“Para me manter motivado, pensava muito nos benefícios que a aprovação poderia trazer para minha vida futura. Às vezes, também assistia a vídeos do Estratégia mostrando a história de vida de alguns professores e coaches, como a Núbia, o Felipe Lucas, o Herbert Almeida e o Glesler Maldonado. São histórias inspiradoras e motivadoras”
Confira nossa entrevista com Rafael Pires Daher, aprovado em 11° lugar no concurso SEFAZ AL no cargo de Auditor Fiscal:
Estratégia Concursos: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Rafael Pires Daher: Sou de Niterói, tenho 43 anos e sou formado em Letras, com mestrado em Língua Portuguesa pela UERJ.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rafael: Sim, trabalhei por pouco tempo na minha área de formação (menos de 1 ano), como professor na Faculdade onde fiz a graduação, no interior do Rio de Janeiro.
Comecei a estudar para concursos em 2007, quando tinha 28 anos. Na época, pensava em fazer doutorado. Cheguei a fazer a prova de seleção e fui aprovado. Mas, na mesma época, os concursos de tribunais (TRF, TRT, TRE, etc.) estavam muito em evidência e acabei desistindo de iniciar o doutorado para me dedicar aos estudos para esses concursos de tribunais, pela boa remuneração inicial, pela estabilidade e também porque me identifiquei com as matérias. Em 2008, passei para o TRT-RJ (Técnico Judiciário), onde trabalho até hoje.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Rafael: A ideia de estudar para a área fiscal surgiu anos depois de tomar posse no TRT. A área fiscal me interessou pela boa remuneração e autonomia. Cheguei a iniciar os estudos 2 vezes, mas acabei desanimando. Até que em 2018 conheci o Estratégia e a ideia de retomar os estudos para a área fiscal ganhou força, principalmente pelo fato de eu ter percebido que seria possível conciliar com o meu trabalho. Assim, após refletir bem sobre os sacrifícios envolvidos na dedicação ao projeto (tempo, lazer, etc.) decidi iniciar a preparação, em 2019.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Rafael: Quando iniciei os estudos para a área fiscal, eu já trabalhava no TRT-RJ. Assim, tive que me dividir entre estudos e trabalho, e, por conta disso, tive inevitavelmente que estudar nos fins de semana, feriados, férias, etc., a fim de conseguir manter uma carga horária semanal de estudos minimamente razoável, para dar conta da imensidão de conteúdos da área fiscal.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Rafael: Cheguei a ser aprovado em outros concursos, mas efetivamente nomeado, só no TRT. Dois anos depois da posse no TRT, em 2010, cheguei a ficar em 6º lugar na prova objetiva do concurso do MPU para Analista Administrativo, mas fui eliminado na prova discursiva. Foi uma prova bem atípica, que eliminou 127, dos 138 que tiveram a discursiva corrigida.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Rafael: Sim. A área fiscal, pela imensa quantidade de matérias, exige uma longa preparação até que o candidato possa encarar uma prova de forma competitiva. Realmente, não é fácil manter a disciplina durante tanto tempo. No meu caso, para manter a disciplina e o foco, eu tomei uma série de medidas para otimizar a minha rotina e o meu tempo disponível para os estudos. Só para citar um exemplo, eu cortei as idas a supermercados, passando a fazer as compras pela internet.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? Qual o diferencial que encontrou em nosso material? Recomendaria para um amigo que está começando os estudos?
Rafael: Conheci o Estratégia em 2018. Não só recomendaria, como recomendo (rsrs..) a todos que me pedem alguma indicação. Os diferenciais são muitos: o Estratégia põe à disposição dos concurseiros não só os materiais regulares, mas também um arsenal de ferramentas para turbinar a preparação do candidato. Eu diria que o diferencial dos materiais do Estratégia é a busca incessante pela excelência e pela inovação. Na minha opinião, uma das decisões mais revolucionárias do Estratégia e que beneficiou imensamente os alunos, foi a sistemática das assinaturas, iniciada em 2019. Foi um verdadeiro divisor de águas. Eu, por exemplo, antes de me matricular no curso da SEFAZ/AL, percorri vários outros cursos, sem ter nenhum gasto extra. Algo inimaginável anos atrás e que democratizou enormemente o acesso a um curso preparatório de excelência.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor para você? Videoaulas, PDFs, livros?
Rafael: Seguindo a orientação dos monitores, priorizei os PDFs. Mas, em algumas matérias mais difíceis, também fiz uso das videoaulas. Praticamente, não usei nenhum livro na minha preparação.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Rafael: Em média, estudava 5 horas efetivas por dia, 7 dias por semana.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Rafael: De fato, este é sem dúvida o maior desafio de quem se prepara para a área fiscal: conseguir manter cerca de 15 (às vezes 20) matérias na memória, simultaneamente, e em alto nível! No início, ia inserindo uma matéria nova de cada vez e mantendo as antigas em “modo revisão” (tendo contato com elas pelo menos 1 vez por semana, por meio principalmente de resolução de questões de concursos anteriores). E assim eu fui avançando. Ao final, meu ciclo semanal de estudos (de 35 horas semanais) contemplava todas as 15 matérias, concentrando maior carga horária nas matérias mais importantes. Nesse estágio, estudava praticamente só resolvendo questões. E só recorria ao material teórico quando tinha alguma dúvida mais relevante.
Fazia o mínimo de resumos possível. Só os fazia quando achava que o custo-benefício era vantajoso, considerando o tempo gasto para fazê-los.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Rafael: Sim. As 2 matérias que mais me deram trabalho foram Contabilidade Geral e Tecnologia da Informação. Para alcançar um bom nível nessas 2 matérias, a estratégias que utilizei foram dedicar-lhes mais carga horária, paciência e persistência.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Rafael: Sou solteiro, sem filhos e moro sozinho. Desta vez, foi uma caminhada solitária. Acabei me isolando um pouco de tudo nesses 2 anos, inclusive de redes sociais.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Rafael: No meu caso, como eu trabalhava e estudava, tive, inevitavelmente, que estudar aos fins de semana, feriados e férias, para conseguir manter uma carga horária semanal de estudos competitiva para a área fiscal, e também para minimizar, digamos, a desvantagem em relação aos concurseiros que não trabalham. Eu costumo dizer que uma boa preparação para um concurso da área fiscal é um projeto que exige de nós nada menos do que o nosso máximo; nada menos do que o nosso melhor.
Dessa forma, a vida social e o lazer foram bastante sacrificados nesse período. Tentei manter um mínimo de equilíbrio nessa história toda, preservando a rotina diária de atividade física e as noites de sono. Afinal, a caminhada é longa e a rotina de estudos deve, sim, ser alta, porém de qualidade e, sobretudo, sustentável a longo prazo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Rafael: Eu acho que manter o foco em 1 única área favorece uma preparação de excelência e maximiza as chances de aprovação. Assim, como regra, eu desaconselharia focar em 2 áreas diferentes.
Entretanto, excepcionalmente, dependendo do contexto. Se, por exemplo, as áreas forem muito parecidas, se o candidato está com tempo sobrando, se já percorreu todo o conteúdo da sua área prioritária e não há nenhum edital interessante publicado ou previsto nessa área, e, de repente, surge algum edital interessante nessa outra área similar, e o candidato avalia que isso não prejudicaria seu foco principal, pode ser válido tentar.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Rafael: Comecei a estudar para a área fiscal em janeiro de 2019. Em 2020, quando eu já me sentia pronto para começar a tentar as provas que viessem, não houve concursos, por conta da pandemia. Mas a verdade é que, em razão das incertezas geradas pela pandemia no tocante aos próximos concursos, eu ainda não havia fechado o foco de estudos em nenhuma das 3 subáreas (Receita Federal, fiscos estaduais ou fiscos municipais). Só fiz isso em maio de 2021, quando vários editais de concursos de fiscos estaduais começaram a ser publicados. Ou seja, entre iniciar os estudos específicos para os fiscos estaduais e a prova da SEFAZ/AL foram 5 meses.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Rafael: O momento de abrir a lista de resultado preliminar e dar um “CONTROL + F” para checar se o meu nome constava na lista dos primeiros 60 foi de grande tensão! Quando vi que meu nome constava lá, a adrenalina foi enorme! Porém a lista não trazia a classificação; trazia somente os nomes dos aprovados em ordem alfabética e respectivas notas na P1, P2, discursivas, etc., sem somatório total. Mas como eram só 60 nomes, fui passando o olho nas notas dos aprovados, primeiramente nas notas das provas objetivas e depois nas notas das discursivas. Notei, então, que minha nota tinha sido muito boa e que eu tinha chances de estar entre os 20 primeiros. Até que, minutos depois, fui contatado pela Milena do Estratégia, que me disse que pela análise realizada, eu estava entre os 20 primeiros. Então foi uma alegria enorme! Mas, de qualquer forma, trata-se de um resultado provisório. Vamos aguardar o definitivo que sairá em dezembro! Independentemente de qualquer coisa, fiquei muito feliz com meu desempenho.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Rafael: Desta vez, até que a última semana foi relativamente tranquila, pois consegui organizar bem os estudos no pós-edital, equilibrando bem as revisões das matérias antigas com o estudo das matérias inéditas e finalizar praticamente todo o conteúdo programático do edital cerca de 10 dias antes da prova. Assim, não ficaram grandes pendências para a última semana, o que me deixou bem tranquilo.
A véspera da prova também foi relativamente tranquila. Descansei e também dei uma estudada leve em alguns pontos estratégicos da matéria.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Rafael: Eu treinei muitas questões discursivas durante a minha preparação, pois vários monitores do Estratégia alertaram para o peso que as discursivas têm em alguns concursos e fiquei feliz com o meu bom desempenho na SEFAZ/AL.
Sendo assim, eu aconselho fortemente aos concursandos que não negligenciem o estudo para as discursivas durante a preparação.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Rafael: Sempre cometemos erros. Nenhuma preparação é perfeita. Mas se eu tivesse que apontar um relevante e recente, eu diria que foi ter demorado a iniciar os estudos da legislação tributária estadual. Quanto aos acertos, se eu tivesse que citar um ou dois, eu diria que foram o treinamento constante de questões discursivas e um bom planejamento da minha rotina da semana anterior à prova.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Rafael: Como eu disse, em 2 ocasiões passadas, eu cheguei a iniciar os estudos, mas acabei desistindo… Então, desta vez, eu pensei e repensei muito antes de iniciar o projeto, já ciente dos sacrifícios envolvidos e do tamanho do desafio. Não cheguei a pensar em desistir, mas devo dizer que o primeiro ano da preparação foi o mais difícil.
Para me manter motivado, pensava muito nos benefícios que a aprovação poderia trazer para minha vida futura. Às vezes, também assistia a vídeos do Estratégia mostrando a história de vida de alguns professores e coaches, como a Núbia, o Felipe Lucas, o Herbert Almeida e o Glesler Maldonado. São histórias inspiradoras e motivadoras.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Rafael: No meu caso, eu já era servidor concursdado do TRT-RJ. Tinha uma boa remuneração e morava numa boa cidade (Niterói). Mas eu queria um trabalho que me proporcionasse uma remuneração melhor, que me desse mais tranquilidade financeira, que me desse mais autonomia e que também me permitisse exprimir mais minhas potencialidades (sempre gostei muito de Matemática).
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rafael: Aconselharia, primeiramente, a se informar muito bem sobre os sacrifícios envolvidos (que variam de concurso para concurso e de área para área). Aconselharia também a fazer um bom curso preparatório (de preferência, o Estratégia! Sou suspeito, pois sou fã do Estratégia, rsrs). E, uma vez tomada a decisão, reorganizar toda a sua rotina de vida, de modo a otimizar o tempo, a fim de obter o máximo de tempo disponível para os estudos. Por fim, tentar descobrir a sua carga horária de estudos diária/semanal ideal: uma carga horária que concilie quantidade, qualidade e sustentabilidade a longo prazo.