Aprovado na PRF MS e na PF:
“Acordava, e minha meta era bater horas líquidas de estudo. Concluía, ia para o próximo dia e fazia a mesma coisa, não ficava pensando no que ia acontecer daqui a meses ou anos. Meu foco era diário, era um leão por dia.”
Confira nossa entrevista com Armando Castelan Neto, aprovado na PRF MS e na PF:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Armando Castelan Neto: Meu nome é Armando, eu tenho 39 anos, sou natural de Penápolis, interior de São Paulo, e sou formado em Estatística pela UNESP de Presidente Prudente.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Armando: O início de minha vida nos concursos foi em 2010. Eu morei muito tempo fora do país, depois de me formar fui para o exterior em 2005, morei na Inglaterra entre 2007 e 2008. Depois voltei e tive uma empresa, trabalhei com mercado de ações e, em 2010, eu decidi que queria buscar estabilidade. Essa era a minha visão, então comecei a estudar. Optei pela área fiscal naquele momento.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Armando: Quando eu iniciei os estudos, como eu nunca havia estudado para concursos e estava há muitos anos sem estudar, optei por não trabalhar nos 6 primeiros meses, então eu estudava de 10 a 13 horas liquídas todos os dias, de domingo a domingo, para dar uma acelerada e ganhar conhecimento rápido. No começo eu ia em um cursinho presencial e o resto estudava em casa, focando na área fiscal.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Armando: Logo após os 6 meses, eu passei no concurso de Técnico da Fazenda Estadual da SEFAZ SP e ingressei nesse cargo no começo de 2011. Fiquei lá por 2 anos e meio, mas eu ainda tinha foco na área fiscal e continuei estudando, dessa vez, conciliava trabalho e estudo. Eu trabalhava 8 horas no meu cargo e conseguia estudar no tempo vago de 5 a 6 horas líquidas. Essa era a média. Fazia isso todos os dias e, após 2 anos e meio, passei no cargo de Analista de Planejamento, Orçamento e Finanças Públicas do Estado de São Paulo – APOF, da Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo também. Neste cargo eu fiquei por 6 anos. Do meu 4º para o 5º ano no cargo, eu decidi abandonar a área fiscal e partir para a área policial, mas ainda sem muita motivação de estudar. Fui começar a estudar realmente no início de 2018, aí sim focado inteiramente na área policial, estudando para o curso da PF.
Como eu saí da área fiscal e fui para a área policial, eu já tinha um conhecimento mais elevado porque a área fiscal é um pouco mais pesada. Então quando foquei realmente na PF, isso me ajudou, porque a carga de estudos da PF, em relação ao material, é um pouquinho menor do que eu vinha estudando e, como eu foquei só na PF, já estava com conhecimento avançado em algumas matérias.
No meio dos estudos eu optei por fazer também a PRF. Fiz a prova da PF e 2 meses e pouquinho depois fiz a prova da PRF. Comecei a estudar para a PRF efetivamente depois da prova escrita da PF. Acabei aprovado nas duas. Na PF fiquei na segunda turma para fazer a academia e fiz a PRF para o Mato Grosso do Sul, fiquei classificado em 25º, então já fui na primeira turma mesmo.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Armando: Quando eu vi meu nome pela primeira, lá em 2010, foi uma emoção muito grande. Foi muito rápido, eu ainda me lembro que eu não tinha certeza, muita gente falava que tinha “maracutaia” em concurso, então realmente eu não tinha a visão de que era possível e, logo de cara, já conseguir foi bem emocionante e legal. Depois veio a segunda aprovação, terceira, quarta…As emoções diminuem mas sempre foi muito gratificante ser recompensado.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Armando: Durante minha jornada de estudos, eu nunca deixei a família de lado ou a vida social, sempre tentei conciliar com os estudos, que eram minha prioridade junto com o trabalho. Apenas estudos foram 6 meses, o resto todo estive trabalhando, então sempre tive que conciliar. Eu fazia dos estudos a minha prioridade e o resto eu moldava conforme a minha necessidade de estudar. Família, namorada, eu ia encaixando conforme a disponibilidade de horários, porque conciliar estudo e trabalho é bem desafiador. Minha rotina era basicamente estudo e trabalho de segunda à sexta, sábado e domingo estudava bastante, mas eu deixava um dia ou dois da semana à noite para encontrar amigos, geralmente de segunda-feira, às vezes de quarta-feira. Sábado e domingo eu também encontrava o pessoal, a família, mas conseguia manter o foco. Se eu tinha que estudar 6 ou 8 horas líquidas, eu me divertia após isso. Então tentava manter de segunda à sexta uma rotina de 6 horas líquidas de estudo e de sábado e domingo 8 ou 9 horas. Como eu morava sozinho, também tinha as tarefas de casa que demandavam tempo. Por isso, o principal para mim era a disciplina, que eu consegui manter durante todo o tempo e me ajudou demais.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? (Se esse ainda não é o concurso dos seus sonhos, se possível, citar qual é e se pretende continuar se preparando para alcançar esse objetivo).
Armando: Eu acredito que a pessoa deve focar em uma área e estudar para essa área. Em relação a fazer outros concursos, não vejo problema nenhum, contanto que a pessoa não abandone o que está estudando e estude só para o outro. Talvez conciliar o foco dela e adicionar uma ou outra matéria pensando nesse concurso que vai fazer. E também acho válido a experiência de estudar para outras áreas que acabam agregando valor para as matérias que você já está estudando, e a experiência de ir fazer a prova, sentir a sensação, o momento, isso vai te dando experiência para você atingir níveis maiores no seu conhecimento e ir se desenvolvendo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Armando: Vou responder baseado nas minhas duas últimas aprovações porque foram perto uma da outra. Meu foco era a PF, estudei 7 meses só focado nela, mas já tinha conhecimento anterior de algumas matérias. Para a PRF, estudei 2 meses e meio focado somente nela. Mas também já tinha conhecimento prévio.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Armando: Sim, eu sempre fui disciplinado, não digo a vida toda, mas desde que eu comecei a estudar, mantive minha disciplina intensamente, sem muita dificuldade. Sempre fui um cara equilibrado, então isso me ajudou e eu conseguia manter a disciplina pensando no foco, que era a aprovação. Acordava, e minha meta era bater minhas horas líquidas de estudo. Concluía, ia para o próximo dia e fazia a mesma coisa, não ficava pensando no que ia acontecer daqui a meses ou anos Meu foco era diário, era um leão por dia. O que me ajudou foi a motivação de ser aprovado. Como já tinha sentido esse gostinho, eu sabia que era possível e que dependia apenas de mim.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Armando: Eu iniciei fazendo 6 meses em um cursinho presencial, que foi meu primeiro contato com concurso, antes eu não sabia praticamente nada disso, nunca tinha lido a Constituição Federal, por exemplo. Após os 6 meses, eu fiz somente curso online. Acho que maximiza o tempo e, pela minha disciplina, é muito mais interessante do que presencial. Aí passei a conhecer vários cursinhos e, sem dúvida, o material mais completo é o do Estratégia. O conteúdo do PDF, que é pelo qual eu mais gosto de estudar, realmente não tem comparação, é completo. Eu sempre acompanhei meus estudos com sites de questões. Conciliava os meios de estudo. Meu modo de estudo é muito rápido, com mais repetições, pra mim funciona melhor. Então eu mantinha duas ou três fontes de estudo, deixando o Estratégia como a principal. Quando eu precisava me motivar, eu colocava alguns vídeos e mudava um pouco o formato de estudos.
No início eu sempre procurava ler muitos livros, depois que fui avançando fui abandonando os livros e partindo para o PDF, que era mais rápido e eficiente do que o conteúdo do livro. Eu tinha livros das matérias mais básicas, como Direito Constitucional, Direito Administrativo, Direito Tributário, Português. Depois fui partindo para os PDFs que foi quando conheci o Estratégia e meus estudos foram deslanchando.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Armando: Eu estudava várias matérias durante o dia. Essa era minha metodologia, estudava cada matéria de 40 minutos até 1h30 e fazia como se fosse um espiral. Por exemplo, tinham 12 matérias, eu ia na sequência, estudava 5, 6 matérias em um dia, se fosse fim de semana estudava um pouco mais, 8 ou 9 matérias. Isso não fazia eu enjoar da matéria, tinha bom rendimento e contato com a matéria sempre. Às vezes eu estudava só PDF da matéria, outras vezes vídeo, outras somente exercícios. Eu mudava constantemente, sempre estava observando a necessidade do momento. No início das matérias, estudava bem os PDFs, aí quando eu terminava os PDFs, eu ia só para exercícios ou então vídeos e exercícios. Mas essa forma é avançada para quem está iniciando. Então a pessoa tem que adequar a sua necessidade, pois funcionava muito bem assim quando eu já tinha um conhecimento das matérias. Mas eu lembro que no início eu estudava 2 horas por matéria, então dava 3 ou 4 matérias por dia. Eu fui alternando a forma de estudo conforme sentia necessidade. É importante a gente observar o que está rendendo, encontrar uma metodologia que funcione. Tem gente que faz uma programação mirabolante e não consegue cumprir. Eu buscava fazer o simples, que funcionava para mim e não me deixava muito estressado, é isso o que importa.
Eu fazia resumo de algumas matérias, as mais importantes e, como lia muito PDF, eu ia grifando, ou no computador, ou impresso e, quando eu ia ler novamente, eu lia só o que estava grifado. Isso reduzia o material e fazia com que eu lesse mais rápido. Então essa era a ideia, eu pegava um PDF completo e reduzia ele. Sempre fazia muitos exercícios. Na reta final de uma preparação eram 200, 300 exercícios diários. Material mais denso no início da preparação e muitos exercícios com a proximidade da prova.
Para a PF e PRF, eu procurei diversificar. Eu acompanhava muita coisa pelo Youtube, que o Estratégia disponibilizava, como simulados. Eu fui aproveitando a gama de diversidade dos estudos, porque no final da minha preparação era complicado sentar e fazer só uma coisa, então eu procurava métodos diferentes para sempre me manter motivado. A ideia era cumprir a jornada de estudo e continuar evoluindo, buscando fazer a melhor prova possível.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Armando: Eu não pensava muito na dificuldade. Tinha um pouco mais facilidade na área de exatas, por ser formado na área. Mas no início, todas são difíceis, então se eu sentia que tinha mais dificuldade em uma matéria, eu pegava pesado, estudava muito, muito, e logo estava no nível das outras. Fui ultrapassando essas dificuldades com esforço.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Armando: Fiz a prova escrita da PF e já comecei a estudar para a PRF. Desde que iniciei os estudos em 2018, eu pensava no TAF. Como sempre fiz esportes, nunca fiquei sem, não foi tão difícil pegar o ritmo. Eu sempre deixava 1 hora diária para fazer esportes, focando no TAF. Eu corria de vez em quando, fazia minha preparação física de reforço do corpo. Fiz academia explicando para os professores que eu precisava de alguns exercícios para fortalecer o corpo para as provas do TAF, então foi bem tranquilo. Tive algumas lesões que me prejudicaram, mas fui levando tranquilamente e acabou dando certo. Eu fui esportista a vida toda, isso me ajudou bastante.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Armando: Sem dúvida, o maior erro foi ter começado a estudar sem ter o melhor material. Às vezes, eu não foquei em ter o melhor material para não gastar, para economizar, outras vezes sem saber qual era o melhor material e isso me fez perder tempo.
O maior acerto foi conseguir cumprir o desafio que eu tinha colocado.
Eu sempre fui muito disciplinado e organizado nos meus estudos, isso me ajudou muito.
No que diz respeito à organização, eu tinha a minha, mas não perdia muito tempo me organizando, assim eu conseguia estudar muito conteúdo. Isso foi o meu maior acerto.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Armando: As dificuldades foram muitas. Eu fiquei noivo nesse período, morei junto, depois a gente se separou. Isso, claro, prejudica os estudos. Houve mudança de cidade quando eu passei no outro concurso. A vida muda muito, é difícil manter o foco, mas eu sempre consegui retornar aos estudos e as dificuldades acabavam me motivando. Quando acontecia um problema, eu focava ainda mais, sabendo que era o que tinha que ser feito.
O melhor é que eu nunca pensei em desistir. Sempre soube que eu poderia alcançar o objetivo.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Armando: Minha principal motivação era ajudar a família e ter um trabalho com o qual eu pudesse me desenvolver, me desafiar e ser feliz.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Armando: Meu conselho para aqueles que estão iniciando é que sejam felizes. Aproveitem o momento, não pensem nos estudos como um fardo. Quando você começa a adquirir conhecimento, você se torna outra pessoa, sua visão muda, você se transforma, as pessoas percebem isso em você. Às vezes você acaba nem se encaixando mais onde se encaixava, porque você se transforma. Foque nisso. Se torne uma pessoa melhor. O momento de estudo é um momento de alegria, você está se testando, se desafiando, adquirindo novos conhecimentos. É muito interessante. Às vezes, você busca um sonho de um trabalho e quando você entra, o desafio acaba, a alegria acaba. Então pense na alegria desses momentos de estudo, e claro, sempre focado na disciplina, sem isso a aprovação fica mais difícil.
Eu optei pela área policial, justamente, buscando uma nova motivação. Já estava há mais de 8 anos na Secretaria da Fazenda, então eu buscava um novo desafio. Os acontecimentos do Brasil em 2015 e 2016 me fizeram acreditar que meu lugar era na Polícia Federal. Então foquei nisso, falei “vou mudar de área”. Eu estava com 37 anos, trabalhando, era complicado conciliar tudo, mas a motivação de ingressar na PF me fazia acreditar e querer continuar, por isso acredito que atingi o objetivo.