Olá, queridas e queridos! Como estão? Um dos vícios de linguagem mais famosos será o tema desse artigo: a ambiguidade. Quem nunca formulou uma frase que poderia ser interpretada de mais de uma maneira? Iremos focar nas raízes desse problema e entender por que ele acontece.
Conforme citado na introdução do artigo, a ambiguidade é um exemplo de vício de linguagem. Os vícios de linguagem são frases, orações, falas e palavras que estejam em discordância com as regras da língua portuguesa.
Enquanto as figuras de linguagem são utilizadas para trazer uma maior riqueza às construções linguísticas, os vícios de linguagem vão de encontro à norma culta. É comum que tais vícios estejam presentes tanto na linguagem oral quanto escrita. Além da ambiguidade, alguns exemplos famosos de vícios são:
Ambiguidade trata-se da possibilidade de se inferir mais de um sentido ou significado de uma mesma frase. Ao invés de a mensagem ser transmitida de maneira clara por meio de uma frase, essa causa uma dúvida em seu receptor, já que é possível interpretá-la de mais de uma maneira. Isso acaba por prejudicar a objetividade da linguagem e abre um perigoso espaço à subjetividade do ouvinte.
Pelo fato de existirem múltiplos sentidos que podem ser extraídos, a ambiguidade pode gerar desentendimentos em relação à informação transmitida. Assim, podemos concluir que a ambiguidade é algo que deve ser evitado em discursos formais.
É possível que essa multiplicidade de sentidos esteja presente tanto na linguagem escrita quanto na linguagem oral. Além disso, podemos classificar a ambiguidade conforme sua raiz, ou seja, o motivo dela existir.
A existência de mais de um sentido pode ser oriunda da utilização de palavras que possuem mais de um significado. Nesses casos, estamos nos referindo à ambiguidade lexical.
“Lucas, servidor do Executivo Federal, estava muito perto do banco.”. Nesse caso, Lucas estava próximo a um banco em que ele possa se sentar ou a uma instituição bancária? Esse é o problema, não há como ter certeza dessa informação.
A solução mais comum para solucionar esse problema é a utilização de palavras alternativas, que não gerem dúvidas, ou uma maior especificidade, que também elimine o múltiplo sentido.
Outra possível raiz desse vício de linguagem é a forma como as palavras estão posicionadas. A depender da ordem dos termos em uma frase, podem ocorrer situações em que não é possível definir com assertividade as exatas relações de referência.
“Pablo, após um longo dia de trabalho, levou Lucas a sua casa.”. Bom, nesse caso, a casa é de Pablo ou de Lucas? Mais uma situação em que é possível inferir mais de um sentido. Quando a ordem/ posição é o problema, a ambiguidade é denominada estrutural.
Nosso objetivo é evidenciar quais são os casos clássicos em que ocorre a ambiguidade estrutural, principalmente por meio de exemplos, e apresentar alternativas que a eliminem.
Em situações nas quais exista mais de um sujeito na frase e o pronome possessivo ou termo que indique posse possa se relacionar a mais de um deles, é comum que não haja clareza em relação ao referente correto.
“Roberta pediu a Pedro que pegasse o seu celular dentro da casa”.
Nesse caso o celular é de Roberta ou de Pedro? Como o pronome possessivo está concordando com o substantivo “celular”, não é possível aferir com certeza. A utilização dos pronomes “seu” e “sua” traz uma maior propensão à ambiguidade nesses casos.
“Roberta pediu a Pedro que pegasse o celular dela dentro da casa”. Problema resolvido com uma simples alteração do termo que indica a posse.
O termo “que” possui diversas funções na língua portuguesa. Duas das mais utilizadas são a conjunção integrante (introduzindo orações substantivas) e o pronome relativo (retomando termos citados anteriormente no texto). Há casos em que não é possível que haja uma classificação assertiva entre essas funções, impossibilitando a certeza no sentido da frase.
“Lucas avisou à mãe que havia terminado de malhar.”
No caso do “que” ser classificado como conjunção integrante, iniciando a oração “que havia terminado de malhar”, Lucas acabou de avisar “isso” (a mensagem da oração) à mãe. Por outro lado, caso estivesse atuando como pronome relativo a “mãe que havia terminado de malhar” seria uma oração restritiva.
Dessa forma, não é possível saber quem “havia terminado de malhar”. Possíveis soluções a esse caso:
“Lucas avisou à mãe, que havia terminado de malhar.” -> A mãe havia terminado de malhar.
“À mãe, Lucas avisou que havia terminado de malhar. “ -> Lucas havia terminado de malhar.
A utilização de formas nominais (infinitivo, gerúndio e particípio) também pode gerar ambiguidades. Novamente, a existência de mais de um sentido existe pela impossibilidade da definição do referente.
“Paulo encontrou seu chefe andando no corredor.”
Uma possível solução é “Andando no corredor, Paulo encontrou seu chefe”. A troca de ordem das ações trouxe exatidão ao seu sentido. “Paulo encontrou seu chefe, que estava andando no corredor” é a alternativa que traz o outro sentido à frase.
“Maria conversou com sua mãe entusiasmada.”
Quem estava entusiasmada? “Entusiasmada, Maria conversou com sua mãe” e “Maria conversou com sua mãe, que estava entusiasmada” solucionam a dubiedade do referente.
Nesse caso, o problema não é relacionado ao referente e sim à caracterização da situação.
“Os gatos felizes entraram no armário.”.
Levando em consideração aspectos gramaticais, a felicidade, como exposto nessa frase, é uma qualidade inerente dos gatos, ou seja, sempre são felizes. Por outro lado, é possível que o autor tenha a utilizado com o intuito de indicar que os gatos estavam felizes na situação em que entraram no armário.
Se o objetivo fosse indicar que os gatos estavam felizes na situação, uma possibilidade correta de construção seria “Felizes, os gatos entraram no armário.”.
Não só de malefícios vive a ambiguidade. Conforme comentamos no início do texto, esse vício de linguagem há de ser evitado ao máximo em discursos formais. Por outro lado, ela pode ser uma poderosa aliada em outras ocasiões, como na área publicitária e de comédia.
A famosa frase “Encha seus filhos de bolacha” é um exemplo clássico de como o duplo sentido pode ser utilizado em prol de quem escreve. Bolacha, nesse caso, pode ser referir ao alimento ou a palmadas. A existência de mais de um sentido em uma frase simples e direta gera curiosidade ao leitor.
No mundo da comédia, é comum que diversas piadas sejam pautadas exatamente na utilização de um sentido não usual de uma frase. Ou seja, um segundo ou até terceiro sentido, que não seja aquele primariamente acessado quando a grande maioria das pessoas ouve uma frase, é o que resulta na graça da piada.
Agradecemos a atenção durante esse artigo e esperamos que ele auxilie na detecção e, principalmente, afastamento da ambiguidade.
Desejo ótimos estudos a todos e um grande abraço!
Caio Castilho.
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