Aprovada no concurso TRF 3 para o cargo de Técnico Judiciário - Área Administrativa (SJESP)
Tribunais“[…] Precisa permanecer, fazer um pouquinho todos os dias, não caia na tentação de ficar muitos dias sem estudar, porque você não vai conseguir voltar. Como todo hábito, leva tempo, mas vale a pena, não importa quanto tempo demore para a aprovação chegar!”
Confira nossa entrevista com Lívia Bena Alves, aprovada no concurso TRF 3 para o cargo de Técnico Judiciário – Área Administrativa (SJESP):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Lívia Bena Alves: Meu nome é Lívia, tenho 28 anos, nasci em Votuporanga/SP, mas vivi minha vida toda em Ilha Solteira/SP (divisa com o Mato Grosso do Sul). Sou formada em Direito pela UFRJ. Entrei na turma de 2016.2 e me formei no final de 2021 (deu uma atrasadinha por conta da pandemia).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Lívia: Eu entrei para o Direito já querendo Magistratura. Não tinha o desejo de advogar, mas decidi que queria fazer Direito, lá no terceiro ano, para ser juíza. Meu pai trabalha no fórum de Ilha Solteira/SP há quase 50 anos, então durante toda a minha vida esse universo fez parte da minha rotina. Ele foi diretor do fórum por 20 anos e também trabalhou no gabinete do juiz por muitos anos. Eu sempre o visitava lá, então o mundo jurídico fez e faz parte da minha vida desde que sou criança, e eu sempre amei. Por conta disso eu escolhi o direito, por essa referência do meu pai e também da minha mãe que, à época (em 2013 – quando comecei a prestar vestibulares), tinha acabado de passar da OAB.
Depois de dois anos e meio de cursinho, passei em Direito na UFRJ e fui morar no Rio de Janeiro. Passei a faculdade inteira com os olhos focados em concurso público e sempre montava a minha grade com os professores que priorizavam um ensino que ajudasse nos concursos. No final de 2017, surgiram vários editais de TRT em locais que eu conseguiria ir (Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas), por isso comecei a estudar. Era um estudo bem leve, comecei a estudar nas férias e a formar uma base bem mínima. Assisti diversas aulas de um curso que não era o Estratégia e tive contato com algumas matérias que ainda não havia estudado na faculdade: processo do trabalho, direito do trabalho, várias partes de administrativo, constitucional e processo civil. Não foi um estudo super intenso (nada comparado a hoje), mas serviu para germinar a semente do desejo pelos concursos, o que antes era algo totalmente abstrato. Fiz as provas e acertei praticamente 50% em todas elas, algo bem coerente com o ritmo e nível de estudos daquela época e contexto. Foi um início. Depois não fiz mais provas, mas continuei com o propósito de terminar a faculdade e prestar concursos.
Voltei para a minha cidade, no interior, em 2020 por causa da pandemia e porque não tivemos mais aulas presenciais. Em 2021, voltei aos estudos por conta da OAB e me formei no final do ano.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Lívia: Sim. Me formei no final de 2021 e comecei a advogar em 2022 (em Ilha Solteira). Como era bem iniciante na advocacia, não tinha muitas demandas, então gastava pouco tempo trabalhando efetivamente. Por isso, me sobrava muito tempo para estudar. Em 2022 eu passei praticamente todas as horas disponíveis que eu tinha do dia estudando e eu estudei MUITO! Se eu não estava dormindo ou comendo, eu estava estudando. Como eu estava morando na casa com os meus pais, no interior, não tinha a preocupação de afazeres domésticos, etc, então realmente eu tinha muito tempo. Foi ótimo para formar a base e me dediquei demais.
Em setembro de 2022, passei no processo seletivo da Residência Jurídica da PGE/RJ e voltei a morar no Rio de Janeiro em outubro de 2022 (onde permaneço até hoje). A Residência tem jornada de apenas meio período, então eu concentro o trabalho durante a tarde e o estudo durante o período da manhã.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Lívia: Além do TRF 3, como Técnica Administrativo (42º lugar), passei no cadastro de reserva de AJAJ para o TRT 18 (147º), 12 (298º) e 11 (44º). Também fui para a segunda fase de delegado da PC/SP, mas não fui para a prova oral.
Pretendo continuar estudando!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Lívia: Eu sou uma pessoa caseira e passo a maior parte do tempo com meu irmão e com meu noivo. Às vezes viajamos para a casa dos meus pais ou para São Paulo, mas, geralmente, minha vida social é bem sossegada. Uma ou 2 vezes ao mês vamos à praia ou fazemos algum passeio/cinema que caiba dentro da rotina de estudos. Aos domingos vou à igreja que, provavelmente, é o lugar em que mais falo com pessoas.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Lívia: Sim. Como eu havia dito, meus pais foram concurseiros. Ambos, hoje, são escreventes do TJ/SP. Meu irmão está terminando o curso de Direito, minha irmã é vestibulanda de medicina e meu noivo também é concurseiro (faz as mesmas provas que eu! Inclusive, viajamos juntos e estudamos juntos). Então eles não apenas entendem ou apoiam, mas fazem parte disso. Nós vivemos os sonhos uns dos outros.
Meus pais me dão todo o suporte financeiro e emocional para prestar provas. Meu irmão, que mora comigo, cuida de mim e até toma a frente de vários afazeres domésticos para eu poder estudar. Meu noivo é meu melhor amigo e parceiro nessa jornada doida de estudos. E minha irmã, apesar de ser mais nova, passa por renúncias que eu também passo. Por causa dos nossos pais, fomos incentivados e acreditamos que o estudo é a maior arma para uma mudança de vida. Isso não é só teórico, nós temos o exemplo deles mesmo! O que faz isso dar certo é o amor que temos como família, não tem competição, mas cooperação! Todos juntos sempre!
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Lívia: Como eu disse, já passei em alguns AJAJ de TRTs e, por conta disso, eu já tinha uma rotina de estudos acumulada. Ninguém chega em um concurso totalmente em branco, sempre levamos algum “conhecimento prévio” da vida. Essa bagagem de TRT me ajudou muito em diversas matérias e também por conta da banca FCC. Eu fiz muitas questões da FCC, então já tinha pegado o jeito da banca. O desafio foi tributário e previdenciário. Tributário eu já tinha uma base por conta dos estudos de Carreiras Jurídicas, mas previdenciário foi do zero, acabou que, por não ter tanto tempo para aprender (pois estava estudando para o ENAM), deixei de lado e apostei em revisar o que já sabia. Calhou de cair a parte constitucional, que eu sabia por causa de Direito Constitucional e não por conta de Direito Previdenciário propriamente. Esse concurso, para mim, foi a prova de que todo estudo é aproveitado.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Lívia: Eu tenho cadernos que montei com as videoaulas que assisti e reviso reiteradamente. Também faço leitura da lei seca no próprio vade mecum. Dependendo do tema, se não tiver no meu caderno ou ele estiver incompleto/desatualizado, recorro aos pdfs para complementar.
No início do estudo para concurso, comecei estudando por pdfs, mas não gostei, então fui para videoaulas. A dinâmica de ouvir e ver o professor era mais confortável para mim e, dessa forma, eu montei meu material.
Acredito que a maior vantagem foi porque deu certo. Provavelmente se eu forçasse o estudo só por pdfs ou livros eu poderia desanimar e parar de estudar. A desvantagem da videoaula é a demora mesmo, até porque você precisa montar o seu caderno, enquanto que o pdf/livro já está tudo pronto.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Lívia: Lá em 2018, nas férias de janeiro, quando decidi me aventurar nos editais de TRT, no quinto período, comprei um curso de reta final de um cursinho que nem lembro qual foi. Estudei por eles, mas algumas aulas estavam até desatualizadas, em desacordo com a Reforma Trabalhista que havia acontecido recentemente (e iria cair na prova). Foi desesperador quando percebi que havia visto muitas aulas desatualizadas. Enfim avisei o cursinho e eles me deram o acesso correto, com as aulas atualizadas. Mas aquilo me incomodou demais. Continuei vendo as aulas deles até o dia da prova. Mas, na véspera do TRT/RJ, eles não fizeram revisão de véspera (nem online nem presencial), então fui procurar por revisões de véspera e, por sorte, a revisão do Estratégia foi no centro do Rio de Janeiro, perto da minha casa.
Fiquei encantada com a revisão e assustada com a superioridade das aulas. Lembro da sensação de sair super cansada da aula, porque a maioria daquelas informações eu não sabia. Claro, eu tinha poucos meses de estudo, a maioria das matérias eu sequer tinha visto na faculdade, mas também porque diversos dos temas que eu cheguei a estudar no cursinho X não foram abordados da forma como o Estratégia abordou. Então comecei a assistir aulas ao vivo, revisões de véspera, depois comprei o Estratégia Concursos e também o Carreiras Jurídicas.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Lívia: Sim, como eu disse acima, mas também alguns outros de Carreiras Jurídicas (para magistratura). O que mais me incomodava era a demora em atualizar o material. O professor pode ser super excelente e a aula ser super didática, mas se o conteúdo está desatualizado, de nada adianta, não serve pra nada. Então o que mais me decepcionou nos outros materiais foi a profunda desconexão da realidade, mesmo com diversas videoaulas gravadas que já haviam mudado seu conteúdo por disposição legal ou mudança de entendimento jurisprudencial. Algumas mudanças eu só percebi quando errei em prova e essa sensação é horrível. Você se sente enganado.
O Estratégia, por outro lado, é mais rápido que o próprio legislador. Antes do entendimento mudar, o professor avisa que pode vir a mudar. Por vezes eu pego o pdf de vocês para atualizar o meu caderno, porque sei que lá vai estar atualizado. Sei que se eu abrir qualquer videoaula ela vai estar atualizada e de acordo com o entendimento vigente.
O que o concurseiro precisa é de um material em que ele possa confiar e vocês dão isso para a gente!
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Lívia: Sim. O principal é a questão da atualização imediata dos materiais. Também sinto que os professores realmente se importam com os nossos estudos e vivem o edital com a gente. Amo as “premonições” e retas finais, os professores realmente se esforçam em acompanhar e estudar o comportamento das bancas, sendo certeiros no que pode vir a cair (o que é fruto de uma rotina de estudos dos professores em se manter em dia com os entendimentos jurisprudenciais). Também gosto muito dos Simulados, Direto ao Ponto, Hora da Verdade, Revisões de véspera, mas o principal, que mais gosto, são das videoaulas mesmo!
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Lívia: Eu estudo 1 ou 2 matérias por dia, dependendo do dia e da matéria. Se for uma matéria que tenho dificuldade, somente uma; se não, acúmulo duas. Estudo cerca de 4h a 6h por dia. Quando a prova estava se aproximando, tentou fazer um bloco de estudos à noite.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Lívia: As minhas revisões são, basicamente, voltar ao meu caderno quando acabei de ler tudo. Também faço questões sobre o tópico estudado. Quando tenho algum edital aberto, procuro fazer pelo menos 1 simulado semanal do concurso para treinar e ver o que estou errando. Costumo dar prioridade à revisão dos temas que estou errando mais.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Lívia: Super importante. Elas nos mostram o que estamos em dúvida (e precisamos relembrar) e como a banca costuma cobrar o tema.
Não consigo mensurar o número de questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Lívia: A minha maior dificuldade sempre foi o processo civil. Para superar, tive que colocá-la como prioridade. Já cheguei a ver matérias 2x por semana, assistir diversas videoaulas e fazer um número maior de questões quando comparada às outras matérias.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Lívia: Duas semanas antes da prova eu assisti aos encontros do Hora da Verdade e Reta Final ao vivo (gosto de fazer isso sempre) e intensifiquei as revisões, principalmente de lei seca.
Na véspera, eu assisti algumas das matérias do Aulão de Véspera, que foi essencial.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Lívia: A prova de redação para TJAA foi essencial para eu passar dentro do número de vagas. Eu tirei 10 e saí da posição 625 para 42. Eu sempre tive muita facilidade com redação desde criança, sempre foi uma das minhas matérias favoritas e foi um dos motivos de eu escolher o Direito. Mas a redação de concurso é diferente da do vestibular, a estrutura é mais engessada, temos que ser mais objetivos e estar em dia com repertório filosófico, científico e cultural, porque as bancas gostam. Então eu decorei alguns repertórios para temas como trabalho, tecnologia, meio ambiente e isso vem me ajudando demais nas provas. Claro que foi uma crescente, eu já estava fazendo provas de redação da FCC (TRTs) desde 2022, então isso me ajudou a ver o que a banca gosta e pontua. Então buscar redações modelo e redações de alunos que tiraram nota máxima ajuda muito!
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Lívia: Acredito que os principais erros foram negligenciar a revisão e a lei seca. Eu sempre queria terminar uma matéria inteira para depois começar a revisar e isso me atrasou muito. Eu também não gostava de ler a lei seca separada, achava que lendo só dentro do meu material (os artigos indicados pelo professor) seria suficiente e não foi, também me atrasou muito. Depois que comecei a corrigir esses erros, tive uma melhora significativa nos meus resultados.
Como acerto, eu estudo para Carreiras Jurídicas desde que me formei e, quando aparece algum edital de cargo meio, eu adequo o estudo. É aquele ditado jurídico “quem pode o mais, pode o menos”. Quem tem a base formada para um cargo fim consegue ser aprovado em um cargo meio. Mas algumas arestas precisam ser aparadas como, por exemplo, estudar matérias gerais (português, informática, RLM etc). Entretanto, o núcleo duro é o mesmo e está formado para concursos mais aprofundados.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Lívia: Ainda não pensei nisso e é melhor nem pensar (kkkk).
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Lívia: Meu conselho é que comecem e permaneçam. É preciso começar, porque sempre inventamos desculpas honestas: “ano que vem eu começo”, “primeiro quero me casar”, “primeiro quero ter filhos”, “quero me estabilizar financeiramente primeiro”, “vou esperar me formar”. Começa logo, começa numa quarta-feira à noite, não precisa esperar pela segunda-feira, não precisa esperar você se formar ou casar. Só começa e, ao longo do tempo, você vai ajustando.
Quanto mais você estuda, menos você tem a sensação de saber, então você nunca vai se sentir pronto para prestar uma prova. A sensação de incapacidade é presente em todos aqueles que foram aprovados, faz parte! Seja corajoso! Precisa permanecer, fazer um pouquinho todos os dias, não caia na tentação de ficar muitos dias sem estudar, porque você não vai conseguir voltar. Como todo hábito, leva tempo, mas vale a pena, não importa quanto tempo demore para a aprovação chegar!