“A régua do esforço não tem numeração limite, assim como as suas capacidades, assim como os seus sonhos.”
Confira nossa entrevista com Júlio Helfer, aprovado no concurso TJSP no cargo de Escrevente Técnico Judiciário:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Júlio Helfer: Eu tenho apenas o Ensino Médio completo, passei na prova com 22 anos e sou natural de Natal – RN.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Júlio: Imagino que a busca pela estabilidade financeira em um órgão forte como o Tribunal de Justiça de São Paulo foi minha principal motivação! Tenho o desejo de seguir estudando para alcançar vitórias maiores e, para isso, precisava ser aprovado em um cargo que possibilitasse o investimento em mim mesmo.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Júlio: Eu apenas estudava. Por um lado, isso foi ótimo, pois pude me dedicar integralmente aos estudos, mas é sempre bom deixar claro que o tempo livre em demasia pode se tornar seu maior inimigo, caso você não tenha disciplina e força de vontade para controlá-lo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Júlio: Eu fui aprovado aos 14 anos na EPCAR (Escola Preparatória de Cadetes do Ar) em 9° lugar. Em seguida fui aprovado na AFA2 (Academia da Força Aérea) aos 17 anos em 6° lugar. Mais tarde, aos 18, fui aprovado em 2° lugar na EEAR (Escola de Especialistas de Aeronáutica) para o cargo de controlador de voo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Júlio: Eu não saía com meus amigos, ficava muito pouco com a minha família e abandonei os exercícios físicos. Logicamente tinha meus momentos de diversão, assistindo algo antes de dormir, assistindo futebol duas vezes por semana e jogando futebol uma vez por semana também. O lazer é essencial para a aprovação. Ele deve iniciar em doses razoáveis, sendo diminuído com o tempo e com cautela para que o tiro não saia pela culatra.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Júlio: Sou solteiro, sem filhos. Moro com a minha família, que desde o início deu total suporte para os estudos, mesmo às vezes duvidando de meus métodos e achando que o meu limite estava próximo. É importante dizer que quando se é disciplinado a níveis expressivos, somente você pode traçar seus passos. Minha família foi essencial na caminhada, dando espaço, ajuda, carinho, amor, materiais e tempo para mim. Entretanto, quando você senta na mesa para estudar, você está sozinho, e é você contra você mesmo! Também tive um namoro, que se encerrou às vésperas da prova, no momento em que eu mais estudava. Foi o momento mais crítico. Mas graças a Deus eu tive discernimento para entender que buscar a aprovação era mais importante. Não importa quem você seja, alguém vai te abandonar um dia nessa trajetória de concursos. Nesse momento, será necessário entender que zebras não andam com leões, então busque a sua coroa com a aprovação e mostre que você é o leão da sua história!
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Júlio: Depende de um fator. O meu “concurso dos sonhos” é para a carreira de Diplomata. Mas estudar para uma prova dessas requer muitos anos, além de um alto investimento financeiro em materiais e aulas, algo que só pode ser feito por alguém já empregado. Por isso fiz a prova do TJSP, que, embora seja um órgão excepcional para se fazer carreira, ainda não é meu objetivo final. Mas em momento algum eu dividi minha atenção para provas do mesmo nível para cargos diferentes, como Banco do Brasil, TJDFT ou TJRJ, pois isso tira o foco e você pode acabar não sendo aprovado em nenhum.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Júlio: Estudei exatos 5 meses para esse concurso.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Júlio: Sim, estudei dois meses antes do edital sair. A disciplina precisa ser equiparada ao tamanho da sua vontade de vencer. Eu sabia que o edital era iminente, por esse motivo estudava dia e noite o quanto podia. Se eu falhava em um dia, compensava nos outros três seguintes. Eu não estava bem sempre, mas mantinha uma regularidade que conferiu consistência nos estudos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Júlio: Eu utilizava as videoaulas para aprender os assuntos no começo, logo em seguida fazia muitas questões. Algumas matérias eram absorvidas mais facilmente pelos PDFs. Em resumo, eu alternava entre vídeos e materiais escritos da plataforma do Estratégia, mas sempre fazendo dezenas de questões após algum assunto estudado. Também fiz mais de 15 simulados, totalizando mais de 1500 questões apenas dos simulados. Se for contabilizar tudo o que foi feito nos cinco meses de estudo, a casa das 10000 questões é facilmente superada.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Júlio: O Estratégia é a maior empresa no mundo dos concursos. Todos conhecem o Estratégia. Eu conheci pela minha família, que pagou o curso pra mim e investiu no meu potencial.
Estratégia: Qual diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Júlio: O Estratégia está marcado pela sua excelência e, por isso, as expectativas e metas a serem atingidas sempre são muito altas. Por esse motivo, acredito que tudo é tão bem feito. Gostei muito da qualidade das aulas em vídeo e do conteúdo completo dos PDFs.
Estratégia: Recomendaria o Estratégia para um amigo que está começando os estudos?
Júlio: Com certeza, inclusive já indiquei para muitos.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Júlio: Certamente essa foi a minha maior dificuldade. Sempre parecia que eu estava tentando colocar uma pedra em um copo de água totalmente cheio. Quando a pedra entra, a água sai, e assim era com os conteúdos. Embora seja desesperador no começo, consegui, na marra, entender que, para dominar a mente, era essencial que eu fizesse inúmeras revisões seguidas. Isso atrasa os estudos e torna tudo mais maçante, até por isso não se pode começar a estudar com o edital aberto. Eu revisei muitas e muitas vezes. Ainda assim fui para a prova com alguns assuntos nebulosos. Eu tinha consciência de que aquele era o meu limite, mas não descansei até que o sentisse em meu domínio. E senti isso apenas no dia anterior à prova. Estudava de duas a três matérias por dia, fazia resumos só do que era mais difícil, pois preferia marcar tudo nos PDFs que eu imprimia, com uma técnica de estudos que eu mesmo desenvolvi. Primeiro eu passava o marca-texto, depois eu vinha com as canetas preta, azul e vermelha sublinhando o que estava amarelado pelo marcador. Cada caneta simbolizava um nível de importância crescente na ordem em que as citei. Eu fiz muitas questões, como já disse, na casa das dezenas de milhares, e estudava em média de seis a nove horas líquidas por dia, buscando sempre uma constância de 35 a 43 horas líquidas semanais, parando para descansar aos domingos e estudando muito pouco aos sábados.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Júlio: Eu tive muita dificuldade com todos os direitos, afinal, eu nunca tinha nem lido nada sobre o assunto. Mas com muita leitura e exercícios eu superei. A verdade é que não tem fórmula mágica alguma. É extremamente simples, você terá que entregar absolutamente TUDO o que você tem para os estudos. E quando acordar no dia seguinte, terá que dar mais uma gota. E no próximo dia, mais duas gotas. É realmente a guerra dos limites, ou você entrega a vida por isso, ou tomará caminhos mais longos, precisando fazer mais de uma prova e estudando por anos.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Júlio: Minha rotina na reta final canalizou tudo o que eu tinha de vitalidade para os estudos. Eu acordava todos os dias às 6 da manhã, estudava de 6:30 até 11:30. Então eu almoçava e descansava até as 14. A partir das 14 eu estudava até as 22 horas, indo direto pra cama dormir. Nesse meio tempo eu parava apenas para lanchar e usar o banheiro. Na véspera da prova eu estudei o dia todo de forma leve, sem exercitar tanto a mente, apenas deixando que o conteúdo entrasse por meio de leitura.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Júlio: Meu maior erro foi tentar manter um relacionamento com alguém que não ajudava. Eu também deveria ter começado a estudar antes, pois passar em cinco meses foi pesado e arriscado demais. Meu maior acerto foi realmente sangrar e estudar até a morte. De início era tudo muito básico, mas fui desenvolvendo técnicas avançadas totalmente únicas que me serviram demais. Mas todos podem fazer isso, não foi nada mágico. Quando você respira, come e dorme pensando nos estudos, grandes ideias vêm a sua mente, e você se torna uma máquina imparável que atropela tudo até a aprovação.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Júlio: A desistência nunca passou pela minha mente, pois a vida estava ruim o suficiente já. Ela não poderia piorar por minha própria incompetência. O mais difícil realmente é a perseverança. Entender que você vai dar a volta no planeta andando é uma tarefa que parecerá nunca ter fim enquanto você está nela… até que muito tempo depois você vê que terminou. Acreditar em si mesmo e ter disciplina para impulsionar sua autoconfiança é um trabalho para poucos.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Júlio: Eu quero o meu sucesso. Todos queremos, certo? Isso é o bastante. Se você não quiser por si mesmo, ninguém vai querer.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Júlio: As pessoas olham para mim, inclusive meus familiares, e dizem que sou especial, que tenho facilidades, que sou inteligente. A verdade é que ninguém sabe o quão angustiante é receber esses adjetivos. Eu não tenho nada de especial, nenhuma varinha mágica, um cérebro maior, ou uma cabeça biônica. Mas tenho uma frase que me acompanha: “OS SONHOS DAS PESSOAS NÃO TÊM FIM!!!”. Não se iluda, não importa se acham que você é um gênio, ou se olham pra você como alguém que sente dificuldades de aprendizado. A régua do esforço não tem numeração limite, assim como as suas capacidades, assim como os seus sonhos. Ou você trabalha duro, ou você será a zebra que não pode estar acompanhada dos leões. A aprovação é muito saborosa, e o tempero dela não é a inteligência, é o SANGUE!