Aprovado o concurso Polícia Civil de São Paulo
“A vida de concurseiro realmente não é fácil. A concorrência é grande, as provas são difíceis e a caminhada é longa. Mas a satisfação ao se alcançar o objetivo almejado compensa certamente todas as dificuldades do caminho. Acredito que, para quem deseja um cargo público, duas são as palavras-chave para se chegar lá: disciplina e paciência. Passar em concurso público não é algo que acontece da noite para o dia. Exige muita preparação e apoio. Mas a recompensa certamente virá”
Confira nossa entrevista com Guilherme Gomes, aprovado no concurso da Polícia Civil de São Paulo para o cargo de Escrivão:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Qual sua idade? De onde você é? Qual sua formação?
Guilherme Gomes: Meu nome é Guilherme, tenho 25 anos e sou proveniente da cidade de Mococa, interior do Estado de São Paulo. Sou formado em Direito pela Facamp, instituição a quem devo muito pelos anos de grandes aprendizados, amizades e lições que levarei para toda a vida. Formei-me no ano de 2018 e, desde então, tenho me dedicado à vida de concurseiro, estudando muito para concursos públicos diversos. Tenho interessante particular pelas áreas de Direito Penal, criminologia e investigação policial, razões as quais me conduziram para o concurso da Polícia Civil do Estado de São Paulo.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Guilherme: Desde a faculdade, sempre tive interesse pelos cargos jurídicos relacionados com o setor público. Não tinha muito interesse por atuar no setor de advocacia privada, o que me fez direcionar meus estudos para os concursos públicos.
Durante a faculdade, passei em um concurso para estagiário do Ministério Público, instituição em que atuei no setor de atos infracionais. Nesse período, ganhei muitos conhecimentos relacionados com a rotina do serviço público e também tive a grande oportunidade de aprender muito sobre a atuação dos órgãos relacionados com a justiça criminal, o que me fez consolidar a minha ideia em atuar nesta área do Direito e ser servidor público. Com isso, mesmo antes de terminar a faculdade, já iniciei meus estudos visando ingressar em carreira pública.
Estratégia: Por que escolheu a área policial? Tem algum parente policial que te inspirou?
Guilherme: A área policial sempre me interessou, embora não tenha nenhum familiar, amigo ou parente que faça parte da polícia. A faculdade e o meu período de estágio despertaram em mim grande interesse pela rotina policial, que é bem dinâmica. Sou extremamente cativado por matérias relacionados com a vida policial, como investigação policial, Direito Penal e Processual Penal e Criminologia. Além disso, a atuação do policial é diferenciada em nossa sociedade, e considero que a polícia presta um serviço essencial à sociedade e é um dos órgãos públicos mais importantes na atuação e efetividade da justiça criminal.
Estratégia: O fato de lidar com o crime no dia a dia gerou algum tipo de medo em você ou em sua família?
Guilherme: Lidar com o crime cotidianamente com certeza não é algo fácil. Minha família especialmente tem ainda um certo receio em relação a isso, mas é o fardo de todo policial e servidor que atua na área de segurança pública. É preciso manter atenção e cuidados no dia a dia e orientar os familiares para que mantenham a calma.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Guilherme: Iniciei meus estudos ainda na época de faculdade, então tive a oportunidade de apenas me dedicar integralmente aos estudos para concurso, pois não tinha nenhum ofício. Com certeza, a dedicação integral aos estudos me ajudou muito a conseguir a aprovação.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Em quais colocações?
Guilherme: Já fui aprovado em dois concursos públicos: no de Escrivão de Polícia, na Polícia Civil do Estado de São Paulo, em que fiquei colocado em 31° lugar, e no de Analista Jurídico do Ministério Público do Estado de São Paulo, no 109° lugar.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Guilherme: A sensação é única e indescritível. É ao mesmo tempo uma sensação de alívio e de merecimento, por ter conseguido alcançar uma meta traçada que exige muito esforço e disciplina.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Guilherme: Tentei manter o equilíbrio na minha vida social. Obviamente, é preciso ter moderação, de modo que deixei de sair muito com meus amigos e familiares, mas não abdiquei totalmente dos momentos de lazer, até porque eles são fundamentais para o descanso. Busquei me manter centrado unicamente nos estudos durante os dias de semana (de segunda a sexta), e, aos finais de semana, costumava estudar menos e preferia passar ao lado de meus amigos e familiares.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Guilherme: Atualmente, convivo com minha noiva e não tenho filhos. Minha família sempre me apoiou na caminhada de concurseiro, especialmente minha noiva. Eles sabiam que a rotina do concurseiro não é fácil e buscaram respeitar isso, evitando me chamar para passeios e eventos familiares durante os dias de estudo e me incentivando a continuar nesse caminho. O resultado foi mais do que positivo para todos nós.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Guilherme: Aprendi nessa vida de concurseiro que quanto mais concursos distintos você puder prestar, melhor será sua preparação para aquele que você efetivamente objetiva. No meu caso, meu sonho é permanecer na Polícia Civil, especificamente no cargo de Delegado. Mesmo assim, já prestei concursos diversos e isso contribui para que o concurseiro se mantenha ativo e buscando a sua vaga.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Guilherme: Fiquei estudando exclusivamente para o concurso de Escrivão de Polícia por cerca de 2 anos e meio. Enquanto as fases do concurso estavam em andamento, continuei nos estudos.
Estratégia: Durante a fase pré-edital, como fazia para manter a disciplina nos estudos?
Guilherme: Como eu estava cursando a faculdade enquanto o edital ainda não havia sido publicado, minha rotina diária já era baseada em estudar. Já possuía uma disciplina própria e organizada de meus estudos diários. Portanto, não foi muito difícil manter essa rotina quando o edital foi lançado.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens de cada um?
Guilherme: Utilizei todo tipo de material disponível para estudar para concursos: PDF, livros diversos e videoaulas, além de meus próprios fichamentos. O bom de ter materiais diversificados é que torna a rotina de estudo mais dinâmica e permite que, em momentos diferentes e a depender das circunstâncias, materiais diferentes sejam usados. Por exemplo, quando eu ia fazer algum tipo de exercício físico, sempre colocava os áudios das videoaulas para tocar. Assim, conseguia me exercitar e continuar estudando de uma maneira mais leve. Mas na minha rotina, costumava usar mais os livros e PDF.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Guilherme: Depois que decidi focar meu futuro profissional na área pública, comecei a procurar cursinhos que fossem direcionados para esse setor. Nas minhas pesquisas, percebi que os cursos do Estratégia eram muito bem avaliados e decidi adquirir seus produtos. Desde então só estudo pelos materiais do Estratégia, e estou muito satisfeito pelos serviços.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concurseiro é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Guilherme: A extensão do conteúdo é realmente uma grande dificuldade. Por essa razão, é preciso ter muita disciplina e organização para estudar. Eu costumava estudar umas 5 horas seguidas por dia, durante o período da tarde. Nos fins de semana, a rotina de estudo era mais leve.
Quanto ao plano de estudos, diferentemente do que muitos concurseiros fazem, prefiro esgotar uma matéria e, só depois, seguir para outro conteúdo. Assim, eu me organizava para estudar todo conteúdo de uma matéria, lendo livros e PDF sobre o assunto e fazendo fichamentos e resolvendo questões, para só depois partir para outra área. É preciso organizar muito bem o seu tempo para que o esgotamento de um único conteúdo do edital não tome muito seu tempo de estudo, já que há outras matérias para estudar. Sei que estudar uma única matéria até esgotá-la pode ser um pouco cansativo, mas foi o método que funcionou para mim.
Esgotar uma matéria não é só ler o material relativo ao assunto. É preciso estar atento para exercícios e leitura de legislação, para que a compreensão seja plena. Também não podem faltar os resumos e fichamentos feitos pelo concurseiro, que são cruciais para os momentos de revisão, quando as provas estão próximas. A memorização do conteúdo é difícil e requer paciência e organização, pois é preciso montar uma rotina de estudos bem feita para que se chegue no resultado pretendido.
Estratégia: tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Guilherme: A disciplina mais difícil para mim era informática. Como sou formado em Direito, tenho afinidade com as ciências jurídicas e com a língua portuguesa, embora haja assuntos difíceis nessas matérias também. Mas a minha maior dificuldade era em informática, pois tinha muito pouco domínio sobre esse assunto e era tudo muito abstrato e complexo para mim. Por essa razão tive que dedicar-me ao máximo a essa matéria, sendo que com certeza foi a matéria que mais estudei para esse concurso. Tive que buscar conteúdos extras de informática em outros livros e especialmente videoaulas, o que me ajudou a compreender a matéria.
Estratégia: reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana anterior à prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Guilherme: Nas semanas anteriores à prova, busquei me dedicar exclusivamente à realização de duas coisas: revisões e questões. Nessas horas, os fichamentos e resumos são cruciais para resgatar na memória aquilo que já foi visto antes. Além disso, fazer questões é fundamental para, além de relembrar, pôr em prática os conteúdos estudados. Apesar do estresse ser grande, é na reta final que o concurseiro deve ter mais calma ainda e buscar um estudo efetivo e setorizado para realizar a prova que está prestes a vir.
Na véspera, também gosto de continuar os estudos. Ainda que muitos prefiram não estudar alguns dias antes da prova, penso o contrário: gosto de aproveitar para estudar e revisar até o último momento antes da prova. Isso pode ser um tanto quanto estressante, mas funciona pra mim.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Guilherme: Realmente, a preparação para realização de prova objetiva é diferente das provas discursivas. O estudo pode seguir até a mesma linha, independentemente do tipo de prova que será feito. Ou seja, muita leitura, fichamento, videoaulas etc. Entretanto, aconselho o concurseiro a adquirir algum material que contenha questões discursivas de outros concursos ou inéditas, pois isso ajuda a treinar para esse tipo de prova. Além disso, nas provas discursivas, é importante que o candidato monte em sua mente ou em algum rascunho uma ordem de ideias e assuntos que ele irá abordar na resposta antes de efetivamente colocar no papel. Isso facilita e muito antes de responder a questão discursiva.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF? E como foi essa prova?
Guilherme: Nos concursos que exigem TAF, tão importante quanto trabalhar com a mente é trabalhar com o corpo. Penso que um complementa o outro, pois dedicar-se a atividades físicas mantém o corpo saudável e a mente disposta. A preparação para o TAF é semelhante à rotina de estudos. É preciso ter organização e disciplina para, todos os dias, dedicar-se um pouco a fazer atividades físicas.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Guilherme: Acredito que meu maior erro tenha sido minha impaciência com o andamento do concurso. Como não tinha muita experiência com essa vida de concurseiro, eu acabava ficando muito ansioso com a chegada dos resultados e isso fazia com que eu me cobrasse muito e ficasse impaciente, o que chegou a gerar situações de muito estresse. Esses momentos eram difíceis e atrapalhavam a rotina de estudos. Contudo, meus familiares me apoiaram e me acalmavam nesses momentos conturbados.
O meu maior acerto foi conseguir manter uma rotina organizada e estruturada de estudos. Como concurso demanda tempo, muitas pessoas deixam para estudar de última hora e não mantém uma rotina de estudos. Isso é extremamente prejudicial. Organização foi algo que não me faltou nesse tempo todo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Guilherme: A maior dificuldade, na minha opinião, é lidar com o fator tempo. A morosidade dos concursos, tanto no que diz respeito ao lançamento do edital, quanto o próprio andamento do certame, faz com que muitos concurseiros desistam no meio do caminho. Eu mesmo, como expliquei acima, senti muita dificuldade em lidar com isso, o que pode gerar momentos de estresse. Por isso, é preciso ter muita paciência e pensar que concurso é um investimento a longo prazo, pois demanda tempo de preparação e constância nos estudos.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Guilherme: Minha principal motivação foi o sonho em seguir carreira na atividade policial, área que tanto gosto, bem como em ter um serviço estável. Com certeza, o apoio da família e amigos também é fundamental para seguir nessa caminhada difícil.
Estratégia: O que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Guilherme: A vida de concurseiro realmente não é fácil. A concorrência é grande, as provas são difíceis e a caminhada é longa. Mas a satisfação ao se alcançar o objetivo almejado compensa certamente todas as dificuldades do caminho. Acredito que, para quem deseja um cargo público, duas são as palavras-chave para se chegar lá: disciplina e paciência. Passar em concurso público não é algo que acontece da noite para o dia. Exige muita preparação e apoio. Mas a recompensa certamente virá.
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