A saga até o sonhado (?) concurso de Perito Criminal
Como todo típico engenheiro, nós nos vemos no final curso tendo aquela drástica dúvida sobre o que fazer após a formatura: afundar-se (novamente!) nos livros e seguir a vida de concurseiro ou fazer uma tentativa na vida privada? Obviamente, como sugere o contexto deste artigo, segui a vida de concurseiro e foi a minha melhor decisão!
Ao contrário de outros, minha vida de concurseiro não foi tão longa e pretendo mostrar os métodos que utilizei para alcançar esse objetivo de forma rápida e eficiente. As dicas, eu adquiri ao longo de meus estudos, com professores de cursinho, outros alunos e em livros renomados sobre concursos. Juntei tudo que me pareceu útil, testei e deu certo!
Mas vamos lá contar um pouquinho do que foi todo esse trajeto até atingir o cargo de Perito Criminal da PCDF.
Apesar da vida de concurseiro não ter durado tanto tempo, a de vestibulando não teve o mesmo sucesso. Fiz diversos exames até passar na UnB, além de outros fora do distrito. Porém hoje vejo esse período como de enorme valia para ganhar confiança psicológica, maturidade e frieza para minha aprovação na posição atual. Nessa época, dominava muito bem o conteúdo das provas, inclusive por diversas vezes me pegava como monitor de meus colegas. Mas o resultado não vinha na mesma altura. Foram várias reprovações até me dar conta de que o problema era o “fazer a prova”. Além do nervosismo do dia, aprendi que precisava lidar com a “malícia” da prova e uma forma de estudo adequada permitia-me estar mais preparado para o grande dia. Tive a honra de ter contato com ótimos professores de cursinho pré-vestibular e psicólogos dessa área que me deram valiosas dicas para tornar meu estudo mais eficiente.
Já ao fim da faculdade, havia colocado na cabeça que queria ser servidor público. Coloquei como meta um salário que achava ser viável e um prazo. Minha meta era passar em cargo com salário maior que R$ 10.000 em 2 anos. Portanto só inscrevi-me nos concursos da minha área com cargo de piso acima desse valor. Obtive diversas críticas por ser tão novo, recém-formado, e almejar um salário alto tão rapidamente. Mas mantive-me forte no objetivo, e, caso passasse o período de 2 anos, aí sim tentaria os outros cargos. Para minha surpresa o resultado veio em 1 ano!
Formei-me e no mês seguinte já comecei o ritmo de estudos. Meu foco inicial era Analista do Senado Federal. Matriculei-me em cursinho específico para essa prova, mas o edital de Perito surgiu no meio do caminho. Continuei o cursinho para o Senado, mas adaptei meus estudos com foco na PCDF. E como ainda havia o TAF (Teste de Aptidão Física), ainda tive que incluir alguns exercícios em intervalos de estudo para não perder o ritmo. Mesmo após a prova discursiva, retomei os estudos do Senado conciliando com os afazeres da segunda etapa de Perito (incluindo os treinamentos para o TAF). O resultou você já sabe. Fui aprovado em 29° lugar para Perito Criminal PCDF. Ah, e o Senado? Minha prova foi cancelada e quando remarcaram já estava aprovado para a academia e acabei desistindo de estudar.
Hoje considero-me um funcionário público praticante hahaha! Envolvi-me demais com o cargo de Perito. Sou muito feliz no que faço, apesar de todas as mazelas do serviço público. Inclusive voltei recente do Canadá, onde apresentei um trabalho em conjunto do mestrado e da perícia.
Não considero nenhum servidor público um gênio por ter passado em um prova concorrida, nem mesmo aqueles com altos salários. Nosso sistema de concursos não mede sua inteligência, mas sim sua capacidade de resolver aquele tipo específico de prova. Toda prova tem seus desafios particulares, mas com planejamento e estratégia é possível passar em qualquer uma.