“Não condicionem a felicidade à aprovação. Isso faz uma pressão enorme e pode atrapalhar! Foco no caminho que o resultado vem! Sigam firmes, sejam confiantes e mantenham consistência nos estudos todos os dias”
Confira nossa entrevista com Bárbara Silva Moreira, aprovada em 9° lugar no concurso da Polícia Rodoviária Federal para o estado de Rondônia (provas objetiva e discursiva):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Bárbara Moreira: Sou engenheira eletricista, tenho 25 anos e sou de Belo Horizonte.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Porque a área Policial?
Bárbara: Eu trabalhava em uma empresa pública, na qual fui aprovada aos 20 anos. Entretanto, não era feliz com a profissão e nunca tinha refletido sobre o porquê de ser engenheira.
Após um trabalho de autoconhecimento, entendi que a área policial tinha a ver com o meu perfil. Por isso meu pai, que foi batedor de escolta em uma transportadora, me apresentou a PRF e eu me interessei.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Bárbara: Eu conciliava os estudos com o trabalho. Não foi fácil (rsrs), mas todo o tempo que sobrava eu fazia revisão e questões. Com uma rotina bem regular, estudava de segunda a sexta de 19:00 às 22:30 horas, aos sábados de 13:00 às 20:00 horas e aos domingos pela manhã eu resolvia simulados. Descansava nos intervalos das aulas e no domingo a tarde. Foram quase 20 meses seguindo essa rotina.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Bárbara: Meus pais me incentivaram a estudar para concurso bem cedo. Como eu tinha curso técnico, aos 18 anos eu comecei essa jornada.
Em 2011 fui aprovada na Escola de Especialistas da Aeronáutica. Passei em todas as etapas, mas não pude exercer pois não era formada.
Em 2012 fui aprovada na Petrobras, para técnica de projetos elétricos em 5º lugar; e na Cemig Distribuição em 1º lugar. Recentemente, já na área policial, fui aprovada na PMMG e na gloriosa PRF, em 9º lugar pra Rondônia.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados na primeira fase do certame?
Bárbara: Fiquei emocionada! Foi o concurso com a nota de corte mais alta da história da PRF e eu estava dentro das vagas. A sensação foi de dever cumprido, que todo meu esforço valeu a pena.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Bárbara: Em 2017, como não tinha “sinal” do concurso da PRF, eu percorria uma rotina mais flexível, ajustava os horários para poder sair. Em março de 2018, acabei ficando um pouco radical (rsrs).
Desejava muito mudar de emprego, decidi estudar um pouco mais pesado e garantir minha aprovação. Deixei de cultivar algumas amizades e convívio com a família, mas não me arrependo. Daqui para frente quero compensar esse tempo e dar mais atenção as pessoas.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Bárbara: Eu moro em república desde a faculdade (inclusive me mudei pra perto do serviço para evitar trânsito e sobrar mais tempo para estudar). Tive apoio tanto das minhas colegas de casa, quanto da minha família e do meu namorado.
Às vezes eu desanimava, achava que não ia conseguir. Mas sempre recebia apoio. Quando tomei a decisão de fazer a prova em Rondônia, nenhum deles tentaram me impedir. Nesse ponto, eu tinha uma base bem forte.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Bárbara: Bom, acho que o candidato tem que avaliar se vale a pena estudar para vários concursos ao mesmo tempo. Vai depender do nível de estudo e o cronograma das provas. Eu tive várias oportunidades de concursos durante a minha caminhada, inclusive na área de engenharia, Mas eu tinha muita matéria da PRF para pegar, então decidi manter o foco na PRF e apenas realizar as provas.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada?
Bárbara: Comecei em julho de 2017, tirando as matérias de exatas. Comecei do zero.
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Bárbara: Quando você pensa na profissão que quer exercer, você ganha muita segurança e motivação para seguir o caminho. Desenvolvi um amor pela instituição e isso me dava forças, pois tinha certeza que queria ser Policial Rodoviário Federal.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Bárbara: No início eu pegava videoaulas primeiro e, depois, lia os PDFs, pois tinha muita dificuldade na compreensão de textos. Com o tempo, fui melhorando e passei a estudar só pelos PDFs. A vantagem do PDF é que ele é bem completo, os professores fazem tabelas e mapas para facilitar o entendimento.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Bárbara: Conheci por uma colega de serviço, que estudavam para concursos.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que devem ser memorizados. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos? Quantas horas por dia costumava estudar?
Bárbara: No inicio, sentia que não estava aprendendo nada, estudava uma matéria a cada dia e não fazia revisões. Aumentei o número de matérias, estudando de 2 a 3 por dia, dependendo do cronograma. Comecei a fazer revisão por flash cards, era mais rápido e bem eficiente (visto que eu fazia as perguntas e as respostas).
Durante as aulas, eu anotava o que entendia em uma ficha e no dia seguinte eu fazia flash cards. Isso sempre aliado a baterias de questões e a lei seca. Estudava de 4 a 6 horas e meia dependendo do dia.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Bárbara: Direito administrativo e Informática foram as mais complicadas pra mim. Eu fiz muitas questões para conseguir superar esse obstáculo. Hoje, direito administrativo é uma das minhas matérias favoritas.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Bárbara: Eu fui no caminho inverso. Na reta final me preocupei mais com o meu estado emocional, diminui o ritmo de estudos, estudava bem menos que o normal.
Na véspera eu descansei e procurei ficar o mais tranquila possível.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Bárbara: Olha, eu escrevia muito mal. por esse motivo, decidi contratar uma professora para me ajudar com a estrutura das redações. Fui aperfeiçoando, entendendo o jeito do CESPE, acho que eu escrevi mais de 60 redações nesta jornada.
Durante esse período, fazia pesquisa sobre assuntos potenciais para temas, como roubo de cargas e crimes ambientais. O mais difícil da redação, na minha opinião, não é o português e sim desenvolver a ideia. Ler e escrever bastante é o meu conselho.
Estratégia: Como está sendo sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Bárbara: Eu sempre alinhei a minha rotina de estudos com exercícios físicos. Acordava mais cedo para ir à academia e praticar kung fu antes de iniciar o meu expediente no trabalho. Então, na reta final, precisei só ajustar alguns detalhes. Espero que dê certo (rsrs).
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Bárbara: Não vejo erros, acredito que se eu voltasse no tempo eu faria tudo exatamente igual. O maior acerto foi aproveitar um excelente material que tinha em mãos e extrair o máximo de conhecimento de cada professor.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Bárbara: Primeiro foi lidar com pessoas negativas que diziam: “para passar em concurso tem que ser gênio”; “quem estuda e trabalha não tem chance”; que “concurso é fraude”. Tentei não dar ouvidos a esses comentários e me afastei dessas pessoas.
Em segundo lugar, foi abandonar minha carreira. Embora não estivesse satisfeita, eu estava na zona de conforto. Era formada, trabalhava na área, tinha artigo publicado em seminários reconhecidos e recebi algumas propostas para fazer mestrado em boas universidades. Decidir fechar as portas para todas essas oportunidades não foi fácil, principalmente no início dos estudos. Às vezes achava que estava louca. Mesmo com tudo, as coisas aconteceram corretamente, fechei algumas portas e abri outras.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Bárbara: Querer ter um serviço que eu ame, apenas.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar onde você chegou!
Bárbara: Escolham bem a profissão que querem seguir, para dar mais motivação na hora de estudar. Tentem ficar felizes com as coisas simples da vida durante a caminhada nos estudos. Não condicionem a felicidade à aprovação, isso faz uma pressão enorme e pode atrapalhar. Foco no caminho que o resultado vem! Sigam firmes, sejam confiantes e mantenham consistência nos estudos todos os dias. Forte Abraço!
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Foi aprovado e deseja dividir com a gente e com outros concurseiros como foi sua trajetória até a aprovação?! Mande um e-mail para: [email protected]
Abraços,
Thaís Mendes