ENTREVISTA: Rayssa Bonissatto – Aprovada em 1º lugar para Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas (Ubá – MG) no concurso IBGE
“Estudar para concursos é muito difícil, a gente se cobra excessivamente, se decepciona muitas vezes, se sente desamparado e perdido nessa caminhada que poucos aguentam, mas na hora que a gente vê nosso nome lá tudo vale a pena. É menos 10 toneladas nas costas e um grande alívio!”
Confira nossa entrevista com Rayssa Bonissatto, aprovada em 1º lugar para Técnico em Informações Geográficas e Estatísticas (Ubá – MG) no concurso IBGE:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nosso leitor possa te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Rayssa Bonissatto: Sou Rayssa tenho 26 anos. Sou Engenheira Química, graduada em 2014. Moro no interior de Minas Gerais.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos?
Rayssa: Após a formatura me deparei com a crise econômica e a realidade da engenharia: economia em alta = grande oferta de empregos; economia em baixa = engenheiros sem emprego. Tentei várias entrevistas e em nenhuma obtive êxito. Acabei entrando no mundo dos concursos meio sem querer, como uma solução ao desemprego, então tinha tempo integral para me dedicar aos estudos já que tinha o suporte financeiro e apoio da família.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último?
Rayssa: Fiz um total de 8 concursos, sendo 6 deles para cargos que exigiam graduação específica em engenharia. Desses 6 fui aprovada em 3 (TRT 3, Petrobras e uma universidade federal), dentro do cadastro de reserva. Com a escassez de concursos para engenheiros no final de 2015, percebi que alcançaria êxito de forma mais rápida se tentasse concursos para nível médio (em que, muitas vezes, as atribuições e salários são melhores que concursos para graduados)… Então tentei INSS (ainda aguardo o resultado) e IBGE em 2016. Enfim, obtive a felicidade de ser aprovada em primeiro lugar no IBGE para a minha cidade.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Rayssa: Inicialmente foi um choque. Rs… Por mais que a gente acredite ver o nosso nome dentro do número de vagas é um choque. Depois disso foi muito choro, mas um choro de felicidade. Finalmente consegui uma segurança. É muito estranho o sentimento, é orgulho, é alegria e até um pouco de medo pelo o que vai acontecer de agora em diante. Estudar para concursos é muito difícil, a gente se cobra excessivamente, se decepciona muitas vezes, se sente desamparado e perdido nessa caminhada que poucos aguentam, mas na hora que a gente vê nosso nome lá tudo vale a pena. É menos 10 toneladas nas costas e um grande alívio!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Rayssa: Não abri mão dos meus sábados a noite e domingos após as 17:30. Nessas horas estava sempre com meu namorado e a família. Em qualquer outro momento da semana estava estudando e estudando muito! Acordava às 6:30 e estudava até às 12 h, retornava das 15 h até às 22 h. Fazia pausas entre as matérias para lanche, banho, um videozinho no YouTube, mas nada que superasse 40 min… Durante os finais de semana fazia simulados e revisões de pontos que tinha ficado em dúvida durante a semana (dedicava aos estudos cerca de 5 h aos sábados e 4 h aos domingos).
Estratégia:: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Rayssa: Namoro há 10 anos. Moro com meus pais, não tenho filhos. Minha família e namorado, que é concursado e também já passou por isso, me apoiaram financeira e emocionalmente.
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho?
Rayssa: Inicialmente estava focada na minha área de formação, então conseguia conciliar concursos diferentes. Quando decidi ir para ensino médio era mais difícil essa conciliação. Então organizei um cronograma para encaixar todas as matérias de dois editais: INSS que tinha um conteúdo pesado e IBGE que tinha um conteúdo mais tranquilo. Dedicava menos horas nas matérias que tinha mais facilidade (matemática/raciocínio lógico, informática) e menos horas nas que tinha mais dificuldade (português). Acredito que, quanto mais próximos os conteúdos dos editais, mais fácil é estudar para dois ao mesmo tempo. Da mesma forma, acho que não é bom pegar dois editais com conteúdos extensos e totalmente diferentes. Concurso é projeto de longo prazo, nunca pensei em fazer concurso para manter alta a motivação, sempre me preocupei em me preparar. O resultado positivo vem de vários fatores, mas principalmente da sua preparação.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Rayssa: Sim, vale a pena. Os concursos diferentes podem servir de degrau fornecendo uma estabilidade e principalmente segurança. Eu queria minha independência e o IBGE está me proporcionando isso. Sempre pensei em atuar na minha área de formação, mas depois desses meses de dedicação penso em fazer outra graduação. Longo prazo penso no concurso de AFT. Mas, se me sentir realizada no IBGE, vou ficar no IBGE. O importante é ser feliz e realizado naquilo que a gente faz. Por isso acho importante ler no edital as atribuições, pesquisar se a rotina vai de acordo com seu perfil.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
Rayssa: Iniciei os estudos em dezembro de 2014. Em outubro de 2015 comecei a preparação para concursos de nível médio. Em períodos sem edital focava nas matérias que sempre caem, por exemplo, português. Tentava manter a rotina usando editais antigos.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Rayssa: Usei livros, curso em PDF e vídeo aulas. A principal desvantagem desses materiais é manter a disciplina e o foco, pois só depende de você. Mas, como sempre gostei de estudar e nunca fui fã de aulas presenciais, estudar por conta própria foi o melhor caminho para mim. Os livros são mais abrangentes, têm a vantagem de servir para diferentes concursos e considero um material de consulta ótimo. Os PDFs eram uma lapidação, porque é um material mais focado e objetivo. Vídeo aulas eu gosto para sanar dúvidas e revisões. Ter um material de qualidade é ESSENCIAL! Dinheiro é um recurso escasso para o concurseiro, então gaste direito!
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rayssa: Conheci o Estratégia pelos artigos dos professores no blog do site e os diversos materiais gratuitos (excelentes!) que disponibilizam lá.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Rayssa: Estudava de 3 a 4 matérias por dia. Inicialmente fazia resumos, mas consumia o tempo demais e dava poucos resultados. Então resolvi seguir a dica do Prof. Mário Machado (se não me engano foi num webinar do Estratégia sobre o edital do IBGE em dezembro de 2015): marcar o material. Eu marcava o que achava importante de forma objetiva, escrevia palavras chaves ou pequenos esquemas/fluxogramas que eu mesma bolava na margem da página. Revisava as minhas marcações e “rabiscos” nas margens. Revisava mais rápido e fixava a matéria mais rápido. Eu fazia muitos exercícios pois é fundamental e priorizava os comentados (assim dava para aprender com meus erros e saber exatamente onde estava errando). Montei meu plano de estudos EXATAMENTE como o prof. Mário Machado indicou nos webinários do INSS e IBGE. Fiz uma tabela com as matérias do dia e coloquei um tempo para cada disciplina segundo a relevância dela no concurso e minha facilidade com ela; fazia revisões diárias, semanais e mensais. Anotava na tabela o que tinha feito no dia, onde tinha começado, onde tinha parado, quais exercícios tinha feito…
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Rayssa: Português e matérias de direito sempre foram um problema. Superei as dificuldades com muita persistência e estudo. Não tem fórmula mágica, o segredo é força de vontade.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Rayssa: Eu sempre surtava na reta final. O emocional sempre foi meu vilão e maior obstáculo. Não sabia o que fazer. Quando foquei em concursos de nível médio resolvi fazer diferente, lutei contra minha ansiedade e procurei “esquecer” da prova mantendo a rotina o mais próximo do normal possível. No meu caso funcionou. Já tinha fechado o edital um bom tempo antes então no último mês fiz uma rotina normal só com revisões e exercícios. Mas procurando pensar que ainda faltava muito tempo pra prova rs…
Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desacelerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Rayssa: Eu aconselho estudar todos os dias da semana anterior da prova só que de forma bem mais leve. Procurava ficar menos horas estudando, mas sempre estudava. Colocava dicas no celular e dava sempre uma olhadinha. Mas sem excessos.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Rayssa: Erros: me cobrar demais. Concurso depende de estudo, depende de dedicação, mas isso não pode se tornar um peso.
Acertos: organização e controle maior do emocional. Sem dúvidas o resultado só veio quando aprendi a estudar de forma eficiente: com marcações e sem resumos, com materiais de qualidade, dividindo o tempo de forma adequada. Antes não me organizava e só batia na trave. E, tão importante quanto o estudar, foi aprender a controlar as emoções para não ser levada por elas. Um emocional fraco desconstrói toda boa preparação.
Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?
Rayssa: Falta de foco, medo de tentar e não querer “pagar o preço” para a aprovação. Ser concurseiro é aprender a abdicar, sentir-se mal por não ter estudado, mas tudo tem que ser balanceado, estudar não pode ser tortura. Mas tem que saber que hora de estudar é hora de estudar, quando se pega um livro tem que “desligar” do que eu for diferente disso. Tem que ter coragem para acreditar que é possível, que a aprovação VAI chegar.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? E qual foi sua principal motivação?
Rayssa: O mais difícil foi não ser imediatista e aprender que tudo tem seu tempo para acontecer. Concurso acabou se tornando uma jornada de autoconhecimento.
A minha maior motivação foi minha independência.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rayssa: Estudar para concurso não é fácil, mas tudo o que você passar vai valer MUITO a pena. Tenha certeza que só não consegue quem desiste.
Outras entrevistas em:
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