Aprovado em 3° lugar no concurso PCERJ no cargo de Investigador
Policial (Agente, Escrivão e Investigador)“Sempre tive a certeza muito clara de que iria passar, porém não sabia quando. Digo que essa certeza vem da fé que tenho em Deus. Em verdade, toda a minha preparação até aqui devo a Ele, que foi o meu maior orientador e companheiro em todos os momentos”
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Confira nossa entrevista com Bruno Ladislau de Araújo, aprovado em 3° lugar no concurso PCERJ no cargo de Investigador:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Bruno Ladislau: Tenho 32 anos, sou formado em Direito e sou natural do Rio de Janeiro, capital.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Bruno: O concurso público está na minha vida há muito tempo. Iniciou já na adolescência, quando prestei provas para o ingresso nas Escolas Federais, como Colégio Pedro II e Escola Militar do Rio de Janeiro. Foi nesse período que comecei a desenvolver a persistência diante do cansaço, a resiliência após as frustrações e o autodidatismo, necessários para aprovação em concurso.
Ao dar início à Faculdade de Direito, em 2008, no mesmo período do alistamento militar, optei por servir no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, onde me formei Oficial do Exército Brasileiro e trabalhei por 8 anos, até 2017.
Após sair do Exército, já tendo passado na OAB, comecei a advogar em diversas áreas, com ênfase na área cível.
Do período da faculdade até o presente momento fiz diversos concursos, das mais variadas áreas, porém sempre com o objetivo final para área policial, mais precisamente para Delegado de Polícia.
Embora tenham decorridos anos de estudos, ainda que não contínuos, comecei a me dedicar para as provas de delegados somente em 2020. Frisa-se que até este momento não havia passado em nenhuma prova.
Fiquei por 4 pontos da nota de corte para o cargo de Delegado da Polícia Federal e por 1 ponto para Delegado da PCMG.
As razões para eu ter passado para o cargo de investigador da PCERJ decorreram de alguns fatores inusitados na minha preparação. O primeiro foi ter perdido o prazo para pagamento da inscrição para Delegado da PCERJ, fazendo com que meu foco fosse revertido para os outros concursos. O segundo foi não ter seguido para a segunda fase do concurso de Delegado da PCMG. O terceiro foi ter tirado uma nota horrível na prova de inspetor da PCERJ, na qual fui reprovado por ter feito abaixo do mínimo na matéria de informática.
Em razão de tais fatores, a prova de investigador se tornou, para mim, o único objetivo, de modo que dediquei o tempo que restava para o estudo direcionado para o cargo.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Bruno: Durante toda a minha caminhada eu tive que dividir os estudos com o trabalho. Apenas tive um período muito breve em que pude me dedicar somente aos estudos, que ocorreu logo após a minha saída do Exército, pelo período de 6 meses.
Confesso que os melhores momentos de estudo ocorreram quando eu estava mais atarefado, pois me tornava mais disciplinado, aproveitando todo o tempo livre possível.
Em 2020, quando da preparação para Delegado da PF, meu filho nasceu, fazendo com que tivesse que dividir bem o horário que tinha, de modo que conciliava trabalho, afazeres domésticos, cuidado do bebê e estudos.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação? Pretende seguir estudando ou “aposentou”?
Bruno: Considero aprovação quando estamos dentro do número de vagas. Isso nunca ocorreu até este momento. Já fiquei classificado fora das vagas para Analista do Superior Tribunal Militar (117), Oficial da PMERJ duas vezes (50 e 102), Analista do MPU (139), Analista do TJRJ (30) e os citados acima.
Pretendo seguir na preparação para Delegado, com foco final para a Polícia Federal.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Bruno: Minha vida social é normal, sem excessos. As maiores restrições ocorreram no período pós edital, quando limito (e muito!) o tempo de lazer.
No entanto, durante o período pré-edital, tenho uma rotina diária de estudo flexível, com no mínimo 4h de estudo. Impor uma rotina muito rígida, por um longo período, não traz resultados positivos. Na área do concurso público, inteligente é aquele que sabe dosar as atividades, de modo a manter uma constância.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Bruno: Sou casado com uma mulher maravilhosa, que foi e é minha companheira de todas as horas, com quem estou há mais de 13 anos. Tenho dois filhos, o Theo, de um de 01 ano e 10 meses e o Noah, que irá nascer dia 08/04/2022.
Minha família sempre entendeu a minha rotina e objetivos. Nos momentos em que não pude estar presente, não houve incompreensões.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado? Qual foi o segredo de manter a disciplina durante todo o período?
Bruno: Não posso dizer que houve um tempo direcionado para esse cargo, uma vez que o foco era para Delegado. O tempo focado exclusivamente para as matérias de direito na área policial foi de 3 anos.
Quanto a matéria de Português, tinha uma base em razão dos concursos que havia feito para os cargos de analista. Já Informática, por não gostar do conteúdo, tinha uma base muito superficial.
Após ser reprovado na prova para Inspetor da PCERJ, devido a matéria de informática, pude me dedicar integralmente ao português e informática nas duas semanas que se seguiram até a prova de investigador.
Nessas matérias, o estudo foi voltado para a resolução de questões da banca. Fiz todas as provas anteriores. Isso me permitiu ver a evolução durante a resolução. Já nas últimas provas me sentia muito mais capacitado.
Nas matérias de Direito, por já ter uma base forte, estudei os pontos que a Banca FGV cobrava recorrentemente. Em constitucional, por exemplo, verifiquei que as últimas questões batiam muito sobre uma área da Constituição Federal que nunca é cobrada, como o Título “Da Ordem Social”, foram umas 4 questões a respeito.
Em português fiquei com 27 pontos de 30. Em direito, foram 54 pontos de 60. Em informática, 6 pontos de 10.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Bruno: Uso apenas PDF. Não possuo rendimento adequado em videoaulas ou presencial, pois demanda muito tempo para obter o mesmo conhecimento que se tem pelo PDF em tempo muito menor.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Bruno: Conheci o Estratégia há muito tempo, por indicação de um amigo que já estava estudando para concursos de modo mais profissional.
Desde então, não mudei de curso, pois os outros que me foram apresentados não possuíam a mesma qualidade.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou em nosso material?
Bruno: Antes de estudar pelo Estratégia, usei apenas livros. Em razão da falta de orientação, o estudo era prejudicado pela sequenciação das matérias, pelo conteúdo exaustivo e analítico dos livros etc. A maior diferença que senti foi pela objetividade do conteúdo, por possuir um roteiro a ser seguido, em razão das aulas abordarem todo o edital em sequência, pela didática dos professores…
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?
Bruno: Penso eu que essa seja a parte mais importante. Um roteiro bem-feito servirá de norte para ser seguido, permitindo uma organização que te levará à aprovação.
Tenho uma agenda com todos os dias da semana até a data da próxima prova. Nessa agenda coloco, com previsão de duas semanas, as matérias que serão estudadas, os dias de simulado, dias de questões e revisões.
Estudo uma matéria por dia, quando for complexa, podendo estudar até duas, se forem acessórias. Em média, tenho 5h diárias de estudo.
Estratégia: Como fazia revisões? Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?
Bruno: Possuo uma sequência de estudo para novas matérias e outra para matérias já finalizadas.
Quando a matéria é nova, faço da seguinte forma:
- Inicio pelo PDF da aula 00 disponibilizada pelo Estratégia;
- Faço a leitura da primeira página do conteúdo;
- Faço uma breve auto explicação;
- Redijo meu resumo no Word (para ter acesso em qualquer lugar, uma vez que está armazenado na nuvem);
- Sigo dessa forma até o término da aula, realizando as questões do próprio material, ao final;
- A revisão desse conteúdo estudado ocorre no próximo dia de estudo da mesma matéria, antes de iniciar o estudo da próxima aula, se já finalizada as questões do próprio PDF;
- A revisão nesse momento inicial ocorre por meio da leitura do resumo;
- Após terminar de estudar todas as aulas, passo a fazer apenas questões dos assuntos na sequência do resumo;
- Acaso, durante as questões surjam assuntos não estudados ou mal estudados, faço as devidas adaptações e colações no resumo do word;
- Até a prova, alterno as revisões entre questões e leitura massiva do resumo;
Obs.: * após constituído o resumo, não retorno mais aos PDFs.
** as jurisprudências são colacionadas ao final do resumo de cada matéria, fazendo parte da leitura nas revisões.
*** os documentos Word são divididos por matéria.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Bruno: As questões são de extrema importância, pois servirão para mostrar se o conteúdo foi fixado ou se foi estudado de fato, permitirá fazer as adaptações nos resumos quando diante de questões sobre um conteúdo que escapou do resumo, permitirá fazer revisões mais dinâmicas do que somente a leitura do material etc.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Bruno: Nas matérias de direito, quando havia dificuldades, tentava reverter a forma de pensar sobre a matéria, uma vez que a dificuldade inicial se dava em razão do fato de não gostar do conteúdo. Sendo assim, quando tinha contato com matérias assim, mudava o pensamento e passava a achar uma forma de gostar da matéria.
A maior dificuldade foi em informática, pois além de não gostar, não a colocava na rotina de estudos, por não ser uma matéria rotineiramente cobrada nas provas para Delegado. Quando tinha que estudar, destinava apenas um mês antes da prova.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Bruno: Nas duas semanas anteriores, nas matérias de direito, foquei apenas nas cobranças recorrentes da banca em cada matéria e fiz uma leitura da legislação interna da Organização, de modo que tal preparação durou apenas uns dois dias.
O restante foi focado para português e informática, por meio de resolução massiva de questões.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Bruno: Para o cargo de investigador não houve prova discursiva, porém me preparo para tais provas por meio de simulados.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Bruno: Faço uma preparação intercalada. Nas segundas, quartas e sextas-feiras faço o treinamento para a corrida de 2400m e de 100m. Nos outros dias faço o treinamento para abdominal e flexão.
No primeiro treino, para aumentar a velocidade e resistência, faço exercícios como séries de 10 tiros de 200m, seguidas de corridas leves; tempo run, que consiste em correr em um tempo e ritmo semelhante ao que será usado no dia do TAF; Farlek, que consiste em correr um percurso, fazendo sequencias de tiros, tendo como ponto de início e fim alguns obstáculos que estão no caminho.
Já para o segundo treino, faço os abdominais e flexões divididos em séries até a exaustão, de modo que tento aumentar o número de repetições por semana.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Bruno: Erros tive vários. O primeiro foi ter demorado a procurar um curso como o Estratégia. O segundo foi não ter focado em apenas uma carreira, o que fez com que nunca entrasse na fase de apenas fazer revisões e questões. O terceiro foi não ter procurado um método de estudo no início.
O maior acerto foi entender que precisava levar minha preparação de forma mais profissional. Isso me permitiu ficar mais disciplinado, criar roteiros de estudo, manter apenas um resumo para cada matéria, contar as horas de estudo, fazer simulados periodicamente…
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Bruno: Nunca pensei. Desistir não faz parte do meu vocabulário. Sigo até o fim quando os propósitos são bem claros e estabelecidos. Se não estiverem, mudo a rota, mas não desisto.
Sempre tive a certeza muito clara de que iria passar, porém não sabia quando. Digo que essa certeza vem da fé que tenho em Deus. Em verdade, toda a minha preparação até aqui devo a Ele, que foi o meu maior orientador e companheiro em todos os momentos.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Bruno: Tenham bons materiais, como o do Estratégia. Sigam um roteiro, com disciplina. Façam resumos digitais, pois te acompanharão em qualquer lugar. Fiquem com ele até o final, fazendo as devidas adaptações. Nos dias de prova, se planejem de forma geral, sabendo o que levar para o dia, como comida, remédio, água etc. Após as reprovações, façam uma análise crítica dos erros cometidos e se devem alterar o formato de estudo. Tenham sempre em mente que, não importa o meio, mas no estudo sempre deve estar presente a seguinte tríade: Resumo, Questões e Revisões.