93 pontos (de 100) no concurso TJ SP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário
Tribunais“Acho que é muito importante se conhecer para tomar as melhores decisões no caminho. O tempo que passei pesquisando sobre como estudar para concursos e testando métodos, testando meus limites, foi essencial para conseguir adaptar os meus estudos e estudar com qualidade quando realmente comecei e foquei no concurso que queria.”
Confira nossa entrevista com Camila Ramalho, 93 pontos (de 100) no concurso TJ SP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário:
Estratégia Concursos: Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Camila Ramalho: Sou formada em Direito pela UEL – Universidade Estadual de Londrina, tenho 23 anos e sou da cidade de Garça – SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Camila: Analisando as perspectivas na minha área, sabia que não me identificava com a advocacia, então desde o início da faculdade já tinha consciência de que os concursos estavam no meu futuro e representavam a direção que gostaria de tomar. Foi só no último ano, no entanto, que comecei a estudar realmente com foco nas provas.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Camila: Durante parte do meu tempo de estudo eu conciliei com a faculdade. Após a formatura em junho de 2021, no entanto, tive o privilégio de poder me dedicar integralmente aos estudos para concurso.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Camila: O concurso para Escrevente Técnico Judiciário do TJSP foi o meu primeiro concurso.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Camila: Ao receber meu resultado, a ficha demorou um pouco para cair, já que ir bem em uma prova de concurso é algo muito esperado e essa foi a primeira prova que prestei. Mas é claro que fiquei muito feliz, orgulhosa da minha conquista e realizada em saber que os meus esforços geraram resultados.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Camila: Como eu tive, durante boa parte do tempo, a possibilidade de me dedicar somente aos estudos, consegui me organizar para estudar minhas metas durante a manhã e a tarde, deixando as noites e os fins de semana livres, pelo menos no pré-edital. No pós-edital, aumentei um pouco as horas durante a semana, mas ainda dentro do período da tarde, e passei a estudar aos sábados de manhã. Todo o tempo que eu tinha livre, portanto, era dedicado a esse convívio social e tempo de descanso que eu acredito serem fundamentais para manter a saúde mental e que trazem o equilíbrio que torna a vida possível durante o estudo para concurso.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Camila: Eu morei sozinha em outra cidade durante a maior parte dos anos da faculdade, mas, com o início da pandemia, voltei a morar com os meus pais e, portanto, namorei à distância durante esse período. Tanto a minha família quanto meu namorado sempre me apoiaram incondicionalmente e fizeram de tudo para me ajudar a conquistar meus objetivos, sempre me entendendo e aliviando o máximo possível a carga emocional que vem com os estudos. Eu não poderia ser mais grata a eles e ao papel que eles tiveram nessa fase da minha vida.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Camila: Eu acho que tudo depende do caminho de cada um, é uma decisão muito pessoal. Tão válido quanto ter um foco exclusivo e a resiliência e determinação de esperar pelo concurso que é o seu foco, insistindo nele, é ganhar experiência ao longo do caminho e às vezes até se abrir para encontrar realização em um cargo que não seria seu objetivo inicialmente. Eu sabia que, por agora, queria prestar para a área de tribunais. Ter a oportunidade do concurso dentro do meu estado foi o melhor cenário possível, então ainda não sei qual vai ser meu próximo passo após o concurso do TJSP.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovada?
Camila: Com foco no TJSP foram aproximadamente sete meses.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Camila: Sim, estudei sem edital no começo, por alguns meses, quando ainda estava aprendendo a estudar para concursos e me concentrando na área de tribunais em geral, e, depois, já com foco no TJSP, por cerca de quatro meses. A disciplina, para mim, nunca foi muito relacionada com a existência ou não de edital aberto, mas sim com a vontade de passar e de definir os rumos da minha vida. Conhecendo meu ritmo de estudo e sabendo que preciso ter um equilíbrio entre estudos e descanso, sabia que não conseguiria me preparar com qualidade em três meses ou menos do período pós-edital, então ter a consciência de que estava adiantando minha preparação e avançando nos estudos me dava mais segurança de saber que, quando o edital fosse publicado, eu teria tempo para aperfeiçoar os pontos necessários e de revisar e memorizar as partes que precisam desse tipo de estudo, pois a base já estaria construída.
Fora isso, criar uma rotina bem definida, ter um cronograma bem estabelecido e organizado, planejar os estudos, estudar por horas ao invés de metas de estudo (estudava uma matéria por hora e depois trocava, fazendo o tanto que conseguisse durante aquele período definido) e acordar cedo, tendo o estudo como primeira atividade do dia me ajudaram a evitar a procrastinação e conseguir estudar com qualidade.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Camila: Conheci o Estratégia através de pesquisas na internet sobre concursos e depois tive um contato maior através de uma amiga que havia se tornado assinante e me mostrou a plataforma e o curso que estava fazendo, me ajudando a escolher o Estratégia como o curso que eu queria utilizar na minha preparação.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Camila: Meu estudo teve várias fases. Eu iniciei pelos PDFs, lendo, grifando e fazendo algumas anotações, além das questões presentes ao final. Em algumas matérias, como português, que eu tinha mais facilidade, tive a impressão de que acabava lendo muito rápido os PDFs e não conseguia ter tanta qualidade na retenção das informações, por isso assisti às videoaulas, que usei também em pontos específicos das matérias em que tinha mais dificuldade. Elas ainda foram uma importante ferramenta durante a segunda fase do estudo, quando já havia finalizado o edital e estava fazendo uma revisão geral das matérias. As aulas de questões comentadas que são colocadas na plataforma, como as maratonas e jornadas de questões, também foram essenciais nessa fase da minha preparação. Na última fase, utilizei os resumos e mapas mentais disponibilizados, estudei muito a lei seca e intensifiquei a resolução de questões.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Camila: Eu estudei, sim, várias matérias ao mesmo tempo. Na verdade, desde o início da minha preparação para o TJSP eu estudei quase todas as matérias do edital, deixando apenas Direito Constitucional, matéria mais curta nesse edital e que eu tinha um bom domínio graças à faculdade, e Direito das Pessoas com Deficiência, que também é mais curta, para serem introduzidas no meu cronograma um pouco depois. Então já comecei os estudos para esse concurso conciliando aproximadamente dez matérias. Eu fiz alguns poucos resumos pontuais, de partes que eram mais difíceis para mim, ou esquemas/tabelas do que tinha que ser decorado mais próximo da prova, mas eles não eram a minha principal ferramenta de estudo. Também não conseguia reler a teoria, pois sentia que nas leituras seguintes era muito difícil manter a atenção, então buscava estudar a mesma parte da matéria por diferentes métodos: começava pelo PDF, depois assistia algumas videoaulas, fazia questões, estudava a lei seca, sempre tentando ter uma perspectiva diferente sobre o mesmo tema.
Com relação às horas estudadas, foram três períodos diferentes: enquanto eu conciliava com a faculdade, estudava quatro horas líquidas por dia, durante a semana apenas. Quando a faculdade terminou, passei a estudar seis horas líquidas diárias, ainda somente durante a semana. Por fim, no pós-edital, passei para sete horas líquidas diárias, aumentando nas últimas duas semanas para oito ou nove em alguns dias, e passei também a estudar entre três e quatro horas nos sábados de manhã.
Eu já sabia que queria estudar uma matéria por hora, pois pesquisei bastante sobre como estudar para concursos antes de realmente iniciar e tive um período em que testei alguns métodos. Assim, quando fui montar meu plano de estudos pensei em quais matérias estudaria e qual peso daria para elas, analisando quantidade de pontos a serem estudados, quantidade de questões na prova e dificuldade pessoal, e em quantas horas eu teria para estudar aquelas matérias, definindo assim o que estudaria em cada dia e adequando esse plano conforme avançava nos estudos e aumentava a carga horária.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Camila: Tive mais dificuldade em Direito Processual Civil e em Normas da Corregedoria Geral de Justiça, que notei por estar tendo um rendimento bem menor do que nas outras matérias nos simulados que fiz. Para ultrapassar essa dificuldade, passei a fazer uma análise mais aprofundada da lei seca nessas duas matérias, fazendo uma recuperação ativa do conteúdo estudado no dia algumas horas depois, para forçar minha memória a gravar mais detalhes.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Camila: Eu estabeleci algumas metas de revisão geral para as últimas duas semanas antes da prova, então acabei aumentando a carga horária nesse período e fazendo todo o possível para cumprir todas elas, o que consegui fazer.
No dia anterior da prova eu estudei pela manhã, revisando algumas partes específicas e repassando fórmulas e outros pontos que tinham sido decorados. No período da tarde, como prestei a prova na capital e moro no interior, fiz a viagem a São Paulo e de noite tentei descansar para me preparar para o dia seguinte.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Camila: Acho que o meu maior erro foi ignorar as revisões no início, por não saber muito bem como fazê-las, mas consegui corrigir esse erro através da resolução de muitas questões dos temas que tinham sido mais esquecidos. O maior acerto eu diria que foi estruturar uma rotina que me permitisse disciplina e constância, além de saber adaptar os métodos de estudos às necessidades específicas que tinha em cada matéria e conforme ia avançando em cada uma.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Camila: Acredito que o mais difícil foi o cansaço das horas de estudo aliado à ansiedade e à incerteza que são naturais da preparação para concursos, mas em momento nenhum pensei em desistir.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Camila: Minha principal motivação creio que tenha sido a vontade de construir meu próprio caminho, saber que cada dia que passava estudando era um passo a mais que eu dava em direção ao futuro que eu estava moldando para mim mesma.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Camila: Acho que é muito importante se conhecer para tomar as melhores decisões no caminho. O tempo que passei pesquisando sobre como estudar para concursos e testando métodos, testando meus limites, foi essencial para conseguir adaptar os meus estudos e estudar com qualidade quando realmente comecei e foquei no concurso que queria.
Ter um planejamento e uma rotina estável também ajudam muito na disciplina e constância, que são fundamentais nessa fase.
Além disso, acho que o maior conselho é viver o caminho. Temos que aprender a achar vida nos pequenos detalhes, comemorar as pequenas vitórias, ter o descanso e o convívio com família e amigos como parte do cronograma, para que seja possível passar por todo o processo e perceber que esse período não foi um meio para um fim, mas uma fase da vida que também foi aproveitada construindo seu futuro.