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Existe “receita de bolo” para ser aprovado?

Caro aluno,

 

Em primeiro lugar gostaria de convidá-lo para se conectar comigo em minha nova página no Facebook: www.facebook.com/ProfessorArthurLima

 

É muito interessante para quem está estudando para concursos conhecer os métodos utilizados por outros concurseiros que já foram aprovados. Neste aspecto, os depoimentos presentes no site do Estratégia Concursos são muito úteis. Eu mesmo, embora não pretenda prestar outro concurso, gosto sempre de assistir os depoimentos para aprender com experiências diferentes daquela que eu tive.

 

Por outro lado, eu entendo que não existe uma receita de bolo, um “método ideal”, quando se trata de preparação para concurso público. Isto é, entendo que não existe uma regra geral que valha para todas as pessoas. Assim, é ainda mais importante você se conhecer bem para saber adaptar algumas daquelas boas práticas de outros concurseiros às suas características individuais, e inclusive para ignorar outras práticas que podem ter funcionado bem para outras pessoas, mas não se adequam ao seu perfil.

 

Para ilustrar um pouco,  gostaria de  apresentar-lhe  uma comparação entre a minha experiência para ser aprovado como Auditor da Receita Federal  e a da minha esposa, que hoje é servidora do Tribunal Superior do Trabalho e estuda para concursos da magistratura.  Nós dois atingimos o objetivo de ser aprovados em concursos das áreas que queríamos,  porém de maneiras bastante distintas.  Para você entender melhor,  vou destacar três aspectos.

1 – Intervalos ao longo do estudo

A minha esposa tem uma ótima capacidade de concentração,  e consegue ficar de 2 a 3  horas estudando direto com bom rendimento. Por outro lado, durante os meus estudos para o vestibular do ITA, bem como para a Receita Federal, eu percebia que, ao contrário dela, eu não conseguia ficar muito tempo direto debruçado nos materiais. Eu começava a desconcentrar e o estudo não rendia. Assim, fui percebendo que para mim o ideal era fazer pausas a cada 50 minutos, ou até menos. Por isso, eu me organizava para fazer vários estudos curtos ao longo do dia. Acordava, ia direto estudar uns 30 minutos; preparava o café, lia mais uns 20 minutos tomando o café da manhã; corria para o trabalho, retornava no final do dia e já emendava outros 30-50 minutos; ia rapidamente na academia (malhava uns 20 minutos apenas) e na volta já cumpria mais um período de estudo; tomava banho, jantava e já estudava novamente; assistia algo na TV, e ainda podia ler mais alguma coisa antes de dormir. Desse jeito eu conseguia manter uma média de pelo menos 4 horas líquidas de estudo nos dias de semana, que para quem trabalha e estuda ao mesmo tempo me parece ser uma boa média. No final de semana eu conseguia estudar mais horas líquidas, mas da mesma forma, ou seja, fazendo vários intervalos.

 

2 – Estudar quantas matérias por dia

A minha esposa,  assim como a maioria  dos servidores públicos com quem já conversei a respeito,  montava um cronograma de estudos  onde ela se planejava para estudar duas ou três disciplinas por dia,   alternando os assuntos, de forma a deixar o estudo menos desgastante.   Embora funcione  muito bem para ela,  comigo já não era a mesma coisa. Eu não gostava de ficar alternando entre disciplinas. Ou seja, eu preferia esgotar o edital de Direito Tributário (nem que isso me tomasse duas semanas estudando exclusivamente essa disciplina), para então esgotar o edital de direito constitucional, e assim por diante. Reconheço que isso é desgastante, e não funciona para muitas pessoas. Mas o que importava era que para mim este método de estudo funcionava. Eu mergulhava em uma determinada disciplina e só saía dela depois de entendê-la bem. E conseguia controlar bem o tempo que eu tinha disponível para estudar cada matéria.

 

3 – Resolver muitos exercícios

Assim como a maioria dos aprovados que eu conheço, a minha esposa sempre gostou de estudar resolvendo muitos exercícios de todas as disciplinas. Já eu preferia gastar mais tempo tentando entender ao máximo a teoria, seja de Direito, Comércio Internacional, Contabilidade etc. Não significa que eu desprezasse os exercícios, até porque achava importante ver como os assuntos vinham sendo cobrados pelas bancas. Entretanto, eu passava rapidamente pelas questões, e gastava mais tempo trabalhando os conteúdos teóricos.

Aqui cabe um breve comentário. Durante a faculdade, dividi apartamento com um colega que era bem mais radical nesse aspecto. Enquanto os demais normalmente se preparavam para as provas de Engenharia Aeronáutica estudando a teoria mais rapidamente e resolvendo vários exercícios, este meu colega de apartamento estudava quase que exclusivamente pelos livros teóricos. Não significa que ele estudava menos tempo que os demais, mas sim que ele dividia de maneira diferente o tempo entre teoria e exercícios. O resultado? Normalmente ele se saía melhor do que a maioria… E algumas vezes ele conseguia apresentar soluções “inéditas” para as questões, ou seja, diferentes daquelas que estávamos habituados.

 

Essas são apenas algumas das diferenças entre nossos métodos de estudo. Acredito que em ambos os casos nós conseguimos “personalizar” as técnicas de estudo de acordo com as nossas próprias características. Felizmente nós alcançamos nossos objetivos até aqui, isto é, fui aprovado para Analista e para Auditor na Receita Federal, e ela foi aprovada para Técnico e para Analista Judiciário em 2 TRTs e no TST. É essa a mensagem que eu gostaria de deixar: procure conhecer as técnicas utilizadas por outros concurseiros que já foram aprovados (por exemplo, através dos depoimentos aqui no site do Estratégia), mas não tente simplesmente copiá-las, e sim ADAPTÁ-LAS às suas características pessoais, ao seu tempo disponível, à sua bagagem teórica etc.

 

Para finalizar: é claro que existem traços em comum mesmo entre as técnicas mais distintas. Eu destacaria três componentes: Organização, Disciplina e Foco. Isto é, de maneiras diferentes, todos esses que tiveram sucesso em concursos públicos:

  • se organizaram, de modo a garantir que cobririam todos os tópicos do edital (ou a grande maioria deles) de maneira satisfatória;
  • tiveram disciplina para cumprir aquele cronograma de estudos planejado, e para ir adaptando-o conforme fosse necessário;
  • mantiveram foco no objetivo que estavam perseguindo.

Abraço,

Professor Arthur Lima (www.facebook.com/ProfessorArthurLima)

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Veja os comentários
  • Muito bom! Também sou como você, dou pausas ao longo dos estudos das matérias. Contudo, só paro uma quando já me sinto cansada, daí busco estudar outra que tenho mais afinidade para em seguida retomar a primeira. Também gosto de esgotar logo uma matéria. Abraço! Te adicionei no Face rs.
    Denise Vitoriano em 21/05/15 às 23:23
  • Muito bom artigo !
    Rodolfo Rodrigues em 20/04/15 às 23:00
  • Olá Prof. Arthur, Boa tarde. Que legal! O senhor utilizava, assim como eu o mesmo método de estudar para concurso. Depois descobri, assim como a sua esposa faz, que se eu estudasse três matérias por dia eu rendia mais. Muito obrigado pela sua contribuição. Irei segui-lo no facebook. Abraços!
    Arthur Santiago Junior em 20/04/15 às 15:25
  • Artigo excelente!
    Igor em 13/04/15 às 17:38
  • Professor, O senhor poderia, por gentileza, explicar para nós como calcular a nota (assim como fez para a FCC) no edital da DPU divulgado hoje pelo CESPE. Está bem diferente esse edital. Obrigada
    Fabiane em 13/04/15 às 10:13
  • Excelente texto Professor. Espero que suas aulas me ajudem a também passar nos concursos para TRT´s que estão por vir. Abraços!
    Gustavo Couto em 13/04/15 às 09:48