Aprovada em 1° lugar no concurso TCE-AC para o cargo de Analista Administrativo - Área: Administração
Concursos Públicos“A primeira reflexão que costumava fazer e que, talvez ajude quem ainda está trilhando o caminho, envolve a seguinte pergunta: “qual história você quer contar da sua vida para você mesmo, para seus filhos ou netos no futuro?”. Eu sabia que não queria contar uma história de desistência […]”
Confira a nossa entrevista com Ana Caroline Matos Santos, aprovada em 1° lugar no concurso TCE-AC para o cargo de Analista Administrativo – Área: Administração:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua idade, formação e cidade natal?
Ana Caroline Matos Santos: Eu tenho 32 anos, sou natural de São Paulo, filha de pais baianos e fui criada na Bahia, onde resido atualmente, então me considero baiana. Fiz toda a minha formação por aqui: Administração pela Universidade Federal e em Engenharia Civil pela Universidade Católica.
Estratégia: Conte o início da sua trajetória, o que te levou a iniciar os estudos para concursos?
Ana: Desde o último semestre da Engenharia, eu já vislumbrava o concurso como uma possibilidade para trilhar a minha trajetória profissional. A autonomia, a reputação e a remuneração do cargo de Auditor foram os três pontos que mais chamaram a minha atenção. Além disso, eu tinha afinidade com as matérias cobradas, então, logo de cara, decidi que esse seria o caminho. Comecei pela área Fiscal e, logo em seguida, migrei para a área de Controle, seguindo firme desde então.
Estratégia: Como você conheceu o Estratégia Concursos e porque tomou a decisão de se tornar nossa aluna?
Ana: Conheci o Estratégia por meio dos vídeos sobre a Receita Federal (o clichê de vários concurseiros iniciantes hehe), ainda durante a faculdade e foi a minha primeira escolha justamente, porque era perceptível a qualidade do material e o comprometimento dos professores. Logo depois de concluir ambas graduações, comecei a construir a base de estudos com os PDFs e as videoaulas.
Estratégia: Como era sua rotina e plano de estudos?
Ana: Durante todo esse tempo, minha rotina e metodologias de estudo variaram bastante. Em geral, eu costumava estudar de 4 a 5 horas por dia no “pré-edital”. Já no ‘pós-edital’, o “céu era o limite”: quando não estava trabalhando ou cuidando das demandas da casa, pois já morava sozinha, eu estava estudando. Assim, posso dizer que a minha média de estudos chegava a cerca de 8 horas líquidas.
Como a saúde sempre foi um valor importante para mim, eu cuidava bastante da parte física e emocional. Mas confesso que, em alguns momentos, deixei isso um pouco de lado, principalmente no pós-edital, porque a prioridade era estudar. Fazia pequenas caminhadas, por exemplo, só para não surtar mesmo hehe! Ah, em alguns momentos da jornada, cheguei a me isolar completamente, mas depois passei a balancear o convívio social, o que foi fundamental (explico um pouco mais sobre isso logo a seguir).
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Ana: Sim! Trabalhei como professora durante quase toda a minha trajetória de estudos. Como era um trabalho bastante flexível, em home office, eu precisava de muita disciplina para não misturar as coisas. Muitas vezes, cometia o erro de “só” estudar e acumular o trabalho para um determinado período do mês, mas com o tempo fui aprendendo que era menos desgastante fazer um pouco todos os dias. No último ano, passei a conciliar um pouco de trabalho com muito estudo no dia a dia.
Estratégia: Quais ferramentas do Estratégia você mais utilizou em sua preparação e quais eram os diferenciais de cada?
Ana: Utilizei os PDFs para construir a base e costumava assistir aos vídeos de Reta Final, além das Revisões de Véspera para as matérias que demandam mais atenção. É preciso mencionar também um recurso que, embora não seja exatamente uma ferramenta técnica, me ajudou demais: as entrevistas com os aprovados. Algumas pessoas dizem que a disciplina vale muito mais que a motivação. E sim, a disciplina é importante, mas acredito que relembrar nossos “porquês” também faz muita diferença. Quando me sentia desanimada, sempre assistia a alguma entrevista, lia um depoimento ou conversava com algum amigo que já havia sido aprovado. Tudo isso me ajudava a lembrar os meus ‘porquês’ e os meus motivos para continuar e me mostrava que, sim, um dia iria valer a pena.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Ana: O último concurso foi bem peculiar, porque eu decidi de última hora que iria fazê-lo (no último dia de inscrição, praticamente). Estava me sentindo bastante insegura e em dúvida sobre ir ou não (mesmo analisando todas as variáveis “técnicas”). Até que tive uma conversa bem honesta com Deus e pedi um sinal bem claro (de preferência, escancarado kkkk) sobre qual decisão tomar. O “sinal” não veio imediatamente e eu cheguei a não pagar a inscrição no último dia. Então, tive a intuição de me comprometer a ir caso adiassem o prazo de pagamento do concurso (o que é algo bem raro de acontecer) e eis que adiaram. Compartilhei esse fato com um grupo de amigas e prontamente ouvi: “agora você tem que ir, vai buscar o que é seu”.
Faltando um mês para a prova, fiz um cronograma de revisões (já havia visto praticamente todo o conteúdo) e foquei 100% durante esse período. Posso afirmar que o resultado positivo não se deve somente a esse 1 mês de estudo, mas a toda base construída ao longo dos últimos anos.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Ana: Para o TCE-AC, a maior dificuldade foi a Lei Orgânica e o Regimento Interno, justamente porque eu tinha apenas um mês para “vencer” algo bem extenso. A forma que encontrei de driblar a “decoreba” foi por meio de flashcards, que, resumidamente, são cartões / fichas que ajudam a memorizar conceitos, palavras ou fatos por meio da repetição.
Estratégia: Qual sua estratégia de reta final?
Ana: Eu revisava pelos flashcards “raiz” que havia produzido nos últimos anos: consistem em folhas de papel em formato de fichas, com aqueles conteúdos mais cobrados, mais “decorebas” ou de maior dificuldade. Usei o termo “raiz”, porque é algo bem simples, rudimentar mesmo hehe. Não tinha tablet, nem nada muito tecnológico. Era basicamente o meu computador, essas “fichas” e um sonho kkkk.
Ah, eu tinha também alguns resumos maiores, com as leis mais importantes (14.133, por exemplo), também usava o Anki pelo próprio computador e fiz muitas questões, muitas mesmo!
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi a sua rotina de estudos para esta importante fase do certame?
Ana: Eu considerava a discursiva o meu ponto forte (na contramão da objetiva, infelizmente), por isso não era algo que eu despendia muita energia, já que me sentia confiante com a escrita em si. Para o TCE-AC, eu foquei em decorar o conteúdo, para que eu pudesse escrever com propriedade sobre o que foi pedido na questão.
Estratégia: De que forma sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada?
Ana: Ainda não sou casada e também não tenho filhos, mas a minha família e meus amigos sempre me apoiaram de forma incondicional. Eles me incentivaram de um jeito que aquece o meu coração só de lembrar. Sempre acreditaram em mim, com a convicção de que um dia meu nome estaria na lista de aprovados, mesmo nos momentos em que eu mesma me sentia desacreditada ou desanimada. Não posso deixar de agradecê-los e faço aqui um agradecimento especial aos meus pais, por terem sido tão generosos. Eles dedicaram uma vida inteira para me proporcionar, a mim e ao meu irmão, a melhor educação possível. Mesmo quando as condições não eram favoráveis, lutaram até o fim para alcançar esse objetivo. Sou profundamente grata.
Estratégia: Qual a sensação de ter sido convidado para o Baile dos Primeiros do Estratégia Concursos?
Ana: Ah! Eu não posso fingir costume, é uma sensação única, de que todo empenho valeu a pena e merece ser comemorado. Estou me sentindo feliz, grata e muiiiito empolgada!
Estratégia: Durante sua preparação, ouviu falar sobre o Baile dos Primeiros? Imaginou que um dia estaria nesta confraternização?
Ana: Siiim! Acho que é o sonho da maioria dos concurseiros. Confesso que imaginei várias vezes. Sempre fui bem sonhadora hehe! Mas, nos últimos anos, eu só queria passar e ser nomeada, ainda que não fosse entre os primeiros. Então, achava que não iria acontecer, mas eis que tive essa grata surpresa!
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Ana: Posso listar inúmeros erros, como começar a fazer resumos antes mesmo de evoluir na matéria, por exemplo, mas considero o principal deles ter ficado “agarrada” por muito tempo em um só edital. O edital do TCM SP foi lançado no comecinho de 2020 e eu tinha decidido encarar essa prova. Já estava em ritmo de “pós” quando começou a pandemia e fiquei praticamente 2020/2021 focada na Vunesp, o que acabou me “atrasando” muito. Foram quase 2 anos sem realizar provas e só no finalzinho de 2021, decidi mudar o rumo para o TCE SC. Aí, sim, considero que entrei de verdade na “arena” e dei a “cara a tapa” para cair e levantar quantas vezes fosse preciso. Desde então, não parei de fazer provas, inclusive, o próprio TCM SP, que aconteceu em 2022 (acabei ficando bem colocada por lá – posição 19 –, mas sem perspectiva de ser chamada, então, continuei firme estudando).
Um acerto muito evidente para mim foi ter me conectado com pessoas que tinham o mesmo propósito que o meu. Embora eu não seja uma pessoa tímida, tenho uma personalidade mais introvertida e gostava de estudar sozinha. Achava que entrar em grupos ou estudar em salinhas de estudo não era muito o meu estilo. Ledo engano. Mal sabia que seria em meio a essas pessoas incríveis que eu teria os maiores saltos de evolução na minha jornada. Não somente no desempenho, mas também em termos de amadurecimento pessoal. Tenho um grupo de amigas concurseiras, por exemplo, que foi uma fonte de apoio e desabafo em relação à decisão de ir ou não fazer essa prova. Eu fico até sem palavras diante de tantos incentivos. Acredito que sem essa troca, o percurso teria sido muito, mas muito mais desafiador!
As minhas amigas que estão fora dessa área de concurso são incríveis, mas existem dilemas que só os concurseiros entendem. Além disso, ver de perto a aprovação dos meus colegas foi extremamente motivador. É um misto de sentimentos: alegria por ver alguém que colheu os frutos da sua dedicação e uma sensação de que, se você continuar firme, sua hora pode chegar também.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? O que você diria para a sua versão de 5 anos atrás?
Ana: Não! Em desistir, não. Eu tive inúmeros momentos de dúvidas, repletos de questionamentos e ansiedades (quando vai acontecer? Onde? Será que vai demorar muito mais? Em que ponto estou errando? Como posso melhorar?). Mas eu diria para minha versão do passado: não tem nada de errado, “cair” faz parte, acalma o coração e só continua!
A pressão sempre foi gigantesca, mas duas frases me ajudavam a traçar uma linha de raciocínio que me fazia sequer pensar em desistir. Funcionam como âncoras mesmo (vou citá-las na pergunta a seguir e deixá-las como mensagem final).
Estratégia: Por fim, deixe sua mensagem para todos aqueles que estão começando e almejam chegar aonde você chegou!
Ana: A primeira reflexão que costumava fazer e que talvez ajude quem ainda está trilhando o caminho, envolve a seguinte pergunta: “qual história você quer contar da sua vida para você mesmo, para seus filhos ou netos no futuro?”. Eu sabia que não queria contar uma história de desistência. Então, eu me apegava à pessoa que eu queria me tornar, à minha versão “do futuro”. A “Carol” que teria orgulho de si, que não desistiu, que persistiu até o fim.
A segunda é inspirada em uma fala do Steve Jobs sobre a fé, que diz mais ou menos o seguinte: “você não consegue ligar os pontos olhando para frente; só consegue ligá-los olhando para trás. Então, você precisa confiar que, de algum modo, os pontos vão se conectar no futuro. Você precisa confiar em algo – seu instinto, destino, vida, carma, qualquer coisa.”
Eu escolhi confiar que, em algum momento, meus pontos se conectariam, que o quebra-cabeça da minha vida faria sentido e as reprovações não seriam em vão. Hoje, eu vejo que algumas coisas lá atrás deram “errado”, para que outras dessem certo lá na frente.
Então, se eu puder deixar um último recado, seria este: exerça a sua fé, seja qual for. O caminho pode ser árduo, mas acredite que chegará o dia em que os pontos da sua jornada se conectarão. As reprovações são as “pontes” que ligam todos eles. Aprenda com cada uma delas, humildemente. Caia 10 vezes, se for preciso e levante 11. Lá na frente, tudo fará sentido, eu juro!