Aprovado no concurso do MP RJ
“Persista. Acredite em você e tenha fé no seu potencial. Concurso é uma questão de boa preparação somada a muita perseverança. A melhora constante é o pilar da aprovação. Siga esse caminho e sua hora vai chegar”
Confira nossa entrevista com Vinicius Dantas, aprovado em 1º lugar no concurso MP RJ Promotor para o cargo de Oficial:
Estratégia Concursos: Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Vinicius Dantas: Meu nome é Vinicius Dantas da Cruz, sou do Rio de Janeiro (Capital), tenho 25 anos e sou formado em Direito.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Vinicius: O impulso inicial veio dos meus pais, pois eles, embora não sejam concursados, sempre falaram bem das carreiras públicas, inclusive me inscreveram nos meus primeiros “concursos” bem cedo, nos meus 10 anos de idade para o Colégio Pedro II e Colégio Militar, sendo que esta última escola me deu a primeira reprovação na vida. Tempos depois, consegui ser aprovado no CEFET/RJ para o ensino médio e na UFRJ para graduação.
Contudo, a vontade ficou consolidada após a faculdade e os meus estágios em órgãos públicos (TRF2 e PGE/RJ), onde tive contado direto com Juízes, Desembargadores, Procuradores, entre outras carreiras. Diante desse contato e da constatação da relevância social desses cargos, cresceu em mim a vontade genuína de seguir a carreira pública, e, por consequência, prestar concursos públicos; sobretudo em razão dos salários atrativos e da possibilidade de continuar estudando, mas também do impacto social de que gozam as carreiras.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Vinicius: Eu me dediquei inteiramente aos concursos até agora. Isso foi possível graças a um planejamento financeiro que tive desde o início da graduação, além da ajuda dos meus pais. Desde o início da faculdade, me preocupei em guardar parte que recebi dos estágios e de bolsas acadêmicas para ter a possibilidade de ficar por volta de 1 ano e meio totalmente focado em estudar e me aperfeiçoar nos concursos. Durante esse ano eu fiz alguns trabalhos remunerados para amigos e conhecidos, mas não atrapalharam meus estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Vinicius: Logo em novembro de 2018 eu fui aprovado para técnico administrativo do MPU, porém bem distante das vagas oferecidas, aliás com a nota mínima, ou seja, fiquei classificado em – aproximadamente – 3.000º lugar na classificação nacional e 270° lugar dentre os inscritos no Rio de Janeiro, onde sou domiciliado.
Em abril de 2019 eu fui aprovado em 52º lugar para Técnico Superior Jurídico da DPE/RJ (equivalente a cargo de analista da DPE/RJ) em ampla concorrência para a Capital, no entanto, até o momento, apenas por volta de 14 pessoas foram convocadas para o cargo em ampla concorrência na capital. Por um tempo, eu achei que seria chamado logo para esse concurso, contudo ele caminha muito devagar.
Posteriormente, eu fui aprovado em 20º lugar para o CORE/RJ, mas só havia uma vaga.
Em seguida fui aprovado em 16º para o concurso da residência jurídica da PGE/RJ. Esse não é um concurso para cargo público efetivo, mas garante uma bolsa auxílio razoável, excelente curso de pós-graduação e tem jornada reduzida. Ou seja, é um bom lugar provisório para concurseiros, pois garante uma renda e tempo para estudar, sem contar que o trabalho permite contato direto com a realidade prática da Procuradoria e com Procuradores do Estado, o que pode ajudar na motivação e nos estudos.
Por fim, depois de um crescimento durante o ano de 2019, eu fui aprovado em 1º lugar para Oficial do MPRJ em ampla concorrência (nível técnico).
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados(as)?
Vinicius: Em primeiro lugar, eu não acreditei. Apenas fechei a página da FGV e a abri de novo, subindo a tabela que continha os nomes dos aprovados para conferir se eu realmente estava em 1° lugar.
Enfim, pode ser clichê, mas demorou um pouco até “cair a ficha”. Pouco depois, minha namorada me ligou, o que tornou tudo mais real, já que eram duas pessoas vendo o resultado. Assim, tive um sentimento de dever cumprido e de que meus planos estavam se concretizando. Em verdade, sei que ainda tenho uma longa caminhada pela frente, mas passar nesse concurso me fez enxergar que consigo chegar onde quero e alcançar meu cargo dos sonhos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Vinicius: Então, para falar a verdade, tentei focar o máximo possível nos estudos, inclusive, porque tinha ciência de que eventualmente o dinheiro que eu havia guardado iria acabar, o que me preocupava. Por isso, o convívio social com meus amigos, namorada e família ficou um pouco prejudicado. Saí bem menos do que gostaria e acabei me afastando um pouco dos amigos em certas épocas, especialmente com a proximidade das provas.
Ainda assim, geralmente, eu costumava sair sábado à noite ou domingo, quando não havia edital aberto e tinha cumprido minhas metas semanais.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Vinicius: Moro com meus pais e irmão mais novo e, além disso, tenho uma namorada, a Maria Clara. Todos me apoiaram muito, embora minha mãe e minha namorada reclamem um pouco que eu estudo demais.
No geral, minha família e a Maria Clara acreditam bastante em mim e me levantaram nas muitas vezes que eu não aguentava mais estudar, ou quando eu temia que não fossem mais disponibilizados editais, ou até quando parecia que o concurso da DPE não iria convocar ninguém, diante da imensa morosidade em seus trâmites. Esse apoio é fundamental. Por isso, sou muitíssimo grato a todos.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Vinicius: Na realidade, essa foi minha escolha logo de cara. Eu tenho o sonho de ser juiz federal um dia ou talvez Procurador do Estado do RJ. Eu ainda não decidi. Como eu disse, os estágios foram muito proveitosos para mim, então eu acabei fascinado verdadeiramente pelas carreiras e órgãos com as quais trabalhei, por que admiro demais os meus ex-chefes.
Entretanto, eu sei que esses concursos demandam muitos anos de preparação, muito dinheiro para bancar seus custos e um preparo emocional sólido tanto para as provas, quanto para o trabalho.
Nesse cenário, os cargos de técnicos e analistas são – na minha opinião – os primeiros passos para eu adquirir habilidades que não tenho e ferramentas para alcançar a Magistratura Federal ou talvez a PGE/RJ, bem como para fazer um bom trabalho posteriormente.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Vinicius: Eu estudei por 2 meses (entre 12/09/19 e 24/11/19) logo que saiu o edital do MP/RJ. Primeiramente, comecei estudando as matérias relativas ao cargo de analista do MP, porém eu percebi que não daria tempo suficiente de eu estudar de modo a estar competitivo, pois esse concurso saiu de surpresa, era muito diferente do que eu estudava e a concorrência no RJ está brutal.
Sendo assim, optei por abrir mão do concurso de analista do MP e estudei por 1 mês somente as matérias do edital de Oficial. Contudo, é preciso dizer que eu já estudava desde o início do ano de 2019 com foco na banca FGV, em razão do concurso da DPE/RJ e mantive esse foco esperando o TJ RJ, bem como estudei muito para a prova de residência da PGE, a qual é realmente muito difícil.
Ou seja, eu estudei bastante desde janeiro, mas foquei no cargo de Oficial MP no último mês, seguindo as técnicas que falarei mais adiante.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Vinicius: Após o concurso da defensoria (abril de 2019), eu estudei sem edital na praça. No entanto, eu tentei encarrar isso como uma forma de ultrapassar os concorrentes, pois sei que as pessoas desanimam. Meu sonho realmente é ter uma carreira jurídica de alto nível e eu sabia que meu dinheiro era limitado, então, eu sabia que teria de passar em ótima classificação no edital seguinte. Era isso que tinham em mente.
Com o objetivo de concretizar esses sentimentos, eu me esforcei para criar hábitos consistentes, a fim de ter uma rotina de estudos eficiente. Eu experimentei algumas rotinas de estudo e me forcei a cumprir por um tempo aquela que se mostrou mais eficaz e menos desgastante, até que essa rotina se tornou automática e incorporada no meu dia a dia.
Outra coisa que me ajudou muito com relação a disciplina e motivação foi a leitura e incorporação de boas ideias e hábitos a minha vida cotidiana.
Em verdade, eu sempre me considerei um realista e as vezes até mesmo pessimista de um modo geral. Contudo, essa mentalidade não é nada boa para um concurseiro no RJ, onde as provas que eu almejava tinham (e ainda têm) perto de 50.000 candidatos. Diante disso, eu segui um conselho de um professor e comecei ler o livro “Mindset uma nova psicologia do sucesso” e busquei melhorar minha mentalidade e o modo como vejo e interpreto aos acontecimentos em minha vida. De fato, acabei tomando gosto por esses livros de crescimento pessoal. Também li “O poder do hábito”, o que me fez perceber que atividades que não me atraiam podiam ser incorporadas na minha rotina com um pouco de esforço temporário. Eu experimentei essa teoria, por exemplo, com a academia – que não gostava nem um pouco -, mas sempre soube da sua importância. No fim de uns dois meses, eu tinha incorporado o hábito de frequentar a academia e sempre que dava o horário estabelecido, eu não tinha mais que me convencer a ir, já estava incorporado ao meu dia. Isto é, os ensinamentos do livro funcionaram para mim. Além disso, eu li “O milagre do amanhã”, o qual me fez adquirir mais 6 hábitos diários que me foram extremamente úteis para disciplina e motivação.
Resumindo, os livros de autodesenvolvimento foram ferramentas essenciais para o meu crescimento durante o último ano.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Vinicius: Eu não fui aluno de nenhum cursinho para primeira fase da OAB, então assistia os vídeos gratuitos do “Estratégia Concursos” para a preparação da primeira fase. Depois, já na fase dos concursos, eu resolvi experimentar e gostei muito dos materiais, e, sobretudo, dos Passos Estratégicos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? O que funcionou melhor para você?
Vinicius: No início, para formar uma base, eu assistia videoaulas e ia grifando o material concomitantemente. Estudei assim nos meses iniciais de preparação, depois eu passei a somente ler os pdfs e um mês antes das provas eu focava nos passos-estratégicos.
No geral, para aprender uma matéria nova ou demanda “decoreba”, eu assistia vídeo; mas naquelas que eu já tinha intimidade, eu somente lia os pdfs e/ou os passos. Sempre fazendo questões.
Eu fazia questões em 3 momentos.
O primeiro logo depois de ler o pdf, a fim de testar minha absorção da matéria. Depois de um tempo, eu fazia outras questões para revisar o conteúdo e analisar meu desempenho. E antes da prova eu fazia muitas questões e “simulados” para me preparar para o “dia D”.
Eu fazia tantas questões que a prova propriamente não me assustava tanto. Isso funcionou bem para mim.
Para acrescentar, eu seguia o lema de “treino difícil, jogo fácil.” A minha preparação era intensa, ou seja, com questões mais difíceis e tentando absorver tudo dos PDFs, o que me fez ir bem nas provas.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Vinicius: Sobre as divisões diárias e semanais:
Eu costumava estudar por volta de 6 horas líquidas por dia, mas 6 horas de concentração máxima e empenho total. Eu dividia o dia em 4 matérias e ficava 1:30 h para cada.
Além disso, a minha preparação é dividida por semana e o tempo estudado de cada matéria segue, em geral, a proporção do valor da disciplina em relação a nota total. Ou seja, se português vale um terço dos pontos totais da prova, eu tento estudar essa matéria em um terço do meu tempo. Eu divido as matérias e seus respectivos pesos em blocos semanais. No entanto, se há uma matéria que eu tenho que aprender do zero, eu aumento um pouco seu tempo de estudo e diminuo alguma que já tenho mais afinidade e só preciso revisar.
– Sobre o estudo de cada matéria até a prova:
Depois de explicar como divido as matérias a serem estudas, eu tenho que dizer que tenho um método próprio de estudo de cada disciplina quando tenho tempo antes do edital.
Em síntese, eu estudo em 3 passos. O primeiro é ler e grifar o conteúdo dos PDFs regulares mais rapidamente e montar um material de revisão, também faço algumas questões.
Faltando um mês para a prova, reviso pelo material criado no passo 1 e dou uma olhada nos passos estratégicos. Por fim, faltando 1 semana para a prova, eu releio aqueles temas que não posso deixar de saber e aquilo que é pura decoreba, assim como faço muitas e muitas questões. Vale dizer que eu não faço resumos próprios. Eu uso os do Estratégia em época de revisão, mas depois de ter lido o material completo.
Por exemplo, na prova da DPE foram 4 meses entre o edital e a prova. Nos 3 primeiros eu li os pdfs das aulas do estratégia e vi as videoaulas de legislação específica (leis da DP), grifando as matérias importantes e montando um material para revisão que seria utilizado no último mês.
Faltando 4 semanas para prova, eu reli o material grifado e combinava com o passo estratégico em algumas matérias, seguindo a proporção já mencionada. Na semana de véspera reli o que tinha de mais importante e foquei em questões.
Para o MP, como tinha pouco tempo e já tinha lido várias vezes os pdfs (afinal estudava para DP e TJ), eu pulei direto para releitura dos grifos e do Passo, bem como fazia muitas questões nas 2 últimas semanas. Para a memorização, eu tento ler a matérias várias vezes e o que não consigo eu leio na véspera para tentar relembrar na hora.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Vinicius: Eu tenho dificuldade em legislação específica, porque demanda muita “decoreba”. Então, eu tento assistir aulas em vídeo e vou grifando o material em pdf quando o edital é lançado; porém, perto da prova eu deixo pra reler várias vezes para decorar os detalhes. Nas matérias jurídicas, eu tenho mais dificuldade com direito penal, mas não caiu para Oficial do MP. Para superar as dificuldades em matérias jurídicas, eu dedico um pouco mais de tempo a elas e vou evoluindo mais lentamente no estudo.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Vinicius: A minha semana de véspera sempre é tensa, porque eu me programo para fazer uma revisão dos pontos mais importantes e a ansiedade sempre chega, de modo que sempre parece que não vai dar tempo. Sendo assim, eu estudo muito. Na semana de véspera da DPE eu estudei muito mais do que o normal, entretanto, no dia anterior a prova eu estava no hospital com crise de coluna, então não estudei.
No dia anterior ao MP eu vi a revisão em vídeo do Estratégia e estudei até umas 6 horas da noite. Mas fiz isso deitado, para não sobrecarregar a coluna, pois também tive uma crise perto da prova do MP.
Não foi muito bom, porque eu senti cansaço e dor nos dias das provas. Mas vou mudar essa lógica para os próximos certames.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Vinicius: Acho que meu maior erro foi ter estudado demais e não ter cuidado devidamente do meu corpo ao longo de 2019. Eu tive duas inflamações na coluna lombar pouco antes das provas, motivo pelo qual eu tive que tomar analgésicos fortes para aguentar fazer a prova da DP e do MP, e depois dos certames eu precisei parar de estudar por 2 meses em abril e agora ainda estou em fisioterapia e RPG.
O meu maior acerto foi ter construído uma boa rotina de estudo, ela estava tão incorporada ao meu dia que a cumpria quase que naturalmente. É lógico que havia dias ruins, mas não atrapalharam tanto.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Vinicius:
Eu consegui acertar minha rotina de estudos, então o mais difícil para mim eram as questões como: quando será que sai o próximo edital? Será que vai haver prova no RJ? Como fazer com que meu dinheiro guardado rendesse mais? Como faço para estudar sem sentir tantas dores na lombar?
Eu pensei algumas vezes em desistir e iniciar uma carreira como advogado, mas meus pais, meu irmão e minha namorada sempre estiveram me amparando. Aliás, um pouco antes de receber o resultado da Residência da PGE/RJ (que foi a primeira aprovação que tinha certeza de começar a ganhar dinheiro logo), por volta de 1 ano após o início do estudo, eu estava desesperado.
Para se ter uma ideia, o concurso da DPE com prova em abril ainda não tinha nomeado ninguém até novembro, isto é , meu dinheiro não duraria até minha posse, eu tinha dúvidas sobre meu desempenho na própria prova de residência e tinha acabado de resolver mudar toda a minha preparação para o MP (abdiquei do estudo para analista a fim de focar na prova de OFICIAL). Nesse momento, eu estava verdadeiramente sem nenhuma certeza sobre concursos e considerando desistir.
Contudo, conversei muito com a minha família e eles sempre me acalmavam e apoiavam, reforçando minha determinação. O que me fez superar os dias ruins foi uma combinação de : (i) amparo dos entes queridos, (ii) uma rotina sustentável de estudo, (iii) o esforço para ver que meu desempenho estava melhorando e (iv) a fé que eu conseguiria alcançar a aprovação por meio da minha preparação dedicada. Depois vieram as boas notícias.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Vinicius: A minha principal motivação foi – e ainda é – alcançar um cargo que me permita ter uma vida confortável, que eu possa causar um impacto positivo na vida das pessoas, que eu dê orgulho aos meus pais, assim como que eu sinta orgulho de mim mesmo. Do mesmo jeito que a aprovação no vestibular da UFRJ me proporcionou orgulho próprio, contentamento dos meus pais e estar num ambiente que é propício ao crescimento intelectual e humano cercado de pessoas admiráveis, eu quero um cargo para seguir esse caminho.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Vinicius: Bom, eu não sei se estou em posição de dar conselhos, mas posso falar o que mais me ajudou até aqui para minha preparação de longo prazo para concursos difíceis.
- Começando pelo início, tome uma decisão de corpo e alma. Se uma carreira pública é o que você quer, você precisa ter certeza absoluta e clara dos motivos que o levaram a escolher esta vida, os quais devem ser verdadeiramente importantes para você, pois a trajetória é complicada e desafiadora.
- Saber seus motivos vai ajudar na motivação inicial, mas também nos momentos de maior dificuldade, isto é, quando você “bater na trave” da aprovação, ou quando der algum problema no seu concurso ou mesmo quando o edital demorar para sair ou quando você tiver que economizar naquilo que gosta de fazer.
- Saiba identificar o que lhe ajuda a lembrar dos seus motivos e use isso.
- Pode ser uma foto de um contracheque dos seus cargos dos sonhos.
- Pode ser uma foto da carteira funcional dos seus sonhos.
- Pode ser a leitura de depoimento dos aprovados.
- Pode ser a foto de seu filho ou familiar, afinal, também é por eles que você se sacrifica.
- Estive em contato diariamente com esse hábito que criei, o que foi muito proveitoso para o meu desempenho.
- Lembre-se que estudar é o meio de sair do lugar de onde você está e ir em direção aos seus sonhos.
- É importante entender que concurso público é projeto de médio ou longo prazo e, por conta disso, a preparação para a jornada e o cuidado com bem-estar físico e emocional são fundamentais. Isso não é perda de tempo, é, em verdade, o que vai sustentar a aprovação nessa época de concorrência brutal. Somente uma preparação sustentável pode se prolongar pelo tempo necessário para a aprovação. Se você não estiver bem para estudar, o rendimento será comprometido e eventualmente a pressão para desistir e buscar caminhos mais rápidos de sustento pode vencer. Eu foquei bastante nisso, pois quero concursos bem difíceis e esse foi só o primeiro passo.
- Sendo assim, é fundamental o cuidado com o corpo, mente, sono, alimentação, bem como lembrar de cuidar dos relacionamentos. Para alcançar isso, é indispensável gerenciar seu tempo de maneira eficaz. Eu tento dividir meu tempo entre todas essas necessidades e não desperdiçar muito.
- Além disso, esteja preparado ou preparada para notícias ruins e percalços. Eu, por exemplo, comecei sendo reprovado em concursos, depois aprovado longe das vagas, mas aos poucos fui chegando mais próximo do almejado 1° lugar. Agora almejo mais aprovações.
- Tenha em mente que a velocidade do mundo dos concursos é diferente de todo o resto. Tenha paciência e perseverança.
- Busque se aprimorar no preparo emocional, aprenda hábitos que te deixem mais perto do seu objetivo. Para mim, por exemplo, visualizar meu nome em primeiro lugar, me dava motivação para estudar sempre um pouco mais. No fim das contas, eu até consegui um 1º lugar.
- Sobre estudo de iniciantes:
- Você já deu os primeiros passos certos, pois tomou a decisão de fazer as provas e escolheu o Estratégia, um excelente curso preparatório.
- Agora, gaste um tempo para achar sua própria rotina ideal e os métodos que mais são eficientes para seu estudo. Cada pessoa é e aprende de seu próprio modo. Procure o que lhe atende melhor.
- Comece com metas realistas. Ou seja, se está começando agora, não tenta sair de 0 horas de estudo por dia para 8 horas no dia seguinte; a frustração virá mais rápido que o resultado. Comece com 2 horas, depois 4, depois 6, gradativamente. Se você trabalha, não comece com meta de estudar todos os dias, tenha 2x na semana, depois 3x e vá aumentando a carga aos poucos. Não crie metas impossíveis que somente lhe tragam frustração.
- Vá fazendo provas anteriores completas aos poucos para sentir sua melhora. Estude para poucos certames, mas faça muitas provas de concurso, pois você pode ter gratas surpresas em áreas correlatas. Não é para fazer qualquer prova, mas algumas similares, com menos pressão. Às vezes, você pode se surpreender.
- Tenha um foco na preparação e não na prova. As minhas metas eram todas de estudo. Como estudar tantos tópicos em uma semana, fazer tantas questões ou ler tantos artigos. As minhas metas não eram passar em tal colocação. Isso me aliviou um pouco a pressão da prova.
- Escolha metas de curto, médio e longo prazo. Inclusive, fazer provas me ajudava muito a estudar, pois o a ansiedade de um edital aberto aumenta a adrenalina e melhora os estudos. Se você ainda não decidiu qual concurso quer fazer, defina um provisório, mas se esforce ao máximo nesse para criar uma rotina e desenvolver seu método. Esse edital que não é seu objetivo vai te tirar da inércia e te jogar no mundo dos concursos. Com isso, você vai aprender demais sobre esse mundo e pode até alcançar coisas melhores do que queria inicialmente. Aproveite para aprender conteúdo, mas também modo de estudo, dificuldades dos concurseiros e como se motivar diariamente.
- Por exemplo, após sair da faculdade, comecei com o estudo para técnico administrativo do MPU, eu não queria esse cargo, mas esse estudo me tirou do zero e me fez aprender a estudar e foi muito proveitoso. Quando saiu o edital da DPE/RJ (um pouco mais próximo do que eu queria) eu já estava mais preparado.
- Ademais, persista. Acredite em você e tenha fé no seu potencial. Concurso é uma questão de boa preparação somada a muita perseverança. A melhora constante é o pilar da aprovação. Siga esse caminho e sua hora vai chegar.
- Por fim, uma dica rápida é fazer bom uso das redes sociais. Atualmente, há vários perfis de professores e do próprio Estratégia que ajudam muito. Com isso, você vai estar aprendendo mesmo na hora de descanso. Eu já acertei questão de prova por lembrar de vídeo do Instagram. É claro que somente isso não traz aprovação, mas é um bom complemento.
Confira outras entrevistas em:
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]