Aprovada em 5° lugar para Analista de Controle Externo - Ciências Contábeis no concurso TCE-GO
Tribunais de Contas (TCU, TCE, TCM)“[…] Não desista. Vá no seu tempo, no tempo que você tiver. Construa sua base de forma consistente, mesmo que seja demorada. Acredite em você desde o primeiro momento. Você é capaz […]”
Confira nossa entrevista com Rosangela Costa Souza, Aprovada em 5° lugar para Analista de Controle Externo – Ciências Contábeis no concurso TCE-GO:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Rosangela Costa Souza: Tenho 46 anos e sou formada em Ciências Contábeis desde 2005. Nasci em Minas Gerais, porém resido em Goiânia desde criança.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rosangela: Essa decisão foi bem cedo, aos 17 anos. Minha irmã era concursada e eu me inspirava muito nela. Ao vê-la conquistando espaços antes inimagináveis por meio do serviço público, sem precisar de favores ou indicações, apenas com sua dedicação, esforço e estudos, decidi que era isso que eu também almejava. Ela morava em Brasília e me inscreveu em um concurso para ensino médio quando eu ainda cursava o 2º ano. Isso foi muito importante para que eu tivesse contato com provas de concurso. Ao fazer essa prova, tive certeza de que esse era o caminho para mim. Assim, ficou claro que eu iria me formar na faculdade e prestar concursos públicos. Depois de um tempo, foi isso que fiz. Nessa época, eu já estava casada e conciliava os estudos da faculdade, os concursos e os afazeres domésticos. Deixei passar algumas oportunidades de estágio e emprego para ter mais tempo para estudar. Até que, ainda na faculdade, passei em um concurso de nível médio do GDF e também no MPU. Depois disso, me formei.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Rosangela: Sim, durante os estudos para os cargos de Auditor, eu já trabalhava no MPU. Era bem difícil conciliar, pois havia muitas frentes de responsabilidade: família, trabalho, casa e outras tantas que surgem na vida de qualquer adulto. Porém, retomei os estudos devagar, aproveitando o tempo que tinha, e fui construindo minha base de forma lenta. Quando me perguntavam como estavam os estudos, eu sempre respondia: “devagar e sempre”. E foi assim, bem devagar, sempre estudando um pouquinho quando conseguia ao longo do dia. Em alguns momentos, eu me dedicava mais; nas férias, tirava alguns dias para a família e o restante era todo dedicado aos estudos. Eram nesses momentos que conseguia dar um gás e avançar um pouco mais nos conhecimentos necessários para atingir meu objetivo.
Não sei quanto tempo não tiro férias integrais para descansar.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada?
Rosangela: Já fui aprovada como Técnica de Administração Pública do Governo do Distrito Federal; foi meu primeiro cargo no serviço público. Em seguida, passei como Técnica Administrativa do MPU, cargo que exerço atualmente. Ultimamente, figurei nas listas de aprovados da CGE SC, do Senado Federal e da Câmara dos Deputados, porém fiquei longe das vagas imediatas. Agora, fui aprovada em 5º lugar no Tribunal de Contas de Goiás como Auditora de Controle Externo – Especialidade: Ciências Contábeis.
Ainda é cedo para eu decidir se continuarei estudando ou não. Uma coisa é certa: é muito difícil parar de estudar quando você sente que já possui bagagem para enfrentar novos desafios. Portanto, compreendo quem não consegue parar. No entanto, pretendo entrar no TCE GO e me dedicar ao trabalho. No futuro, decidirei se continuo ou se retiro as canetas de vez.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Rosangela: Nos últimos 3 anos, eu diminui drasticamente minha vida social. Basicamente, saía com minhas filhas e meu marido em alguns fins de semana, visitava meus pais e, em algumas datas especiais, viajava para visitar minha irmã e sua família. Nas férias, tirava uns dias para viajar com minha família, e o restante do tempo era todo dedicado aos estudos. Participava de alguns eventos sociais, mas muitos outros não consegui participar. Neguei convites para aniversários, casamentos e saídas com amigas. Muitas vezes, meu marido e minhas filhas saíam e eu ficava estudando. Essa decisão foi dolorosa, mas necessária. Eu tinha pouco tempo disponível para estudar durante a semana, e os fins de semana eram cruciais para que eu continuasse avançando nos conteúdos dos concursos almejados. Graças a Deus, deu certo.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira?
Rosangela: Sou grata a Deus, pois meu marido, desde o namoro, sempre me apoiou em tudo que desejei fazer. Ele me apoiou emocionalmente e, algumas vezes, financeiramente também. Minhas filhas foram maravilhosas; entendiam que a mamãe, em alguns momentos, precisava estudar e, por isso, esperavam meus intervalos para conversar. Meus intervalos eram na hora de preparar o almoço, colocar roupas para lavar e em alguns momentos de descanso. Também sempre tive o apoio e incentivo dos meus pais, mesmo nos últimos tempos, tendo que diminuir as visitas à casa deles e falando mais ao telefone. Minha irmã e meu cunhado também me apoiaram desde que eu era muito jovem. Tenho apenas gratidão pela compreensão da minha família. Logicamente, algumas pessoas do meu convívio social não compreenderam e aceitaram bem minhas ausências, mas percebi que aqueles que realmente se importavam comigo entenderam, e isso me bastava. Só tenho gratidão e amor por todos que me apoiaram.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Rosangela: Olha, essa pergunta é muito difícil. O conhecimento é acumulável. Se analisarmos bem, desde a escola, estudei Português e Matemática, que são a base para qualquer aprendizado. Desde a faculdade, estudei disciplinas dos concursos que fiz, como, por exemplo, Auditoria, Contabilidade, AFO e algumas áreas do Direito. Então, eu acredito que estudo desde sempre. Porém, minha base na área de controle foi construída de forma lenta e gradual, com o tempo que eu tinha. Considero que tomei a decisão de retomar meus estudos para essa área em 2015, com o concurso do TCU. No entanto, eu ainda não acreditava muito na minha capacidade, e isso gerava inconstância nos estudos. Quando saía um edital, eu estudava intensamente até a prova. Logicamente, eu reprovava, pois ainda não tinha feito a base necessária e parava novamente. Retomava os estudos quando saía outro edital. Fiquei nesse looping por um bom tempo. Peguei mais firme e de forma um pouco mais consistente a partir de 2021. Acho que foi aí que levei mais a sério meu projeto e acreditei que seria capaz de lograr êxito. Acreditar que seria possível fez toda a diferença para mim.
A disciplina sempre foi um desafio pessoal. Naturalmente, eu era avessa a rotinas. Rotinas eram sempre para as obrigações que eu não poderia abrir mão. O restante era meio que: “deixa a vida me levar”. Acredito que isso foi o mais difícil. Tive que mudar muito nos últimos anos para conseguir trabalhar, cuidar da minha família, estudar e realizar tantas outras atividades que necessitamos ou queremos fazer na vida. Tive que estabelecer horários para cada coisa e tentar manter minimamente a vida organizada para fluir melhor. Não foi fácil, e nem sempre consegui, mas, mesmo com todas as minhas limitações e dificuldades, graças a Deus, consegui.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Rosangela: Como estudo há algum tempo, já passei por várias ferramentas ao longo do caminho. Já utilizei PDFs, videoaulas, a lei seca e questões.
A vantagem dos PDFs, por exemplo, é que o material já é preparado para o fim a que se propõe, além de incluir as questões da banca que você irá enfrentar. As videoaulas são importantes para matérias específicas em que você tenha muita dificuldade e precise de um professor explicando o passo a passo. Eu gostava de videoaulas para matérias como Análise de Dados, que, sozinha, eu dificilmente conseguiria estudar com eficiência. As desvantagens das videoaulas são que elas consomem um tempo considerável da preparação, mas, se forem utilizadas a longo prazo, são muito úteis nas matérias mais indigestas. Não consigo ver desvantagens nos PDFs; talvez a extensão seja uma, mas, ao final, há os resumos do professor, que são ótimos. Então, realmente, não vejo desvantagens.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rosangela: Conheci na Internet mesmo, lá no seu início e comecei a estudar pelo Estratégia há tempos.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Rosangela: Sim, estudo pelo Estratégia há tempos e gosto muito do material. Acho-o atualizado, e as aulas são aprofundadas, com o necessário para a aprovação. Os professores são excelentes e têm o cuidado de manter o material em alto nível, que é tudo o que precisamos quando enfrentamos concursos difíceis, como os de Auditor. O que mais me ajudou foram os PDFs, as videoaulas de matérias mais específicas, as aulas de reta final e a revisão de véspera. Tudo isso me ajudou demais.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Rosangela: Eu já estudei de várias formas, estudando várias matérias ao mesmo tempo, me dedicando a um bloco de 4 matérias e, após finalizar, inserindo outras. Já estudei somente uma matéria até esgotá-la. No momento atual, eu já tinha tido contato com grande parte das matérias; estudo várias ao mesmo tempo, priorizando as questões. Volto à teoria somente se necessário, mas as questões ditam meus estudos. Porém, acho isso possível quando você já acumulou uma bagagem de conhecimento. Não sei se isso seria o ideal para quem está iniciando os estudos para concursos.
As horas líquidas por dia variam. Quando estava de férias, conseguia estudar o máximo possível. Nos dias normais, eram 2 horas, e havia dias em que não conseguia estudar. Parece pouco, mas, ao longo do tempo, isso se torna muito.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Rosangela: Sou adepta de resumos e esquematizações. Meu cérebro funciona muito melhor quando leio a matéria e vou esquematizando, puxando setas e fazendo pequenas anotações. Esses são meus resumos. Muitos são antigos, do tempo em que comecei, mas sempre os utilizo quando quero revisar algum assunto antes de ir para a bateria de questões. Levo alguns para a porta da prova, e eles já me salvaram várias vezes. Inclusive agora, no TCE-GO, estudei um resumo na porta da prova e ele foi o assunto da discursiva.
Simulados eu quase não fiz, pois, como meu tempo era escasso, preferia seguir com meus estudos. Eu simulava em concursos que fazia. Em cada prova, por mais que não estivesse preparada, aprendia o que precisava gerenciar, como tempo, ansiedade, horário de chegada e matérias que precisava melhorar. Portanto, acho primordial que o concurseiro faça concursos, mesmo que não esteja totalmente preparado. Cada prova ensina algo e isso se torna um alvo de atenção para os próximos concursos.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Rosangela: Aprendi muito tarde a importância das questões. No início, focava demais em estudar a teoria e praticava pouco. Não sei, parece que havia um certo medo ou tédio na hora de testar os conhecimentos—medo de errar ou simplesmente pressa para avançar nos assuntos. Isso foi um engano. Quando comecei a focar nas questões, avancei rapidamente naqueles pontos que ainda eram um pouco cinzentos para mim. As questões proporcionam uma expertise diferenciada e mudam seu olhar para a teoria. Elas indicam o que é necessário saber sobre determinado assunto, por vezes, espinhoso. Porém, acredito que seja importante para o iniciante ter uma base teórica, mesmo que resumida, e muitas questões sobre o assunto estudado. A teoria prepara você para uma prova discursiva de excelência. Nunca me imaginei estudando somente por questões, pois os assuntos precisam ter uma lógica que faça sentido para mim. Essa lógica eu construía com a teoria; o que eu falhava era que, na sequência, não praticava o suficiente as questões do assunto estudado. Fiz mais de 10.000 questões ao longo da jornada, além das questões dos PDFs, que foram várias também. Se tivesse dado a devida atenção às questões desde o início, esse número teria sido bem maior.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Rosangela: Olha, minhas dificuldades sempre foram em matérias de Informática e TI. Essas são meu calo, pois são muito decorativas, e tenho muita dificuldade em decorar algo que não faça sentido para mim. Nelas, eu assistia a vídeos, fazia resumos, estudava o PDF e fazia questões. Mesmo assim, não ia bem nas provas. Talvez isso aconteça porque são assuntos que demandam um bom tempo para assimilar, e tempo era o que mais me faltava.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Rosangela: Minha rotina foi uma loucura durante a semana da prova. Tinha uma grande demanda para entregar no trabalho, precisava cumprir essa demanda e estudar. Então, foi bem cansativo, mas foquei em fazer questões dos assuntos mais importantes, revisar algumas anotações que tenho coladas nas paredes do quarto de estudos, ler alguma lei que tinha um bom custo-benefício e tentar chegar bem no dia da prova. No pré-prova, assisti à Revisão de Véspera do Estratégia e fui dormir para estar descansada no dia seguinte.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame?
Rosangela: Sim, teve discursiva. Eu acredito muito que uma base sólida construída de forma consistente nos assuntos estudados, te prepara muito bem para fazer uma discursiva muito boa. Acredito que seja o diferencial. À medida que for avançando nos assuntos ou mesmo depois de ver tudo, é interessante tentar escrever sobre eles, dando exemplos, criando situações-problema ou mesmo resolvendo as discursivas nos sites de questões. Isso fará toda a diferença em sua nota final. Cada vez mais os concursos de alto nível tem exigido essa etapa, então é necessário se preparar com seriedade para ela.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Rosangela: Eu cometi todos os erros possíveis e imagináveis que um concurseiro pode cometer, mas vou listar apenas os que considero principais.
ERROS: não acreditar que eu seria capaz desde o primeiro momento; não fazer muitas questões desde o início; deixar que os problemas cotidianos sugassem minha energia a ponto de não conseguir estudar naquele dia.
ACERTOS: nunca ter desistido, mesmo cometendo os erros descritos acima e outros mais.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Rosangela: Sim, eu pensei nisso, acho que quase todos os dias (risos). Eu não desisti, pois sentia forte em meu coração a necessidade de continuar. Minha maior motivação era ser um exemplo para minhas filhas. Queria mostrar a elas que, não importa o tempo, sempre podemos realizar nossos sonhos se estivermos dispostos a pagar o preço. Esse foi realmente um sonho sonhado em família.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rosangela: Minha maior mensagem é: “Não desista”. Mesmo que você já tenha mais de 40 anos, como eu. Mesmo que seja casado(a), com filhos, responsável por cuidar de alguém, que seu trabalho seja cansativo, que você tenha problemas de concentração e foco, que não seja tão organizado ou tenha TDAH, não importa. Não desista. Vá no seu tempo, no tempo que você tiver. Construa sua base de forma consistente, mesmo que demore. Acredite em você desde o primeiro momento. Você é capaz. Faça muitas e muitas questões, deixe que elas guiem a profundidade e o nível dos seus estudos. Treine as discursivas. Leia bons materiais. Vá no seu tempo, com fé, pois um dia você colherá os frutos do seu esforço. Desligue-se da concorrência e das rotinas perfeitas. Foque em pessoas que tenham histórias semelhantes à sua; isso fará com que você acredite que também será capaz. Deus tem um tempo oportuno para tudo, e terá também para você, que estuda com esforço e dedicação.