Aprovado no Concurso AGU
“O mais difícil era a motivação no dia a dia. Em alguns dias, o estudo não rendia muito e eu me desmotivava. Pensei em desistir, mas o que me fazia continuar era o fato de que já havia chegado até ali e não queria que tudo aquilo fosse em vão”
Confira nossa entrevista com Guilherme Schoffen, aprovado em 12º lugar no concurso da Advocacia-Geral da União (AGU) para o cargo de Contador:
Estratégia: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Guilherme Schoffen: Tenho 22 anos de idade e me formei em Ciências Contábeis, na UFRGS, há alguns meses. Nasci em Cerro Largo/RS, mas vivo em Porto Alegre desde 2015. Também já morei em Santo Ângelo e em Santa Maria.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Guilherme: Sempre me interessei muito pela área fiscal. No ano passado, comecei a refletir sobre o que eu gostaria de fazer depois de formado e decidi estudar para concursos públicos – com foco em oportunidades em contabilidade e nos fiscos. Acredito que tanto a estabilidade no serviço público quanto os próprios cargos nos quais eu me interesso, foram fatores importantes para essa decisão.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Guilherme: Eu trabalhei como estagiário até o início do ano passado. Quando passei a estudar para concursos, eu era voluntário no setor financeiro de uma ONG e ainda precisava conciliar a rotina de estudos com as aulas da universidade de noite. Normalmente, eu usava o turno da tarde para estudar. Já na época do Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), foi mais complicado. Atualmente, tenho me dedicado inteiramente ao estudo para concursos.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Guilherme: O concurso para Contador da AGU foi o primeiro em que eu fui aprovado dentro do número de vagas previsto no edital. Fiquei em 12º de 24 vagas para a ampla concorrência. Além disso, obtive a aprovação nos concursos de Técnico Tributário e Auditor Fiscal, ambos da SEFAZ/RS, fora do número de vagas do edital.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Guilherme: Surpresa. Eu estava nos meus primeiros 6 meses de estudo e, naquela época, meu foco maior era no TCC. Certamente essa foi uma surpresa bem positiva, que me deu uma motivação maior para continuar estudando.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Guilherme: Acredito não ter adotado uma postura radical, porém acabei abrindo mão de algumas coisas. Eu costumava viajar em alguns finais de semana, ora para Santo Ângelo para visitar meus pais, ora para Santa Maria visitar amigos. Durante a minha preparação, praticamente deixei de viajar e passei meus finais de semana focado no estudo para concursos e no trabalho de conclusão da faculdade.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Guilherme: Sou solteiro e moro sozinho. De certa forma, isso me ajudou bastante. Eu tive total autonomia para definir meus horários e minhas atividades. Ademais, sempre tive apoio da minha família, tanto financeiramente quanto emocionalmente, o que foi importante para mim.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Guilherme: Eu acho que fazer outros concursos vale a pena sim, mas até certo ponto. Estudar somente com foco em um único concurso pode ser algo arriscado até porque, dificilmente, conseguimos prever quais oportunidades surgirão nos próximos anos.
Entretanto, não acho que vale a pena estudar para concursos completamente diferentes e, por isso, creio que um meio-termo é melhor: fazer concursos que tenham uma mesma base ou várias disciplinas em comum, para não se desviar do foco principal e, ao mesmo tempo, não perder as oportunidades similares que surgirem. Pretendo continuar estudando para conseguir aprovação em algum fisco.
Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovado?
Guilherme: Aqui dá para traçar uma boa relação com o que comentei na resposta da pergunta anterior. Todo o meu estudo foi direcionado para a área fiscal. Ocorre que, no concurso de Contador da AGU, algumas das disciplinas cobradas normalmente também fazem parte dos editais da área fiscal: Português, Raciocínio Lógico, Direito Administrativo, Direito Constitucional, Matemática Financeira e, claro, Contabilidade.
Eu pensei em fazer esse concurso justamente porque eu já estava estudando essas disciplinas e queria verificar como estava o meu desempenho nelas. A minha formação em Ciências Contábeis ajudou a suprir as cobranças específicas para o cargo de Contador que não estão contempladas na área fiscal.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Guilherme: Quando comecei a estudar, não havia nenhum edital publicado que me interessasse. Entretanto, esse tempo foi breve. Para mim, o ideal seria que os outros concursos que já realizei saíssem 1 ano mais tarde, para que eu tivesse mais tempo para estudar. Atualmente, tenho estudado sem edital há um tempo e tento manter a disciplina, porque sei que em breve alguma oportunidade surgirá.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Guilherme: Usei, principalmente, os livros eletrônicos (PDFs) do Estratégia. No início, eu também assistia a diversas videoaulas. No entanto, à medida que fui me ambientando com as disciplinas, passei a focar mais nos PDFs. Tanto as videoaulas quanto os PDFs têm a vantagem de poder estudar quando eu quiser e da forma que eu preferir, podendo estabelecer meus próprios horários. Acabei preferindo os PDFs por eles possibilitarem um estudo mais ágil e completo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Guilherme: Por indicação de outros concurseiros. Eu também pesquisei um pouco sobre cursos para concursos por conta própria.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Guilherme: Eu iniciei estudando as disciplinas mais básicas (normalmente de 2 a 3 por dia) e depois me aprofundei nas específicas. Não tenho o hábito de fazer resumos, porque faço as marcações no próprio PDF e isso me ajuda muito. Utilizo bastante as funções “comentário” e “marca-texto”.
Na hora das revisões, eu focava mais em exercícios. Caso eu percebesse que meu desempenho estava mais baixo, eu dava uma lida na teoria da matéria que eu estava com dificuldade. E tudo isso eu fui registrando em uma planilha, que servia como diário. Com ela eu traçava meu plano de estudos e ia marcando as matérias estudadas, como um checklist.
Atualmente, eu estudo de 6 a 7 horas líquidas por dia. Porém, na época, eu não tinha um controle de tempo tão rigoroso por conta da faculdade. Não vou além desse tempo, porque sinto que o estudo rende menos quando se torna maçante.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Guilherme: Eu tinha um desempenho similar na maioria das disciplinas. O que eu fiz foi dedicar um tempo maior de estudo às disciplinas derivadas do direito, que eu não tive muito contato durante a minha faculdade. Elas eram as maiores novidades para mim em termos de matéria.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Guilherme: Na semana que antecedeu a prova, eu estava exausto. Nos últimos dias, tentei descansar um pouco. Mas eu não consegui desacelerar até fazer a prova.
Estratégia: No seu concurso tivemos, além da prova objetiva, a prova discursiva. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Guilherme: Meu conselho é não deixar de lado a prova discursiva, por mais desmotivadora que ela pareça ser. Durante a preparação, eu a evitava justamente por isso. Já na hora da prova, eu busquei corrigir esse erro e me esforcei ao máximo para estruturar bem a dissertação. Após a divulgação do resultado da prova discursiva, recebi a boa notícia: eu havia subido 14 colocações, de 26º para 12º, por causa da nota da dissertação.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Guilherme: Quanto a erros, o principal foi não ter estudado com uma estratégia sistematizada desde o começo. Demorei para pegar o ritmo das revisões e isso fez falta para mim. Além disso, a minha atenção ficava dividida entre o TCC e o estudo para concursos, então faltou um pouco de constância. No final das contas, tudo serviu de aprendizado para que eu continuasse melhorando minhas técnicas de estudo.
Creio que meu maior acerto foi não ter desistido, mesmo quando eu achava que não conseguiria. Afinal, se não tentasse eu não teria como realmente saber se daria certo ou não – e é por isso que continuei tentando.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Guilherme: Para mim, o mais difícil era a motivação no dia a dia. Em alguns dias, o estudo não rendia muito e eu me desmotivava. Ou quando eu ficava com dificuldade em alguma matéria específica. Pensei em desistir, mas o que me fazia continuar era o fato de que eu já havia chegado até ali e não queria que tudo aquilo fosse em vão.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Guilherme: A minha motivação é eu me imaginar trabalhando com o que eu gostaria de exercer. Tenho tanto tempo de trabalho pela frente e creio que não vale a pena gastar ele com algo que não faça sentido ou com algo que eu não goste.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Guilherme: Aconselharia a ter uma motivação clara e a ter um bom planejamento. Duas coisas que, infelizmente, são mais fáceis de dizer do que de fazer. Acredito que ter uma motivação clara pode ajudar na determinação de um objetivo e ter um bom planejamento auxilia no cumprimento desse objetivo.
Confira outras entrevistas em:
Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes