Aprovado em 1° lugar para Assessor Legislativo no concurso ALEP
Concursos Públicos“[…] Primeiramente é fundamental saber o que se quer de fato. Isso é importante inclusive para se escolher o concurso “certo”, talvez até abrindo a pessoa para buscar oportunidades “fora do radar”, em vez de simplesmente seguir o fluxo de concorrer a cargos mais almejados […]”
Confira nossa entrevista com Rodrigo Cunha Ribas, aprovado em 1° lugar para Assessor Legislativo no concurso ALEP:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua idade, formação e cidade natal?
Rodrigo Cunha Ribas: Tenho 34 anos, com graduação e mestrado em direito. Nasci em Guarapuava – PR, tendo sido criado em Curitiba – PR.
Estratégia: Conte o início da sua trajetória, o que te levou a iniciar os estudos para concursos?
Rodrigo: Em meados de 2023, passei por um momento muito difícil em minha vida e, após anos de advocacia na iniciativa privada, aproximadamente em agosto de 2023, decidi pela primeira vez iniciar o estudo para ingresso no serviço público. Inicialmente, meu foco foi o concurso para consultor legislativo da Câmara dos Deputados.
Estratégia: Como você conheceu o Estratégia Concursos e por que tomou a decisão de se tornar nosso aluno?
Rodrigo: Utilizei muito o YouTube na minha preparação, plataforma em que a presença do Estratégia é massiva, tendo assistido inúmeras aulas gratuitas disponibilizadas pelo Estratégia. Decidi adquirir o material de Redação Oficial por ter sido elaborado pela Professora Patrícia Manzato, cujo trabalho de muita qualidade eu já conhecia.
Estratégia: Como era sua rotina e plano de estudos?
Rodrigo: Não contabilizava a quantidade de horas que eu estudava. Como eu efetivamente queria a minha aprovação no concurso para ingresso na Assembleia Legislativa do Paraná, estudava o máximo que conseguia, sem prejudicar outros aspectos essenciais de minha vida, como meu trabalho enquanto advogado, a minha família, a minha rotina de exercícios, a qualidade do meu sono etc.
Para otimizar o meu tempo, foquei em utilizar o celular o mínimo possível, além de também evitar ao máximo gastar tempo com Netflix e afins.
A principal técnica que utilizei foi a resolução de questões, somada à leitura de “lei seca” e ao estudo pontual de PDFs e videoaulas, em temas com menor familiaridade.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Rodrigo: Sim. Além do que mencionei em relação à última pergunta, corri o risco e recusei alguns serviços como advogado, abrindo mão de dinheiro em prol da preparação, o que é sempre um risco quando se é o responsável financeiro por alguém, mas pode ser feito mediante um bom planejamento financeiro.
Estratégia: Quais ferramentas do Estratégia você mais utilizou em sua preparação e quais eram os diferenciais de cada?
Rodrigo: Utilizei o PDF e inúmeras videoaulas no YouTube.
O diferencial do PDF foi a objetividade, apesar de abordar todos os aspectos essenciais da disciplina de redação oficial. Para mim, o PDF atendeu perfeitamente a minha necessidade.
As vídeo aulas do Estratégia disponibilizadas no YouTube são simplesmente incríveis. Destaco o trabalho dos Professores Nelma Fontana, João Trindade, Adriana Figueiredo, Patrícia Manzato e Herbert Almeida, cujas aulas são excepcionais.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Rodrigo: Estudei aproximadamente desde a publicação do edital, no início de janeiro de 2024, após as provas objetiva e discursiva do concurso para a Câmara dos Deputados, o que me permitiu focar no concurso da Alep.
Como as provas objetiva e discursiva para a Alep foram aplicadas no início de abril de 2024, estudei aproximadamente 4 meses para esse concurso. Das disciplinas cobradas eu já havia estudado uma parte de direito constitucional, sobretudo a relativa ao processo legislativo, e português.
Consegui manter a disciplina por querer, de fato, a aprovação. Realmente não vejo uma resposta melhor a essa pergunta do que ter clareza sobre o que se quer. Levei anos para decidir prestar meu primeiro concurso, tendo antes advogado, feito pós lato sensu e mestrado. Fui muito cauteloso ao tomar a decisão de estudar para ingressar no serviço público, pois só queria fazer isso quando tivesse certeza de que eu iria agir como alguém que realmente sabe o que quer, pois sem isso, presumia, minhas chances de aprovação seriam pequenas.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Rodrigo: Matemática sem dúvidas foi o meu grande desafio. Eu não estudava matemática há mais de uma década. Não tenho vergonha em reconhecer que eu não lembrava como fazer uma regra de três simples. Foi realmente difícil para mim nesse ponto e fiquei com receio de não ser aprovado por causa dessa disciplina, pois o tema simplesmente não entrava na minha cabeça.
Procurei ajuda de várias formas, principalmente pelas ótimas aulas do Professor Jhoni Zini, e somente por meio de muitos erros consegui um resultado até melhor do que o esperado nessa disciplina. Lembrar das lições de livros como Mindset e Limitless Mind, de que o esforço supera o talento, fez toda a diferença.
Estratégia: Qual sua estratégia de reta final?
Rodrigo: Respondi muitas questões, acho que mais de 100 por dia na média. Estudei todos os dias, sem exceção. Também fiz inúmeros simulados. Outro ponto essencial foi não ter negligenciado um tópico sequer do edital, sobretudo aqueles relativos à Constituição do Paraná, ao Regimento Interno da Alep, história e geografia do Paraná e redação oficial.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi a sua rotina de estudos para esta importante fase do certame?
Rodrigo: Como na prova discursiva seria cobrada uma redação sobre um tema mais amplo, genérico, confesso que não dediquei um tempo elevado a essa fase, pois recentemente havia estudado muito, muito mesmo, para a prova discursiva do concurso da Câmara dos Deputados, no que as lições da Professora Patrícia Manzato foram essenciais.
Estratégia: De que forma sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada?
Rodrigo: Sou solteiro e não tenho filhos. Sou um dos responsáveis financeiros pela minha mãe, que infelizmente tem ficado bastante doente. Minha família me apoiou muito e não haveria a menor possibilidade de eu conseguir essa aprovação ou qualquer outra coisa sem a ajuda de pessoas como a minha mãe, as minhas irmãs, a minha tia Josélia e o meu cunhado Eduardo. Amigos também desempenharam um papel essencial nessa jornada, com muitas dicas valiosas, para um novato como eu no contexto de concursos públicos.
Estratégia: Qual é a sensação de ter sido convidado para o Baile dos Primeiros do Estratégia Concursos?
Rodrigo: Inacreditável. A ficha não caiu até agora, sem qualquer exagero. Tento manter em mente muita gratidão e o reconhecimento de que não há mérito sem apoio de muita gente, de que não há self made man e de que a sorte sempre desempenha o seu papel.
Estratégia: Durante sua preparação, ouviu falar sobre o Baile dos Primeiros? Imaginou que um dia estaria nesta confraternização?
Rodrigo: Assistindo a uma das tantas aulas da Professora Nelma Fontana no YouTube, todas maravilhosas, fiquei sabendo desse evento, de que o Alok tocaria nele. Com certeza não imaginei que seria um dos convidados já no ano seguinte, rss.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Rodrigo: Errei principalmente em usar o celular mais do que o ideal, ainda que menos do que muitas pessoas. Apesar de não ter redes sociais como o Instagram, ainda assim desperdicei muito tempo, sobretudo em comparação ao período em que me preparei para o concurso da Câmara dos Deputados e quando escrevi minha dissertação do mestrado, quando mal tocava no celular.
De acertos eu ressaltaria (i) saber o que queria, (ii) ter focado no edital sem olhar para o lado, o que é muito difícil de fazer em um cenário com tantas opções ótimas, (iii) ter focado em responder o máximo possível de questões e (iv) ter escolhido o concurso em que eu teria mais condições de chegar competitivo no dia da prova, diante das minhas peculiaridades.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir?
Rodrigo: Não me recordo de ter pensado em desistir, mas pensei inúmeras vezes, inclusive durante a prova em si, que não daria pé, que não passaria.
Eu diria para a minha versão de 5 anos atrás para se levar menos a sério.
Estratégia: Por fim, deixe sua mensagem para todos aqueles que estão começando e almejam chegar aonde você chegou!
Rodrigo: Acho muito difícil e até “perigoso” dar qualquer tipo de conselho, inclusive quando o assunto é estudo para concurso, pois cada pessoa tem inúmeras particularidades, traumas e histórias que não conseguimos sequer imaginar.
Ainda assim, para não me esquivar da pergunta, penso que alguns elementos um pouco mais objetivos tendem a se aplicar à preparação para concursos públicos. Serei repetitivo agora, mas acaba sendo útil para resumir o que penso.
Primeiramente é fundamental saber o que se quer de fato. Isso é importante inclusive para se escolher o concurso “certo”, talvez até abrindo a pessoa para buscar oportunidades “fora do radar”, em vez de simplesmente seguir o fluxo de concorrer a cargos mais almejados, apenas por questões salariais e de status. Também é importante ter clareza sobre o que se quer para dizer não ao que precisa ser negado, para evitar desculpas que, no fim, demonstram apenas falta dessa clareza.
É essencial focar em um edital por vez, pois atualmente os editais contêm inúmeras especificidades que tornam extremamente improvável a aprovação de alguém que não se preparou para de fato passar naquela prova, estudando a fundo as disciplinas peculiares ao edital, em vez de fazer a prova para “ver o que acontece”.
Também é fundamental resolver muitas questões, lendo os comentários dos professores e dos estudantes atentamente. Em um concurso público, responderemos a questões. Então parece correto afirmar que precisamos treinar isso acima de qualquer outra coisa, inclusive porque é o melhor meio de compreender um tema e de memorizá-lo, na minha opinião de leigo no assunto.
Por fim, reduzir ao mínimo do mínimo o uso do celular, das redes sociais e de streamings. Acredito que nenhuma técnica de estudo supere essa sugestão. Gastamos um tempo absurdo com essas tecnologias e destruímos a nossa saúde mental no caminho. Ou seja, com isso prejudicamos exatamente o que mais precisamos para ser aprovados em um concurso público.
Aqui entra novamente o saber o que se quer. Estou ciente de quão gostoso é assistir algo na Netflix ou quão inconveniente pode ser não acessar as redes sociais. Todavia, precisamos definir o que mais importa para nós, pois faz parte da nossa experiência aqui não poder ter tudo ao mesmo tempo.
A boa notícia é que seguir apenas essa última sugestão já nos coloca numa enorme vantagem competitiva no processo de estudo para um concurso público. Portanto, se o vício na tecnologia é um baita problema para a sociedade e para a nossa saúde mental, por outro lado, esse cenário acaba trazendo várias oportunidades para os que conseguirem “domar” esse aspecto de suas vidas.