Aprovado em 1° lugar no concurso SEFAZ ES para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual
Fiscal - Estadual (ICMS)“Acredito que para manter a disciplina devemos focar no objetivo final, e não nos desafios que se apresentam no dia a dia, como cansaço, desânimo, etc. Se esperar estar motivado para estudar, nunca conseguirá ter uma regularidade”
Confira nossa entrevista com Rodrigo Müller de Sias, aprovado em 1° lugar no concurso SEFAZ ES para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual:
Estratégia Concursos: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Rodrigo Müller: Sou natural de Pelotas/RS, já rodei um pouco, agora moro há 15 anos em São Paulo/SP. Tenho 38 anos, sou formado em Engenharia de Produção pela UFSC e pós-graduado em Gerenciamento de Projetos pela FGV.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rodrigo: Sim, desde que me formei trabalho na minha área de formação, na iniciativa privada. A decisão de me preparar para concursos públicos surgiu a partir de uma vontade de dar novos rumos para a minha vida profissional. No final de 2017, início de 2018, decidi buscar alternativas e, num primeiro momento, a decisão foi de fazer uma nova pós-graduação ou MBA que me permitisse ampliar o leque de possibilidades, dentro da iniciativa privada mesmo. Após analisar algumas opções, concluí que isso demandaria um alto investimento financeiro e de tempo/energia, com um retorno prático questionável. Outra opção seria empreender, mas, por uma questão de vocação, desisti da ideia. Por fim, resolvi explorar alternativas no setor público. Foi assim que descobri a carreira de auditor fiscal e tomei a decisão de me preparar para o concurso público.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Rodrigo: Foi um conjunto de fatores, desde a análise das atividades desenvolvida pelos auditores fiscais (que são bem amplas), passando pela remuneração e entendimento do quão estratégico é esse trabalho para o bom funcionamento do Estado e cumprimento do seu papel na sociedade.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Rodrigo: Durante toda a preparação, conciliei os estudos com o trabalho na iniciativa privada. Não vou negar que a rotina era bem desgastante, mas foi o caminho que escolhi. Apesar de todos os desafios que essa decisão implica, sempre acreditei que seria possível conciliar os dois.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Rodrigo: O concurso para auditor fiscal da SEFAZ/ES foi o primeiro em que fui aprovado (na 1º colocação ????).
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Rodrigo: Com certeza. Quem está na caminhada sabe que é impossível chegar em um nível competitivo iniciando os estudos após a publicação do edital. Acredito que para manter a disciplina devemos focar no objetivo final, e não nos desafios que se apresentam no dia a dia, como cansaço, desânimo, etc. Se esperar estar motivado para estudar, nunca conseguirá ter uma regularidade.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rodrigo: O Estratégia é a grande referência no mundo dos concursos, impossível não conhecer.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor para você? Videoaulas, PDFs, livros?
Rodrigo: Para teoria usei muitos PDFs e alguns poucos livros. Videoaulas, muito pouco. Quando estava mais avançado, sites/sistemas de questões e leitura de leis secas.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Rodrigo: No pré-edital a meta era 4 horas por dia durante a semana e 5 nos finais de semana, totalizando 30 horas semanais. No pós-edital tentava chegar em 35-40 horas semanais.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso?
Rodrigo: No início da minha preparação, cometi um erro de diagnóstico grave, acreditei que não era necessário seguir uma metodologia estruturada, que não precisava fazer um ciclo de estudos, enfim, bem desorganizado mesmo. Foi só vir a primeira prova (SEFAZ/SC) para eu “cair na real” e entender que precisava me organizar bem. A partir disso, busquei ajuda, montei ciclos focando inicialmente na teoria, mas sempre resolvendo alguns exercícios para entender como era cobrado. Com o tempo, conforme o estudo ia progredindo, a carga horária com teoria ia diminuindo e a carga com resolução de exercícios aumentando.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Rodrigo: Entendo que todas as disciplinas têm seus desafios, mas a mais complexa para mim foi Contabilidade. Além de ser complexa por natureza, cada banca tem um estilo diferente de cobrança. O que eu fazia era resolver muitos exercícios e voltar na teoria sempre que necessário, acho que não tem outro jeito. Se pudesse fazer algo diferente, começaria essa disciplina com videoaulas, teria ajudado.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Rodrigo Müller: Sou casado e tenho uma filha. Minha esposa e demais familiares sempre apoiaram minha decisão. Preparar-se para concurso, para quem é casado (ou divide o lar com alguém), é um projeto familiar. Se o projeto não for muito bem combinado, fica difícil.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Rodrigo: Por ter sempre trabalhado durante a preparação, eu tinha que planejar muito bem cada minuto do dia. No pré-edital, abdicava de muitas coisas, mas não do essencial. Por exemplo, meus pais moram longe, então sempre procurei uma forma de visitá-los de tempos em tempos, afinal, nunca sabemos o dia de amanhã. A vida não para enquanto estudamos, sempre tive consciência disso. Já no pós-edital (no pós-autorização, na verdade), tive que radicalizar, estudava 7 dias por semana praticamente sem pausa, tirei férias a que tinha direito para estudar, etc.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Rodrigo: Acho que depende muito da situação de cada pessoa. Para mim, não fazia muito sentido fazer um “concurso escada”, por exemplo. Para quem tem uma urgência grande em ser aprovado, talvez valha a pena. Varia muito caso a caso.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Rodrigo: Meu foco sempre foi a área fiscal. Específico para a SEFAZ/ES, desde que a autorização foi confirmada e o concurso teve a banca organizadora divulgada (aprox. 9 meses antes da prova).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Rodrigo: Sensação de missão cumprida, de alívio. Nunca participei de uma maratona, mas acho que foi parecida com a sensação de um maratonista que cruza a linha de chegada – cumprindo o seu objetivo – quando já estava exausto, com a língua de fora (rsrs).
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Rodrigo: Na semana que antecedeu a prova eu desacelerei e só revisei os principais pontos de cada matéria. Como eu vinha em um ritmo muito forte, minha preocupação maior era chegar exausto na hora da prova e isso me atrapalhar. Na véspera eu não estudei nada, fiquei apenas me concentrando e mentalizando cada passo que faria no dia seguinte.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Rodrigo: Entendo que o fundamental na discursiva é conhecer a matéria, o conteúdo que será cobrado. Mas acho essencial também treinar antes, fazer um curso específico ou resolver provas passadas. Se tentar improvisar na hora da prova, a chance de dar tudo errado é enorme.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Rodrigo: O meu maior erro foi no início da preparação, sem dúvida. Cometi um erro de diagnóstico importante e subestimei o que significa a preparação para um concurso público de grande porte. Acho que faltou humildade mesmo. Por outro lado, posso dizer que um acerto foi reconhecer isso e corrigir o rumo, sem nunca deixar de acreditar que seria possível chegar no objetivo final.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Rodrigo: O mais difícil para mim foi lidar com o cansaço, conciliar os estudos com o trabalho e a família. Sempre procurei otimizar o tempo, eliminar desperdícios, mas sem deixar de lado o essencial, como mencionei antes. Nunca pensei em desistir por me sentir cansado ou desmotivado. Acho que o mais importante foi manter o foco no objetivo final, em chegar competitivo na hora da prova e conseguir a aprovação.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Rodrigo: Alcançar a aprovação, cumprir a grande meta a que tinha me proposto.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rodrigo: Há tanto para falar/escrever sobre isso, mas creio que o fundamental seja refletir profundamente sobre o que realmente você quer. Se a decisão de iniciar os estudos for frágil, a probabilidade de desistir no meio do caminho é gigantesca. Por outro lado, se concluir que é isso mesmo que você quer, vá em frente com muito foco e saiba que existe um caminho. Pode ser bem árduo, mas ele existe. No início da minha preparação eu procurava depoimentos de aprovados que tinham conciliado estudos com trabalho, e achava poucos casos, via que a grande maioria “apenas” estudava. Mas, sinceramente, acredito que não seja fácil para ninguém, cada pessoa tem uma história, dificuldades, anseios, enfim, uma realidade distinta da de outra pessoa; como dizem, “cada um sabe onde o seu calo aperta”. Não tenho a pretensão de “inspirar” ninguém com esse depoimento, mas se alguém ao lê-lo conseguir “pegar algo” dele, o tempo gasto escrevendo essas palavras já vai ter valido a pena! Um abraço, Rodrigo.
PS.: Se alguém desejar entrar em contato, fico à disposição para trocar ideias ou conversar…
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