FCC – ALAP – Auxiliar de Transportes /2020 História e Geografia
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18. (FCC – ALAP – Auxiliar de Transportes /2020)
Durante a Cabanagem, houve em Macapá a
A) aliança entre fazendeiros, comerciantes e autoridades para a resistência e o combate aos cabanos, sob o comando de militares locais.
B) tomada da cidade por cabanos conduzidos pelos líderes populares Angelim e Vinagre, que lá estabeleceram a base de um governo provisório de toda a região norte.
C) repressão definitiva ao movimento, pelo general Francisco Monterosso, que prendeu os principais líderes cabanos e os enviou ao Rio de Janeiro, pondo fim ao longo conflito.
D) rendição das autoridades locais face às vitórias consecutivas dos cabanos nas cidades vizinhas, porém, por curto período, visto que os franceses vieram em socorro e reverteram a situação.
E) ocupação norte-americana devido ao caos que reinava em todo o Amapá, de forma que navios comandados pelo almirante Grenfell foram contactados por Portugal para monitorar o local até a vinda de reforços do Rio de Janeiro.
A Cabanagem foi um dos maiores conflitos do período regencial. O Brasil passava por uma grande instabilidade política pós independência, ao ponto do Imperador do Pedro I foi forçado a abdicar a coroa. Neste contexto as ideias liberais, que influenciaram a Revolução Francesa, Independência dos EUA e a Conjuração Mineira e Baiana. Foram ecos do iluminismo no Brasil, que foi o único a manter um governo monárquico e a unidade territorial na América, pois surgiram vários países independentes quando a América Latina se separou da Espanha.
O Amapá já possuía seus defensores, de uma província independente do Pará, que foi proposta por Cândido Mendes, a República do Oyapoca. Um projeto liberal, que defendia maior autonomia administrativa em relação ao RJ e à Belém, sem defender uma separação do país, como foram em outras revoltas regenciais.
Foi uma revolta popular, que envolveu negros forros, quilombolas, ribeirinhos e tribos indígenas como os Tapuias, Murazi e Mauês. A província era estratégica, no entanto isolada, com baixa influencia política nacionalmente e com um péssimo abastecimento de produtos em geral e escravos africanos. As condições sociais do povo eram precárias e os desmandos dos Governadores eram muitos. O conflito eclodiu em seis de janeiro de mil novecentos e trinta e cinto, quanto ocorreu uma revolta na capital contra o governador Bernardo Souza Lobo, que foi assassinado em plena rua e os Cabanos tomaram o palácio do governo.
A elite polarizou-se e dividiu-se entre os apoiadores e os que eram contra a Cabanagem. O primeiro a liderar, ao menos nominalmente, os Cabanos foi Félix Marcha, mas era um moderado, e coronel da Guarda Nacional. Tomou o poder e ficou pouco mais de um mês e meio, pois seus aliados eram mais radicais e eram contra as negociações de paz que ele estava fazendo com o governo regencial do RJ. O poder foi tomado por Francisco Vinagre e Eduardo Angelim. O governo foi tomado pelo primeiro, mas em pouco tempo caiu do poder e assumiu angelim. Em aproximadamente oito meses o governo provisório teve três governadores, o que indica instabilidade, o que impedia quem tentou de governar.
A Regência reagiu nomeando o Barão de Caçapava para presidente de província do Pará e combateu ferozmente os cabanos: Após descarregar o arsenal num pesado bombardeio. Tomou o poder de Belém, toda devastada e realizou uma perseguição pesada aos membros da revolta. Os cabanos espalharam-se pelas artérias do rio amazonas, e territorialmente espalhou-se até Maranhão e Piauí. O Barão de Caçapava os perseguiu, e prendeu Angelim, que foi enviado para a prisão em Fernando de Noronha.
Na Regência, diante da impossibilidade do governo de reprimir as várias revoltas e levantes que estavam latentes, criou a Guarda Nacional, que não era subordinada ao exército, e reunia a elite local, que lideravam guarnições de “jagunços”, ou “capatazes”, ou “cangaceiros” ou qualquer nome regional do fenômeno do “banditismo social”, manifestações do crime de um mundo rural, em que bandos de atiradores prestavam serviços aos coronéis, tanto em combate à revoltas, como para serviços particulares. A Guarda Nacional é o embrião da política militar e da prática do coronelismo que vigorava no Brasil Republicano. Basicamente nas revoltas, os fazendeiros e moradores em geral tinham a licença para organizar a resistência armada às revoltas, como ocorreu em diversos municípios ao redor do Brasil, em momentos de conflitos civis. Em Macapá a elite local formada por comerciantes e fazendeiros organizou uma resistência armada aos cabanos
Gabarito: A
19. (FCC – ALAP – Auxiliar de Transportes /2020)
A Fortaleza de São José do Macapá teve um importante papel
A) na defesa do Amapá de ataques piratas que ocorriam com frequência em toda a região, por acesso fluvial, no século XVII.
B) na estruturação da defesa da região amazônica, conforme projeto concebido por Marquês de Pombal.
C) na garantia da segurança dos primeiros habitantes de Macapá, que moravam nas dependências da fortaleza para se protegerem dos ataques indígenas.
D) no estabelecimento da missão que deu origem à cidade, uma vez que foi construída por solicitação da Companhia de Jesus ao rei Dom João VI.
E) nos primeiros conflitos entre Brasil e França, no século XVI, envolvendo questões de fronteira.
A Fortaleza de São José do Macapá é um exemplo das ações Geopolíticas portuguesas, para manter o domínio do território amazônico. Desde os primeiros anos da colonização. No século XVII os franceses invadiram São Luís, e depois que foram expulsos, a defesa da foz do rio Amazonas tornou-se imperativa, pois além da ameaça dos franceses, os ingleses também ameaçavam a Amazônia, ao ponto de terem fundado um pequeno forte, que foi destruído e construído sobre seus escombros a Fortaleza de Cumaú.
Em 1750 o primeiro ministro português Marquês de Pombal assinou o Tratado de Madri, que estabeleceu com poucas alterações as atuais fronteiras nacionais. As fronteiras amazônicas foram estabelecidas com os Ingleses em sua Guiana, e com os Franceses. Desde então centralizar a administração e fortalecer a presença militar. Construiu a Fortaleza de São José de Macapá e ordenou a transferência de Mazagão da África para a foz do Amazonas. A fronteira com a Guiana foi estabelecida em 1713, pelo Tratado de Utrecht, que estabelecia que os limites eram os do Rio Pinzon. Os franceses passaram a questionar os limites, alegando que era o Araguari, e não o Oiapoque, o dito rio. Este contestado manteve-se até 1900 quanto Barão do Rio Branco negociou os limites, com a arbitragem internacional do presidente de Suíça, Walter Hauser.
Gabarito: B
20. (FCC – ALAP – Auxiliar de Transportes /2020)
A festa realizada no Amapá, originária de uma colônia portuguesa na África, e cujo enredo se baseia na história de um soldado que teria surgido numa difícil batalha, para conduzir os cristãos à vitória, se denomina
A) Círio de Nazaré.
B) Festa de São Jorge, o santo guerreiro.
C) Festa do Divino.
D) Festa de São Judas Tadeu, padroeiro das causas impossíveis.
E) Festa de São Tiago.
A Festa de São Thiago veio como os colonos de Mazagão, que foi uma cidade transferida da África para a foz do rio Amazonas. É uma festa antiga, típica das práticas festivas do catolicismo colonial brasileiro, cujo enredo são batalhas dos cristãos derrotando os Mouros. Um clima ainda de cruzadas, e expressão o espirito colonizador europeu, que incluía a expansão do cristianismo. Remonta uma batalha em que São Thiago aparece anonimamente e luta com os cristãos rumo à vitória sobre os islâmicos.
É patrimônio imaterial, ou seja, ligado aos fazeres e saberes populares, e uma prática popular e sincrética, ou seja, mistura elementos do catolicismo europeus e elementos afro-brasileiros. Um fato interessante que porventura pode ser abordado é a disputa judicial contra a lei estadual que considerava a festa de São Thiago feriado nacional. O então governador Camilo Capiberibe então com ação no STF em 2012 para a anulação da lei estadual que estabeleceu o dia do santo como feriado estadual, pois seria uma prerrogativa da União ou do Município, além de onerar os gastos públicos e privados com os trabalhadores remunerados num feriado a mais. Em 2018 o STF publicou o acordão que anulou o feriado estadual de São Thiago.
Gabarito: E
É isso aí pessoal, me siga no instagram @professorsergiohenrique.
Grande abraço, bons estudos e foco no sucesso !!!