ENTREVISTA: Bruno Matos – Aprovado no concurso para Perito da Polícia Técnico Científica de Goiás
“Sem dúvidas, o maior acerto é a persistência no estudo. Parece batido, mas concurso público é mesmo uma fila, se você entrar nela e tiver paciência de aguardar, a sua hora vai chegar, mas para isso é preciso investir nos estudos. Fazer provas só por fazer sem o devido preparo não fará a fila andar mais rápido, muito pelo contrário, pode fazer você permanecer nela por muito tempo. Já aqueles que se preparam, investem no estudo, encontram atalhos nessa fila é chegam na posse mais rápido.”
Estudar, ter foco, força de vontade e ter disciplina. Sem dúvida nenhuma esses são elementos essenciais para alcançar uma aprovação. Mas de nada adianta colocar em prática todos esses itens citados, se você não acreditar em você, de que, dando o melhor de si, é possível sim conseguir a tão vaga em um cargo público.
No caso do carioca Bruno Matos, de 29 anos, não podemos afirmar que ele conseguiu ser aprovado no concurso dos seus sonhos, mas o que podemos dizer, com toda certeza, é de que ele já alcançou o seu grande objetivo: sair de uma realidade onde ingressar para o crime era uma opção de vida para grande partes do jovens oriundos de uma família simples.
Apesar de passar em um concurso público não ser a opção “mais fácil” que a vida tinha para oferecer, esse concurseiro nato acreditou em si e, apesar de todas as dificuldades e desafios, correu atrás daquilo que queria. E conseguiu: hoje soma várias aprovações em seu currículo, sendo a última no concurso para Perito da Polícia Técnico Científica de Goiás,
Confira nossa entrevista com Bruno Matos.
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Trabalhava e estudava, ou se dedicava inteiramente aos estudos? Quantos e quais concursos já foi aprovado? Qual o último?
Bruno Matos: Bom, eu gosto muito da forma como as aulas do Estratégia são apresentadas, como se fosse uma conversa direta entre o professor e o aluno e pensei em escrever esse relato dessa mesma forma.
Antes de qualquer coisa, deixa eu me apresentar. Eu sou o Bruno Matos, carioca que virou candango há pouco mais de seis anos, 29 anos, Químico, servidor público federal. Minha experiência com concursos públicos começou há uns 12 anos com os vestibulares, onde me sai muito bem (mesmo sem ter feito pré-vestibular fui aprovado em três universidades públicas). Em seguida, tendo nascido na baixada fluminense, em uma cidade onde ingressar para o crime acabou sendo uma opção de vida para alguns colegas de infância e oriundo de uma família simples, eu precisava buscar algo melhor e, na minha cabeça, a oportunidade de um emprego público representava esse algo melhor. Assim comecei prestando provas para a Petrobras. No começo, eu fui péssimo, pois não achava ser necessária uma dedicação maior aos estudos para concursos. Para mim, até então, concurso público era igual prova de faculdade… Ledo engano…
Após duas reprovações em concursos da Petrobras decidi que precisava me dedicar mais, entrei em um cursinho, passei a estudar mais e em sequência mais uma prova. Resultado: outra reprovação. Mas eu não podia desistir, continuei firme nos estudos e continuei a fazer provas. A minha primeira classificação foi para a Casa da Moeda do Brasil, eram 2 vagas para o cargo de técnico químico e eu fiquei em 12º lugar, isso por si só já me impulsionou a continuar nos estudos. Mais provas da Petrobras e suas subsidiárias e novas classificações e dessas vezes, eu estava mais próximo ao número de vagas. Até a ocorrência de um problema no Rio… Eu já morava só, meus pais haviam se mudado para uma cidade litorânea para curtirem a aposentadoria e eu tinha que continuar a trabalhar e estudar e não podia ir com eles. Eis que numa noite, saindo de uma comemoração tive meu carro roubado.
O carro reapareceu. Graças a Deus, pois eu não tinha seguro e eu ainda estava pagando as prestações e nesse instante decidi que eu não queria mais morar no Rio de Janeiro, precisava sair dali o quanto antes e comecei a fazer concursos para trabalhar na Petrobras embarcado em plataformas na região dos Lagos, além do concurso da Agência Nacional do Petróleo. Deus me abençoou e eu consegui ser aprovado em ambos os concursos dentro do número de vagas, mas a ANP foi mais rápida e me convocou logo. Então, mochila nas costas e “vambora” para Brasília.
Desde então, não tenho desistido de estudar e prestar concursos e os resultados tem sido muito bons, graças ao bom Deus. Nesses pouco mais de 6 anos de Brasília me classifiquei e/ou fui aprovado nos seguintes concursos: ANP – Nível Superior; Anvisa – Nível Superior; Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – Auditor; Secretaria de Educação do Distrito Federal – Professor de Química – Temporário e Efetivo e por último o concurso da Superintendência de Polícia Técnico Científica de Goiás – Perito Criminal.
Nesse momento quem está lendo deve estar se perguntado: Mas o que isso tem a ver comigo? Realmente nada. Cada pessoa tem a sua própria história e continua escrevendo a sua a cada dia. Com o meu relato eu só quis mostrar que com esforço, dedicação e com a graça do Pai, todos podem chegar aonde bem entenderem… Então, persista e não admita que alguém diga que você não será capaz. Corra atrás dos seus sonhos e não desista.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?
Bruno: Ter seu nome divulgado na lista dos aprovados em um concurso que você muito almeja é uma sensação incrível, quase indescritível. Por alguns instantes, você procura observar se aquele nome é realmente o seu ou se você tem algum homônimo, mas depois que a ficha realmente cai é muito bom. Nesse momento você percebe que todo o esforço feito, que as intermináveis horas de estudo e resolução de exercícios valeram a pena.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Bruno: Durante minha preparação para concursos eu adoto uma postura um tanto quanto radical. Como trabalho durante o dia, só me restam para estudar algumas horas durante a noite e os fins de semana. Assim, eu separo a noite de sábado para sair com minha esposa e a noite de domingo para a igreja, e o resto é todo reservado para estudos e nesse momento, não importa o quanto eu queira ir a um show ou ver um filme, se está programado que eu estudarei naquela noite, eu estudarei e ponto final.
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho? Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Bruno: Desde que cheguei a Brasília e conheci o universo dos concursos públicos e o mundo dos concurseiros, não tenho parado de fazer concursos, quase todos eles voltados para a minha área de formação e acredito que ainda continuarei por mais algum tempo. No meu caso, concursos voltados para a área de Química não são muito comuns, mas ocorrem e eu gosto da área, então mudar o foco não seria o ideal. Algumas outras pessoas possuem formação mais geral e podem voltar seus estudos para qualquer concurso, porém penso que prestar concurso com focos diferentes pode acabar frustrando o concursando, pois consequentes resultados ruins podem desmotivá-lo. Por outro lado, se o concursando entende que os concursos que não são seu foco servem apenas como treino, penso que pode ser positivo o fato de ele treinar questões de uma determinada banca, entender como determinados assuntos são cobrados, etc.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
Bruno: Especificamente para o concurso da perícia criminal eu estudei por dois meses completos. Desde a data de publicação do edital até a data da prova. Porém o estudo é uma rotina em minha vida de concurseiro, estou sempre estudando temas como Português, Informática, Raciocínio Lógico, Atualidades, Direito Administrativo e Direito Constituicional. Penso que conhecimento não se perde então sempre que posso estudo matérias comuns em concursos, além daquelas que são importantes na minha área de atuação.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Bruno: Tenho muito material impresso de cursos anteriores que realizei e esses foram a base de estudos para esse concurso. Além disso, estudei por livros as disciplinas que não eram comuns a minha área de formação como Medicina Legal e Criminologia. Como relatei acima, conhecimento não se perde, e embora eu não tenha estudado especificamente com o material do Estratégia nesse concurso, comprei um módulo para o Ministério da Agricultura do Estratégia e nele tinham disciplinas de química, certamente o conhecimento desse material ficou armazenado em minha mente e de alguma forma foi útil para o concurso.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria?
Bruno: Eu tenho diversos cadernos com resumo de disciplinas estudadas, sempre consulto esse material e sempre produzo mais resumos de acordo com os novos concursos que vou fazendo. Quanto a quantidade de assuntos nesse concurso, realmente eram muitos e alguns não eram de fácil entendimento ou afinidade, assim o que eu fazia. Eu sempre procurava ter um cronograma com horários para estudar, e esse cronograma se aplicava para toda a semana, porém sem definir a disciplina que seria estudada em cada dia. Assim, em dias que eu estava mais disposto eu estudava as disciplinas que considerava mais difíceis e nos dias que eu não estava tão bem, recorria as disciplinas que eram mais afins, e assim o estudo fluía melhor. Fazer exercícios é sempre uma boa pedida, ao menos uma vez na semana eu dedicava um tempo para a resolução de questões estudadas durante aquela semana e na semana de véspera da prova, com o conteúdo já finalizado eu fiz uma revisão somente com questões anteriores.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Bruno: As Disciplinas de Direito Penal e Processual Penal, Contabilidade e Biologia foram bastante difíceis, pois não são afins em concursos que eu faço, para conseguir estudá-las eu reservava os dias que estava mais motivado, ou os períodos do dia em que eu estava mais atento. Deixando para os dias que eu estava mais cansado para o estudo de disciplinas afins.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Bruno: Para mim a reta final desse concurso foi diferente, eu já havia esgotado cerca de 90 a 95% do conteúdo então resolvi focar mais na resolução de exercícios, o que contribuiu muito para a hora da prova.
Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Bruno: Todo esforço é válido, mas para mim, a intensidade de estudos deve ser constante e deve haver uma programação, de maneira que uma semana antes da prova quase todo o conteúdo já tenha sido estudo, restando a releitura de resumos e resolução de exercícios.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Bruno: Para prova discursiva não tem jeito, mesmo que você acredite que escreva bem, penso ser fundamental fazer cursos específicos para Redação, pois os professores que ministram esses cursos, na maioria das vezes já trabalharam na correção de provas para algumas bancas e sabe o que essas bancas costumam exigir do candidato. No meu caso a questão discursiva serviu para melhorar ainda mais minha colocação, tendo feito quase nota máxima.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Bruno: Com o passar do tempo a gente fica calejado e os erros deixam de ocorrer, no início eu recebia material de outros colegas, resumos, apostilas, etc. e juntava tudo, sem fazer uma separação ou seleção do que poderia ser útil ou não para mim, e quando precisava de um dado conteúdo para estudar, era difícil de localizar, pois eu tinha muita coisa, mas estava tudo desorganizado. Com o tempo fui aprendendo a selecionar o que poderia ser útil e descartar coisas que não eram importantes.
Sem dúvidas, o maior acerto é a persistência no estudo. Parece batido, mas concurso público é mesmo uma fila, se você entrar nela e tiver paciência de aguardar, a sua hora vai chegar, mas para isso é preciso investir nos estudos. Fazer provas só por fazer sem o devido preparo não fará a fila andar mais rápido, muito pelo contrário, pode fazer você permanecer nela por muito tempo. Já aqueles que se preparam, investem no estudo, encontram atalhos nessa fila é chegam na posse mais rápido.
Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?
Bruno: Sem dúvidas, os maiores erros são: utilização de material desatualizado; não pagar para ver até o final (muita gente começa a estudar para um dado concurso, dizendo que é seu sonho e tal, mas no meio do caminho surge um novo concurso ou as matérias estão difíceis de assimilar e a pessoa acaba desistindo.); Jogar todas as fichas em um concurso e caso não venha a aprovação, não aproveitar o conhecimento adquirido em outro concurso.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação?
Bruno: Continuar focado e sempre buscando melhorar é algo que exige esforço, principalmente quando já se é servidor público. Bons salários tendem a deixar o concurseiro, já aprovado, relaxado, então focar no que realmente se quer é fundamental.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Bruno: Como dito anteriormente, concurso público é uma fila, então se decidiu entrar nessa fila, aceite os desafios e não saia dela de nenhuma forma, pois em algum momento chegará a sua vez. Também gosto de pensar que concursos são mais parecidos com maratonas do que com provas de velocidade. Não adianta dar todo o gás no início, despendendo toda sua energia logo na largada, pois pode te faltar pique no final.
É evidente que você precisa estar conectado aos seus amigos e familiares, então aqui vai uma grande dica: É muito melhor que você estude com afinco por duas horas do que fique estudando quatro horas, mas distraído com mensagens no celular ou visualizando coisas no facebook…
Também é preciso reservar um tempo para sua família e amigos. Não abra mão disso pelo estudo. Falo com propriedade ao dizer que se você fizer isso, certamente você chegará mais rápido a aprovação, porém quando chegar lá vai olhar para o lado e ver que aqueles com quem você desejaria comemorar não estão do seu lado, pois você os abandonou. Por isso, tire um turno ou mesmo um dia do seu fim de semana para curtir e não se sinta mal por isso, essa pausa faz bem para a cabeça e para o corpo.
Como forma de motivação eu gosto de assistir, antes de iniciar os estudos, dois videozinhos do Youtube cujos links estão aqui: www.youtube.com/watch?v=0MTlohPLIL4 e www.youtube.com/watch?v=akDMSM1c18M Assista e veja se eles também servem para você.
No momento em que for estudar, faça uma auto-avaliação. Tenha em mente as matérias que você mais gosta e aquelas que caem na prova e que você menos gosta. Não tem jeito, cedo ou tarde você vai se deparar com uma disciplina ruim de entender ou que realmente é difícil e você vai ter que encara-la… Mas os efeitos podem ser minimizados se você souber quando estudar essas matérias. Então se pergunte: Hoje eu estou disposto a estudar? Meu nível de cansaço está elevado? Hoje é um bom dia para disciplinas difíceis ou seria melhor estudar aquelas matérias mais fáceis?
É importante que você foque em disciplinas chaves, deixando regimentos e leis específicas para ser estudadas após a publicação do edital, isso vai fazer com que essas matérias estejam mais frescas na sua memória, além de não se entulhar de conteúdo de forma desnecessária. Dessa forma, estude disciplinas básicas como Português, Direitos, Administração Pública, AFO, Informática… Nem todas as disciplinas do Direito são fundamentais, foque naquelas que são comuns em todos os concursos, deixando as peculiaridades para depois, assim, estude leis como a 8112, a 8666, direito administrativo, direito constitucional.
Também é importante que você mescle teoria e exercícios. Estude a teoria, mas reserve pelo menos 30 minutos para fazer exercícios da área que você estudou no dia, e pelo menos uma vez na semana tente tirar um dia para resolver exercícios sobre tudo o que você estudou naquela semana, isso vai fazer sua mente estar sempre ativa.
Por último, entenda que conhecimento não se perde, tudo o que você estudou e aprendeu de verdade, em algum momento pode lhe ser útil.
Agora, vamos aos estudos por que o tempo não para…
Boa sorte e que Deus lhe abençoe.
Outras entrevistas em:
https://www.estrategiaconcursos.com.br/depoimentos/
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