91 pontos (de 100) no concurso TJ SP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário
Tribunais“A caminhada é longa, difícil e, por vezes, solitária, mas poucas coisas são tão gratificantes quanto a colheita dos frutos por todo o esforço e dedicação. E acredite, a vitória chega para aqueles que não desistem”
Confira nossa entrevista com Andressa Dias, que fez 91 pontos (de 100) no concurso TJ SP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário:
Estratégia Concursos: Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Andressa Dias: Sou formada em Direito, tenho 25 anos e sou de São Paulo/SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Andressa: Foi uma junção de fatores: minha mãe é concursada, atualmente está aposentada, mas foi Auditora Fiscal da Receita Federal. Então, ela é minha incentivadora número 1 e sempre abriu meus olhos para seguir a carreira pública desde os tempos de escola. Porém, de início, eu fui teimosa. No período da faculdade, iniciei um estágio em um escritório de advocacia, o que levou ao segundo motivo, vi com meus próprios olhos a falta de qualidade de vida dos advogados, cujos salários não correspondiam ao tamanho do esforço e carga de trabalho. Portanto, ao me formar, tomei a decisão de estudar para concursos.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Andressa: Quando decidi começar a estudar para concursos, após me graduar, tive uma conversa com meus pais, que aceitaram segurar as pontas para mim nesse ano de pandemia, então consegui me dedicar inteiramente aos estudos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Andressa: Como eu tive a oportunidade e o privilégio de tirar o ano apenas para estudar, conseguia sair aos finais de semana, geralmente para passar um tempo com meu noivo e com a família.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Andressa: Atualmente moro com meus pais, mas estou noiva, prestes a me casar. Como minha mãe é concursada e meu noivo também está focado em crescer profissionalmente, tive suporte de ambos os lados, graças a Deus. Entendiam quando eu preferia ficar em casa estudando, principalmente no período pós-edital, que foi o momento que eu mais abdiquei da parte social. Não só entendiam, como também davam um empurrãozinho quando o desanimo batia. Realmente, foram incríveis, especialmente na parte emocional. Continuarão apoiando, pois pretendo continuar estudando para outros concursos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Andressa: Considero o concurso de Escrevente do TJSP como um “concurso escada” para mim. Meu sonho é seguir carreira jurídica, sendo mais específica, a Magistratura. Porém, como o financeiro impacta muito no emocional, acho importante sim prestar outros concursos para preencher essa parte, pois a caminhada é longa e árdua. Então, penso que a partir do momento que consigamos nos manter financeiramente, já ajuda muito no processo de estudo para cargos maiores.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso TJSP?
Andressa: Comecei a estudar para o TJSP em fevereiro/2021, então foram oito meses de preparação.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Andressa: Sim, no ano que 2020, por conta da pandemia, não tínhamos muitos concursos de Tribunais à vista (meu foco). Portanto, segui a Trilha Regular do Estratégia para cargos de Analista Jurídico. Assim, em fevereiro/2021, ao iniciar os estudos focada no TJSP, eu já tinha uma boa noção dos assuntos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Andressa: Conheço há alguns anos por conta da minha mãe, que se mantinha muito antenada nos concursos. Ela tentava mudar minha mentalidade, pois, até então, eu queria seguir na carreira privada (hahaha).
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Andressa: A matéria de português foi a única que preferi estudar por videoaulas, assisti o curso da professora Adriana Figueiredo. Nos demais assuntos, estudei pelos PDFs do Estratégia, acho mais dinâmico e efetivo.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Andressa: Eu montei um cronograma no Excel, basicamente seguindo a Trilha Estratégica do TJSP pré-edital. Escolhi estudar 3 matérias por dia, em média 4h/5h de estudos por dia, não mais que isso, pois não costumava render (até tentei). Cronometrava em um aplicativo 1h30 por matéria, dentro desse tempo, eu avançava no assunto e fazia questões para fixação. Reservava os finais de semana para revisar os assuntos da semana.
Para revisar, as matérias de Direito eu ora lia a lei seca, ora relia os grifos no material do PDF e ora estudava pelos mapas mentais, mas em todos os casos, antes de iniciar, fazia uma média de 15/20 questões para tentar resgatar o conteúdo já visto.
Matérias de exatas, informática e português, eu focava em fazer muitos exercícios.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Andressa: Informática foi meu maior obstáculo, em razão de ser um conteúdo muito amplo e eu utilizar o computador no automático, sem prestar muita atenção nas funcionalidades. Então, foi um desafio imenso decorar os caminhos do Windows, funções do Excel, guias do Word, etc.
Por esse motivo, foi uma das matérias que mais revisei, principalmente no pós-edital. Foi a única matéria também que preferi assistir o vídeo na semana de revisão do Estratégia.
Ainda assim, foi o tema que eu mais errei. Porém, levando em conta que foram 14 questões, ter errado “apenas” 3 foi um grande alívio.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Andressa: Sou muito ansiosa, então na última semana eu esqueci até que tinha noivo e família (haha). Nessa parte, não foquei mais nos materiais de revisão, mas sim em fazer muitas questões para “aparar as arestas”. Nessa última semana também resolvi a última prova do TJSP, que foi aplicada no interior (2018). Na véspera de prova preferi continuar estudando.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Andressa: O maior acerto foi a consistência, sem dúvidas. Mesmo indisposta, conseguia estudar todos os dias, ainda que em um ou outro dia meu ritmo não tenha sido o mesmo, não deixava de estudar, nem que fosse por 1h. Outro acerto foi ter me testado, fiz mais de um simulado ao longo da minha preparação, o que me ajudou a perceber em quais assuntos eu precisava dar mais atenção. Fora isso, fazer um estudo focado na banca do concurso foi crucial. Na hora da prova, não tive tanta dificuldade de interpretação, pois já tinha feito várias questões da Vunesp.
Em contrapartida, acho que tive dois grandes erros: o primeiro foi ter abdicado das atividades físicas. Eu senti, no último mês de preparação, ansiedade e nervosismo muito grandes, o que poderia ter colocado em risco todos esses meses de preparação. Acho que os exercícios teriam distraído um pouco minha cabeça. O segundo foi ter dedicado muito tempo em matérias que eu sentia mais segurança, como português e algumas de direito. No último mês, eu ainda me sentia despreparada em informática e matemática, o que aumentou ainda mais o nervosismo. Foi uma corrida contra o tempo que poderia ter sido evitada com uma melhor organização.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Andressa: O psicológico. Por mais que eu tenha tido o suporte familiar, sempre me cobrei muito e senti que estava sendo um peso para eles, especialmente na parte financeira. Então, cheguei a pensar em desistir e procurar emprego na iniciativa privada para conseguir ajudar com as contas, principalmente porque nesse período as despesas aumentaram muito, já que resolvi me casar (hehe).
Na verdade, quem mais me ajudou foi minha mãe. Eu apontava meus desconfortos para ela, que eu queria ser mais prestativa, mas ela não me deixou desistir de jeito nenhum. Já meu noivo, brinca que eu sou um investimento (haha). Foi outra pessoa que também não me deixou desistir.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Andressa: A vida que minha mãe conseguiu me proporcionar por conta da carreira pública, não só pela qualidade, mas por ela ter tido tempo de ser presente em todas as etapas, desde que sou pequena. Sonho em conseguir dar a mesma coisa aos meus filhos no futuro.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Andressa: O conselho é começar pelo começo: tenha um bom planejamento antes de iniciar, saiba para qual área você quer seguir, não saia “atirando para todos os lados”. No mais, persista e tenha muita resiliência. A caminhada é longa, difícil e, por vezes, solitária, mas poucas coisas são tão gratificantes quanto a colheita dos frutos por todo o esforço e dedicação. E acredite, a vitória chega para aqueles que não desistem.