Aprovado em 1° lugar no concurso Câmara de Maceió para o cargo de Procurador Legislativo
Concursos Públicos“[…] Todos nós temos os nossos motivos para estudar. Use o seu como força para manter a disciplina. No fundo, você está fazendo algo por você mesmo e o maior beneficiário desse processo, é você […]”
Confira a nossa entrevista com Elvis dos Santos Silveira, aprovado em 1° lugar no concurso Câmara de Maceió para o cargo de Procurador Legislativo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua idade, formação e cidade natal?
Elvis dos Santos Oliveira: Meu nome é Elvis, tenho 36 anos, formado em Direito, em 2017. Sou natural de Acaraú, município localizado há 200km de Fortaleza. Moro na capital cearense há quase 20 anos.
Estratégia: Conte o início da sua trajetória, o que te levou a iniciar os estudos para concursos?
Elvis: A minha primeira referência de estudo para concursos foi um tio que é funcionário do Banco do Brasil. Estudei para o concurso da Caixa e passei em 2008. Fui chamado em 2010. Em 2020, voltei a estudar para concursos, agora já pensando em carreiras jurídicas. Aprendi a ver o serviço público como uma oportunidade de fazer parte do Estado – o agente político incumbido de provocar mudanças desejadas e significativas na sociedade, que também oferece boa remuneração em algumas carreiras da minha área de formação.
Estratégia: Como você conheceu o Estratégia Concursos e porque tomou a decisão de se tornar nosso aluno?
Elvis: Em 2020, quando decidi voltar a estudar, o Estratégia aparecia para mim como o maior curso preparatório. Comecei a acompanhar as dicas de preparação, os materiais oferecidos, análises de edital etc. Nessa época, pensava em fazer concurso para os tribunais eleitorais como um concurso meio e depois estudar para a Magistratura. Em meados de 2021, com a escassez de editais, por causa da pandemia, um amigo me convenceu de que eu, já sendo concursado, poderia estudar direto para um concurso fim e me falou da advocacia pública. Gostei muito da advocacia pública e abracei a sugestão. Daí, entendi que precisaria de um material mais robusto do que o que usava até então. Decidi fazer a assinatura de Procuradorias do Estratégia, porque eu já confiava na qualidade do curso, com base no que acompanhei por mais de 1 ano.
Estratégia: Como era sua rotina e plano de estudos?
Elvis: Sempre gostei de quantificar os meus estudos. Esse controle, me ajudou a manter a disciplina, porque um dia que eu via que não tinha alcançado a meta de estudos, tentava compensar ao longo da semana. Foram pouco mais de 5 mil horas cobrindo diversos ramos do Direito. A minha meta diária era de 4h/ dia e de 5h/ sábados e domingos. Nunca senti dificuldade em estudar muito tempo uma só disciplina. Gostava de estudar até o fim de uma aula. Se demorasse as 4 horas do dia, não tinha problema. Dificilmente estudava mais de 2 disciplinas por dia. Desde o início, eu fiz o meu material de resumo. Penso que cada concurseiro pode conhecer os vários métodos de aprendizagem, mas deve entender como ele aprende e abraça o seu método. Muito cedo, entendi que o meu, era esse de fazer resumos. Fui fazendo resumos de todas as aulas em PDF que lia. Depois, nas revisões, fiquei atualizando os materiais com as jurisprudências, “insights” e novidades que pegava nas Revisões de Véspera e aulas de atualização que o Estratégia fazia.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Elvis: Sim. Essa foi a parte mais difícil da preparação. Não sobrava tempo para praticar o Direito depois do expediente e o expediente não exigia nada de conhecimento jurídico. Então, tinha que me desconectar dele todo dia antes de estudar. Procurava estudar 1 hora pela manhã e 3 horas à noite. Consegui seguir nessa rotina renunciando às outras atividades sociais, que é o sacrifício que todo concurseiro deve entender como necessário, especialmente o que trabalha e estuda para concursos de alto nível.
Estratégia: Quais ferramentas do Estratégia você mais utilizou em sua preparação e quais eram os diferenciais de cada?
Elvis: Na plataforma do Estratégia, a assinatura de Procuradorias é um mundo que logo percebi que não conseguiria aproveitar por completo, por causa da minha rotina. Então, usei o que consegui encaixar nela, que foi principalmente os PDFs. No estudo para Procuradorias, fala-se muito em ‘formar a base’, principalmente nas disciplinas do chamado ‘núcleo duro’. Formei a minha base no núcleo duro com os resumos que fiz dos PDFs do Estratégia. Acredito que foi esse conhecimento que me fez construir bons resultados até a aprovação. Não assistia as videoaulas em casa, mas frequentemente as ouvia no carro no percurso casa-trabalho. Também aproveitei bastante as chamadas de mentoria com o prof. Rodolfo. A troca de ideias sobre provas e métodos de estudo com um professor que já conhece o caminho da aprovação é excelente, não só pelas dicas, mas porque a gente percebe que o curso tem uma preocupação e interesse na aprovação do aluno e isso reflete confiança no material adquirido. Nos encontros de videochamada, a gente também faz amizade com quem está no mesmo caminho e troca experiências, marca encontros em provas e esse contato entre concurseiros também faz a diferença.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Elvis: Pensando em Procuradorias, o estudo começou em meados de 2021. Foram 3 anos. Acredito que a minha disciplina veio do autoconhecimento e hábitos saudáveis que pratiquei conciliando os estudos com atividade física, alimentação saudável e psicoterapia. Estudar também gera um desgaste físico e mental. Poucas atividades sociais geraram tempo e rotina de estudo e o desgaste que vinha dessa rotina, era compensado com hábitos físicos e mentais de recuperação. A terapia entrega a paciência e a maturidade necessárias para entender os motivos pelos quais a gente escolhe o serviço público.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Elvis: Modéstia à parte, não tive dificuldade para aprender nenhuma disciplina jurídica. Pontuo, porém, que nunca gostei de estudar Direito Penal e essa disciplina só cai em alguns concursos de Procuradorias. Quando saiu o primeiro edital que cobrou Direito Penal, disse para mim mesmo que para passar, eu teria que aprender, então, fiz o que tinha que ser feito, que era estudar mesmo sem gostar. Concurso público exige maturidade. Claro que é preferível o caminho mais confortável, mas mesmo esse caminho, terá dificuldades inevitáveis e é necessário que o concurseiro não fuja delas.
Estratégia: Qual sua estratégia de reta final?
Elvis: As retas finais nas quais percebi o melhor desempenho, tinham uma coisa em comum: eu já tinha formado a base naquilo que a banca costumava cobrar, então dividia todo o conteúdo nos 50-60 dias até a prova, para fazer 2 revisões do meu material resumido e ler a lei local pelo menos 2x. Tentava fazer 1 simulado uma ou duas semanas antes da prova, para testar o meu ritmo de prova. Na Reta Final, eu fazia poucas questões. Resolvi, ao todo, umas 50 mil questões, mas a maior parte delas, fazia revisões de formação de base. Também tentava me concentrar mais no conteúdo, me desligando das redes sociais e recusando alguns convites para sair.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi a sua rotina de estudos para esta importante fase do certame?
Elvis: Depois de reprovar em algumas fases subjetivas da mesma banca e sempre atentando para a forma como ela cobrava o conhecimento nessa fase, percebi que havia dois modelos de cobrança, dependendo do edital do concurso. Quando o edital permitia consulta, as questões eram preponderantemente sobre jurisprudência e não só a tese, mas os fundamentos da decisão. Quando o edital não permitia consulta, o peso da prova era dividido no texto da lei e jurisprudência. Então, eu procurava entender e memorizar os fundamentos das decisões e alguns artigos de lei que mais caíam para cada tipo de cargo, seja estadual ou municipal, do Executivo ou do Legislativo. Apenas na última semana antes da prova, eu revisava a parte formal das possíveis peças a serem cobradas. O conteúdo – parte material – já estava nos meus resumos.
Estratégia: De que forma sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada?
Elvis: Não sou casado e nem tenho filhos. Moro só, o que facilitou a rotina de estudos. Uma irmã mora também em Fortaleza, os demais parentes moram na minha cidade natal. Família e amigos entenderam que o convívio social iria diminuir com a rotina de estudos. Os encontros ficaram resumidos a aniversários e feriados tradicionais. Mas, em toda viagem de prova, havia um incentivo e torcida deles, o que julgo fundamental como apoio psicológico nesse processo, considerando que essa jornada de estudos já é bem solitária, por si só. Ademais, um amigo próximo também estudava para concursos e a gente se falava constantemente, trocando ideias, experimentando métodos, o que também serviu como apoio emocional.
Estratégia: Qual a sensação de ter sido convidado para o Baile dos Primeiros do Estratégia Concursos?
Elvis: Foi incrível.
Soube do meu resultado uns 2 meses antes do convite, mas a ficha demorou muito a cair. Na manhã do dia seguinte, eu achei que tinha apenas sonhado com o resultado. Conferi várias vezes com receio de ter visto errado ou de terem mudado as notas, mas todas as vezes, o meu nome estava em primeiro. Foram os eventos que se seguiram que me convenceram do que tinha acontecido, contar para a família, contar para amigos próximos, para amigos mais distantes, receber os parabéns dos demais aprovados do concurso etc. O convite foi mais um daqueles momentos em que pensei “deu certo, missão cumprida Elvis”. Foi a confirmação do sucesso de ter confiado no processo, inclusive, no curso adquirido anos atrás.
Estratégia: Durante sua preparação, ouviu falar sobre o Baile dos Primeiros? Imaginou que um dia estaria nesta confraternização?
Elvis: Sim, ouvi falar. Acompanhei as redes sociais dos professores do Baile de 2023 com aquela vontade, mas nunca pensei em ser convidado. Acho que todo mundo quer ser aprovado em 1º, mas a gente não estuda necessariamente para ser o 1º, apenas para ser aprovado. Essa conquista do 1º lugar, especialmente em concursos mais difíceis, é produto de uma soma de fatores, dentre eles, claro, principalmente, uma excelente preparação.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Elvis: Penso que cometi pelo menos dois erros grandes. O primeiro foi na Reta Final. Nesse momento da preparação, julgo ser necessário um esforço maior para concentração e revisão. Toda prova objetiva tem pegadinhas que a falta de atenção e uma simples revisão pode levar ao erro que reprova. No momento pós edital, é necessário aumentar o ritmo, o que pode ser feito com mais horas de estudo ou menos horas de distração até o momento da prova. Lembro de questões que errei na minha segunda prova em 2022. Sempre analisei cada questão errada depois que a banca divulgou o gabarito, acrescentava informações ao material, etc. Perder a questão por alguma novidade de jurisprudência não doía, mas por uma leitura apressada e desatenta na prova sim. E eu atribuía isso a esse primeiro grande erro da reta final.
O segundo foi não ter planejado melhor a trajetória no início. Fiquei 1 ano e meio estudando para outra carreira e sem um bom material, algo que poderia ter evitado com um planejamento melhor. Às vezes, o concurseiro começa os estudos visando uma carreira que não conhece bem e evitando o investimento que é necessário e isso sempre irá atrasar o fim dessa fase de vida.
Por outro lado, sou muito feliz por ter acertado ao ignorar aquela tempestade de sugestões de métodos de estudo e aprendizado para focar naquilo que já conhecia de mim mesmo, a forma como eu aprendo, a fórmula que funciona para mim.
Além disso, o controle do tempo de estudo e a disciplina em focar primeiro no estudo base foram essenciais. A formação da base de conhecimento é essencial para que no momento pós-edital haja uma dedicação voltada para revisões daquilo que você já viu e eventuais diferenciais do certame. Em regra, a gente não vê aprovações de pessoas que estudaram uma única vez o conteúdo ou apenas fizeram um estudo de reta final nesses concursos mais difíceis.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? O que você diria para a sua versão de 5 anos atrás?
Elvis: Não, algumas vezes verbalizei essa palavra como forma de desabafo por cansaço, mas nunca considerei de verdade desistir. Costumo brincar que não dá para desistir da pobreza, rs. Tive bom desempenho em muitas provas de Procuradorias, daí sempre soube que eu não tinha o direito de desistir de um resultado que estava ao meu alcance. Concurso público não é para quem tem idade X ou Y, nem para o mais inteligente da faculdade, nem para quem tem necessariamente 8 horas diárias de estudo. É para quem está disposto a pagar um preço que fatalmente será parcelado em dias de dedicação, às vezes com motivação, mas sempre com disciplina. Ainda assim, eu diria para o Elvis de 2020: o cansaço vai bater. Bater na trave dá esperança, mas também cansa. Esteja atento e faça o seu melhor todo dia comprando o comprometimento do estudo de reta final. O estudo de base é um pré requisito, mas é a reta final que define classificação e aprovação.
Estratégia: Por fim, deixe sua mensagem para todos aqueles que estão começando e almejam chegar aonde você chegou!
Elvis: Futuro colega, aprenda com os erros e acertos de quem já chegou aonde você pretende, ajustando ou aperfeiçoando a sua trajetória. Esse processo tem um custo, foque na conquista, mas não se esqueça do preço dela. Todos nós temos os nossos motivos para estudar. Use o seu como força para manter a disciplina. No fundo, você está fazendo algo por você mesmo, o maior beneficiário desse processo é você. Concurso público é uma escolha de vida, que tem aptidão de mudar uma suposta predestinação, usando a educação e o mérito próprio.