PRF em detalhes – Parte 3: Avaliação de Saúde e Psicológica
Olá, meus amigos!
Meu nome é Eduardo Alberi, coach do Estratégia Concursos (Instagram: @eduardoalberi) e hoje vou continuar a série semanal de artigos detalhando o último concurso da PRF. Neste artigo falarei sobre outras duas fases: Avaliação de Saúde e Avaliação Psicológica.
Caso ainda não tenham vistos os anteriores, deixo aqui os links:
Avaliação de Saúde
A avaliação de saúde é a quarta fase da primeira etapa do concurso, e, novamente, é apenas eliminatória. Corresponde basicamente a uma convocação para apresentação de uma série de exames médicos que serão avaliados por juntas médicas em uma data definida.
No último concurso da PRF, foram convocados os candidatos aprovados na prova discursiva e classificados até a 3800ª posição, para ampla concorrência, e até a 200ª para os candidatos que se declararem pessoas com deficiência.
Costumo dizer que essa etapa é uma das mais chatas dos concursos da área policial. São solicitados um monte de exames, todos devem conter nome e RG do candidato, estarem com prazo de validade de 180 dias e várias outras exigências. É uma quantidade muito grande de informações que devem ser verificadas e uma ou outra pode passar sem ser notada e resultar em reprovação. É bem comum candidato confundir o tipo de exame médico solicitado e só descobrir isso após verificação pela junta médica, o que, normalmente gera problemas.
A avaliação de saúde é dividida em algumas etapas. Não vou detalhar cada um dos exames solicitados, pois não é esse o escopo. O objetivo aqui é apenas alertá-los para a quantidade de detalhes dessa fase. Para mais informações, favor olhar o Anexo III do edital 2013 da PRF.
- Exames laboratoriais
- Bioquímica do sangue
- Sorologias do sangue
- Urina
- Fezes
- Teste toxicológico
- Exames complementares
- Neurológico
- Cardiológico
- Oftalmológico
- Otorrinolaringológico
- Psiquiátrico
- Pulmonar
- Ecografia do abdômen total com laudo
- Exame clínico: é o realizado por profissional médico com a presença do candidato em data e local estipulado, munido de todos os exames acima. O médico poderá determinar a realização de outros exames, caso julgue necessário.
Além disso tudo, há diversas condições incapacitantes para o exercício das atribuições no cargo (são quase 200, é sério!). Eu particularmente acho que algumas dessas condições “incapacitantes” são absurdas, mas não sou especialista no tema, muito menos médico, então ficarei quieto rsrs.
Então, pessoal, nesta etapa sugiro montar uma planilha no Excel para controlar os exames feitos, prazos cumpridos e demais exigências de modo detalhado, evitando, assim, esquecer alguma coisa e/ou se perder. Mais importante ainda é pedir para outra pessoa verificar, pois você pode ficar com a vista “viciada” ao verificar tantas vezes os exames.
Dos 3800 candidatos convocados, apenas 2322 foram aptos na avaliação de saúde, ou seja, houve cerca de 39% de reprovação/absenteísmo! Eu não me recordo de ver uma quantidade tão grande de reprovações em outros concursos policiais. Isso serve para reforçar, ainda mais, a importância dessa fase, muitas vezes negligenciada pelos candidatos.
Avaliação psicológica
A avaliação psicológica é a quinta fase da primeira etapa do concurso. Assim como a fase anterior, é apenas eliminatória.
Nessa fase, são aplicadas, presencialmente, diversas “provas” que atestam os requisitos psicológicos do candidato para desempenho das atribuições do cargo de PRF.
Veja que, como não poderia deixar de ser, todos os testes psicológicos são feitos de forma padronizada e objetiva. Não pode ter nenhum julgamento subjetivo por parte da banca examinadora, pois isso poderia ferir a imparcialidade que deve ter todo concurso público.
As aplicações dos testes são feitas por psicólogos, que emitirão laudo psicológico fundamentado sobre a decisão de aptidão ou inaptidão do candidato.
Os testes são divididos, basicamente, em 5 tipos: personalidade objetivos, personalidade projetivos, aptidão, raciocínio e atenção. Cada um desses tipos contém diversos testes diferentes e não é possível saber quais serão aplicados no próximo concurso. O Cespe, banca examinadora do último da PRF, costuma manter um padrão, mas não posso afirmar com certeza quais cairão.
Abaixo, cito alguns testes de cada tipo, entretanto sem tecer comentários sobre eles. Quem tiver curiosidade, basta procurar na internet que tem muita informação.
- Personalidade objetivos: ICFP-R, IFP-R, CPS, NEO PI-R, NEO FFI, EFN, EdAAI, RAS, IHS
- Personalidade projetivos: Palográfico, PMK, Rorschach, Pirâmides de Pfister, DFH
- Aptidão: TMV, TEDIF, TES
- Raciocínio: BPR-5, BRD-SR, BRD-VR, TRAD
- Atenção: AD, AS, TEDIF, TADIM, TACOM
Algum dos testes acima foram proibidos, pois envolviam avaliação subjetiva por parte da banca examinadora e dos psicólogos, o que não é permitido em concursos públicos.
Essa fase de aplicação dos testes psicológicos pode ser muito cansativa, pois é praticamente como uma prova normal. São cerca de 4 horas em uma sala de aula (se não for mais), com tempo cronometrado, etc, ou seja, você se sente novamente fazendo uma prova do concurso! Nesse ponto, é fundamental controlar a ansiedade, visto que estamos nas fases finais e reprovar aqui é desesperador!
O último concurso da PRF, de 2013, convocou para a avaliação psicológica até 3800ª posição, para ampla concorrência; e até 200 PNE. Foram 2741 candidatos aptos, isto é, reprovação/absenteísmo de 28%!
Mais uma vez estou surpreso com esses índices. Não imaginava que seriam tão altos. Para se ter uma ideia, no meu concurso de perito criminal 2016, da PCDF, o índice foi de 17%. Um valor ainda alto, porém, bem mais aceitável.
Finalizamos aqui mais um artigo sobre a PRF. Essas duas fases são muito delicadas e, assim como as outras, requer muita atenção e paciência do candidato. Reprovar aqui é como “morrer na praia”, então todo cuidado é pouco!
Semana que vem o artigo será sobre as fases de Investigação Social e Funcional e a Avaliação de Títulos, sempre com base no último edital da PRF, em 2013.
Abraços e bons estudos!
Eduardo Alberi
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