Aprovado no II Concurso Nacional Unificado da Magistratura do Trabalho
Jurídico - Magistratura“Para você que está começando, tenha em mente que o primeiro e principal passo para o concurso de seus sonhos você já deu, que é agir […]”
Confira nossa entrevista com Danilo Moreira Batista, aprovado no II Concurso Nacional Unificado da Magistratura do Trabalho:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Há quanto tempo se formou em Direito? Qual sua idade e cidade natal?
Danilo Moreira Batista: Meu nome é Danilo Moreira, tenho 34 anos, resido em Ribeirão Preto/SP há cerca de 11 anos, mas sou de uma cidade ainda mais interiorana, que é Fernandópolis. Formei-me em 2013, em Direito, pela Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), campus de Três Lagoas.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Escolheu seu curso superior já pensando em fazer concurso ou chegou a advogar?
Danilo: Na escola, mesmo sem ter a noção do significado, sempre dizia que seria Juiz. Entretanto, no ensino médio, confesso que tive bastante dúvida sobre cursar Direito, pois as disciplinas de humanas não me instigavam, tanto que o único vestibular para Direito que prestei foi o da UFMS. Logo que entrei, fiquei apaixonado pelo curso e tive certeza de que era a minha vocação. Em razão das dificuldades financeiras, logo no primeiro ano de faculdade, comecei a estagiar e a pesquisar sobre o mundo dos concursos. Todos os colegas que eram concursados tinham uma vida estável, com casa, carro, viagens e família. Portanto, a busca pela estabilidade foi o que motivou a decisão de iniciar os estudos para concurso. Por ter sido aprovado em concurso durante a faculdade, não tive a oportunidade de advogar.
Estratégia: Sempre fez concursos para carreira jurídica?
Danilo: Por ter iniciado os estudos durante a faculdade, estabeleci a jornada dos concursos como uma escada de três degraus, sendo o primeiro para técnico, o segundo para analista e o terceiro para juiz. Com isso, passei a estudar para magistratura trabalhista em 2016. Nesse ano, fiz 3 provas e reprovei nas objetivas, mas com pontuação próxima da nota de corte. Isso me motivou, pois percebi que estava no caminho certo. Em 2017, o concurso da magistratura trabalhista foi unificado e, na mesma época, houve o XX concurso do Ministério Público do Trabalho. Em ambos, reprovei nas provas discursivas.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Danilo: Sim. Em razão da condição financeira, sempre precisei trabalhar. Estudar demanda abdicação de muitas atividades, inclusive de momentos de lazer e de encontros familiares. Quando se concilia os estudos com o trabalho, a abdicação é maior, pois o tempo é escasso. No entanto, para mim, quanto mais encargos possuía, mais produtivo me tornava. Isso porque tinha consciência de que o tempo de estudo era precioso e tinha que ser aproveitado ao máximo. Em regra, acordava por volta das 05h e estudava até às 08h30, com 3 horas líquidas de estudo. Depois do trabalho, estudava, no mínimo, mais 1 hora e 30 minutos. Em períodos de prova, o tempo de estudo era alargado. Os finais de semana, como regra, também eram destinados aos estudos, sendo os sábados assuntos de menor complexidade e matérias pendentes da semana, enquanto os domingos a simulados.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Danilo: Após muitas reprovações, fui aprovado em alguns concursos, com destaque para: escrevente técnico judiciário no TJSP/2013 (9º lugar); Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador Federal no TRT 9ª Região/2015 (32º lugar); TRT 24ª Região/2017 (61º lugar); TRT 18ª Região; e Analista Judiciário – Área Judiciária no TRT 15º Região/2019 (58º lugar). Em 2023/2024, fui aprovado para Juiz do Trabalho Substituto/2024 – 67º lugar; Procurador da USP; e para a prova oral de Delegado da Polícia Civil de São Paulo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Danilo: Iniciei os estudos para a magistratura do trabalho em 2016, quando o concurso era realizado de forma regionalizada. Naquele ano, fiz as provas do TRT-1, TRT-2 e TRT-4. Não obtive êxito sequer na primeira fase, mas, a cada prova, as notas e a confiança aumentavam. Logo depois, o concurso foi unificado e, em 2017, foram publicados os concursos do MPT e da Magistratura (1º CNU). Fui aprovado na primeira fase de ambos, o que foi essencial para o meu desenvolvimento. Após mais duas reprovações nas discursivas do MPT por décimos de ponto, em 2020 e 2022 (nesse, por 3 décimos), alcancei um nível de maturidade jurídica que me ajudou a conquistar o 2º lugar na prova discursiva do 2º CNU da Magistratura do Trabalho, no qual tomei posse há pouco tempo, em 26 de julho de 2024.
Em relação à disciplina, é importante destacar que a vida não espera o concurso finalizar para que ela aconteça, o que significa que muitos percalços e variáveis fazem parte do caminho. Por isso, se tem algo que reputo como essencial, é uma base religiosa e o fortalecimento da inteligência emocional, assim como atividades físicas diárias, ainda que leves e de curta duração. O concurso não pode ser apenas um sonho, e sim uma meta, pois as metas existem para serem alcançadas, não se limitam ao campo abstrato.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Danilo: A bagagem jurídica necessária para aprovação se deu em razão de um plano de estudos organizado e estratégico, após as reprovações em provas discursivas, sobretudo na do MPT em 2020. Doravante, alinhei os estudos das provas objetiva, discursiva e prática. Assim, todos os dias, fazia o estudo combinado de doutrinas/resumos, questões objetivas e questões discursivas. No período de entressafra, quando não havia edital aberto, a cada vinte/trinta dias, fazia o estudo de peças ou sentenças. Aos finais de semana, acrescentei a revisão do estudo semanal, o que foi essencial para a consolidação do aprendizado.
Assim como no esporte, os treinos são essenciais para a alta performance do concurseiro, que é um verdadeiro atleta cognitivo. Para tanto, foram utilizados vários materiais, desde resumos curtos a doutrinas mais densas, inclusive aulas presenciais, videoaulas e cursos em PDF. É importante ter ciência de que cada um de nós tem uma forma de aprender. Para alguns, as videoaulas são a melhor ferramenta, enquanto para outros a leitura é indispensável. Assim, há vantagens e desvantagens em todas as ferramentas, as quais variarão de acordo com as características do estudante. De qualquer forma, acredito que a união de todas as ferramentas que estão à disposição é uma oportunidade de otimizar, facilitar e efetivar a aprendizagem, pois todo estudo é válido e importante. Por exemplo, para uma matéria que não tinha intimidade, gostava de assistir a videoaulas e, apenas depois, realizar o estudo por leitura do material.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Danilo: Conheci o Estratégia por meio da internet, há cerca de 10 anos. Fiz alguns cursos, especialmente para o cargo de analista da Justiça do Trabalho. As videoaulas foram fundamentais, sobretudo para conhecer matérias com as quais não tinha contato.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Danilo: Ao conhecer o Estratégia, gostei bastante da sistemática apresentada, em razão da abordagem sistêmica das matérias, abordando letras de lei, doutrina e questões de concursos, o que foi um diferencial no aprendizado.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Danilo: Sim, prestei alguns concursos para analista judiciário, mas não obtive êxito.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Danilo: Para mim, o maior diferencial do Estratégia é a abordagem sistêmica das matérias, que abrange letra de lei, doutrina e questões de concursos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Danilo: Meu plano de estudos se baseava em estudar, pelo menos, duas matérias por dia. Como critério, considerava matérias mais extensas com mais curtas ou mais densas com mais leves, a partir da minha ótica e do edital. Por exemplo, combinava Constitucional com Administrativo, Trabalho com Humanos, Processo do Trabalho com Internacional, Processo civil com Civil.
A partir de 2020, alinhei os estudos das provas objetiva, discursiva e prática. Assim, todos os dias, fazia o estudo combinado de doutrinas/resumos, questões objetivas e questões discursivas. No período de entressafra, quando não havia edital aberto, a cada vinte/trinta dias, fazia o estudo de peças ou sentenças. Aos finais de semana, acrescentei a revisão do estudo da semana, o que foi essencial para a consolidação do aprendizado.
Portanto, assim como no esporte, os treinos são essenciais para a alta performance do concurseiro, que é um verdadeiro atleta.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Danilo: As revisões eram feitas de forma semanal, geralmente aos sábados, por meio de resumos. Aos domingos, fazia simulados, os quais corrigia ao longo da semana, que também serviam como revisão.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Danilo: A resolução de exercícios é fundamental para a aprovação. Meus resultados positivos somente começaram a aparecer quando passei a entender que os estudos não eram apenas a teoria, isto é, que deveria fazer questões. Se a prova almejada é objetiva, deve-se realizar o máximo possível de questões objetivas. Se dissertativa ou prática, idem. Também é importante que sejam simuladas as condições reais de prova, para que seu corpo e mente se sintam familiarizados com o ambiente da prova no grande dia.
Em véspera de provas objetivas, com quinze dias de antecedência, fazia cerca de 60 a 120 questões objetivas por dia, o que sempre me garantiu notas muito boas. Durante toda a trajetória, realizei mais de 10.000 questões objetivas e cerca de 1000 questões discursivas.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Danilo: Cerca de 15 dias antes, deixava a teoria de lado para fazer o máximo possível de questões. Para provas objetivas, a depender da complexidade da matéria, resolvia entre 60 a 120 questões diárias. Resumos e doutrinas eram visitados de forma excepcional, pontual e rápida.
No dia pré-prova, gostava muito dos aulões de véspera do Estratégia e de revisar pontos de grande potencial de cobrança na prova e que ainda tinha alguma dúvida. No dia pré-prova, o estudo tem que ser leve e curto, a fim de não prejudicar o raciocínio no dia seguinte.
Estratégia: Concursos para carreira jurídica são compostos por várias fases. Como foi sua preparação para a prova discursiva? E para a prova oral?
Danilo: Na magistratura do trabalho, há várias fases: objetiva, discursiva, prática, psicotécnica, oral e títulos. As matérias previstas no edital são cobradas nas provas objetiva, dissertativa, prática e oral. Para cada uma dessas fases, é necessária uma preparação específica e individualizada. Ainda, não se pode esperar a aprovação em uma fase para começar a outra, pois os calendários de prova, em regra, são muito curtos. Assim, o ideal é que o estudo seja realizado de forma concomitante para todas as fases, antes da abertura do edital, de preferência.
A prova objetiva demanda muitas questões diárias. Para a prova discursiva, em períodos anteriores ao edital, realizava, diariamente, pelo menos, duas questões dissertativas afetas ao tema estudado. Já para a prova de sentença, reservava um final de semana por mês. No momento em que há abertura do edital, deve-se dedicar maior empenho para cada uma das fases. Após a fase objetiva, a realização de questões dissertativas e de sentença deve aumentar. Nesse período, o Estratégia teve um papel importante com as videoaulas, sobretudo em temas que possuía maior dificuldade.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Danilo: Os principais erros se deram no momento inicial dos estudos, pois ainda não conhecia cursos jurídicos. Não havia organização. Após conhecer alguns cursos, incluindo o Estratégia, tive um maior direcionamento nos estudos, com organização e acesso a materiais resumidos. Ainda, acredito que o maior erro tenha sido a falta de resolução de questões, tanto objetivas quanto dissertativas. Após entender a importância da realização das questões, desenvolvi um método próprio, organizado e direcionado, o que foi fundamental para alcançar o êxito.
Meu maior acerto na trajetória foi acreditar que daria certo. A resiliência e a persistência são fundamentais para o sucesso.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Danilo: Para você que está começando, tenha em mente que o primeiro e principal passo para o concurso de seus sonhos você já deu, que é agir. Mais importante do que a busca pelo material perfeito, é estudar. Existem cursos de excelência no mercado que irão ajudar, mas o principal só pode ser feito por você. Tenha paciência, resiliência, constância e fé, pois, conforme a música do cantor Fernandinho, grandes coisas irão acontecer em sua vida. Para mim, cada minuto, cada hora, cada dia… tudo valeu a pena, pois, de fato, GRANDES COISAS estão acontecendo.