e regula a circulação de gás carbônico na atmosfera, e vemos que são muitas as propriedades que fazem o nosso planeta especial.

Portanto, mesmo que existam outras “Terras” pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.

  1. a) Incorreto. Afirma que outros planetas abrigam vida, isso não consta no texto.
  2. b) Incorreto. Se são “outras” Terras, não pode ser exatamente a Terra propriamente dita.
  3. c) Incorreto. Alternativa perigosa, mas o texto não afirma que há outros planetas capazes de abrigar vida, o autor sugere ter sérias dúvidas, pela oração concessiva: “ainda que existam outras terras” (no sentido de: “provavelmente não existe”). A tese é justamente de que a terra é única e dificilmente outro planeta reproduz as condições específicas para a existência da vida como conhecemos.

Gabarito letra D.

 

06 Releia o trecho: “Com isso, a missão estima que cerca de 5,4% de planetas na nossa galáxia têm massa semelhante à da Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que significa que a temperatura na sua superfície permite a existência de água líquida (se houver água lá).” (5º§)

A expressão destacada estabelece que tipo de relação entre o conteúdo do parágrafo que introduz e o conteúdo do parágrafo anterior?

  1. A) Adição. B) Conclusão. C) Explicação. D) Adversidade.

Comentários:

“Com isso” conclui o raciocínio anterior, que mostra o procedimento de “trânsito”. A informação de que há um número de planetas com massa semelhante à da terra decorre do que foi dito antes, do procedimento mencionado, é uma conclusão do experimento.

Veja que conseguiríamos trocar por “Desse modo, assim, então”:

Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela, a diminuição do brilho e, se possível, o período da órbita (quando o planeta retorna ao seu ponto inicial), é possível determinar o tamanho e massa do planeta.

Assim/Então, a missão estima que cerca de 5,4% de planetas na nossa galáxia têm massa semelhante à da Terra e, possivelmente, estão na zona habitável, o que significa que a temperatura na sua superfície permite a existência de água líquida (se houver água lá).

Gabarito letra B.

Se você marcou “explicação”, saiba que é um raciocínio cabível também. Contudo, tendo uma questão de conectivos, observe que seria possível trocar “com isso” por conectivos conclusivos, mas não seria possível trocar por conectivos explicativos como “porque ou pois”.

 

07 “Portanto, mesmo que existam outras ‘Terras’ pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.” (14º§).

Considerando o parágrafo, analise as afirmativas a seguir.

  1. “mesmo que existam outras ‘Terras’ pela galáxia” é uma oração subordinada adverbial concessiva de “defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe”.
  2. Trata-se de um período composto por coordenação e subordinação.

III. “que nele existe” é uma oração subordinada adjetiva explicativa. Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

  1. A) I. B) III. C) I e II. D) II e III.

Comentários:

Vejamos:

I – Mesmo que é um clássico conectivo concessivo e introduz uma oração adverbial concessiva, subordinada à oração principal: “defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe”

Organizando, teríamos:

“defendo ainda a raridade do nosso planeta…ainda que existam outras terras…”

II- O período é composto por subordinação, pois temos oração principal e duas subordinadas, uma concessiva, outra adjetiva.

III – A oração é restritiva, pois não veio marcada por vírgula. Orações adjetivas explicativas são marcadas por pontuação.

Gabarito letra A.

 

08 Releia o trecho a seguir: “Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa um efeito chamado de trânsito […].” (3º§).

Em relação à formação da palavra destacada, ela é formada por um processo de

  1. A) derivação sufixal.
  2. C) derivação parassintética.
  3. B) derivação prefixal.
  4. D) composição por aglutinação.

Comentários:

Identificação é um substantivo abstrato, indicativo de ação, pois é derivado de um verbo que recebeu sufixo formador de substantivo –ção:

Identificar> Identificação

Gabarito letra A.

 Vamos relembrar abaixo os principais processos de formação de palavras!

 Composição

A composição é o processo de formação de palavras que consiste em unir radicais. Então, uma palavra simples só tem um radical (homem). Uma palavra composta tem dois ou mais radicais (homem-bomba, bicho de sete cabeças).

Esse processo pode ser dividido em composição por aglutinação ou por justaposição.

A composição por AGLUTINAÇÃO envolve a união de radicais com alteração fonética. Os radicais sofrerão alteração, perda de letras.  Vejamos os principais exemplos:

Fidalgo (filho+de+algo)

Petróleo (pedra+óleo)

Pernilongo (perna+longa)

Vinagre (vinho+agre)

Embora (em+boa+hora)

Planalto (plano+alto)

Lobisomem (lobo+homem)

Aguardente (água+ardente)

A composição por JUSTAPOSIÇÃO forma palavras compostas sem perda ou alteração fonética. Então, os radicais vão ser conservados, não perderão elementos estruturais.

Girassol (Gira + Sol)

Passatempo (Passa + Tempo)

Paraquedas (para + quedas)

Dezoito (dez + oito)

Couve-flor (Couve + Flor)

Guarda-chuva (guarda + chuva)

Homem-bomba (homem + bomba)

Azul-marinho (Azul + Marinho)

Obs: Em “aguardente”, o radical “ardente” perdeu seu “a”.

Processos de Derivação

A derivação é a formação de palavras novas a partir da união de radicais com prefixos ou sufixos ou pela supressão de elementos de uma palavra primitiva. Veremos também que há um tipo de derivação em que a palavra não sofre qualquer modificação, apenas muda de classe (derivação imprópria).

Derivação Prefixal

Consiste na formação de uma palavra derivada por união de Prefixo + Radical ou palavra. Em outras palavras, esse processo ocorre quando adicionamos um prefixo a uma palavra primitiva ou quando o prefixo é o elemento unido por último a uma palavra que já sofrera processo de derivação.

Anormal

Atípico

Desonesto

Injusto

Infeliz

Compor

Recompor

Derivação sufixal

Sufixo é o morfema derivacional que vem após o radical. Então, derivação sufixal é a formação de nova palavra pelo acréscimo de sufixos.

Felicidade

Justiça

Emagrecimento

Natação

Gentilmente

Beleza

Gostoso

Pedreiro

Derivação prefixal e sufixal

Trata-se da mistura dos dois processos acima, ou seja, união de prefixo e sufixo independentemente, de forma não simultânea.

Deslealdade, infelicidade, ultrapassagem, reconsideração.

Os prefixos e sufixos são independentes, porque, se retirarmos um ou outro, a palavra resultante ainda é uma palavra existente na língua. Então, teremos:

Lealdade, felicidade, passagem, consideração.

Desleal, infeliz, ultrapassar, reconsiderar.

Derivação Parassintética

Consiste na formação de palavras derivadas pelo acréscimo SIMULTÂNEO de prefixos e sufixos. Ao contrário do caso acima, os afixos não são independentes e sua retirada vai resultar em uma palavra inexistente.

Emagrecer

Envelhecer

Emudecer

Amanhecer

Amadurecer

Entristecer

Desbocado

Subterrâneo

Acebolado

Avermelhado

Acebolado

Ensolarado

Para diferenciar a parassíntese da derivação “prefixal e sufixal”, temos que observar se a retirada do prefixo/sufixo vai fazer restar uma palavra válida na língua portuguesa, compreensível, que mantenha o sentido do radical. Então, vamos tomar alguns exemplos para ilustrar que o acréscimo dos afixos é simultâneo e dependente:

Emagrecer (não existe “magrecer” nem “emagro”)

Amadurecer (não existe “madurecer” nem “amaduro”)

Ensolarado (não existe “solarado” nem “ensolar”)

Acebolado (não existe “cebolado” nem “acebola”)

Portanto, percebemos que prefixo e sufixo entram ao mesmo tempo na formação da palavra. Por isso, não conseguimos retirar nenhum dos dois. Não é o mesmo caso de quando temos uma palavra primitiva e apenas acrescentamos os afixos de forma individual.

 

09 Dos pares de palavras apresentados, em apenas um o uso de acento gráfico não é justificado pela mesma regra. Assinale a alternativa que contém esse par de palavras. A) “têm” e “vêm”.

  1. C) “constituída” e “superfície”.
  2. B) “Vênus” e “possível”.
  3. D) “características” e “trânsito”

Comentários:

Vejamos as regras que justificam a acentuação:

  1. A) “têm” e “vêm”. (acento diferencial de número aplicável à terceira pessoa do plural dos verbos Ter e Vir: ele tem/vem x eles têm/vêm)
  2. C) “constituída” (regra do hiato) e “superfície” (paroxítona terminada em ditongo). Aqui temos regras diferentes.
  3. B) “Vênus” e “possível”. (regra geral das paroxítonas, que inclui as terminações em Us e L)
  4. D) “características” e “trânsito” (regra das proparoxítonas)

Gabarito letra C.

 

10 O uso do acento grave indicador de crase só é opcional em

  1. A) “Os melhores dados com relação à existência de outros planetas vêm do satélite da NASA Kepler […]”
  2. B) “Agora que temos a certeza de que existe um número enorme de planetas com características físicas semelhantes às da Terra […]”
  3. C) “Marcando o tempo que demora para o planeta passar em frente à estrela […] é possível determinar o tamanho e massa do planeta.”
  4. D) “[…] quando um planeta passa em frente à sua estrela (por exemplo, Vênus passando em frente ao Sol) o brilho da estrela é ligeiramente diminuído.”

Comentários:

O acento grave, indicativo de crase, é facultativo em três casos:

Antes de pronome possessivo adjetivo

Antes de nome próprio feminino

Na locução “até a”

Em “em frente à sua estrela”, temos crase facultativa, já que “sua” é pronome possessivo adjetivo, ligado ao substantivo “estrela”.

Cuidado, se o pronome possessivo estiver sozinho, a crase é obrigatória.

Ex: Obedeço minhas leis e você obedece às suas.

Vejamos a justificativa dos demais casos:

  1. a) com relação a + a existência
  2. b) semelhantes a + as da Terra
  3. c) em frente a + a estrela

Gabarito letra D.

 

11 Analise a forma verbal destacada no trecho a seguir e assinale a alternativa que apresenta a classificação adequada de tal forma verbal: “Portanto, mesmo que existam outras ‘Terras’ pela galáxia, defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida complexa que nele existe.”

  1. A) Presente do indicativo.
  2. C) Pretérito perfeito do indicativo.
  3. B) Presente do subjuntivo.
  4. D) Pretérito imperfeito do subjuntivo.

Comentários:

Existam está no presente do subjuntivo, marcado pela terminação em A/E:

Maria quer que eu “façA, fujA, estudE, tentE…”

O modo subjuntivo indica hipótese, dúvida, o que é coerente com a ideia da oração concessiva mesmo que existam outras ‘Terras’ pela galáxia, indicativa da incerteza sobre a existência de outros planetas como a Terra.  Gabarito letra B.

 

12 Analise sintaticamente o período apresentado a seguir: “Os melhores dados com relação à existência de outros planetas vêm do satélite da NASA Kepler” (2º§). Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) “planetas” é o núcleo do sujeito da oração.

( ) “de outros planetas” é complemento nominal de “dados”.

( ) “Os melhores dados com relação à existência de outros planetas” é o sujeito da oração.

( ) “do satélite da NASA Kepler” é complemento verbal do tipo objeto indireto do verbo “vir”.

A sequência está correta em

  1. A) V, F, V, F.
  2. B) V, V, F, V.
  3. C) F, V, V, F.
  4. D) F, F, V, V.

Comentários:

(F) “dados” é o núcleo do sujeito da oração, que é a expressão “Os melhores dados com relação à existência de outros planetas.”

(F) “de outros planetas” é adjunto adnominal de “dados”, pois indica posse/pertinência.

(V) “Os melhores dados com relação à existência de outros planetas” é o sujeito da oração e o núcleo é ‘dados’, por isso o verbo veio no plural: “vêm”.

(V) “do satélite da NASA Kepler” é complemento verbal do tipo objeto indireto do verbo “vir”: Vêm DE onde? Vêm do satélite…

Gabarito letra D.

 

13 Assinale a alternativa cujo conteúdo está totalmente de acordo com as regras de concordância (verbal e/ou nominal) instituídas pela gramática normativa da língua portuguesa.

  1. A) “Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa efeitos chamado de trânsito.”
  2. B) “defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida e complexidade que nele existem.”
  3. C) “O melhor dado com relação à existência de outros planetas vêm do satélite da NASA Kepler.”
  4. D) “o movimento das placas tectônicas funcionam como um termostato terrestre e regulam a circulação de gás carbônico na atmosfera.”

Comentários:

Está correto o período: “defendo ainda a raridade do nosso planeta e da vida e complexidade que nele existem.”

Existem está no plural porque o sujeito é composto, formado por dois núcleos: Vida e Complexidade.

Façamos as correções:

  1. A) “Pelo desenho da missão, a identificação dos planetas usa efeitos chamadoS de trânsito.” (chamados concorda com efeitos)
  2. C) “O melhor dado com relação à existência de outros planetas vem do satélite da NASA Kepler.” (o núcleo ‘dado’ é singular, logo verbo fica no singular)
  3. D) “o movimento das placas tectônicas funcionam como um termostato terrestre e regula a circulação de gás carbônico na atmosfera.” (o núcleo ‘movimento’ é singular, logo verbo fica no singular)

Gabarito letra B.

14 O humor da está amparado, principalmente,

  1. A) na improbidade da conversa entre uma criança e um tigre.
  2. B) na divagação filosófica de Haroldo, o tigre, ante a pergunta de Calvin, a criança.
  3. C) no fato de uma criança questionar algo tão complexo e incomum ao seu mundo.
  4. D) no contraste entre complexidade da pergunta e a simplicidade da resposta da Calvin.

Comentários:

  1. A) Incorreto. Improbidade é sinônimo de desonestidade, falta de decoro, ética. Não há nada disso na conversa.
  2. B) Incorreto. A divagação na verdade parte do menino, Calvin.
  3. C) Incorreto. O humor está amparado principalmente na conclusão da tirinha, quando toda complexidade do universo, da vida e das estrelas é resumida apenas a um fato simples e concreto: “eu faço o que meus pais determinam”.
  4. D) Correto. Como vimos antes, o humor está no contraste entre complexidade da pergunta e a simplicidade da resposta da Calvin, na contraposição entre uma pergunta profunda e filosófica e uma resposta direta e prática. Gabarito letra D.

 

Obs: Pessoal, aqui entre nós, achei essa alternativa D problemática, porque quem faz a pergunta é o próprio Calvin e quem responde é o tigre. O comentário final de Calvin não é uma reposta à pergunta, é uma constatação contrária ao último comentário de Haroldo.  A Consulplan erra muito na elaboração de suas questões, temos sempre que ser flexíveis e procurar alguma resposta mais razoável.

 

15 Analise a frase: “Você acredita que nossos destinos são controlados pelas estrelas?” e as afirmativas a seguir.

  1. Podemos encontrar, no período, um verbo em voz ativa e outro em voz passiva.
  2. “Pelas estrelas” atua sintaticamente como complemento verbal.

III. “nossos destinos” é um sujeito do tipo paciente.

Está(ão) correta(s) apenas a(s) afirmativa(s)

  1. A) III.
  2. B) I e II.
  3. C) I e III.
  4. D) II e III.

Comentários:

  1. Correto. Podemos encontrar, no período, um verbo em voz ativa (acredita) e outro em voz passiva (controlados).
  2. Incorreto. “Pelas estrelas” atua sintaticamente como agente da passiva.

III. Correto. “nossos destinos” é um sujeito do tipo paciente, pois sofre passivamente o controle, isto é, “nossos destinos são controlados”.

Gabarito letra C.

Prova Consultor Legislativo (Tipo 01 – Branca)

Texto para responder às questões de 01 a 05.

O menino de 13 anos que criou o Braille

Sistema permaneceu insuperável por 200 anos.

 Aos 3 anos, Louis foi explorar a oficina de seu pai e, por acidente, machucou um dos olhos com uma navalha. A infecção atingiu ambos os olhos e, em poucos meses, o garoto estava completamente cego.

O drama era pior do que parece hoje. Na época, início do século 19, ser cego significava incapacidade para aprender, estudar e ganhar a vida. Ou seja: ele estava condenado a depender da família ou da caridade dos outros.

Porém, aos 7 anos, Louis já estava completamente familiarizado com a nova vida. Era tão esperto e interessado que chamou a atenção do professor da escola local que, contrariando o pensamento dominante (de que não valia a pena ensinar cegos), admitiu-o em uma das classes.

Em pouco tempo, Louis se transformou em um dos melhores alunos da escola. Surpresos com o potencial, pai e professor tiveram a ideia de enviá-lo para uma escola destinada a crianças cegas em Paris – a primeira no mundo especializada na deficiência.

Assim, aos 10 anos, o garoto estava matriculado no L’Institut Royal des Enfants Aveugles. Foi ali que Louis aperfeiçoou o sistema vigente de leitura para cegos e, aos 13 anos, apresentou sua própria criação: o Método Braille. Em algumas décadas, o sistema foi adotado oficialmente em todo o mundo.

Apenas recentemente, com o surgimento de aplicativos como Be My Eyes, smart glasses e assistentes digitais como Siri e Alexa, os deficientes visuais estão tendo acesso à cultura e informação sem a necessidade do método criado há quase 2 séculos por um menino de 13 anos.

(Carlos Domingos, 21 nov. 2017. Disponível em: https://exame.abril.com.br/blog/oportunidades-disfarcadas/o-menino-de-13-anos-que-criou-obraille/.)

 

  1. 01. O último parágrafo do texto é introduzido por expressão que demonstra
  2. A) a preocupação da sociedade atual em eliminar lacunas antigas na assistência aos deficientes visuais.
  3. B) o processo de ampliação de suportes específicos para atender com eficiência pessoas portadoras de necessidades especiais.
  4. C) o descaso com os deficientes visuais, visto que as tecnologias implementadas na atualidade passaram por um longo processo até serem disponibilizadas para o público a que se destina.
  5. D) que o enunciador, de forma implícita, considera que há um longo período entre a criação de novas tecnologias e o método citado durante todo o texto para a leitura dos deficientes visuais.

Comentários:

O trecho é este:

Apenas recentemente, com o surgimento de aplicativos como Be My Eyes, smart glasses e assistentes digitais como Siri e Alexa, os deficientes visuais estão tendo acesso à cultura e informação sem a necessidade do método criado há quase 2 séculos por um menino de 13 anos.

Observe que a palavra “apenas” indica implicitamente que o autor entende que o acesso à cultura demorou demais, tendo os meios digitais de acessibilidade para deficientes visuais surgido quase 200 anos após a criação do sistema Braille. Esse “apenas” tem sentido de “só agora”, ou seja, “depois de tanto tempo”.

Gabarito letra D.

Obs: As palavras “só” e “apenas” e seus valores discursivos foram cobradas várias vezes pela Consulplan nas últimas provas.

 

  1. 02. Leia: “Em algumas décadas, o sistema foi adotado oficialmente em todo o mundo.” (5º§) A frase destacada ilustra uma formação típica de voz verbal cuja construção permite a omissão do agente podendo ser expressa por meio da formulação:
  2. A) Em algumas décadas, o mundo adotou oficialmente o sistema.
  3. B) Em algumas décadas, adotou-se o sistema oficialmente em todo o mundo.
  4. C) Em todo o mundo, adotaram-se em algumas décadas o sistema oficialmente.
  5. D) O sistema que se adotou oficialmente em todo o mundo, em algumas décadas.

Comentários:

A voz passiva analítica, formada por SER+Particípio, admite a omissão do agente da passiva, quando não se sabe ou não se quer evidenciar o agente. A passiva sintética, com SE apassivador, por sua vez, quase sempre ocorre sem agente da passiva, sendo uma estrutura típica de omissão do agente.

Queremos a estrutura com agente omitido. Vejamos:

  1. A) Em algumas décadas, o mundo adotou oficialmente o sistema. (temos voz ativa, o agente está claro, é “o mundo”)
  2. B) Em algumas décadas, adotou-se o sistema oficialmente em todo o mundo. (Aqui temos voz passiva sintética, sem agente explícito. Essa é nossa resposta.)
  3. C) Em todo o mundo, adotaram-se em algumas décadas o sistema oficialmente. (Aqui há erro de concordância, a forma correta seria: adotou-se o sistema.)
  4. D) O sistema que se adotou oficialmente em todo o mundo, em algumas décadas. (Também há erro, pois temos apenas uma oração adjetiva, sem oração principal, o que gerou um truncamento sintático, uma estrutura incoerente.)

Gabarito letra B.

 

  1. De acordo com o emprego das palavras/expressões destacadas, assinale a opção em que a substituição sugerida provocaria INCORREÇÃO gramatical ou alteração do sentido expresso originalmente no texto.
  2. A) “Louis se transformou em um dos melhores alunos da escola.” (4º§) / tornou um
  3. B) “[…] os deficientes visuais estão tendo acesso à cultura […]” (6º§) / passaram a ter
  4. C) “Porém, aos 7 anos, Louis já estava completamente familiarizado com a nova vida.” (3º§) / Todavia
  5. D) “Era tão esperto e interessado que chamou a atenção do professor da escola local […]” (3º§) / Fosse

Comentários:

  1. a) Correta. Tornar-se e Virar são verbos de ligação, indicativos de mudança de estado.
  2. b) Correta. Isoladamente, essas duas formas parecem não ter o mesmo sentido. Contudo, “passaram a ter” tem sentido incoativo, de algo que começou a acontecer, de um processo recém-iniciado. Esse é o exato sentido do texto, pois o acesso começou recentemente, a partir da invenção das tecnologias mencionadas no texto. Veja:

Apenas recentemente, com o surgimento de aplicativos como Be My Eyes, smart glasses e assistentes digitais como Siri e Alexa, os deficientes visuais passaram a ter acesso à cultura e informação

  1. c) Correta. Porém e todavia são conjunções adversativas, perfeitamente equivalentes.
  2. d) Era é forma do verbo ser no pretérito imperfeito do indicativo, tempo que indica certeza. A forma “fosse” está no pretérito imperfeito do subjuntivo, indicativo de hipótese. A troca seria totalmente incoerente.

Gabarito letra D.

 

  1. Tendo em vista aspectos sintáticos da língua, pode-se afirmar que em “[…] os deficientes visuais estão tendo acesso à cultura e informação sem a necessidade do método criado há quase 2 séculos por um menino de 13 anos.” (6º§) é possível observar
  2. A) o predicado nominal, já que existe verbo de ligação seguido de predicativo do sujeito.
  3. B) ocorrência de oração sem sujeito trazendo verbo impessoal que se apresenta na terceira pessoa do singular.
  4. C) a ocorrência de um sujeito hipotético em “há quase 2 séculos” que retoma informações do período anterior.
  5. D) que em “estão tendo”, o verbo impessoal acompanhado de auxiliar transmite a este sua impessoalidade, motivo de haver oração sem sujeito.

Comentários:

  1. a) Incorreta. Não há nenhum verbo de ligação. Em “estão tendo”, “estão” é verbo auxiliar.
  2. b) Correta. A oração “Há dois anos” traz o verbo haver impessoal, no sentido de tempo decorrido, formando uma oração sem sujeito. Por isso, o verbo fica na terceira pessoa do singular.
  3. c) Incorreta. Essa oração é sem sujeito.
  4. d) Incorreta. Não há verbo impessoal nessa locução, tanto que o auxiliar “estão” concorda com seu sujeito “os deficientes visuais”. Gabarito letra B.

 

  1. Depreende-se do texto que
  2. A) a situação vivida pelo menino Louis, aos 3 anos, não pode ser observada em proporções reais em relação à sua gravidade devido à ausência de recursos tecnológicos.
  3. B) a intervenção externa e uma reação pessoal atuaram como facilitadores no processo de reconstrução da aprendizagem e desenvolvimento cognitivo do menino que havia se tornado cego.
  4. C) pode-se reconhecer que a exclusão em virtude de determinada deficiência mantém-se, na atualidade, assim como nos séculos passados apesar do desenvolvimento científico e tecnológico.
  5. D) as dificuldades advindas da deficiência adquirida por meio de um acidente não puderam ser concretizadas de fato na vida do menino citado no texto devido a determinadas características que o diferenciavam, confirmando as expectativas.

Comentários:

  1. a) Incorreta. O autor explica muito bem a situação do menino e sua gravidade específica, pois menciona que na época ser cego era praticamente ser um inválido. Veja:

O drama era pior do que parece hoje. Na época, início do século 19, ser cego significava incapacidade para aprender, estudar e ganhar a vida. Ou seja: ele estava condenado a depender da família ou da caridade dos outros.

  1. b) Correta. A intervenção externa foi ajuda do professor e sua experiência na escola de cegos. A reação pessoal foi sua adaptação à cegueira e seu entusiasmo em aprender.

Isso se confirma na seguinte passagem:

Porém, aos 7 anos, Louis já estava completamente familiarizado com a nova vida. Era tão esperto e interessado que chamou a atenção do professor da escola local que, contrariando o pensamento dominante (de que não valia a pena ensinar cegos), admitiu-o em uma das classes.

Em pouco tempo, Louis se transformou em um dos melhores alunos da escola. Surpresos com o potencial, pai e professor tiveram a ideia de enviá-lo para uma escola destinada a crianças cegas em Paris – a primeira no mundo especializada na deficiência.

Assim, aos 10 anos, o garoto estava matriculado no L’Institut Royal des Enfants Aveugles.

  1. c) Cuidado. Isso pode até ser verdade, mas não é o que consta no texto. Além disso, não é exatamente “como nos séculos passados”, pois há novas tecnologias que facilitaram o acesso à cultura, como o Braille e aplicativos como Be My Eyes, smart glasses e assistentes digitais como Siri e Alexa.
  2. d) O menino contrariou as expectativas, não confirmou expectativas.

Gabarito letra B.

 

  1. Leia o texto a seguir.

Senhor Feudal

(Oswald de Andrade.)

Se Pedro Segundo

Vier aqui

Com história

Eu boto ele na cadeia.

(Poemas de Colonização. In Oswald de Andrade. Literatura comentada. São Paulo. Nova Cultural, s.d. p. 28.)

Considerando-se o texto de Oswald de Andrade e os conhecimentos acerca da variação linguística, assinale a afirmativa verdadeira.

  1. A) O autor condena, de forma crítica, o uso de variedade linguística de menor prestígio.
  2. B) O uso que o autor faz da norma-padrão, no texto, busca efeitos que expressam ironia e crítica.
  3. C) A linguagem empregada pelo autor, literária, não pode ser considerada sinônimo de norma-padrão.
  4. D) A partir do emprego da variedade linguística utilizada no texto, é possível observar domínio precário da língua.

Comentários:

Questão direta. O uso do pronome reto como objeto em “Eu boto ele na cadeia” deixa bem claro que essa linguagem não observa os rigores gramaticais que caracterizam a norma culta. Porém, o autor usa essa linguagem para um efeito estilístico, estético e proposital, condizente com a linguagem literária do poema. Não é porque desconhece a norma. Também não é sua intenção criticar a variante mais informal da lingual. Pelo contrário, visa aproximar sua linguagem da fala informal. Gabarito letra C.

 

“Português é fácil de aprender porque é uma língua que se escreve exatamente como se fala.”

Pois é. U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala. Num é cumu inglêis qui dá até vontadi di ri quandu a genti discobri cumu é qui si iscrevi algumas palavras. Im purtuguêis não. É só prestátenção. U alemão pur exemplu. Qué coisa mais doida? Num bate nada cum nada. Até nu espanhol qui é parecidu, si iscrevi muinto diferenti. Qui bom qui a minha língua é u purtuguêis. Quem soubé falá sabi iscrevê.

(Jô Soares.)

Acerca do texto de Jô Soares, pode-se afirmar que

  1. A) a ideia expressa pelo autor denuncia o caráter de exclusão inerente da gramática normativa.
  2. B) há uma referência a duas modalidades diferentes da língua utilizando-se, para isso, humor ao registrar o código linguístico.
  3. C) a referência à variedade de menor prestígio da língua é identificada por meio do registro de construções e vocabulários específicos.
  4. D) o autor tem por objetivo demonstrar que a tradição trabalha com normas, diferentemente das gramáticas de funcionamento das línguas.

Comentários:

O autor basicamente escreve as palavras da forma como seriam pronunciadas, justamente para provar a enorme diferença entre a modalidade escrita e a modalidade falada da língua portuguesa. Então, ironiza o próprio teor da afirmação: “U purtuguêis é muinto fáciu di aprender, purqui é uma língua qui a genti iscrevi ixatamenti cumu si fala”. Gabarito letra B.

O teor do texto tem essa finalidade mencionada acima, não se pode afirmar que fala de exclusão, prestígio ou tradição das normas gramaticais. Esses são temas relacionados ao campo de ideias do texto, mas não fazem parte do texto e estão ali só para o aluno viajar e errar.

 

Texto para responder às questões de 08 a 20.

 

O despreparo da geração mais preparada

 

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada ___ criar _____ partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles que: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

(Eliane Brum. Disponível em: http://www.portalraizes.com/28-2/. Fragmento.)

 

  1. No sexto parágrafo do texto, a autora afirma que “Dizer que ‘fulano é esforçado’ é quase uma ofensa.”. O termo “fulano” é tratamento vago e indeterminado, mas que – no texto – pode ser retomado e identificado como
  2. A) o filho da classe C.
  3. B) o jovem da classe média.
  4. C) aquele que não tem privilégios.
  5. D) sujeito qualquer, sem importância.

Comentários:

A crítica do autor recai sobre os jovens da classe média e da educação que recebem.

Veja:

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa.

Então, a referência é claramente ao jovem da classe média.

Gabarito letra B.

 

  1. Assim como em “Por que boa parte dessa nova geração é assim?” (5º§) o uso do “por que” está de acordo com a norma padrão da língua em:
  2. A) A reunião foi suspensa por que?
  3. B) Esse é o motivo por que me atrasei.
  4. C) Ninguém conhece o por que de tal decisão.
  5. D) Não estarei presente por que já tenho um compromisso.

Comentários:

Relembrando os porquês, temos:

“porque” – conjunção explicativa/causal

“porquê” – substantivo, normalmente acompanhado de artigo ou outro determinante.

“por que” – utilizado em interrogativas diretas ou indiretas ou como substituto de “pelo (a)(s) qual (is)”, é aquele que traz ideia de “por qual motivo”.

“por quê” – também usado em interrogativas, ocorre quando o “quê” é tônico, antes de pausa.

Nosso gabarito está em B) Esse é o motivo por que me atrasei. “por que” = “por qual motivo”.

Fazendo as devidas correções, teremos:

  1. A) A reunião foi suspensa por quê? (por que antes de pontuação)
  2. C) Ninguém conhece o porquê de tal decisão. (substantivo)
  3. D) Não estarei presente porque já tenho um compromisso. (porque conjunção)

Gabarito letra B.

 

  1. No primeiro parágrafo do texto, a autora utiliza como recurso para fazer o texto progredir, mantendo-se o fio discursivo, determinada sequenciação textual. Acerca desta atividade específica, pode-se afirmar que
  2. A) há uma recorrência de estruturas sintáticas com função persuasiva no texto.
  3. B) o mesmo conteúdo semântico é apresentado sob formas estruturais diferentes.
  4. C) a expressão “por tudo isso” introduz uma paráfrase empregada como recurso da coesão textual.
  5. D) não há nenhum tipo de recorrência entre as orações do parágrafo, sendo de alta informatividade.

Comentários:

Questão difícil, mais pela linguagem do que pelo conteúdo. Vejamos:

  1. A) há uma recorrência de estruturas sintáticas com função persuasiva no texto.

Correta. Observe que o autor estruturou o primeiro parágrafo de forma repetitiva, com estruturas paralelas, em pares opositivos e simétricos, de um lado explicando “preparado”, de outro explicando “despreparado”:

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada.

Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações.

Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço.

Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida.

Essa divisão mostra seu ponto de vista de oposição entre duas características dos jovens: o conhecimento técnico e a imaturidade a respeito da vida real.

Assim sendo, podemos sim perceber que a divisão tem intenção persuasiva, pois organiza a contraposição que o autor defende em seu texto.

  1. B) o mesmo conteúdo semântico é apresentado sob formas estruturais diferentes.

Incorreta. Não é o mesmo conteúdo semântico, são lados diferentes, ideias diferentes.

  1. C) a expressão “por tudo isso” introduz uma paráfrase empregada como recurso da coesão textual.

Paráfrase é uma reescritura de uma parte do trecho, com outras palavras. Não é o que ocorre aqui, não há reescritura, apenas o uso de um conectivo.

  1. D) não há nenhum tipo de recorrência entre as orações do parágrafo, sendo de alta informatividade.

Há recorrência sim, a repetição de estrutura que vimos na letra A.

Gabarito letra A.

 

  1. Assinale a opção que apresenta o grupo de palavras acentuadas de acordo com a mesma regra.
  2. A) é, colégios.           C) média, fácil.
  3. B) há, línguas.           D) matéria, patrimônio.

Comentários:

Questão clássica de acentuação:

Matéria e patrimônio são acentuadas por serem paroxítonas terminadas em ditongo.

Vejamos a regra que justifica as demais palavras:

  1. A) é (monossílabo tônico terminado em E); colégios (paroxítona terminada em ditongo).
  2. B) há (monossílabo tônico terminado em E), línguas (paroxítona terminada em ditongo)
  3. C) média (paroxítona terminadas em ditongo), fácil (paroxítona terminada em L)

Gabarito letra D.

 

  1. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste. (3º§)

No trecho destacado anteriormente, o uso de aspas tem por objetivo

  1. A) indicar a intercalação de uma indicação acessória no texto.
  2. B) fazer sobressair um termo não peculiar à linguagem do enunciador.
  3. C) realçar a ironia da autora em relação à desistência dos jovens diante dos obstáculos.
  4. D) acentuar o valor significativo de acordo com o contexto em que o termo foi empregado.

Comentários:

Essa questão foi muito debatida, é ambígua mesmo. Porém, vamos entender o raciocínio da banca.

As aspas aqui foram utilizadas para indicar o valor que “injustiça” assume no contexto. “Injustiça” na verdade é a visão que os jovens mimados têm da situação real em que o mundo não dá o que eles supostamente merecem. Então, injustiça é como os jovens veem o fato de o mercado de trabalho não ser complacente como estão acostumados em suas casas. Injustiça é o nome da sensação que eles sentem, mesmo não sendo injustiça de fato.

Porque não é ironia? Porque o autor não usou aspas para indicar que “injustiça” tem sentido oposto à literalidade, não foi com sentido de “justiça”, mas sim para ilustrar o sentido que essa palavra tem no contexto, que é a sensação de injustiçados que os jovens experimentam no mundo real que não dá a eles tudo que querem. Além disso, sendo ainda mais rígido, o texto não fala que todos os jovens desistem, esse comentário se restringe a boa parte deles, mas não a todos como faz sugerir a alternativa.

Gabarito letra D.

 

  1. Em “E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade.” (1º§), acerca da repetição do termo “sofre” pode-se afirmar que
  2. A) por meio da recorrência do termo, é possível identificar a ironia com que a autora trata o assunto.
  3. B) há alteração tanto de sentido quanto de classe gramatical entre a primeira ocorrência e a segunda.
  4. C) a recorrência tem por objetivo persuadir o leitor a questionar sobre o sofrimento abordado no trecho em análise.
  5. D) não há efeito de sentido idêntico nesta recorrência, a reiteração deste termo traz consigo o acréscimo de novas instruções de sentido.

Comentários:

Outra questão bem pesada, vejamos a lógica da banca.

  1. a) Não há ironia, apenas repetição enfática. O sofrimento é algo real.
  2. b) A classe é a mesma nas duas ocorrências: verbo.
  3. c) A recorrência é apenas para dar ideia de repetição, intensidade.
  4. d) O segundo sofre acrescenta novos sentidos, pois adiciona a ideia de reiteração e intensidade. Sofre, sofre tem sentido de “sofre muito, sofre de modo constante e doloroso”. Gabarito letra D.

 

  1. No título do texto, a autora utiliza palavras que são formadas a partir de um mesmo radical “despreparo” e “preparada”. O prefixo empregado em uma delas possui o mesmo sentido expresso pelo destacado em:
  2. A) ateu, in C) aversão, amovível.
  3. B) decair, de D) adventício, contrasselar.

Comentários:

Questão direta. Em “despreparo”, o “des” indica negação, ausência. Isso também ocorre em “ateu, inativo”, palavras em que os prefixos sublinhados também indicam negação (ateu – sem deus; inativo – não ativo). Gabarito letra A.

 

  1. No terceiro parágrafo do texto, é possível observar o emprego de alguns termos que fazem referência a um termo (expressão) já citado(a); estabelecendo uma relação entre orações diferentes e contribuindo, deste modo, para a coesão textual. Os termos destacados a seguir têm seu referente corretamente indicado em, EXCETO:
  2. A) “sentem-se traídos, revoltam-se.” / jovens
  3. B) “que tudo concede.” / um pai ou uma mãe complacente
  4. C) “onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente” / suas casas
  5. D) “E quando isso não acontece” / que merecem, seja lá o que for que queiram

Comentários:

Cuidado, o termo “onde” retoma “mercado de trabalho”, pois é no mercado de trabalho que há um chefe que não é como seu pai ou mãe. Na casa dos jovens, não há chefe, então a referência não era essa. Nas demais alternativas, a referência está clara e correta. Gabarito letra C.

 

  1. O trecho “Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade.” (6º§) permanece correto, alterando-se a pontuação empregada, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, em:
  2. A) Nossa classe média parece desprezar o esforço, prefere a genialidade.
  3. B) Nossa classe média; parece desprezar o esforço, prefere a genialidade.
  4. C) Nossa classe média, parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade.
  5. D) Nossa classe média – parece desprezar o esforço, prefere a genialidade.

Comentários:

Questão tranquila. Na letra A, apenas foi trocado o ponto final pela vírgula separando orações coordenadas, como manda a tradição gramatical. No texto original, o ponto é usado como recurso estilístico, para enfatizar a divisão e o fluxo da leitura.

Nas demais opções, o sujeito “Nossa classe média” foi inadequadamente separado do verbo “parece”, com ponto e vírgula, vírgula e travessão. Gabarito letra A.

 

  1. No primeiro parágrafo, há lacunas que devem ser preenchidas, de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa, com, respectivamente:
  2. A) a / a.     B) a / à.     C) à / a.     D) à / à.

 

Comentários:

Não há como haver crase diante de verbos, então teremos só preposição A nas duas lacunas.

E não foi ensinada _A_ criar _A__ partir da dor.

Gabarito letra A.

 

  1. É correto concluir, a partir da leitura do texto, que a autora faz uma crítica
  2. A) à busca da felicidade como forma de vida, em harmonia com o semelhante na busca de seus ideais.
  3. B) a uma nova geração de jovens brilhantes intelectualmente e responsáveis, mas que negam suas origens.
  4. C) ao comportamento de determinada classe social cujas ações excluem valores morais responsáveis pelo desenvolvimento sadio e equilibrado mesmo diante das dificuldades.
  5. D) à geração atual que despreza conceitos e valores morais vividos e ensinados por seus pais e preferem, por outro lado, viver um modelo imposto pela sociedade do consumo.

Comentários:

  1. a) Incorreta. A crítica é ao despreparo dos jovens para a vida real, no sentido de que não sabem lidar com frustração e acreditam que merecem tudo de bandeja, como vimos nas questões anteriores.
  2. b) Incorreta. Não foi dito que são brilhantes, muito menos responsáveis.
  3. c) Correta. Isso mesmo. A crítica recai à mentalidade dos jovens de classe média, que, segundo a autora, geralmente não reconhecem o valor do esforço e da dor na construção de uma vida.
  4. d) Incorreta. Extrapolação total, nada foi dito sobre “sociedade de consumo”. Isso é isca para o candidato apaixonado viajar e fazer conexões fora do texto.

Gabarito letra C.

 

  1. Segundo a autora, a ideia de que a felicidade é um direito é
  2. A) acertada.     B) plausível.     C) equivocada.     D) impreterível.

Comentários:

Segundo a autora, a felicidade não é um “direito”, é algo que se constrói e conquista com esforço e dor. Direito significa que você pode exigir algo e ponto final. A felicidade como um “direito” é equivocada, não existe esse direito. Gabarito letra C.

 

  1. De acordo com a opinião da autora, expressa no texto, a classe média a que se refere
  2. A) tem uma postura que foge dos padrões necessários ao desenvolvimento do ser humano em uma sociedade competitiva.
  3. B) é responsável por fatores de exclusão social que levam à grande diferença de ordem econômica que vive a sociedade atualmente.
  4. C) possui grande genialidade intrínseca, bastando apenas que a sociedade reconheça tal fato para que os benefícios advindos de tal reconhecimento sejam efetivados.
  5. D) vive um processo de decadência moral de modo que não consegue encontrar seu lugar no mercado de trabalho não tendo havido preparo para o exercício da carreira profissional escolhida.

Comentários:

Em resumo, a crítica da autora recai no fato de que a crença de que a “felicidade é um direito” faz o jovem sofrer, porque a realidade nega esse “direito” e o jovem não sabe lidar com a frustração de não receber facilmente o que deseja. Então, essa educação superprotetora dos pais, que valoriza a genialidade acima do esforço e trata a dor como uma anomalia, faz que o jovem esteja despreparado para a realidade de um mundo competitivo. Em suma, os jovens de classe média são mimados, não valorizam o esforço e a resiliência e esperam que receberão tudo tão facilmente como recebiam dos pais complacentes.

Relembre essas ideias na conclusão do texto:

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Gabarito letra A.

Então é isso pessoal, revisem os principais pontos cobrados aqui!

Dia 01/03/2018, o estratégia fará uma grande revisão para o cargo de Técnico Legislativo II, não percam!

Abraço e bons estudos.

Coordenação

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