Aprovado em 35° lugar no concurso TRF-3 para o cargo de Técnico Judiciário - Área Administrativa SJESP
Concursos Públicos“A persistência é uma das armas mais poderosas do concurseiro. Não importa se as suas circunstâncias não forem as melhores, como as minhas não eram, o importante é persistir e fazer tudo o que estiver ao seu alcance […]”
Confira nossa entrevista com José Luiz Machado, aprovado em 35° lugar no concurso TRF-3 para o cargo de Técnico Judiciário – Área Administrativa SJESP:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
José Luiz Machado: Tenho 35 anos e sou natural de São José dos Campos, SP. Sou formado em Ciência da Computação e tenho um mestrado em Inovação Tecnológica.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
José: Desde 2021, eu estava trabalhando exclusivamente como prestador de serviços freelancer. Como não há nenhuma estabilidade nesse trabalho e a renda varia muito, resolvi estudar para concursos com o intuito de obter estabilidade. Afinal, tenho um casal de filhos pequenos (o mais velho tem 3 anos e a mais nova ainda não fez 1 ano) e queria ter mais tranquilidade para oferecer a eles o que precisam.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
José: Sim. Como mencionei, eu trabalhava como freelancer em casa e conciliava o tempo entre o trabalho, os estudos e as crianças. Eu não tinha horários fixos no trabalho, então estudava sempre que conseguia algum tempinho livre.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
José: – Analista de Tecnologia na área de TI – Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, em 2014 (1º lugar na região de São José dos Campos);
– Técnico Legislativo, Especialidade TI – Câmara Municipal de São José dos Campos, em 2023 (3º lugar);
– Técnico Administrativo – CETESB, em 2024 (2º lugar no polo do Vale do Paraíba);
– Técnico Judiciário da Área Administrativa – TRF3, Seção Judiciária do Estado de São Paulo, em 2024 (35º lugar na ampla concorrência).
Pretendo continuar estudando, pois ainda quero ser aprovado em um concurso com vencimentos maiores, apesar de não desejar uma carreira específica (provavelmente continuarei voltado para tribunais, possivelmente na busca de uma aprovação em um cargo de analista).
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
José: Durante boa parte da minha preparação, eu saía normalmente com a minha família, principalmente aos finais de semana, mas isso mudou no último mês antes da prova, quando procurei me dedicar ao máximo aos estudos e abri mão até dos finais de semana em família.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
José: Sim, minha família não só entendeu como também me incentivou muito nessa caminhada. Minha maior incentivadora sempre foi a minha esposa, e eu sempre digo que metade do mérito das aprovações é dela, afinal, muitas vezes ela se desdobrou cuidando das crianças para que eu tivesse mais tempo livre para estudar.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
José: Meu último concurso foi o TRF3. Eu comecei a estudar inicialmente para o cargo de TJAA no TSE em março de 2023, pois havia uma grande expectativa de que o edital saísse logo. Mas o tempo passou e o edital demorou mais de um ano para ser publicado. Nesse meio tempo, surgiu o TRF3, que tinha algumas matérias em comum com as que eu estava estudando, e decidi me dedicar a ele. Considerando a data da prova do TRF3 e os estudos direcionados ao TSE que foram aprovados, o tempo total de estudo foi de 1 ano e 4 meses. Para o TRF3, em particular, estudei somente no período pós-edital. Atribuo a disciplina que tive nesse período de estudos à necessidade que eu sentia de ser aprovado com urgência, principalmente pela questão financeira, para sustentar a família.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
José: Eu estudei principalmente por meio de PDFs e questões. Assistia às videoaulas em último caso, quando sentia que não estava entendendo bem as matérias com o PDF. As principais vantagens foram a rapidez para estudar as matérias, em comparação às videoaulas, e a profundidade do conteúdo. Os PDFs do Estratégia são muito completos e, ao mesmo tempo, vão direto ao ponto. A resolução de questões foi fundamental para sedimentar o conhecimento e compreender como o conteúdo poderia ser cobrado. A desvantagem dessa abordagem era a dificuldade de concentração para ler no período da noite, já que eu não tinha uma rotina fixa e era comum que só sobrasse tempo para estudar no fim da noite.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
José: Conheci o Estratégia por meio da Internet, mas também tenho alguns amigos que utilizam ou utilizaram a plataforma.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
José: Eu escolhi o Estratégia logo no início da minha preparação. Estudei inicialmente por conta própria, sem nenhum material específico, apenas durante um mês. Depois percebi que não seria muito produtivo nem eficiente ficar caçando materiais gratuitos por aí e decidi me tornar aluno do Estratégia. Primeiramente, comprei o pacote completo para TJAA do TSE, mas logo depois surgiu a oportunidade de fazer a assinatura vitalícia. Como já estava gostando do material, resolvi assinar para poder me preparar também para concursos posteriores (o que já foi muito útil, pois estudei durante um mês para o concurso da Câmara Municipal de São José dos Campos, no qual fui aprovado e depois para o TRF3). Na minha opinião, os maiores diferenciais do Estratégia são a diversidade de formatos em que os materiais são disponibilizados e a qualidade dos materiais e dos professores. Entre as ferramentas, a que mais me ajudou foi a Trilha Estratégia, porque ela serviu como um mapa durante toda a preparação.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
José: Meu plano era seguir as Trilhas Estratégicas. Eu fazia algumas adaptações de acordo com a necessidade, mas basicamente estudava as matérias que constavam na Trilha na ordem em que apareciam. Por conta da minha formação acadêmica e de algumas aptidões pessoais, eu pulava algumas matérias, mas para todas as demais procurava seguir as indicações da Trilha. Como mencionei anteriormente, minha rotina não era fixa, então nunca consegui registrar a quantidade de horas líquidas de estudo, pois muitas vezes o estudo era “picotado” (não é algo que eu recomendo, mas era o que minhas circunstâncias permitiam).
Estratégia: Como fazia suas revisões?
José: Inicialmente, eu fazia meus próprios resumos e grifava o material digitalmente, e isso funcionou muito bem quando o volume de matérias era baixo. Conforme avancei nos estudos, ficou inviável fazer resumo de tudo por conta do volume e do tempo, então passei a revisar exclusivamente por meio dos meus grifos e, claro, de questões. Geralmente, eu tentava revisar o conteúdo visto durante a semana nos finais de semana, ou revisava alguma matéria específica quando estudava uma aula e sentia que já estava esquecendo o que tinha aprendido nas aulas anteriores, mas nunca segui um método predefinido.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
José: A resolução de questões foi fundamental para a aprovação. Eu nunca contabilizei o número de questões feitas, mas eu sempre fazia todas as disponíveis nos PDFs e todas as listas disponibilizadas no sistema de questões, além de procurar mais questões da banca.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
José: Por não ter formação na área de Direito, inicialmente minha maior dificuldade era lidar com os termos da área. Com o passar do tempo, fui me acostumando e as coisas foram ficando mais fáceis. Eu criei meu próprio glossário, também, no qual anotava os termos que eu não conhecia. Toda vez que eles surgiam eu consultava essas anotações, até que eles passaram a fazer parte do meu dia a dia. Eu sempre busquei relacionar as coisas entre as matérias (sobretudo as de Direito), então quanto mais eu avançava, mais conseguia fazer essas relações e sedimentar o conhecimento.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
José: Na semana que antecedeu a prova eu praticamente só resolvi questões. Também dei uma olhada no Passo Estratégico, mas meu objetivo era resolver o maior número possível de questões (inclusive muitas que eu já tinha resolvido anteriormente, principalmente se elas constassem no meu caderno de erros). No dia anterior à prova eu assisti à Revisão de Véspera de algumas matérias no YouTube. Além disso, tive a colaboração da minha família para conseguir me concentrar o máximo possível e evitar qualquer tipo de distração na reta final, então eu acordava e ia dormir pensando na prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
José: Para a prova do meu cargo no TRF3 houve redação. Eu trabalhei durante mais de dez anos como tradutor e revisor, então eu preferi dedicar meu tempo às matérias da prova objetiva. Entretanto, eu aconselho a todos os que pretendem prestar concurso com prova discursiva que treinem, seja para estudo de caso ou redação, e principalmente estudem como a banca costuma avaliar essa parte, pois cada banca costuma ter um perfil diferente de avaliação. Meu desempenho na redação foi muito bom, mas se eu tivesse estudado ao menos as características da banca, certamente conseguiria uma nota ainda melhor e, consequentemente, uma classificação melhor.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
José: Meus principais erros foram não conseguir estabelecer uma rotina de estudos mais planejada e negligenciar uma área sobre a qual eu já tinha conhecimento. Apesar de ter obtido sucesso ao ser aprovado dentro do número de vagas, eu poderia ter conseguido uma classificação melhor se tivesse me dedicado à prova discursiva. A falta de rotina também gerou diversos momentos de ansiedade, pois muitas vezes eu sentia que não estava progredindo como deveria. Então, ainda que as circunstâncias não colaborassem, a jornada teria sido muito mais tranquila se eu tivesse encontrado uma forma de estabelecer uma rotina.
Quanto aos acertos, acredito que a persistência e a resolução exaustiva de questões foram os destaques. Conciliar os estudos com o trabalho sem horário fixo e as demandas das crianças não foi fácil, mas eu persisti e usei cada tempinho livre que tinha para lutar pelo meu objetivo. Também fiz uma aposta arriscada, mas que no final deu certo: migrei do TSE para o TRF3 mesmo no pós-edital e com quatro matérias para estudar do zero. Sei que desviar a rota dessa forma não é aconselhado pela maioria dos professores, e eu concordo com eles, mas meus dias de trabalho em casa estavam contados (eu entrei em exercício na CETESB, concurso no qual também fui aprovado neste ano de 2024, quatro dias depois da prova do TRF3) e a prova do TSE ainda estava distante. Então, quis aproveitar esse período de home office, porque sabia que, depois que entrasse em exercício, ficaria mais difícil conciliar tudo. Hoje, agradeço a Deus por essa decisão, pois, de fato, meu tempo livre para estudar diminuiu muito depois que passei a trabalhar fora, principalmente porque sempre quero dedicar um tempo à família quando chego em casa (afinal, eles são a razão de todo esse empenho e as crianças crescem muito rápido). Esse desvio de rota, sem dúvida, atrapalha o andamento dos estudos, e minha preparação para o TSE seria muito mais complicada, principalmente se não tivesse obtido sucesso.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
José: A frase é meio clichê, mas desistir nunca foi uma opção. Minha esposa e meus filhos sempre foram minha maior motivação. Tudo o que eu fiz e ainda espero fazer nessa jornada de concursos foi, é e será por eles.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
José: A persistência é uma das armas mais poderosas do concurseiro. Não importa se as suas circunstâncias não forem as melhores, como as minhas não eram, o importante é persistir e fazer tudo o que estiver ao seu alcance, mesmo que as coisas pareçam longe de estarem perfeitas. Portanto, enfrente as dificuldades e siga em frente, pois os estudos são uma fase de sacrifícios, pequenos e grandes, mas a recompensa é maior do que todos eles!