Aprovado no concurso PMSP
“Jó sempre foi um homem reto e sincero, tinha tudo, mas em determinado momento Deus decidiu testar sua fé, tirou tudo que o mantinha de pé, e mesmo assim Jó não desanimou. No final, Deus reconstituiu tudo em dobro na vida de Jó. Fazendo um paralelo, muitas das vezes o concurseiro larga tudo que tem, perde tudo que o mantinha em pé, mas no final da jornada, tudo lhe é reconstituído em dobro, quando o nome aparece no diário oficial”
Confira nossa entrevista com Jonatas Calefi dos Santos, aprovado no concurso da Polícia Militar de São Paulo para Soldado PM de 2ª classe:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Jonatas Calefi dos Santos: Olá! Me chamo Jonatas, curso um tecnólogo em segurança pública, tenho 22 anos, nasci no interior de São Paulo, em uma cidade chamada Angatuba, e cresci em uma cidade vizinha, Itapetininga. Todo o meu ensino foi em escola pública, desde o fundamental ao médio.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Jonatas: No momento em que sai do Ensino Médio, decidi cursar uma área distinta da policial, e nisso acabei passando no vestibular da FATEC, em análise e desenvolvimento de sistemas, mas minha paixão era pela área de engenharia, e nisso estudei para o vestibular da Fuvest, e acabei conseguindo minha aprovação na USP, em engenharia da computação, mas não efetuei minha matrícula, pois antes disso fui em uma formatura de um amigo na APMBB (Academia de Polícia Militar de Barro Branco) e o desejo de ser policial apareceu. Achei que a caminhada seria fácil, pois já vinha de um longo caminho estudando, mas foi totalmente diferente.
Estratégia: Durante sua caminhada como concursando, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Jonatas: Durante 1 ano posso dizer que eu me dediquei inteiramente ao estudo para concurso, mudei-me para capital para fazer um cursinho presencial, mas esse não atendia as minhas demandas, e eu acabava não conseguindo acompanhar a turma, e nisso decidi voltar ao interior e voltar ao antigo/atual emprego, e essa foi a melhor opção, sei que para muitos isso não é bom, mas para mim conciliar o estudo e trabalho foram essenciais.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Jonatas: Fui aprovado em 7 concursos, e todos eles da polícia militar de são paulo, desde o cargo de soldado ao de oficial, o último foi o de soldado da PMESP, a qual a colocação final, após todas as fases, foi em 53º.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família etc.? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Jonatas: Então, atualmente eu estou em um postura radical, pois mudei os meus planos e decidi ir atrás de um concurso da área do poder executivo federal, e após alguns anos estudando e criando um felling para concurso, percebi que a área que hoje desejo é mais complexa que a anterior. Mas na época que estudava para PMESP, eu levava minha vida “normalmente”, em dias de semana eu trabalhava e no final da tarde eu estudava, entretanto, nos finais de semana eu estudava apenas uma hora no sábado e o resto eu curtia, saía com amigos, família e namorada.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Jonatas: Hoje em dia eu namoro, e moro com meus pais, e posso dizer que sem eles não teria alcançado nem metade do que consegui. Minha namorada é uma das pessoas mais compreensíveis do universo, ela também gosta de estudar e sabe que esse momento incerto de estudo para concurso pode transformar nosso futuro.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Jonatas: Eu estudei por cerca de 1 ano e 1/2.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Jonatas: Como é sabido, saem 3 concursos da PMESP todo ano (2 de praça e 1 de oficial), e esse motivo nos ajuda a estudar, pois a disciplina acaba nascendo automaticamente, pois a qualquer momento o edital pode sair.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Jonatas: No início eu comecei com aulas presenciais, mas não conseguia acompanhar, após algum tempo comprei o curso de oficial da PMESP da Estratégia e comecei estudar por videoaulas. Mas percebi que perdia muito tempo e não conseguia render o suficiente, foi aí que peguei os pdf’s para ler, e no mesmo momento em que ia lendo já ia fazendo meus resumos para futuras revisões. A vantagem de estudar por pdf sempre foi a velocidade para se concluir um determinado assunto.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Jonatas: Conheci a Estratégia através de um primo concurseiro de longa data, que me recomendou a assinatura de vocês, mas que na época por falta de dinheiro acabei decidindo assinar apenas o curso específico.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Jonatas: O meu estudo sempre foi baseado em 3 matérias por dia, e acredito que pela minha capacidade de reter o conteúdo rapidamente, eu consegui zerar o edital 2 vezes em 4 meses. Minhas revisões se baseavam em questões.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Jonatas: A minha dificuldade até hoje é em português, em humanas, em exatas sempre fui muito bem. Como essas matérias correspondiam a quase 70% da prova, eu sempre ia bem. E por esse motivo decidi focar mais em português, então, no último concurso de soldado da polícia militar de São Paulo gabaritei português e algumas outras matérias, conseguindo uma nota que se me falassem alguns anos atrás que eu atingiria, eu desacreditaria. Atingi 85% da prova, errando apenas 9 questões.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Jonatas: Quando criança, após a perda de meu avô, ao qual eu era muito apegado, eu sofri de um problema grave, o TAG (transtorno de ansiedade generalizada) e tive que fazer longas sessões de terapia. Sinceramente isso me ajudou muito, pois consegui controlar totalmente minha ansiedade e meu estresse. Para se ter noção, no dia anterior à prova foi como todo sábado para mim, estudei o básico 1h, depois fui curtir o final de semana. No domingo, eu finalizei a prova antes do período mínimo para poder sair, lembro que tive que esperar 15 minutos, isso com a redação concluída.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Jonatas: Então, essa sempre foi uma falha minha, acredito que se tivesse focado na época um pouco mais, poderia ter ficado entre os 10 primeiros. De 40 pontos possíveis eu fiz apenas 29, então o meu conselho, e é o que atualmente eu faço, é treinar pelo menos 1 vez por semana.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Jonatas: Nos primeiros concursos eu fui muito “burro” e acabei deixando de treinar, o que fez eu ser reprovado no TAF e me desmotivou muito. Entretanto, após 6 meses eu teria outro TAF e nesse eu fiz os 400 pontos possíveis, mas outro problema apareceu, o psicológico da PMESP, não sabia eu como me portar ou agir, e por erro e vício em cafeína, tomei quase uma garrafa sozinho e acredito que isso me afetou no desempenho dos testes aplicados.
Após alguns dias, como já disse anteriormente, não raro, dois concursos da PMESP ocorrem simultaneamente, e cerca de 15 dias depois tive outro psicológico o qual eu fui aprovado, e não cometi o mesmo erro do café.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Jonatas: Entre os erros, posso citar a falta de treino em redações, a fatal de treino ao TAF, a falta de resumos mais enxutos e a falta de revisões contínuas. Hoje em dia posso dizer que aprendi com eles e atualmente aplico ferrenhamente o meu aprendizado.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, o que te motivou a seguir em frente?
Jonatas: Desistir sempre passou pela minha mente, pois a incerteza da prova e a incerteza da aprovação são naturais nessa caminhada, pois não sabemos o que nos espera.
Sempre acreditei que ser aprovado em concurso público dependia de 3 coisas:
1ª – Uma bagagem de estudo – sem essa é impossível alcançar uma aprovação;
2º – Sua hora de alcançar a aprovação – como em uma fila, em algum momento sua vez chega;
3º – Sorte – Digo isso, pois pode ser que de tudo que estudamos caia apenas 20%, mas também podemos ter a sorte de cair 100% do que estudamos.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Jonatas: A sensação foi incrível, foi inexplicável, mas mal sabia eu que após alguns meses tomaria uma atitude de sair para continuar com foco no estudo para outros concursos policiais.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Jonatas: Para não desistir da minha caminhada eu sempre me inspirei na história bíblica de Jó, que eu sinceramente acho que todos deveriam ler, mesmo aqueles sem religião. Essa história mostra a perseverança de um homem:
Jó sempre foi um homem reto e sincero, tinha tudo, mas em determinado momento Deus decidiu testar sua fé, tirou tudo que o mantinha de pé, e mesmo assim Jó não desanimou. No final, Deus reconstituiu tudo em dobro na vida de Jó. Fazendo um paralelo, muitas das vezes o concurseiro larga tudo que tem, perde tudo que o mantinha em pé, mas no final da jornada, tudo lhe é reconstituído em dobro, quando o nome aparece no diário oficial. Atualmente, eu voltei nessa caminhada de concurseiro e posso dizer, ela não é fácil, mas saber que no final tudo será recompensado é o motivo que me segura nos estudos.