Entenda por que reconhecer os fatores de coesão pode ajudar você a construir um texto de qualidade em etapas de provas discursivas de concursos públicos
Olá, queridos, tudo bem?
Como sabemos, estão presentes em diversos editais as cobranças sobre o domínio dos mecanismos de coesão textual, o emprego adequado de elementos de referenciação, substituição e repetição de conectores e outros elementos de sequenciação textual no conteúdo de Língua Portuguesa. Diante disso, pensando em ajudá-los a resolver questões objetivas e, principalmente, a escrever bons textos, este texto pretende orientar você a como escrever bem em provas discursivas, ressaltando, com isso, a importância da coesão para construir um texto de qualidade.
Os fatores de conexão sequencial servem, fundamentalmente, para estruturar a ordem de sequência que concatena as ideias do seu texto. Percebemos que esses fatores carregam consigo não só aspectos de ordem sintática, mas também elementos de ordem semântica da sintaxe textual. Nesses elementos, analisam-se os mecanismos de utilização de níveis formais para transmitir determinada informação ou determinado conhecimento.
A gramática do texto requer o conhecimento de fatores de coesão, pois possibilita que o aluno compreenda, amplamente, os mecanismos de conexão sequencial e a finalidade deles. Não se pode criar uma teoria unificada, rígida e mecanicista sobre a formalização de um texto. Contudo, devem-se oferecer teorias formais parciais que ilustrem comportamentos semelhantes na elaboração do texto e, também, no modo de cobrar questões de prova. As bancas, por exemplo, tendem, majoritariamente, a elaborar questões de prova que cobrem elementos de referenciação, substituição e repetição de conectores, e outros elementos de sequenciação textual.
Além disso, inclinam-se a cobrar de seus candidatos as competências textuais que não se enquadram em contextos isolados. As bancas examinadoras de concursos públicos costumam requerer dos candidatos o domínio intuitivo de um aparato inferencial prático, ou seja, a possibilidade de ir além da gramática isolada com avaliações estritamente linguísticas, aplicando-se, de fato, o conteúdo em termos de sentido (semântica), cumprindo, na prática, o exercício de se perceber a importância da coesão para construir um texto de qualidade.
Marcuschi (2012, p. 53) considera que “se por um lado os textos são produções linguísticas, por outro lado não podem ser analisados simplesmente pela extensão das categorias gramaticais para a frase, pois elas são uma ocorrência comunicativa no contexto de uso”. Em geral, percebemos que a continuidade textual ocorre no nível do sentido e não tão somente no nível dos constituintes linguísticos. De nada adianta o conhecimento do aluno em relação à lista de tipos de conjunções coordenativas, por exemplo, se ele não compreender como se aplica o seu sentido na esfera do texto.
Entender que, em determinado trecho, “conquanto” indica oposição pode ser muito mais valioso do que saber de sua categoria morfológica de conjunção. O texto é uma espécie de mosaico em que se costuram sentidos para definir um bom produto final. Temos, portanto, um tipo de fator de conexão sequencial (coesão) que pode ser cobrado por diversos examinadores de provas de concurso.
Antes de se analisar uma unidade isolada ou frase fragmentada do texto, é fundamental que se perceba o que o texto quer dizer em sua esfera comunicativa. Nesse sentido, “a coesão, ao nível da microestrutura, envolve os procedimentos da conexão superficial do texto e estabelece as condições da contextualidade e inclui a formação sintática do texto nas suas relações gramaticais” (MARCUSCHI, 2012, p. 53).
O bom leitor é capaz de perceber a continuidade do texto em um nível de sentido. Não basta apenas o conhecimento no nível das relações entre os constituintes linguísticos. Ora, sabemos que o texto não consiste em um mero processo de geração linear de sequências reunidas.
Assim, o aluno que almeja aprender a como escrever bem em provas discursivas deve ter consciência de que seu texto precisa estar alinhado em ideias, teses e argumentações que estejam conectadas entre si. Tendo isso em mente, é possível produzir um texto “redondo” cuja escrita constrói um caminho que parte do início até a linha final obedecendo aos aspectos coesivos e, também, à coerência. Pensar o texto como uma rota que contém uma linha de saída e chega ajuda o aluno a traçar um método que não tangencie o tema proposto pelo examinador para a escrita da prova discursiva.
A anáfora é uma ferramenta utilizada quando precisamos retomar um termo que foi mencionado anteriormente. Ela é muito explorada na construção de textos que prezem pelos mecanismos de coesão sequencial. A pronominalização é um tipo de fator de conexão sequencial (coesão), isto é, um recurso que preza pela importância da coesão para construir um texto de qualidade.
O que se espera de um candidato é que ele consiga explorar sentidos ou termos diversos para indicar um mesmo objeto no mundo, por meio da referenciação textual, indicando-se, com isso, a coesão textual, que interliga termos com mesmo significado, mas distinta representação. Em outras palavras, o fenômeno da pronominalização é um tipo de uso de anáfora que enriquece o texto, tanto em termos lexicais – pois evita a repetição de palavras desnecessárias que podem empobrecer o texto, tornando-o pouco intelectualizado -, quanto em termos sintáticos, haja vista a utilização de vários termos que indiquem um mesmo elemento dentro do texto.
Aproveitando o tema sobre o uso da anáfora, cabe ressaltar o significado de catáfora que, também, serve como fator de conexão sequencial (coesão) e, igualmente, alerta para a importância da coesão para construir um texto de qualidade. A catáfora, diferentemente da anáfora – que é construída a partir de uma estrutura de retomada do texto ou de determinado termo -, consiste em criar, no texto, “entidade projetivamente, de modo que sua ocorrência se dá antes da expressão correferente” (MARCUSCHI, 2012, p. 69).
Escrever implica atentar-se às esferas discursivas. Aquele que produz uma mensagem não pode ignorar os seus interlocutores. Como aponta Val (2016, p. 06), “é fácil verificar que grande parte dos conhecimentos necessários à compreensão dos textos não vem explícita, mas fica dependente da capacidade de pressuposição e inferência do recebedor”. Nesse contexto, a coerência deve andar de mãos dadas à coesão, visto que esta última advém dos conceitos e das relações que são expressos na superfície textual. Assim, a escrita de um texto de qualidade pressupõe o interesse do aluno em se responsabilizar por sua unidade formal, que se constrói por intermédio de mecanismos gramaticais e lexicais, como é o caso do recurso da catáfora indicada neste tópico.
Portanto, o fator de conexão sequencial (coesão) pode ser cobrado em provas de concurso e, por isso, o candidato deve considerar estes três elementos fundamentais:
a) a aplicação interpretativa no sentido do texto, isto é, a noção semântica em produções linguísticas e/ou formais nas construções textuais;
b) o uso prático da anáfora, que indica retomada de algo que já foi anteriormente mencionado;
c) o uso real da catáfora, que indica algo que ainda será destacado no texto.
Saber aplicar esses três aspectos ligados à produção textual auxilia bastante na hora de “acertar” cobranças voltadas a esse assunto. Acesse o site do Estratégia Concursos e aprenda mais sobre a importância da coesão para construir um texto de qualidade em provas objetivas e discursivas no mundo dos concursos públicos.
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