Aprovada em 4° lugar (Cotas) no concurso TJ-GO para o cargo de Analista Judiciário - Oficial de Justiça
Concursos Públicos“Aconselho que busque seus ideais, ainda que distantes, ainda que desacreditados, ainda que árduos, utilizem sempre da disciplina, da organização e do bom ânimo associado a fé, tenham planos claros, tanto a curto prazo quanto a longo prazo, respeitem os horários de estudo […]”
Confira nossa entrevista com Wanessa Karine Moreira Barros, aprovada em 4° lugar (Cotas) no concurso TJ-GO para o cargo de Analista Judiciário – Oficial de Justiça:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Wanessa Karine Moreira Barros: Sou formada em Direito, tenho 35 anos, nasci em Goiânia/GO.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Wanessa: A predisposição ao serviço público iniciou-se durante o exercício da graduação, confirmando-se no estágio no Tribunal de Justiça de Goiás e no curto período no exercício da advocacia se solidificou.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Wanessa: Sim, já trabalhava no serviço público em cargo efetivo, no qual estou exercendo desde 2015. Enquanto trabalhava 8 horas, intercaladas com 2 horas de almoço, era um tanto quanto difícil de conciliar com os estudos, pois permanecia à disposição do órgão por 10 horas. Com o horário “corrido”, exercido por 7 horas seguidas, a conciliação com os estudos tornou-se mais acessível. Acordava às 5h e dispunha de 5 horas de estudo pela manhã como padrão e 2 horas à noite, que me socorreram quando ocorria algum compromisso ou imprevisto no período matutino.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Wanessa: Estou aprovada ao cargo de Analista Judiciário – Área Judiciária do TJGO, resultado homologado em 2022, no Cadastro de Reservas. Estou aprovada e nomeada ao cargo de Oficial de Justiça do TJGO, resultado homologado em 2024, dentro do número de vagas. No momento estou estudando para os cargos de AJAJ dos Tribunais Federais, porém, avaliando se permanecerem nesse propósito.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Wanessa: A vida social era muito restrita, resumindo-se a pequenos contatos em finais de semana e feriados com a família e namorado. O contato com os amigos restringia-se aos da área do estudo, em compartilhar dificuldades, dúvidas, ansiedades, dando e recebendo suporte. No período de dois anos ocorreram algumas pausas por quinze dias para viagens com a família.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Wanessa: Sim, minha família sempre apoiou, tanto com palavras de afirmação, quanto financeiramente, as cobranças não existiam, sempre houve apoio mantendo a casa em silêncio me oportunizando estudar em paz e por várias horas seguidas. Como plus posso adicionar o fato de minha mãe auxiliar-me no preparo de marmitas a cada 15 dias com a finalidade de economizar horas cozinhando, assim, aproveitava cada minutinho a mais com os estudos. Meu namorado não cobrava atenção, pelo contrário, me apoiava nos momentos de exaustão, reforçando minhas capacidades.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Wanessa: Estava estudando a cerca de 2 anos direcionada ao TSE Unificado, para este cargo no qual estou nomeada não houve estudo específico a longo prazo, logo, o estudo direcionado à banca resumiu-se em apenas 2 meses, pois o edital foi publicado em 19/08 e as provas foram aplicadas em 13/10, nesse sentido, tive um curto espaço de tempo para redirecionar meu estudo, resumidamente, eu adequei meus estudos à banca eu observava os assuntos mais cobrados por ela fazendo questões.
Nesse período de dois anos fui acompanhada por uma plataforma, na qual conheci um grupo de alunas determinadas pela aprovação e compromissadas com os estudos, dessa forma, foram criados dois grupos no telegram com links de acesso ao Google Meet, onde nos encontrávamos com horários de estudos e intervalos definidos, tanto no período matutino quanto no vespertino, assim a disciplina se tornou mais fluida com a companhia de colegas que compartilhavam do mesmo sonho que o seu, logo um grupo no app WhatsApp também foi criado e mantemos a amizade, vibrando pela conquista de cada uma.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Wanessa: Na preparação da maioria das matérias de direito eu usei letra de LEI, retirada do planalto, associada ao PDF Simplificado do Estratégia e aos Mapas de outra plataforma. Após encerrar o assunto da matéria estudada, eu resolvi questões por outras plataformas de concursos por considerar um pouco mais completa. Já em matérias que eu possuía maior dificuldade como por exemplo, língua portuguesa, eu assistia videoaulas e elaborava meu próprio caderno a mão para utilizá-lo nas revisões.
As vantagens que observei das ferramentas foi que a junção de informações mais concisas me auxiliou a desenvolver no assunto e não ficar tão “agarrada”, pois sou muito detalhista, o que me prejudica em pdf’s longos.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Wanessa: No mundo dos concurseiros o Estratégia é uma das plataformas bem propagadas, então, quando retornei aos estudos a dois anos atrás, eu avaliei principalmente as ferramentas que a plataforma dispunha de informações diretas e ensino didático.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Wanessa: Sim, estudei por outras plataformas de cursos preparatórios à concurso e o que mais me incomodava era aquele material longo demais, excessivamente prolixo, sem pontuar partes mais importantes, além da ausência de direcionamento para os assuntos mais cobrados pela banca.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovada?
Wanessa: Sim, prestei o concurso da PRF em 2021, porém não fui aprovada.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Wanessa: Sim, a diferença que considero substancial do Estratégia é o conteúdo mais conciso por meio dos PDFs Simplificados, que me direcionou ao que de fato era mais cobrado. Os cursos de Reta Final e Hora da Verdade foram muito bons nas semanas que antecedem as provas, pois ressaltaram que a preparação estava no caminho certo ou que deveria dar atenção a determinado ponto. Contudo, o que mais me agradou na preparação foram as oportunidades de acesso ao conteúdo de ao menos três cursos, com isso me sentia apta a concorrer a mais cargos, sabendo que o material do Estratégia estaria disponível. Acredito que essa vantagem foi fundamental para que eu me sentisse confiante, levando-me a adicionar o estudo do cargo de Oficial de Justiça do TJGO ao cargo de Analista Judiciário do TSE.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Wanessa: O plano de estudo era direcionado pela plataforma que utilizei. Com essa plataforma eu tinha à minha disposição os assuntos de cada matéria a ser estudado no dia e por qual período. Nesse plano várias matérias eram estudadas diariamente, a média de horas recaía em 4 ou 5 horas por dia entre leitura, questões e revisões. O plano permaneceu ativo em finais de semana e feriados, era pausado somente em pequenas férias de 15 dias.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Wanessa: A periodicidade das revisões era administrada pelo plano, o material utilizado nas revisões era os resumos, em que eu realizava anotações tanto do material do Estratégia quanto apontamentos das questões. Em raras exceções eu realizava resumos, apenas quando o assunto era de difícil assimilação ou memorização. Os simulados eram realizados a cada mês, porém com a proximidade da prova eram realizados a cada final de semana.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Wanessa: Esse ponto foi de grande batalha pessoal, pois não me achava capaz de enfrentar tantas questões, então me testei pouco, eu preferia “estudar as questões” do que simplesmente realizá-las em uma grande quantidade. Quando por meio do autoconhecimento e com o acompanhamento da psicóloga Nirlene Dutra, pude observar que se tratava de uma possível “fuga”, ou seja, de medo em me testar, compreendi e me posicionei, estipulei trinta questões por dia sobre cada assunto estudado no dia, quer já tenha encerrado o assunto ou não. Em dois anos fiz em média seis mil questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Wanessa: Uma das disciplinas mais difíceis considero a língua portuguesa, então, reconhecendo minha dificuldade e o baixo número de acertos eu assistia videoaulas e elaborava meu próprio caderno manualmente para utilizá-lo nas revisões. Cheguei até contratar outra plataforma de ensino em língua portuguesa acreditando que seria melhor, tendo em vista uma didática diferente, entretanto, retornei ao Estratégia, pois as “sacadas” da professora Adriana Figueiredo são muito valiosas, nos coloca a frente, tanto é que obtive êxito em todas as vinte questões de língua portuguesa da prova de Oficial de Justiça, no qual estou nomeada.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Wanessa: Na semana antecedente à prova tentei recorrer aos assuntos que não dominava e que seriam muito prováveis de serem cobrados, reli a lei, fiz questões e acessei meus resumos dos mapas. Assisti no sábado a Revisão de Véspera do TJGO, terminei de assisti-la no dia da prova pela manhã, ressalto que isso não me deixou mais nervosa, portanto, insisti em concluir a revisão.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Wanessa: Nas provas discursivas eu já vinha treinando a mais tempo resolvendo provas antigas, contudo eu mesma desenvolvia questões de provas discursivas, focando nos assuntos mais cobrados nas objetivas. De forma a corroborar a facilidade de acesso às provas discursivas, recentemente adquiri o material da plataforma Questões Discursivas, tanto especificando na banca CESPE quanto especificando nos assuntos e nas disciplinas mais cobradas ao cargo de AJAJ a fim de enriquecer meu conteúdo. Concomitantemente, sob indicação de uma querida colega de estudos, contratei uma professora de língua portuguesa, que corrigia a cada semana uma redação. Considero que essa medida foi muito acertada, pois com ela adquiri técnica e confiança na escrita, concluindo a minha classificação dentro do exíguo número de vagas.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Wanessa: Posso indicar como principal erro na preparação o fato de não ter me dedicado tanto às questões objetivas, meu percentual de acertos nas objetivas não teve uma grande evolução, pois devido ao “medo de me testar” não enfrentei consideravelmente o grande número de questões. Por um período me deixei ser convencida pelo “medo de não me testar” acreditando que ele não me acarretaria problemas maiores, porém sei que acarretou.
Como principal acerto considero que a disciplina e a determinação me concederam o ímpeto em seguir o desejo de sair do cargo anterior, rumo ao cargo no Tribunal de Justiça Estadual ou Tribunal Federal. Para tanto, tinha consciência de sentar-me diariamente e estudar de forma concentrada, como se fosse o exercício de uma profissão, com horários predeterminados para início, pausas, refeições, sem estímulos externos, tais como celular.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Wanessa: Não pensei em desistir, pois o cargo no qual estava não completava meus anseios financeiros ou profissionais, portanto o descontentamento era diário, de sorte que, inimaginável seria desistir. Quando eu me sentia cansada ou triste, em virtude de um resultado ruim, dava-me o direito de chorar, assistir um filme, comer um chocolate, correr pra passar a raiva e no dia seguinte “recalcular a rota”, que nem no Google Maps, rsrs, relia a prova acompanhando as correções do Estratégia e voltava aos estudos. Portanto, a principal motivação foi a irresignação com o cargo exercido a nove anos, associada a grande oportunidade de estudar, pois morando sozinha, sem filhos, sem cônjuge, tudo corrobora para a aprovação, que enfim chegou!
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Wanessa: Aconselho que busque seus ideais, ainda que distantes, ainda que desacreditados, ainda que árduos, utilizem sempre da disciplina, da organização e do bom ânimo associado a fé, tenham planos claros, tanto a curto prazo quanto a longo prazo, respeitem os horários de estudo. Não desistam na primeira, nem na segunda reprovação, pois em tudo aquilo que treinamos inevitavelmente ficamos bons, já diria nosso “mão santa” do basquete, Oscar Schmidt, ou melhor, mão treinada, que arremessava com exímia precisão, pois afinal praticava pelo menos 500 arremessos por dia. Portanto, não descredibiliza as questões, elas serão necessárias para calibrar seu conhecimento, não ignorem as revisões, elas solidificarão seu conhecimento adquirido, não desprezem o sono de 7/8h, nem a alimentação equilibrada e a atividade física, sobretudo, se conheçam, pois ter ciência de seus pontos fortes e fracos, de seus medos e convicções, faz com que a caminhada seja mais rápida!