Artigo

Como ser Aprovado na PCDF? O Estudo para a Discursiva

Estude de forma estratégica para a prova discursiva da PCDF

Olá nação estrategista!

Meu nome é Guilherme Solino, sou analista do Banco Central do Brasil e sou coach aqui no Estratégia.

Nesse artigo eu trago uma análise do possível impacto da discursiva na classificação do concurso de agente da PCDF, além de dicas de como se preparar para essa etapa do concurso.

Essa análise servirá de base tanto para o cargo de Agente como para o de Escrivão.

Tanto a prova de aptidão física (TAF) como o exame psicotécnico possuem papéis relevantes para concursos policiais, pois elas são a causa de muitas reprovações.

Entretanto, irei considerar, para fins de análise, somente a prova objetiva e discursiva, ok?

Veja aqui o meu artigo sobre como definir de maneira fundamentada as suas prioridades de estudo para o cargo de Agente.

Veja nesse link um levantamento estatístico com uma estimação com a quantidade de questões por assuntos para Agente da PCDF, além de orientações de estudo para cada uma das disciplinas.

No concurso de 2013, a prova discursiva correspondeu a 40 pontos de um total de 165 possíveis (120 da objetiva, 40 da discursiva e 5 de títulos). Eu irei te mostrar qual foi o impacto da discursiva na classificação desse concurso, além de dar dicas concretas de como se preparar para ela.

Por certo que o resultado do último concurso não irá determinar como será o próximo certame, mas, seguramente, a prova de 2013 é a principal referência para o próximo concurso da PCDF.

Qual o impacto da discursiva na classificação do último concurso de agente?

O gráfico abaixo mostra a nota objetiva e discursiva para os 1.800 candidatos que tiveram a discursiva corrigida no concurso de agente da PCDF de 2013.

O eixo X corresponde a classificação dos candidatos. No eixo Y temos a nota, em percentual, da objetiva e da discursiva. Os retângulos representam a nota da objetiva e os triângulos representam as notas da discursiva.

Cada candidato é representado por uma combinação de nota da objetiva e da discursiva. Por exemplo, o candidato 01 teve nota na objetiva de 78,2% (93/120) e 96,3% (38,52/40) na discursiva.

Os triângulos amarelos mostram candidatos que estavam “fora” das 600 primeiras vagas somente com a objetiva, e “entraram” nas vagas em função da discursiva.

Jã os triângulos pretos indicam os candidatos que estavam “dentro” das vagas, mas que saíram devido a uma nota “baixa” na discursiva.

Pessoal, tivemos 111 candidatos que “entraram” nas vagas em função da nota da discursiva. Impressionante, não é verdade??

A linha roxa mostra uma tendência da nota da objetiva para duas faixas de classificação: da classificação 1º até a 300º e da classificação 301º até a 1800º.

Vejamos algumas interpretações interessantes desse gráfico:

  • Percebemos a nota da objetiva até a posição 300º teve uma relação “determinística”, ou seja, a nota elevada na objetiva “garantiu” uma boa classificação. Eles tiraram, em geral, mais de 80% na discursiva.
  • Observe a inclinação da primeira linha roxa (até a posição 200º, mais vertical). Isso mostra que o “primeiro batalhão” dos classificados tiveram uma melhor classificação na medida que tiveram uma maior nota na objetiva.
  • Entretanto, para os candidatos entre as posições 300º e 1800º vemos que a nota da objetiva não variou “muito”. O que fez a “diferença” para a classificação foi a nota da discursiva.
  • Veja que a segunda linha roxa é mais “deitada” (posição 200º em diante). Isso mostra que, de modo geral, as notas da objetiva foram mais próximas para esses candidatos. O que determinou a classificação foi a nota da discursiva.
  • Note que mais de uma centena de candidatos entraram nas vagas imediatas devido ao desempenho na discursiva.

O gráfico abaixo mostra a quantidade média de alteração de posições para as faixas de classificação final.

Podemos ver, por esse gráfico, que os candidatos classificados até a posição 100º tiveram, na média, 33 alterações de posição por candidato.

Já para os candidatos classificados entre 400 e 500 houve, na média, 206 mudanças da classificação da objetiva para cada candidato. Uma verdadeira dança das cadeiras, não é verdade?

Para exemplificar ainda mais o quanto a discursiva alterou a classificação da objetiva, veja dois casos:

Caso 1) Um candidato teve uma nota de 69 pontos na objetiva. Estava classificado na posição 1.338º. Com a sua nota de 96,1% na discursiva (38,4 de 40), ele “ganhou” 1.003 posições, e obteve a classificação 335º. Impressionante!

Caso 2) Um candidato teve a nota de 80 pontos na objetiva e estava na classificação 241º. Todavia, ele teve uma nota de 52,2% na discursiva, não sendo eliminado. Entretanto, ele caiu para a posição 1.035º. Um belo tombo, não é verdade?

Agora que vimos o quanto a discursiva tem o potencial de impactar a sua classificação, vejamos algumas etapas para uma preparação eficaz para a discursiva.

Etapas para uma preparação eficaz

1) Faça um bom estudo para a objetiva

O primeiro ponto é que você precisa de uma nota elevada na objetiva para ter a discursiva corrigida.

O próprio estudo para a objetiva já é uma preparação para a discursiva.

Por exemplo, se você não tem o desempenho de elevado de acertos (sugiro entre 85-90%) em cadernos de questões objetivas de provas anteriores, contemplando os temas “quentes” da discursiva, dificilmente você terá condições de fazer uma redação com uma nota elevada.

Dessa forma, você deve estudar mais tempo os assuntos mais prováveis de serem exigidos na discursiva.

2) Entenda como você será avaliado

Você será avaliado pelo aspecto formal e material. Em relação à forma, tenha atenção na estrutura da discursiva.

O Cebraspe, banca provável do concurso, atribui maior pontuação ao aspecto material (de conteúdo), penalizando menos os candidatos pelos erros gramaticais.

Em geral, o seu texto precisa ter uma introdução, desenvolvimento e conclusão. É importante respeitar as margens da folha de resposta, como o número total de linhas.

3) Elabore esquemas com palavras-chave para temas prováveis

Um aspecto essencial para a o estudo para a discursiva é correlacionar as atribuições do cargo com o conteúdo programático.

De acordo com o último edital, o Agente da PCDF tem como atribuições:

  • Realizar atividade de nível superior, envolvendo investigar atos ou fatos que caracterizem ou possam caracterizar infrações penais;
  • Coordenar ou executar operações de natureza policial ou de interesse de segurança pública;
  • Executar intimações, notificações ou quaisquer outras atividades julgadas necessárias ao esclarecimento de atos ou fatos sob investigações;
  • Dirigir veículos automotores em serviços, ações e operações policiais.
  • Executar demais serviços de apoio à autoridade policial, além de outras atribuições inerentes ao cargo.

Por um cotejamento dos assuntos do conteúdo programático e as atribuições do cargo, podemos ver que os seguintes temas são “candidatos naturais” ao tema da discursiva:

  • Atualidades: segurança pública
  • Direito Penal: infração penal
  • Direito Processual Penal: ação penal

Além desses temas, note que a Polícia Civil dos Estados é uma verdadeira defensora dos Direitos e Garantias Fundamentais expressos no art. 5 da nossa Constituição. Logo, Direitos e Garantias Fundamentais é um tema bastante relevante!

Fizemos um levantamento de 16 provas discursivas do Cebraspe para o cargo de Agente/semelhante. Vejam que, de fato, os temas explorados possuem essa correlação com as atribuições acima.

Vejam essas questões discursivas no link abaixo:

https://tec.ec/s/Qp9CN

Dessa forma, eu recomendo que você escolha alguns desses temas possíveis e elabore esquemas com palavras-chave, de modo a estruturar uma dissertação com esses assuntos.

4) Faça pelo menos 3 discursivas com correção

Um erro de preparação muito comum ocorre quando o aluno faz redações no computador, especialmente em um processador de texto (como o Word).

Isso porque no computador você possui um corretor automático de ortografia, além do clássico “copiar, colar” (“CRL+C e CRL+V”).

É fundamental que você pratique a discursiva à mão, no estilo em que você será avaliado.

Você será avaliado por uma discursiva feita à mão, tanto pelos aspectos gramaticais e ortográficos, quanto pelo aspecto de conteúdo.

O ideal é que você tenha pelo menos três redações corrigidas por um especialista em língua portuguesa para fins de avaliação do domínio da escrita, especialmente em relação aos aspectos gramaticais, de legibilidade e de coesão textual.

Conclusão

Não adiantará nada “gabaritar” a discursiva e, ao mesmo tempo, não ter uma nota suficiente na objetiva que permita a correção da discursiva.

A sua prioridade “01” deve ser alcançar uma nota na objetiva para ter a redação corrigida.

Se você tiver feito um simulado e estiver com uma nota equivalente de menos de 60 pontos de 120, a discursiva, num primeiro momento, não será sua prioridade, pois se você não elevar a sua nota na objetiva talvez você nem tenha a discursiva corrigida.

Estude muito bem para a objetiva, focando nos temas mais quentes da discursiva, conforme exemplificamos anteriormente (ação penal, princípios do direito penal, direitos e garantias fundamentais).

Recomendação: Tente obter por volta de 85-90% de acertos nas questões objetivas para esses temas.

Tenha foco no seu estudo: identifique se a sua prioridade é cobrir mais conteúdos que aumentem a sua nota objetiva ou se é gastar mais tempo no estudo da discursiva (caso esteja em um nível mais avançado).

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Forte abraço!

Solino

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    Linter Garcia em 19/09/19 às 20:00
    • Olá Linter, obrigado pelo aviso. Bons estudos e rumo a aprovação!
      Guilherme Solino em 20/09/19 às 08:38