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Utilizar a teoria ou exercícios para estudar Contabilidade?

Olá, queridas e queridos! Como vocês estão? O artigo de hoje tem como objetivo analisar a forma de cobrança das principais bancas em Contabilidade. Será que ela acontece principalmente por meio de teoria ou exercícios? Como forma de fundamentação, também analisamos provas recentes das três principais bancas: CESPE, FCC e FGV. Vamos lá!

Contabilidade: aspecto geral

Contabilidade é uma disciplina que consegue combinar conceitos matemáticos e teóricos. Uma verdadeira fusão entre as áreas de Exatas e Humanidades. Inclusive, ela é classificada como uma ciência social aplicada ao invés de uma ciência exata, como muitos imaginam.

Seu estudo é muito importante para a Área Fiscal, sendo uma das matérias base, e também para cargos de contador e técnico em Contabilidade. Em alguns casos, também é cobrada em concursos de Tribunais de Contas e Tribunais do Judiciário.

Qual o maior desafio?

Muitos alunos possuem extrema dificuldade em obter bons resultados nessa disciplina. Por que isso acontece? Acreditamos que existem dois fatores que tornem essa matéria desafiadora: sua longa extensão e sua imensa quantidade de detalhes. Dessa forma, é normal que o candidato demore um período de tempo relativamente extenso para começar a dominar seus conceitos e compreendê-la propriamente.

Em relação às questões, será que são mais pautadas em teoria ou exercícios?

Teoria ou exercícios: conhecendo as bancas

Aqui vamos evidenciar o estilo de cobrança das três principais bancas (CESPE, FCC e FGV), seja ele focado em teoria ou exercícios. Um lembrete: é essencial conhecer o estilo de cobrança da banca que irá realizar o seu concurso alvo. Sei que isso parece redundante, por ser válido para todas as disciplinas, porém essa necessidade é ainda maior no caso de Contabilidade.

Tendo em vista o vultuoso volume de conteúdo da disciplina, há diversas formas do examinador cobrar conhecimentos relativos a um mesmo assunto. Algumas bancas são mais focadas na literalidade dos CPCs. Os CPCs são pronunciamentos técnicos contábeis emitidos pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis. Tais pronunciamentos ditam as diretrizes a serem seguidas em assuntos específicos e situações presentes no cotidiano.

Aqui estão os pronunciamentos que norteiam a disciplina: http://www.cpc.org.br/CPC/Documentos-Emitidos/Pronunciamentos

Outras bancas são mais focadas em exercícios práticos, os quais costumam possuir uma quantidade considerável de cálculos a serem realizados. Não se preocupe com as contas, elas não vão além das quatro operações matemáticas básicas e da utilização de algumas fórmulas.

Seguiremos para uma análise específica de cada banca. Será que sua banca de preferência possui um enfoque maior em teoria ou exercícios? Vamos realizar essa análise, inclusive, por meio de provas recentes das três bancas examinadoras.

Contabilidade do CESPE/CEBRASPE

O CESPE é uma banca que possui uma cobrança veementemente focada em questões teóricas. As questões podem ser referentes à literalidade dos CPCs, ou seja, cobram exatamente as mesmas frases que estão presentes nos pronunciamentos, ou ligadas a outros assuntos, como a classificação de contas. Todos são tópicos tratados nos mesmos CPCs.

Analisamos a prova da Secretaria da Fazenda do Estado de Alagoas (SEFAZ AL), realizada em 8 de Fevereiro de 2020 e organizada pelo CESPE. A prova possuiu 7 questões relacionadas à Contabilidade Geral e Avançada e outras 7 questões cobrando Contabilidade de Custos, um ramo à parte da Contabilidade, sendo estudado em cursos e livros separados da Contabilidade Geral e Avançada.

Em relação às 7 primeiras questões citadas, TODAS eram teóricas. Sim, 7 das 7 questões eram teóricas, sendo 3 referentes à literalidade dos CPCs e outras 3 sobre classificação de contas patrimoniais. Fica bem claro que essa é a tendência de cobrança da banca. É válido pontuar que, em certames em que há um número maior de questões dessa disciplina, também é comum que sejam cobradas questões práticas, com exercícios e contas, mas em menor proporção quando em comparação às teóricas.

A grande dificuldade da prova foram as 7 questões de Contabilidade de Custos: 4 cobraram conhecimentos teóricos que, nesse caso, beiraram à subjetividade e as outras 3 uma classificação que não havia sido cobrada em provas até então. Também nesse caso, as 7 questões eram teóricas, praticamente todas relativas à classificação de custos.

Outra tendência demonstrada na prova foi de a banca cobrar um pequeno número de assuntos. Isso em casos nos quais a prova é realizada no esquema de verdadeiro/falso. As primeiras 7 questões foram referentes a 3 assuntos e as relacionadas à Contabilidade de Custos tratavam de 2 assuntos.

teoria ou exercícios
Exemplo de conceitos teóricos

Contabilidade da FCC

Na dualidade teoria ou exercícios, a FCC toma o lado oposto ao CESPE, pelo fato de suas questões serem prioritariamente compostas por exercícios com números e contas. Na prova da Secretaria da Fazenda do Estado de Santa Catarina (SEFAZ SC), realizada em Novembro de 2018, houve 40 questões de Contabilidade Geral e Avançada e 5 de Contabilidade de Custos.

Foram somente 5 questões teóricas dentre o total de 45 questões. A principal característica da FCC é sempre utilizar os mesmos modelos de questões, ou seja, existem entre 20 e 30 modelos de questões da banca que são utilizados em todas as provas. Dessas 40 questões práticas e “de contas”, TODAS já haviam sido cobradas em outros certames. Dessa forma, a melhor maneira de se preparar para Contabilidade da FCC é se debruçar sobre tais modelos e criar uma “receita de bolo” para resolvê-los.

Tendo em vista o fato de serem exercícios em que, em sua grande maioria, precisam ser realizados cálculos, o tempo necessário para suas resoluções tende a ser superior ao das questões teóricas. Dessa forma, é interessante que o candidato, após conseguir aprender bem a “receita de bolo” de cada modelo de exercício, dê um enfoque muito grande em aumentar a velocidade de resolução, sem prejuízo da qualidade.

A FCC costuma cobrar uma ampla variedade de temas em suas provas. Aborda diversos assuntos distintos e contempla uma ampla gama dos seus modelos de questões, clássicos de serem cobrados.

Como contraponto, analisamos a prova para Auditor Fiscal do município de São José do Rio Preto – SP. Foi realizada pela FCC e, nesse caso, foram 5 questões de Contabilidade Geral e Avançada, sendo todas teóricas. Mas, Caio, será que essa é a nova tendência da banca? Acreditamos que não. Inclusive, pelo fato de todas questões versarem sobre temas extremamente básicos.

Contabilidade da FGV

Nesse caso, será que temos o domínio de teoria ou exercícios? A verdade é que a FGV acaba sendo o meio do caminho entre o CESPE e a FCC. O certame da Secretaria do Estado de Finanças de Rondônia (SEFIN RO), realizado em Janeiro de 2018, foi organizado pela FGV. Nele, foi possível verificar essa mistura entre teoria e exercícios.

Foram 12 questões relacionadas à Contabilidade Geral e Avançada, sendo 5 teóricas e 7 pautadas em exercícios numéricos e práticos. A grande peculiaridade da FGV é que as questões numéricas não são iguais às da FCC. Além disso, as teóricas também não são muito parecidas com as do CESPE.

As questões de exercícios da FGV não são tão mecânicas quanto as da FCC. No caso da FCC, a partir do momento em que o aluno consegue identificar em qual modelo de questão o exercício se encaixa, ele pode, em 90% das situações, seguir sem medo a sua “receita de bolo” criada. No caso da FGV, as questões pautadas em exercícios possuem uma carga teórica profunda. Isso influencia totalmente em como seguir com a resolução da questão.

No caso daquelas ligadas à teoria, não há uma preponderância da literalidade dos CPCs, como acontece no CESPE. A banca gosta muito de utilizar exemplos práticos presentes nos pronunciamentos. Assim, ela testa a habilidade do aluno em fazer a conexão entre a situação presente no enunciado e aquela descrita no CPC.

Com isso, evidencia-se que a FGV possui o nível mais elevado de cobrança entre as 3 analisadas. Claramente, analisamos somente a disciplina de Contabilidade. Para a FGV, não basta decorar “receitas” de resolução de exercícios ou a literalidade dos CPCs, o estudo há de ser mais sistêmico e profundo.

Concluindo: mais teoria ou exercícios?

Acreditamos que tenha ficado claro que a pergunta “teoria ou exercícios?” varia, e muito, ao depender da banca. Dessa forma, é importante que o aluno seja bastante estratégico em relação ao estudo de Contabilidade para as diferentes bancas.

Espero que tenham gostado da análise e desejo ótimos estudos a todos. Um grande abraço!

Caio Castilho.

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