Aprovada no Concurso TCDF
“Eu, por vezes, pensei em desistir. Não achava que fosse capaz. Mas algo, que era mais forte do que eu, me impulsionou para frente. Esse “algo”, que não sabia o que era, chama-se fé. Ayrton Senna, brilhantemente, disse: “Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia, você chega lá. De alguma maneira, você chega lá. ” E foi assim, que eu consegui chegar no TCDF!”
E se tudo na vida acontecesse da forma que planejamos? Certamente, seria tudo bem mais fácil. Mas será que também não seria bem mais sem graça?! É inegável que a decepção, talvez, seja um dos sentimentos mais difíceis de superar. No entanto, difícil, não quer dizer impossível!
A goiana Ellen Verri Lopes é um belo exemplo de superação. E, ainda, para ela, dar a volta por cima, é a melhor saída para seguir em frente. Aprovada no concurso do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF), Ellen passou por momentos difíceis. Depois de uma reprovação em um concurso que tanto esperava, isso prejudicou até seu rendimento nos estudos. Entretanto, ela não se deu por vencida. Com o passar dos dias, conseguiu ver o que considerava uma derrota, como apenas uma experiência de vida. E juntou todas as suas forças para continuar sua caminhada. E não dizem que, depois da tempestade, sempre vem a bonança? Com muita fé e dedicação, Ellen conseguiu sua aprovação no concurso que desejava. E, segundo a concurseira, mesmo depois de todas as dificuldades, ver seu nome na lista dos aprovados, isso fez com que ela se sentisse a pessoa mais feliz deste planeta.
Confira o depoimento de Ellen Verri Lopes. E veja que, muitas vezes, para se alcançar um objetivo, basta driblar os obstáculos, dar a volta por cima e seguir em frente!
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você. Assim, nosso leitor conhecer você melhor. Você é formada em que área?
Ellen Verri Lopes: Sou natural de Goiânia-GO e formada em Engenharia de Alimentos (Unesp-2003). Também fiz pós-graduação em Engenharia de Produção (Ufscar-2007). Saí de Goiânia, aos 17 anos, para estudar e morar no interior de São Paulo. E, desde então, só voltei para a minha terra natal em 2010, devido a uma proposta de emprego. Morei em várias cidades paulistas. E brinco que sou um misto de paulista e goiana. No começo da minha formação acadêmica e depois, trabalhando na iniciativa privada, jamais pensei que pararia para estudar e me dedicaria para concursos públicos. Sempre gostei de estudar. Mas, só o fato de pensar que ficaria horas a fio, sentada em uma cadeira, como na época do vestibular, já me fazia desistir da ideia. Não falo pela preguiça. Mas sim, porque sou muito agitada. Gosto de ver as coisas acontecendo e de forma rápida. Pelo que ouvi falar de pessoas otimistas, se tivesse sorte e só depois de 3 anos, é que estaria preparada para um concurso top. Para os pessimistas, a situação era pior: havia vários casos de pessoas que já beiravam os 6 anos e ainda não haviam chegado lá. Mesmo sabendo que para mim, os 3 anos não seriam um tempo rápido, aderi à corrente dos otimistas. Porque também sou uma, e resolvi começar. Afinal, se eu não começasse, os 3 anos jamais chegariam.
Pois bem, decidi, em maio de 2012, após sair do emprego na iniciativa privada e ter juntado uma reserva financeira, começar a estudar para concursos públicos. Não queria, de maneira alguma, voltar para a iniciativa privada, onde as demissões são uma constante. Além disso, muito embora a minha profissão seja apaixonante, o serviço privado é bem desgastante e com muitas vulnerabilidades. Uma coisa era certa: não queria aquilo mais para mim e, por isso, dei o meu primeiro passo.
Estratégia: Como foi no início? Como era sua rotina e metodologia de estudos? Trabalhava e estudava? Ou se dedicava, inteiramente, aos estudos?
Ellen: Antes de colocar, de fato, a mão na massa, procurei ler tudo sobre técnicas de estudo. Li livros de mapas mentais, livros dos gurus de concursos, artigos de professores. E, principalmente, li muitas entrevistas de alunos aprovados. Lembro-me que, no começo, eu não sabia nem quais cargos existiam e muito menos o que as siglas significavam. AFRFB (Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil) e TCU (Tribunal de Contas da União) foram uma das primeiras que li. E tive que pesquisar no Google para saber o que significavam. TCU, MPU (Ministério Público da União), CGU (Controladoria Geral da União), AGU (Advocacia-Geral da União) eram tudo a mesma coisa… rs. Não sabia nada da disciplina Direito e, quando eu digo nada, é nada mesmo. Não me orgulho disso, mas essa foi a minha realidade inicial.
Resumindo, a minha rotina foi a seguinte: no ano de 2012, em Goiânia, estudei por meio de um cursinho telepresencial para Receita Federal e também, por PDF’s. Em 2013, mudei para Brasília. Assisti a muitas aulas presenciais e também estudei por PDF’s. Durante o ano de 2012 e o de 2013, não trabalhei e me dediquei, integralmente, aos estudos. Já agora, em 2014, tomei posse no cargo de Analista Administrativo no DNIT. Em Goiânia, procurei conciliar o trabalho com os estudos. E só consegui assistir a algumas aulas presenciais, nos finais de semana, em Brasília.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Ellen: Desde o começo dos meus estudos, em 2012, eu abdiquei muito da minha vida pessoal e fui muito rígida comigo mesma. Eu contava apenas com uma reserva financeira que tinha acumulado na iniciativa privada. Por isso, ficava desesperada em saber que ela poderia se esgotar de uma hora para outra. Então, tinha uma ansiedade tremenda em ser aprovada. Eu só falava e respirava concursos. Com certeza, era bem chato falar comigo… rs. Assim, as minhas horas de lazer eram escassas. Mas, confesso que nunca reclamei. Pois, estudar sempre foi sinônimo de divertimento para mim. Era uma pessoa, totalmente, alheia ao mundo. E digo, com toda certeza, que me tornei até mais inteligente ao estudar para concursos. Tudo era novidade e, por isso, os temas tornavam-se interessantes. Dessa forma, comecei a entender melhor os jornais e até a conversar sobre assuntos que, antes, eram “gregos”.
Já escutei que talvez, eu pudesse ter um QI mais alto. Minha irmã fica até brava quando escuta e diz: “o QI dela é normal. O que ela faz de diferente, é ter foco e disciplina. É tempo, esforço, renúncias… Não tem nada de sorte nem de facilidades. Foram dificuldades passadas, isso sim. ” Eu já acho que tenho sim uma pitada de sorte na vida. Tenho sorte de ter nascido na família em que nasci. Onde o estudo sempre teve valor. De ter o marido que tenho, que me apoiou desde que nos conhecemos. E também, em ter ido morar em Brasília, que é o paraíso para o bom concurseiro. Acreditem, em Brasília, no prédio onde moro atualmente, meu porteiro lê a Constituição Federal em suas horas vagas. E me pergunta sobre matérias de concurso. Chega até a ser piada. Mas, um dia, eu estava lendo um livro e veio uma menina de 10 anos me perguntar se eu estudava para concursos. Ou se eu estudava para vestibular. Gente, quando eu tinha 10 anos, eu mal sabia o que era vestibular e concurso. Só sabia se fosse o de modelo… rs.
Hoje, após algumas retrospectivas, acho que não precisava ter sido tão radical. Pois percebi que, na época em que fiquei mais tranquila, é que consegui alcançar o meu objetivo e passar no Tribunal de Contas do DF. O fato é que, simplesmente, não consegui fazer diferente.
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação? Ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho?
Ellen: Nos meus dois anos de estudos, eu tentei poucos concursos públicos. Acho que o que eu tive, foi foco demais (olha a contradição). E não prestava concursos sem estudar. Inicialmente, foquei na Receita Federal. Teve um momento em que descobri que a maioria dos aprovados, nesse concurso, teria que morar na fronteira de nosso país ou em locais distantes de Brasília. Por esse motivo, tive que mudar de foco. Isso aconteceu em julho de 2013. E lembro que fiquei 3 dias sem dormir, por não saber o que fazer e nem para onde ir. Após várias reflexões, resolvi estudar para o BACEN (Banco Central). Pois, havia um grande rumor de que o edital estaria próximo. No dia em que saiu o edital do BACEN, eu estava correndo bem cedo (hábito antigo), no parque, perto de casa. E, quando cheguei a casa, já lá pelas 7 da manhã, havia recebido várias ligações da minha grande amiga de Brasília. Ela também esperava pelo tão desejado edital. Ao conversarmos, ela disse: Ellen, saiu o edital do BACEN e ele veio para você! Na verdade, ela falou isso porque o edital tinha muito peso nas disciplinas de Direito Administrativo e na de Administração Pública, que eram o meu forte.
Assim, pós-edital do BACEN, fiz um quadro de estudos, cronometrei horas líquidas estudadas e frequentei aulas presencias em cursinhos de Brasília. Além disso, fiz uma planilha com meus rendimentos pela resolução de vários exercícios. Também, pedi muito a ajuda divina, rezei, implorei para Deus para me dar a aprovação. E, na minha cabeça, uma vaga era minha. Fui para a prova, em outubro de 2013. E me sentia, completamente, preparada. Aconteceu que, por infelicidade, na hora da discursiva, que sempre foi o meu melhor desempenho em prova, passei muito mal. E quase tive que sair de lá carregada. Cheguei em casa e só chorava. Minha cabeça rodava muito e fiquei com muita raiva de mim mesma. Pois, em nenhuma prova, eu havia ficado nervosa. Porém, naquela, que era o meu sonho, eu não tinha conseguido ficar em pé direito. Mesmo assim, cheguei a ter a minha discursiva corrigida. E, por 3 décimos, não fui chamada para o curso de formação do BACEN.
Após o BACEN, prestei apenas um único concurso sem estudar nada. E esse foi o de Analista Administrativo no Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). E cheguei, inclusive, a ser aprovada. Para o DNIT, fui aprovada quase um ano antes. Mas não era o meu foco. No entanto, estudei apenas por materiais em PDF. E consegui, inesperadamente, a aprovação. Ah, mesmo sendo para cadastro reserva, eu também passei na Caixa Econômica Federal (CEF) no ano de 2012.
Estratégia: Como fez para superar as dificuldades?
Ellen: Até dezembro de 2013, dois meses após a reprovação do BACEN, eu não consegui estudar direito. Meu rendimento se não foi nulo, chegou a ser próximo disso. Eu senti uma decepção profunda. Doía, em mim, só de falar em concursos. E confesso que demorei uns 2 meses para levantar a cabeça e prosseguir, mesmo estando “esfolada”. Durante esse período, fiquei muito mal, remoendo a minha reprovação. E o fato de eu ser estudiosa e de ter passado rápido em um concurso público (DNIT), isso me provou que não era sinônimo de sucesso algum. Conversei com amigos e colegas que haviam passado pelo mesmo que eu (reprovações). E nada adiantava para fazer com que aquela ferida se fechasse e cicatrizasse.
Tudo mudou, quando eu assisti a uma aula inaugural do professor André Luís do curso Cathedra em Brasília. Fui à aula apenas para conhecer. Mas, eu me sentia a pessoa mais fracassada da face da terra. Lá, eu acredito que aprendi, pela primeira vez, o que era estudar de verdade. Vi também que o excesso de confiança, o que tinha sentido muito no BACEN, podia fazer com que a pessoa “batesse o carro e rodasse feio”. Usando a analogia do professor, não devemos ficar remoendo e reclamando da “batida”. O que pode ocorrer nos concursos públicos, buscando os culpados e não vermos o que erramos. O certo é dizermos: “Bati o carro sim. Mas, no mês que vem, estou aí de novo. ” O professor André Luís dispensa elogios para aqueles que o conhecem. Pois, ele é um gênio, algo que nunca tinha visto na minha vida. Além de ensinar as matérias de um jeito totalmente diferente, inigualável mesmo, ele possui uma generosidade única. O mestre falou várias coisas que me motivaram muito e me fizeram acreditar em mim novamente. Não estou aqui para fazer propaganda de ninguém ou de cursinhos. No entanto, falo com toda certeza do mundo que, se fui aprovada no TCDF, um dos grandes responsáveis foi o professor André.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Ellen: Acho que a pessoa não deve ter o foco em apenas um único concurso. Mas sim, em uma área. Quando a pessoa tem foco demais, ela só quer o Concurso X. Outro não serve. Entretanto, a pergunta que eu faço é a seguinte: você combinou que passaria no concurso X com Deus? Na realidade, neste mundo de concursos públicos, há vários fatores incontroláveis a nossa vontade. E, muitas vezes, as coisas não são justas. Não adianta a gente ficar 12 horas líquidas por dia estudando. Pois, isso não significa que teremos a aprovação no tal concurso X. O que nos cabe é apenas a preparação. Porque quem decide em qual cargo você estará é Deus. Quando falo em preparação, também não significa estudar muito. Mas sim, estudar bem; ou seja, com eficiência. Eu, por exemplo, no começo, estudava muito e só para a Receita Federal. Depois, só para o BACEN. Eu era o caso das pessoas com o foco demais e só olhava um cargo, outro não servia. Depois, mudei e comecei a estudar bem para a área de Gestão e a de Controle. Foi assim, é que consegui o meu cargo no TCDF, que, felizmente, foi muito bem escolhido por Deus… rs.
Para aqueles que não têm foco, acho que o problema é ainda mais sério. Falo porque é muito complicado estudar para várias matérias ao mesmo tempo. E, nos dias de hoje, se em cada edital que sair, o candidato ficar mudando, nunca saberá, com profundidade, nenhuma matéria. Fora o desperdício de tempo. Pois nem as revisões, que são fundamentais para a aprovação, ele conseguirá fazer. Não digo que seja impossível, mas acredito que devemos ter o foco em uma área de estudo. Porque a distância da fase atual com a aprovação, infelizmente, poderá ser eterna, caso não tomemos providências.
Outra coisa: eu não acredito na tal fila da aprovação. Também não acredito que, se der X anos, a pessoa comece a passar em tudo. Não acho que a pessoa tem que fazer projetos para passar daqui 3 ou 4 anos, como pensei no começo. Acho que a pessoa deve estudar em um ritmo de querer o concurso. E sentir que passará no próximo logo, no mês que vem. E que dê tudo de si para que isso se concretize. Se não der certo, paciência, mas você deu o seu melhor.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante esse tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos? Mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
Ellen: Contando desde o primeiro dia em que comecei a estudar até a minha aprovação em Auditor e em Analista do TCDF, foram 2 anos. Durante esse período, podemos tirar uns 4 meses que não estudei, porque não consegui ou porque estava de férias. Sim, eu me dei férias nesse período e me arrependo em não ter tirado mais dias… rs. Sabe, nós, as mulheres, precisamos de lazer.. Pois somos muito ansiosas e estressadas. Fazemos várias coisas ao mesmo tempo. E queremos dar conta do mundo. E exatamente por isso, é que merecemos mais descanso que os homens. O que quero dizer é que temos que ter (mulheres até mais que os homens) a disciplina não apenas para estudar. Mas também, para descansar. E, o mais importante, descansar com eficiência. Na hora do lazer, concentrar no lazer. Na hora de estudar, é estudar. Eu sei que falar isso é bonito. No entanto, na prática, para quem sofre na pele a angústia do momento, a coisa é bem complicada. Eu, até hoje, não consigo seguir muito bem, embora tenha melhorado bastante.
Quando não tinha edital na mão, o que eu fazia, na maioria das vezes, era estudar como se tivesse. Sempre tive quadro de horários de estudos que alternavam as matérias de exatas com as de humanas. Obedecia ao horário de, no mínimo, 50 min por disciplina. Quando eu estava bem desanimada, eu sempre procurei ler entrevistas dos aprovados. E asseguro que isso foi o fator que mais me motivou a manter a minha disciplina. Alguns depoimentos me marcaram muito. E até decorei certas frases da entrevista da Anna Barroso Santos, aprovada no último concurso do Auditor do TCDF em 2012.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Ellen: Desde que comecei a estudar, usei tudo. Mas os materiais em PDF foram, certamente, o que mais utilizei dentre todas as opções citadas. A seguir, coloco minha opinião sobre os materiais de preparação:
1) Aulas presenciais. Vantagem: é a opção mais rica de todas. Mas só quando o professor valha a pena. Recomendo para quando a pessoa não souber nada sobre o assunto ou, para as que sabem muito, façam com que o professor mostre que você não sabe. Desvantagem: por causa dos deslocamentos, há uma perda grande de tempo, que é precioso, principalmente, para aqueles que trabalham.
2) Videoaula. Vantagem: dá para ser vista e ouvida a qualquer momento. Eu, por exemplo, quando comecei a estudar Economia para o BACEN, cansei de ver videoaulas para ver se o conteúdo era assimilado. Acho que isso me ajudou. Desvantagem: não é muito fácil encontrar excelentes professores que deem esse tipo de aula e que seja focado no concurso que você almeja.
3) PDF. Vantagem: material que vai direto ao ponto de que você precisa para o seu concurso. Quando já dominamos a matéria, é muito mais fácil revisá-la pelo PDF. Eu fiz muitas revisões com os resumos nos finais das aulas. Além disso, acho que há vários professores que escrevem de tal maneira que você começa a se apaixonar pela matéria. Dentre eles, cito: Erick Alves, Ali Mohamad Jaha, Cyonil Borges e Heber Carvalho. Desvantagem: acho que há uma demora maior para que o assunto visto, pela primeira vez, seja fixado.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma (s) disciplina (s)? Quais? Como você fez para superar essas dificuldades?
Ellen: Sim, em Contabilidade e em Economia. Em Contabilidade, comecei com o curso específico do Gabriel Rosa e do Luciano Rabelo. Ele foi realizado, pelo Estratégia, para Receita Federal. E eu nem sonhava o que era “Débito” e “Crédito”. Essa etapa foi a inicial. E ela me ajudou a, pelo menos, fazer o mínimo da disciplina na prova da Esaf em 2012. Quando fui morar em Brasília, Contabilidade foi a primeira matéria que procurei para fazer um curso presencial. Fiz o curso com o professor Loberto Sasaki. Ele me deu uma boa base da disciplina e também mais segurança para enfrentar “o terror” dos concursandos.
Em Economia, ainda acho que não superei minhas dificuldades. Embora eu ame a matéria, brinco que ela é o meu “amor bandido”. Eu estudo, procuro superar minhas limitações, faço exercícios. E, quando acho que sei muito, vejo sempre que sou traída! rs Economia é uma delícia, mas não é nada simples. Tudo tem uma ótica…
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso? Ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na releitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Ellen: Eu decidi estudar para o TCDF, apenas em março deste ano. E já tinha uma boa base em algumas disciplinas. Por isso, procurei estudar as matérias que nunca tinha visto e as de maior peso. Pelo que me lembre, contei 18 matérias para o concurso de Auditor de Controle Externo do TCDF. Para o de Analista, que eram umas 10, revisei as matérias, apenas na semana que antecedeu este concurso. Só para vocês terem a noção da minha ignorância, achava que a disciplina de Controle Externo e a de Controle Interno eram um Direito Administrativo mais aprofundado. Sempre fui fascinada pelo estudo da Corte de Contas e achava interessantíssimo estudar Controle. No entanto, mal sabia o que era um Tribunal. Também nunca havia estudado muito bem Auditoria e Administração Financeira e Orçamentária, que são a essência do controle financeiro. Por isso, procurei estudar, com profundidade, as disciplinas que não dominava e que tinha muito peso, dando menor intensidade para as outras que nunca tinha visto, como o Direito Penal e o Direito Processual Civil. Esclareço aqui que estudei todas as disciplinas do edital, sem exceção.
Estratégia: Na semana da prova, por um lado, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Ellen: Eu aconselho ler os resumos que a pessoa já tenha feito ao longo do estudo prévio e resolver alguns exercícios que chamo de “bizus”. Como o conteúdo dos editais que vemos para concursos é infinito, não adianta ficar desesperado com o que você não sabe. Não vai resolver. Valorize o que já sabe e reze para ter sorte. Ler todo o edital é fácil. O que quero ver, é a pessoa ler e lembrar com percepção e em 1 min, como diz o professor André Luís. Para que a gente consiga o nosso melhor desempenho no dia, precisamos da memória curta e ela é acionada com a leitura geral de todas as disciplinas, pelo menos, uma semana antes da prova. Eu sempre estudo na véspera e levo resumos até na hora de entrar na sala. Ah, outra coisa que fiz, foi rever fotos de aulas presenciais que havia tirado durante a minha preparação. Acredito que elas me ajudaram muito, sobretudo, nas discursivas.
Pela minha experiência, vejo também que muitas pessoas não passam para as discursivas achando, erroneamente, que a culpa é da Contabilidade ou da Economia. Se essas disciplinas vierem difíceis para você que estuda, a pessoa que nunca as viu, não reconhece nem o caminhão que a atropelou. Nós costumamos derrapar e rodamos nos concursos, em regra, porque erramos algo que ninguém erra mais, ou seja, nas básicas. Nas matérias complexas, todos erram mesmo e não são elas que eliminam você. Cabe a cada um saber o motivo do erro: falta de revisão, ansiedade, não ter estudado direito e por aí vai….
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Ellen: As provas discursivas, felizmente, nunca foram um grande problema para mim, pois sempre gostei de ler e escrever. Acho que deu para perceber pelo tamanho desta entrevista….rs. Havia derrapado na prova do BACEN, não por falta da capacidade escrita; mas sim, por incapacidade emocional. O que sempre foi uma dificuldade para mim, é a lerdeza que tenho ao escrever. Enquanto uma pessoa normal faz as discursivas em 4 horas tranquilamente, eu preciso de pelo menos 5h para conseguir escrever tudo certinho e revisar a contento. Sempre sou a última a sair da prova e, se pudesse, ficaria mais. Na faculdade, fazíamos uma disputa de quem escrevia mais devagar e eu sempre ganhava! rs Além disso, como não sou advogada e quando fui estudar para o TCDF, descobri que teria que fazer um parecer técnico. Eu procurei fazer aulas em um curso presencial em Brasília. Antes das duas aulas que tive para isso, só sabia que uma peça técnica começava com um tal de “Trata-se…”. E depois, copiava o enunciado do que a banca pedia. Não sabia mais nada. Nesse curso presencial, aprendi que o mais importante não é saber o conteúdo; mas sim, a forma de uma discursiva. O conteúdo é um dos fatores-sorte em um concurso público e você só vai saber se irá bem, na hora da prova. Assim, o que eu aconselho é que você saiba como deve ser um texto técnico claro e bem redigido. Na hora da prova, a sua parte é apresentar o seu melhor conteúdo e depois só aguardar….
Para a prova discursiva do TCDF, gostaria de agradecer aqui os seguintes professores: André Luiz, Erick Alves, Cláudia Kozlowski, Marcel Guimaraes, Renato Lacerda e Gustavo Scatolino. Apenas um adendo: o Erick foi formidável comigo na minha fase de recursos para as discursivas do TCDF sem nem me conhecer. Jamais esquecerei. Além disso, as aulas dele em PDF são sensacionais. Por isso, agradeço-lhe e o parabenizo em especial.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Ellen: MAIORES ERROS: acho que errei em focar somente num cargo e não para uma área específica. Outra dificuldade que tive, foi controlar meu emocional e manter a autoconfiança após a derrota do BACEN. O equilíbrio, na hora da prova, é tão importante quanto todo o conteúdo estudado. Além disso, quando fui fazer a prova do TCDF, pensei assim: “a minha vida não vai ficar pior do que já está. E, por isso, não tenho nada a temer. ”
MAIORES ACERTOS: sempre ter procurado ajuda naquilo que não sabia e ter um grupo de amigos que passava pela mesma fase que eu. Isso me ajudou muito a me manter motivada. Pois troquei muitas dúvidas com outros colegas e fiz amizade com grandes professores. Ah, uma coisa que fiz e o que aconselho os concursandos, é dedicar uma parte do tempo de estudos para estudar jurisprudências. Assim como eu tinha matéria de “Português”, de “Constitucional”, entre outras, eu coloquei no meu quadro de estudos a matéria “Jurisprudências”. Li várias jurisprudências e isso me ajudou muito a me manter mais atualizada. Por fim, o meu maior acerto foi ter Deus como maior aliado. Sem a ajuda Dele, nada disso estaria acontecendo.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação?
Ellen: O mais difícil foi aceitar a reprovação inesperada no BACEN, que foi um concurso que me dediquei muito. Antes desse “soco no estômago”, eu era uma pessoa extremamente otimista e sempre acreditei muito em mim. Sempre fui disciplinada e amo estudar. Depois, por mais que tentasse, não conseguia acreditar que seria possível. E por mais que eu me dedicasse, nada nem ninguém me daria a certeza que passaria em algum concurso top como o do TCDF. Naquela ocasião, ficava pensando: “Poxa, no BACEN, era um concurso que eu me sentia muito preparada e tinha mais de 100 vagas. Mas eu não consegui entrar. Como é que eu vou ter chances em um concurso com apenas 19 vagas e em uma área que nunca estudei? ”.
Relatei, algumas vezes, esse pensamento para minha irmã, que sempre me deu muita força. E também me incentivou para crescer pessoal e profissionalmente. Ela me lembrava, por sua vez, com toda a sabedoria costumeira, : “Ellen, onde está toda aquela fé que você falava que tinha? Quem, até outro dia, nunca desistiria do que queria e falava que, mesmo nas horas mais difíceis, o certo seria agradecer? ” Assim, meus amigos, mesmo nas dificuldades, o que procurei fazer para minimizar a minha dor, foi agradecer. Todos os dias quando acordava, eu falava: muito obrigada por mais um dia de estudo! Quando ia para as minhas aulas presenciais, pensava: muito obrigada pela oportunidade de ter professores como os que tenho em Brasília! Quando estudava sozinha em casa, acrescentava: obrigada pelo material que possuo! Ao dormir, finalizava: obrigada pelo dia produtivo que tive e, acreditem, agradecia até pela reprovação!
Outra coisa que fiz muito, foi ler o seguinte trecho de um livro que tenho em casa: “As experiências no alto das montanhas são magníficas. No entanto, nessa altitude, as árvores não conseguem sobreviver. No topo da montanha, nada cresce. Mas quando olhamos para baixo, notamos uma coisa interessante: todo o crescimento está nos vales. ” Assim, comecei também a aprender a enxergar a beleza dos meus “vales”.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que, um dia, almejam chegar aonde você chegou!
Ellen: Amigos, se tivesse que escolher uma única frase de conselho, escolheria a seguinte: não desistam. Eu, por vezes, pensei em desistir. Não achava que fosse capaz. Mas algo, que era mais forte do que eu, me impulsionou para frente. Esse “algo”, que não sabia o que era, chama-se fé. Ayrton Senna, brilhantemente, disse: “Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia, você chega lá. De alguma maneira, você chega lá. ” E foi assim, que eu consegui chegar no TCDF! Já aprovada, asseguro: ver meu nome na lista dos aprovados do TCDF, fez com que eu me sentisse a pessoa mais feliz deste planeta! E é essa felicidade que desejo a vocês! Basta que, para tanto, vocês não desistam!
Ah, por fim, caso tenham alguma dúvida, sintam-se à vontade para me escrever no [email protected]. Terei o grande prazer de poder ajudar você (s) de alguma maneira!
Assessoria de Comunicação
[email protected]