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Carreira AFT: Escolha da cidade no Norte do Brasil, pequeno relato

Morar no Norte do Brasil. Não posso dizer que nunca havia pensando nessa possibilidade, mas quando isso virou uma possibilidade real, as coisas mudaram um pouco dentro da minha cabeça.

Depois da alegria de ver meu nome na lista de aprovados do AFT-2013, tive que passar a pensar na escolha da lotação. Isso é um momento difícil. A decisão mudará sua vida completamente para os próximos anos.

No meu concurso, nós tínhamos essas opções para escolher:
-Rio Branco/AC;
-Manaus/AM;
-Macapá/AP;
-Barreiras/BA;
-Teixeira de Freitas/BA;
-Imperatriz/MA;
-Cuiabá/MT;
-Rondonópolis/MT;
-Altamira/PA;
-Marabá/PA;
-Santarém/PA;
-Porto Velho/RO;
-Boa Vista/RR;
-Passo Fundo/RS;
-Uruguaiana/RS;
-Santo Ângelo/RS.

Diante das opções, a primeira coisa que você faz é procurar as cidades no mapa. Qual cidade fica mais perto de casa?

Depois de localizar a cidade no mapa, você corre atrás das informações no Google. Quantos habitantes? Tem aeroporto? Tem estrada boa? Custo de vida? A cidade é grande? A cidade tem shopping? Qual a melhor cidade?

No meu caso, pela minha classificação final no concurso (meio da tabela) e pelas opções que quase todos os aprovados jogaram numa planilha pré-escolha, eu sabia que por mais que escolhesse cidades próximas do Paraná eu iria acabar ficando com umas das vagas do Norte.

Passei a pesquisar as cidades do Norte e acabei caindo nesses “fóruns da vida” sobre concursos. Neles, encontrei mais desinformação do que informações úteis. Por exemplo, enquanto pesquisava a cidade Porto Velho, li que não havia luz elétrica, que a energia caía todo dia, que não havia água encanada, que não havia internet, que todas as pessoas eram feias. Enfim, você encontra muita coisa que não serve para nada. Quando cheguei a Porto Velho (minha escolha), as coisas eram um pouco diferentes do que li.

Acabei escolhendo Porto Velho mais pela logística do que pelas informações que colhi após vários dias de pesquisa. Na pesquisa descobri que Porto Velho tinha um aeroporto com voos diários para Brasília. E o mais importante para mim, também tinha voo diário que saía de Porto Velho e passava por Maringá-PR (onde eu morava). Esse voo durava umas 6 horas. Quase tão rápido quanto sair de Maringá e ir até Curitiba de carro.

Viajamos, minha esposa e eu, para Porto Velho no dia 31 de março de 2014. Saímos pela manhã do aeroporto de Maringá, fizemos escala em Campo Grande e em Cuiabá, e chegamos em Porto Velho mais ou menos 2 horas da tarde.

Quando saímos do ar-condicionado do avião e pisamos na escada, parecia que estávamos entrando dentro de um forno. Quente. Estava quente. Muito quente. Põe quente nisso.

Os verões no Paraná são quase tão quentes quanto os de Rondônia, mas não têm tanta umidade. A umidade de Porto Velho faz você suar, ou melhor, faz você derreter.

Passado o susto da temperatura. Fomos para o apartamento que já tínhamos alugado com a ajuda de um Auditor-Fiscal que estava saindo da cidade com a remoção. Nós chegamos. Muitos saíram. Esse colega nos ajudou muito com a locação. Ficamos no apartamento onde ele estava. A ajuda entre os colegas na Auditoria Fiscal do Trabalho é comum. Todos se ajudam. Isso é muito bom.

Entrei no apartamento. Tomei um banho e fui para a posse. Cheguei perto das 4 horas na sede da Superintendência do Trabalho e Emprego e consegui tomar posse ainda no dia 31.

No dia seguinte, já começamos o curso de formação. Os dias foram passando. Aprendemos muito com os colegas instrutores. Os dias foram passando. Fomos para Brasília fazer uma parte do curso de formação. Voltamos. Começamos a fiscalizar com a ajuda dos instrutores. Os dias foram passando. O curso de formação acabou. Os dias foram passando.

Hoje, 15/10/2016, enquanto escrevo, faz 929 dias que estou em Porto Velho. Muitos familiares, amigos e alunos me perguntam se eu gosto de morar na ciadade, se a cidade é boa, se isso, se aquilo. Bem, não posso dizer que a cidade é bonita. Não posso dizer que é uma capital nos moldes das capitais do sul e sudeste. Não posso dizer que o clima é agradável. Digamos que a cidade é diferente (trânsito, calçadas, filas, construções, etc).

Não estou criticando de modo algum o jeito da cidade. Ela é estranha para quem é de fora. No entanto, a cidade é normal para as pessoas daqui e você acaba se acostumando. Você acaba entrando no ritmo da cidade, pois não adianta querer moldar uma cidade inteira ao seu modo de ver as coisas. Você é que tem que perceber que você é o estranho e que você tem que passar a viver de acordo com as regras impostas pelo local em que vive.

Hoje, gosto muito de morar em Porto Velho. Gosto muito das pessoas daqui. Admiro essas pessoas. No passado, era tudo floresta. Hoje, a cidade é um lugar bom para se viver. Aqui tem tudo o que é necessário para se viver bem. Há um shopping (pequeno mas há), há vários bons restaurantes, há bons bares, há cinema, há internet, há bons mercados, há boas escolas, há boas lojas (roupas, eletrodomésticos, etc).

Enfim, consigo viver confortavelmente aqui Porto Velho. Estou feliz.

Link para cursos do Estratégia para Auditor-Fiscal do Trabalho

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Veja os comentários
  • Deixei de aceitar umA nomeação porque era pra Rodônia. Ouvi falar q o custo de vida era muito caro lá.
    manoel valentim em 20/08/18 às 09:22
  • Bom dia Adinoel, Quais são as perspectivas para o novo concurso de AFT?
    willian em 17/10/16 às 10:30
  • fala mais sobre sua trajetória na receita prof.. estou estudando p analista da receita.. valeu pelas dicas..
    tati em 16/10/16 às 12:13
  • Legal professor!!!! O senhor tomou posse no dia do meu aniversário e passou no mesmo dia pela minha cidade (Campo Grande - MS).....Eu recém fui aprovado no concurso do INSS e estou meio que no desespero, pois vou para uma região que fica a mais de 2000 km de casa.....
    Marcio Sabedot em 15/10/16 às 21:36
  • retificando, ** consigo mesmo...obg
    Afonso Hudson em 15/10/16 às 20:02
  • O problema é que o brasileiro é preconceituoso com ele mesmo. O Brasil tem suas características peculiares de cada região, no caso 5 no total, cada município, mais de 5 mil. O importante é desbravar-se e conhecer pessoas maravilhosas por esse Brasil afora. O Brasil é lindo. País de maravilhas e de muitas riquezas.
    Afonso Hudson em 15/10/16 às 20:00
  • Parabéns pelo relato! Lendo o texto agente até se imagina escolhe do a cidade...rsrsrs Entretanto, ainda falta muito. O lance é continuar estudando e conseguir arrebentar quando surgir o concurso. Dino, grande abraço!
    Alex em 15/10/16 às 17:16
  • Valeu Dino!!! Escreva sempre pra nos motivar! Certamente seremos colegas de trabalho no próximo certame! Abraços fraternais Giovani Piracicaba/SP
    Giovani em 15/10/16 às 13:28