Concurso AUFC/TCU (2015) – Redes de Computadores
Olá Pessoal, como estão?
Vamos tecer aqui alguns comentários das questões da parte de Redes de Computadores do concurso AUFC/TCU (2015).
Então, vamos aos comentários:
150 O PIM (protocol independent multicast) possui dois cenários de distribuição: o denso, que é uma técnica de repasse de caminho inverso “inundar e podar”; e o esparso, que usa pontos de encontro para definir a árvore de distribuição multicast.
Comentários: Questão que exigia o mínimo de conhecimento das duas técnicas de distribuição do protocolo de roteamento multicast PIM (DM e SM). O foco desse protocolo é na comunicação entre diferentes AS’s utilizando as próprias tabelas de roteamento unicast já armazenadas e criadas nos dispositivos. Diferentemente do que temos nos MOSPF e no DVMRP,
De fato, as principais características de cada um dos modos foram apresentadas de forma correta na questão. No caso do modo denso, podemos referenciá-lo também como flood and prune.
Gabarito Preliminar: C
Dificuldade: Média
151 MPLS (multiprotocol label switching) são redes de comutação de pacotes por circuitos virtuais que possuem rótulos de tamanhos fixos e utilizam o IP para endereçar e rotear os pacotes.
Comentários: Temos aqui uma questão problemática. Essa comparação no parâmetro a ser utilizado no roteamento em redes MPLS é clássica. Percebam que uma vez que se acrescenta os rótulos nos pacotes, os índices desses rótulos passam a ser utilizados e não mais os endereços IP. Reforçando essa ideia, podemos utilizar questões anteriores do próprio CESPE para elaboração de recursos:
CESPE – AJ TRT17/Apoio Especializado/Tecnologia da Informação/2013
Os pacotes encaminhados em uma rede MPLS utilizam rótulos ao invés de um endereço de destino; dessa forma, em um roteador, o rótulo funciona como um índice para uma tabela interna, que ajuda a descobrir a interface de saída correta do roteador. (Gab: C)
CESPE – Banco da Amazônia/Técnico Científico/2012
Um quadro melhorado com MPLS somente pode ser enviado entre roteadores habilitados para MPLS ou habilitados para IP. (Gab: E)
CESPE – ANAC/Analista Administrativo – Área 5/2012
A rede de longa distância MPLS (multiprotocol label switching), forma rápida e veloz de encaminhamento seguro de pacotes, acrescenta um rótulo à frente de cada pacote, de forma que o encaminhamento desse pacote é feito de acordo com o rótulo, e não com o endereço de destino. (Gab: C)
CESPE – TJ(AC)/Analista de Suporte/2012
A MPLS encaminha os pacotes de acordo com endereço de destino contido no cabeçalho. (Gab: E)
Além disso, temos o seguinte trecho no livro do Kurose, 5ª edição, pag 361: ” O objetivo não era abandonara infraestrutura de repasse de datagramas IP com base no destino em favor de rótulos de tamanho fixo e circuitos virtuais, mas aumentá -la, rotulando datagramas seletivameme e permitindo que roteadores repassassem datagramas com base em rótulos de tamanho fixo (em vez de endererços de destino IP), quando possível.” e pag 362: ” Um roteador habilitado para MPLS é comumente denominado roteador de comutação de rótulos, pois repassa um quadro MPLS consultando o rótulo MPLS em sua tabela de repasse e, então, passando imediatamente o datagrarna para a interface de saída apropriada
Gabarito Preliminar: E
Gabarito do Professor: C
Dificuldade: Fácil
152 Em projetos VOIP, deve-se procurar eliminar os atrasos fim-a-fim e a variação de atraso no receptor para áudio. Problemas como esses podem ser solucionados pelo FEC (forward error correction), que é um método compatível com o RTP (real-time transport protocol).
Comentários: Pessoal, tivemos aqui uma mistura de conceitos. O FEC tem como foco a detecção e correção de erros buscando garantir assim a integridade dos dados. Conceito totalmente diferente do que se busca na eliminação de atrasos. Em uma comunicação VOiP, as vezes é mais interessante receber o dado parcialmente alterado, porém, ainda tem a capacidade de agregar informação na comunicação, do que o dado totalmente atrasado e fora do contexto no momento. Em relação ao trecho final, não há problemas de compatibilidade do FEC com o RTP, como podemos ver em https://tools.ietf.org/html/rfc5109. Reparem que o fato de existir compatibilidade não implica em dizer que o FEC resolver problemas de atraso, conforme comentamos no início.
Gabarito Preliminar: E
Dificuldade: Fácil
153 De acordo com o protocolo OSPF para roteamento intra-SA, os roteadores devem transmitir informações de roteamento por difusão apenas para os vizinhos do sistema autônomo, de modo a obter rapidez e economicidade na atualização das tabelas de roteamento.
Comentários: O protocolo OSPF possui como característica o fato de possuir visibilidade completa da rede, diferentemente do protocolo RIP que possui visibilidade apenas de seus vizinhos. Para se obter tal informação, cada roteador que participa do roteamento OSPF deve enviar suas informações de estados de link a todos os demais roteadores e não somente aos seus vizinhos. E é justamente após o recebimento de pacotes de todos os demais roteadores que cada roteador executará o algoritmo SPF para cálculo de suas rotas, com visibilidade de toda a rede.
Gabarito Preliminar: E
Dificuldade: Fácil
161 RAID 5 e RAID 6 são opções recomendáveis para soluções de SAN que tenham de aliar redundância e velocidade para armazenamento de dados. No primeiro caso, consegue-se proteger o sistema quando apenas um disco apresentar falha. No segundo, por utilizar o dobro de bits de paridade, a integridade dos dados é garantida caso até dois dos HDs falhem ao mesmo tempo. Por isso, no RAID 6, se a SAN possuir, por exemplo, 13 HDs de 100 GB de capacidade cada um, a SAN terá 1,1 TB de capacidade total de armazenamento.
Comentários: Questão que aborda o nível de confiabilidade das implementações em RAID 5 e 6, complementada pelo grau de eficiência. Lembremos que tanto o RAID 5 e 6 utilizam o conceito de bits de paridade distribuídos em todos os discos do conjunto para recuperação de dados em possíveis falhas. De fato, o RAID 5 suporta a falha de um disco por vez, sem gerar nenhum tipo de prejuízo, enquanto o RAID 6, por utiliza o dobro de bits para paridade, suporta a falha de até dois discos de forma simultânea. Em termos de eficiência, o RAID 5 sempre terá o desperdício de um disco bruto, enquanto o RAID 6, terá dois discos de desperdício.
Assim, com a utilização dos 13 discos de 100 GB, em princípio, temos uma possibilidade de utilização de 1,3 TB. Entretanto, ao implementarmo o RAID 5, devemos descontar um disco que será a perda por utilização de paridade, totalizando a disponibilidade de capacidade de armazenamento de 1,2 TB. Já para o RAID 6, por termos o desperdício de 2 discos, nos resta de capacidade o total de 1,1 TB.
Em relação às suas características, realmente ambos agregar características de velocidade, desempenho e alta redundância, e por esse motivo, são recomendados para redes SAN.
Gabarito Preliminar: C
Dificuldade: Fácil
162 Network attached storage (NAS) e storage area network (SAN) são redes dedicadas ao armazenamento e ligadas às redes de comunicação de um centro de dados. Na primeira, os computadores e aplicativos acessam os dados por meio do compartilhamento de uma rede que usa protocolos de Internet (IP). Na segunda, cada dispositivo na SAN tem seu próprio endereço IP exclusivo e os arquivos são acessados por meio dos CIFS (common Internet file system) ou NFS (network file system).
Comentários: Devemos sempre lembrar que o NAS implementa um Sistema Operacional completo e possibilita o acesso aos seus dados a nível de arquivos. Desse modo, protocolos como CIFS e NFS podem ser utilizados e mapeados a partir de um endereço IP específico do NAS. Já a SAN, por ser uma rede de alto desempenho, que opera a nível de blocos, utiliza outras tecnologias, como o iSCSI e FC.
Gabarito Preliminar: E
Dificuldade: Fácil
Bom pessoal, por enquanto é isso. Entendo que caiba recurso na questão do MPLS. Em relação às demais, considero que foi uma parcela tranquila da prova comparado ao nível exigido em outras questões de outras disciplinas.
Um grande abraço.
Professor André Castro