Aprovado em 4° lugar para Advogado da União no concurso AGU
Concursos Públicos“[…] Todos cometemos erros, mas busque, progressivamente, reduzir os erros. E o mais importante: siga acreditando em você, mesmo quando aparentemente não há tantas razões para isso. Todos nós somos capazes de coisas incríveis.”
Confira nossa entrevista com Rodrigo Rebello Horta Gorgen, aprovado em 4° lugar no concurso AGU para o cargo de Advogado da União:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua idade, formação e cidade natal?
Rodrigo Rebello Horta Gorgen: Tenho 41 anos e sou formado em Direito pela UFRGS. Minha cidade natal é Porto Alegre. Fui aprovado nos 3 concursos da AGU de 2022/2023 em primeira chamada. Assumi como Advogado da União, tendo sido o 4º colocado dentre cerca de 23 mil candidatos.
Estratégia: Conte o início da sua trajetória, o que te levou a iniciar os estudos para concursos?
Rodrigo: Logo depois de me formar, ainda em 2007, eu passei no concurso de analista do TRF4. Foi algo que me deixou muito feliz, em seguida casei e por vários anos abandonei os concursos. Depois de algum tempo, a partir de 2013, eu voltei a estudar, desta vez com foco em Juiz/RS, MP/RS, Juiz federal da 4ª Região, além do MPF. Embora sejam concursos bastante diversos, tive um bom índice de sucesso, faltou pouco para passar. Finalmente, já em 2017, eu estava bastante cansado e desisti. Mas desistir não aplacou o meu constante sentimento de insatisfação. Foi então que, já divorciado, no início de 2022, fiquei sabendo dos rumores sobre o grande concurso da AGU, com 100 vagas para cada uma das carreiras (Advogado da União, Procurador da Fazenda Nacional e Procurador Federal). Esses concursos não aconteciam há quase 10 anos e a carreira vem se tornando cada vez mais atrativa nos últimos anos, com honorários advocatícios e perspectiva de teletrabalho. Era a minha chance de voltar e decidi que dessa vez eu não iria desperdiçar a oportunidade.
Estratégia: Como você conheceu o Estratégia Concursos e porque tomou a decisão de se tornar nosso aluno?
Rodrigo: O Estratégia é a referência no mundo dos concursos, já conhecia há bastante tempo. Durante o estudo, sempre acompanhava o canal do youtube, que possui vasto material gratuito. Gostava particularmente das lives sobre temas ou novidades dos concursos que eu ia prestar (AGU). Então foi uma decisão bastante natural participar do curso presencial de prova oral que foi realizado em SP em setembro/2023. Foi um final de semana inteiro de imersão em prova oral e teve contribuição fundamental para minha aprovação, sou muito grato ao Estratégia por tudo que foi proporcionado e pelo nível de profissionalismo.
Estratégia: Como era sua rotina e plano de estudos?
Rodrigo: Eu comecei minha preparação no meio de 2022, ainda sem edital. O meu plano era estudar o máximo possível. Como eu tinha a possibilidade de teletrabalho, optei por sair de Porto Alegre e me dedicar integralmente ao projeto. Uma parte na serra gaúcha e o resto no litoral. No final, eu tive cerca de 7 meses para o primeiro ciclo, três meses para o segundo ciclo e alguns dias de revisão final antes de cada uma das provas objetivas, que ocorreram ao longo de maio. Os primeiros quinze dias do estudo foram integralmente dedicados a montar minuciosamente meu cronograma, selecionar a bibliografia e encomendar os materiais a serem utilizados. Ao montar o cronograma, eu defini quantos dias seria possível ter por matéria no primeiro estudo, separando também alguns dias para estudo de segunda fase e folgas, a serem tiradas quando estritamente necessário ou para compensar o não atingimento das metas, que eram diárias. Eu estudava uma matéria por dia, sete dias por semana. Geralmente utilizava livros + leis + jurisprudência/súmulas + vídeos + questões (em torno de 50 por dia). Nunca contabilizei as horas líquidas, mas eram ao menos 8 horas diárias. Era um projeto de tempo integral, passava ao menos 12 horas por dia na escrivaninha. Acordava às 6 da manhã e só parava para almoçar e fazer uma hora de exercício à tarde. Por volta das 8 da noite, encerrava os trabalhos e ia jantar e descansar.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Rodrigo: Sim, foi necessário conciliar o estudo com minha atividade de analista, como assessor de um Desembargador Federal. Sendo honesto, o trabalho teve que ser um pouco sacrificado em detrimento do estudo. Mas como eu já tinha mais de 16 anos de experiência, foi possível manter um nível de produtividade aceitável.
Estratégia: Quais ferramentas do Estratégia você mais utilizou em sua preparação e quais eram os diferenciais de cada?
Rodrigo: Eu sempre tive um método próprio de estudo, que envolvia livros e materiais antigos que eu mesmo havia elaborado. Para as provas objetivas e discursivas, utilizava muito os vídeos do Estratégia. É uma forma de estudo passivo menos desgastante, mas igualmente eficiente. Era uma arma para evitar o intervalo nos momentos em que eu estava exausto. Depois, para a prova oral, utilizei bastante os PDFs que foram distribuídos. Todos esses materiais eram de qualidade e me ajudaram. Aliás, é fato que algumas questões das minhas provas orais constavam literalmente nos materiais do Estratégia.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Rodrigo: Como dito, eu tive cerca de 7 meses para o primeiro ciclo, três meses para uma revisão e alguns dias de revisão final antes das provas objetivas, que ocorreram em maio. Tive cerca de um mês para me preparar para as discursivas e depois em torno de 2-3 meses para as orais. No total, foi um ano e quatro meses de preparação, do início do estudo às provas orais. Mas é importante ressaltar que, embora estivesse parado há vários anos, eu já carregava uma boa bagagem de concursos. A única forma que eu encontrei para manter a disciplina foi querer alcançar o objetivo com todas as forças. Para não ser tão sutil, é necessário querer desesperadamente. E como fazemos para superar um desafio gigantesco? Um pouquinho de cada vez, não há outra forma. Nossa preparação deve ser construída tijolo por tijolo, um dia de meta cumprida por vez. Me ajudou a visualizar esse avanço. No meu caso foram 7 meses de primeiro ciclo, resultando num avanço de cerca de 0,5% por dia. Como forma de estímulo, para “sentir” o avanço, ao final de cada dia eu somava esse percentual e mantinha visível na área de trabalho do PC. É uma ferramenta simples que me ajudou na disciplina.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Rodrigo: No conjunto dos três concursos, eram 19 disciplinas diferentes para estudar. As matérias que eu tive mais dificuldade foram aquelas com as quais eu tinha pouca familiaridade, como Direito do Trabalho e Processo do Trabalho, Agrário e Legislação de Ensino. A forma de superar essa dificuldade é encontrar um material de confiança que vá direto ao ponto, dedicar um tempo a absorver aquele conhecimento e depois testar esse conhecimento fazendo questões. Pode ser um livro mais resumido ou os materiais que o Estratégia disponibiliza, como aulas e PDFs.
Estratégia: Qual sua estratégia de reta final?
Rodrigo: A minha estratégia para a reta final pode variar ligeiramente conforme a etapa, mas envolve primordialmente reler os pontos estratégicos dos resumos, se possível de resumos que eu mesmo tenha feito, focar em súmulas e no estudo da jurisprudência mais recente e aumentar o número de questões realizadas.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi a sua rotina de estudos para esta importante fase do certame?
Rodrigo: É minha convicção que a preparação para as etapas discursivas deve obrigatoriamente começar antes da aprovação da primeira etapa do concurso. Seja uma prova puramente discursiva, sejam peças e pareceres (como no caso das procuradorias), ou mesmo se estivermos falando de uma prova de sentença, simplesmente não há tempo hábil para realizar uma preparação sólida apenas naquele período que antecede a prova. Exemplificativamente, eu dediquei 18 dos 210 dias do primeiro ciclo (cerca de 9% do tempo) exclusivamente para treinar peças e pareceres à mão, como forma de simular aquilo que encontraria no dia da prova.
Estratégia: De que forma sua família entendeu e apoiou sua caminhada?
Rodrigo: Eu sou divorciado, o que de certa forma me deixou com mais liberdade para fazer concursos de âmbito nacional, como os da AGU. Tenho dois filhos pequenos, gêmeos, hoje com nove anos. Durante minha preparação, como optei por permanecer longe das distrações de Porto Alegre, foi um período difícil, de muita saudade. Ao mesmo tempo era neles que buscava força para correr atrás desse objetivo. Tive muito apoio dos meus pais e dos meus irmãos, seja me fazendo companhia diretamente, seja me ajudando com a logística de trazer meus filhos aos finais de semana e durante as férias escolares. Durante toda a preparação, especialmente depois de passados os primeiros meses, quando ficou clara a seriedade do projeto, eu sentia que minha família acreditava em mim, o que me ajudou a superar a desconfiança que eu mesmo tinha constantemente em relação ao resultado final dessa empreitada.
Estratégia: Qual a sensação de ter sido convidado para o Baile dos Primeiros do Estratégia Concursos?
Rodrigo: É uma sensação quase surreal de sonho realizado e gratidão ao Estratégia por proporcionar aos seus alunos uma experiência tão singular.
Estratégia: Durante sua preparação, ouviu falar sobre o Baile dos Primeiros? Imaginou que um dia estaria nesta confraternização?
Rodrigo: O objetivo de todo concurseiro é simplesmente ser aprovado, acredito que ninguém que esteja no processo do estudo tenha confiança suficiente para ambicionar ocupar as primeiras colocações. Aliás, para mim, a própria aprovação sempre pareceu um sonho distante, algo pouco palpável. Na véspera da prova oral, na minha mente ainda era uma absoluta incerteza. Eu já tinha ouvido falar do Baile dos Primeiros e sem dúvida era um daqueles sonhos delirantes, mas jamais imaginei de fato estar presente.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Rodrigo: Entre 2013 e 2017 foram 5 anos em que eu repetidamente rodei em diversos concursos. Nesse período eu cometi quase todos os tipos de erros possíveis, como desistir no começo, perder o gás no final, tratar as oportunidades levianamente ou fazer preparações simultâneas para concursos muito diferentes. Dessa vez eu procurei sanar esses equívocos, por isso eu foquei apenas nos concursos da AGU, após chegar à conclusão, por diversas razões, que eram a melhor opção para mim. Então busquei fazer um trabalho sólido de base para o estudo, montando um cronograma muito detalhado e completo. E, depois, suportar a parte mais difícil, que é executar esse cronograma até o fim. Até cometi alguns erros. Talvez por conta da exaustão, perdi algumas semanas de estudo antes das provas orais, mas me recuperei e todo o trabalho anterior acabou dando frutos.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? O que você diria para a sua versão de 5 anos atrás?
Rodrigo: Não só pensei como efetivamente desisti. Por mais de 5 anos eu tentei enterrar esse objetivo, mas a sensação de derrota era diária, o que me causava grande frustração. Por acreditar no meu potencial para alcançar qualquer coisa que eu me propusesse, somado ao surgimento de uma rara oportunidade como os concursos da AGU, eu resolvi voltar aos estudos. Na verdade, quando esses elementos se alinham, eu senti que havia uma obrigação da minha parte. Lembro que eu senti um enorme cansaço por antecipação ao antever todo o esforço que eu teria que fazer para alcançar esse objetivo. Mas não havia jeito, teria de ser feito. Então, se eu pudesse dizer algo para minha versão de 5 anos atrás, seria para que eu ficasse tranquilo, me preparasse, daria trabalho, mas alcançaremos nosso objetivo.
Estratégia: Por fim, deixe sua mensagem para todos aqueles que estão começando e almejam chegar aonde você chegou!
Rodrigo: Qualquer um que alcançou um objetivo que realmente valha a pena percorreu todo um caminho. Por vezes é mais fácil, outras vezes esse caminho não é tão linear. Não se penitencie por estar aqui ou acolá. Apenas siga avançando, com estratégia, dentro das suas próprias circunstâncias. Todos cometemos erros, mas busque, progressivamente, reduzir os erros. E o mais importante: siga acreditando em você, mesmo quando aparentemente não há tantas razões para isso. Todos nós somos capazes de coisas incríveis.