Aprovado em 13° lugar no concurso CNJ para o cargo de Técnico Judiciário - Área: Administrativa
Concursos Públicos“[…] É importante aprender a estudar. Tiraria alguns dias, no início, para aprender algumas técnicas e estratégias. Só tomaria cuidado para não querer tentar fazer de tudo um pouco […]”
Confira nossa entrevista com Anselmo Franco Araújo, aprovado em 13° lugar no concurso CNJ para o cargo de Técnico Judiciário – Área: Administrativa:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Anselmo Franco Araújo: Bom, primeiro eu queria agradecer a oportunidade de fazer esta entrevista. No início da minha jornada, eu via e lia muitas entrevistas dos aprovados e isso era uma fonte enorme de motivação. Espero que a minha contribua dessa forma também. Meu nome é Anselmo Franco, sou de Brasília, tenho 27 anos e sou formado em Publicidade e Propaganda.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Anselmo: Uma demissão! Passei um período muito difícil mentalmente. Tive algumas crises de ansiedade e meu rendimento no trabalho caiu. Apesar de já ter entregado valor para empresa desde o estágio, bastou um pequeno período de baixa performance, que a demissão chegou. Isso me frustrou bastante. O ano era 2018, mês de julho.
Em agosto, entendi que eu precisava recalcular a rota, pensar no meu futuro e em qual jornada eu iria trilhar. Meu pai tem uma linda história com concurso e sempre quis que eu seguisse esse caminho. Sempre fugi. Achava que concurso era pra quem tinha sonhos frustrados.
Após a demissão, entendi que a vida profissional não era essa romantização que eu havia feito em minha cabeça. Passei um período mais introspectivo e busquei um certo autoconhecimento.
Foi uma época em que li bastante e me reconectei com Deus. Entendi o que queria para minha vida e percebi que o concurso era um ótimo meio para conquistar minha independência financeira e construir meus sonhos.
Exatamente em março de 2019, iniciei a minha trajetória de estudo. Primeiro alvo: PCDF
Ps: Poucas semanas depois de eu pegar um gás na rotina, surgiu uma oportunidade muito boa na minha área: ser consultor de marketing. Mas eu já estava convicto do que queria e continuei os estudos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Anselmo: No início da minha trajetória, apenas estudava. Após a pandemia e à prova da PCDF, percebi que talvez o processo demorasse mais do que eu estava planejando, então busquei um emprego. Incomodava-me a circunstância de depender financeiramente dos meus pais. Minha reserva financeira já havia se esgotado e eu precisava me manter, investir nos estudos, etc.
Por isso, na minha preparação para o concurso do CNJ, eu trabalhava e estudava. Graças à providência de Deus, consegui um emprego na minha área, em uma ótima empresa, e em home-office. Isso colaborou demais para os meus estudos.
Apesar de o meu foco ser a preparação para concurso, não podia deixar a desejar na empresa. Então eu tive de ter uma gestão de tempo afiada, e uma boa efetividade nas demandas profissionais. AGENDA e gestão do tempo. Essas duas coisas me salvaram.
Conseguia estudar, trabalhar, treinar e ainda manter minhas leituras e a vida espiritual. Aproveitar os “tempos mortos”, fugir do Instagram e outras redes, ler “Como viver 24 horas por dia”, do Arnold Bennett, me ajudaram nesse desafio.
Claramente, não era todo dia que eu conseguia fazer tudo. Por isso, eu criei uma ordem de prioridade. Ter uma vida espiritual sempre foi a maior. Resolvia isso em 15 min, lendo o evangelho do dia, ouvindo a homília do Padre Paulo Ricardo e entregando meu dia a Deus. Estudo e trabalho vinham logo depois. Se o tempo apertasse, o treino, as leituras e outras atividades eram descartadas. A vida é assim. Nem sempre todos os dias sairão conforme o planejado, e tá tudo certo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Anselmo: Minha primeira aprovação foi a PCDF. A segunda foi Analista do CNMP (comunicação social) , em 2º lugar. Ambas foram rodeadas de alegria e frustração.
Na PCDF não fiquei dentro das vagas, mas estava, possivelmente, na 2ª ou 3ª turma. Na fase dos exames médicos, descobri um problema no coração. Síndrome de Wolff-Parkinson-White foi a causa do médico me aconselhar a interromper atividades físicas intensas e da minha reprovação provisória na fase médica.
Quando a gente fala de coração, já bate aquele susto e medo, né? Graças a Deus meu problema era resolvível com uma ablação e foi isso que argumentei no meu recurso. Deu certo, porém, eu ainda tinha o Sr.Wolf aqui no meu coração e o conselho do médico de evitar atividades físicas ainda estava vigente. Só depois da ablação, e do período de me recuperar dela, pude voltar a treinar.
Resumindo. Apesar de não ser reprovado na fase médica, no TAF não foi a mesma história. Fiquei a 10 metros de passar na corrida, que era a última prova. A vida seguiu.
Vi no CNMP e na prova da minha área uma boa oportunidade. Foi a primeira que fiz para Comunicação Social. Considero que meu rendimento nos estudos foi o melhor que já tive essa época. O resultado disso veio e fiquei em 2º lugar. Infelizmente, não havia vagas imediatas no Edital, e , até hoje, o Órgão não nomeou nem a primeira colocada .
Mas uma vez, vida que segue. É até a nomeação no concurso dos sonhos ou aprovação dentro das vagas. Segui a jornada, reprovei na Câmara, reprovei no IPEA. Após o IPEA, vi os rumores do CNJ e decidi que seria nesse. E foi. Papai do céu me presenteou com o 13º lugar para Técnico.
Não pretendo parar por aqui. Coloquei uma meta de passar em um cargo que me dê um bom conforto financeiro. Será minha última pedra dessa jornada. Como diz São Josemaria, no seu livreto Caminho (ótimo para ler nos intervalos de estudo): “ Larga esse teu gosto pelas primeiras pedras, e põe a última ao menos em um de seus projetos.”
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Anselmo: Eu sempre procurei me equilibrar bem! Um fator determinante era a proximidade da prova. Além disso, eu seguia aquele princípio das prioridades. O foco era o estudo. Então, se eu queria fazer algo no final de semana, eu tinha de bater minha meta.
Como minha namorada também estuda, ela entendia que em alguns momentos eu precisava focar mais. Quando faltavam 2 meses para a prova, eu evitava saídas para bares, baladas, algo que envolvesse bebida e saídas mais agitadas. Combinava com minha namorada de ficarmos mais em casa, vendo um filme, comendo algo e realmente descansando.
Eu creio que é importante momentos de descanso mental. Mas até esse descanso estou focado no estudo. Tem gente que vive pelo momento de descanso. Eu tentava viver o descanso para melhorar mais ainda minha performance nos estudos.
O que não dá é pra fazer tudo. Eu amo jogar bola, por exemplo. Infelizmente os horários em que eu jogava iriam atrapalhar demais a rotina. Tive que abrir mão. A gente tem que fazer concessões. Querer abraçar o mundo não funciona pra ninguém, eu acredito.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Anselmo: Minha família foi extremamente essencial nessa jornada. Meu pai e minha mãe sempre me apoiaram no que puderam. Sou privilegiado demais e grato a Deus por ter um suporte como eu tive. Algumas pessoas, infelizmente, não têm. Minha mãe sempre me deu muita força. Foi uma fortaleza pra mim. Meus irmãos sempre entenderam e ajudaram como podiam. Não tenho nem o que falar. Sem eles, com certeza, eu não conseguiria.
Minha namorada também foi extremamente fundamental. Sempre compreendeu quando eu precisava abrir mão de um evento, ou tinha que focar mais. Me apoiou, me incentivou, me deu carinho e força. Isso foi essencial e fez uma diferença enorme no processo.
A maioria dos amigos sempre entendeu. Alguns também estudavam, então não eu precisava me explicar demais. Sempre que eu falava “Cara, não posso”, eles entendiam e o jogo seguia. Dos que não entendiam, eventualmente, eu fui me afastando.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Anselmo: Especificamente para o CNJ, estudei de março a junho. Só que eu já carregava uma bagagem desde 2019, apesar de ainda não ter estudado especificamente para concursos da área administrativa.
Então, seria injusto da minha parte dizer que estudei 3 meses para o CNJ. Focado nele sim, foram 3 meses. Mas aí está o belo da constância. Eu nunca parei. Isso me permitiu direcionar os estudos para pontos mais fracos e para matérias que eu ainda não havia visto.
Eu não estudava maravilhosamente bem todos os dias. Ninguém é um robô. Mas aprendi que o que eu fazia nos dias ruins determinava o meu resultado lá na frente. Qualquer estudo é melhor que nenhum estudo. Procurava, até nos dias ruins, dar o meu melhor, mesmo que ele fosse 1h30 apenas.
No final das contas, a maioria das semanas eu batia a meta e não ficava me martirizando, caso não conseguisse. E aqui, vou citar mais uma vez o livrinho que eu gostava de ler nos intervalos. São Josemaria no Ponto 405 de Caminho falava: “Fracassaste? Não. Adquiriste experiência. – Para a frente!”. Lembrava disso quando não batia a meta, procurava aprender com os erros que havia e seguia em frente. No final, tive mais semanas de sucesso do que de falha.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Anselmo: Olha, isso dependia muito da matéria. Particularmente, gosto muito de videoaulas. Porém, para definir o que é melhor para preparação, infelizmente, não dá pra levar em consideração apenas isso. Entendi que precisava levar em conta a minha circunstância e o tempo até o concurso. Por isso, optei, quase sempre, pelo PDF.
Ler é uma atividade mais ativa e eu conseguia avançar mais rápido na matéria. Em alguns pontos muito específicos, em que sentia que não havia compreendido muito bem, recorria às videoaulas.
A vantagem do PDF é a velocidade e o conteúdo, que acaba sendo mais profundo. A vídeoaula te prende mais, porém você avança bem mais lentamente. Então, minha preferência era ler, e, nos casos e nas matérias em que tinha muita dificuldade, via videoaulas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Anselmo: Conheci pelo meu pai. Ele sempre foi antenado no mundo dos concursos e já conhecia os PDFs do Estratégia. Então foi um caminho natural que segui quando comecei.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Anselmo: Bom, como na minha preparação para o CNJ eu estudava e trabalhava, tive de organizar bem a minha rotina. Separava meus estudos por blocos. Cada bloco tinha 50 min. Tinha meta de fazer 5 blocos por dia, durante a semana, e aos sábados 7. Então, organizava o ciclo de acordo com a quantidade de blocos que eu separava para cada matéria.
Dessa forma, sentia que controlava bem o que fazer e o que estudar. Sempre estudei mais de uma matéria por dia. Geralmente, fazia um bloco todos os dias de licitação e contratos, que era a matéria que eu tinha muita dificuldade e era enorme.
Essa foi a melhor maneira que funcionou comigo. Distribuía os blocos durante o dia. Antes de trabalhar, eu fazia 2 blocos; no horário de almoço mais 1, e no final do dia mais 2. Como cada bloco tinha 50 minutos, no final do dia, fechava 4h líquidas de estudo, mesmo trabalhando.
Separava as matérias por bloco. AFO e Administração Pública, por exemplo, eu fazia 3 blocos para cada. E assim, fechava a sequência que havia determinado e repetia. Funcionou muito pra mim.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Anselmo: As revisões se encaixavam nas dinâmicas dos blocos. Como eu fazia 3 ou 2 blocos para cada matéria, o primeiro bloco de cada era sempre uma revisão de tudo que já tinha visto.
Revisava as minhas marcações, os cards do anki (caso eu tivesse), e fazia algumas questões. Sobre o anki: utilizava somente em assuntos pontuais ou erros de questões que eu entendia importante.
Em algumas matérias pontuais, cheguei a fazer um resumo digital, para organizar a matéria na minha mente. A grande maioria das minhas revisões se baseavam em rever minhas marcações no material base de estudos, ver os erros que havia anotado e fazer questões. Sempre tentava fazer questões do assunto de revisão antes de ir para esses outros passos. Dessa forma, ativava minha memória.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Anselmo: Foram muitas!! As questões sempre fizeram parte dos meus estudos. Era a forma que eu tinha de me testar, de entender quais os pontos mais relevantes dentro de cada assunto e estilo da banca.
Depois de fazer algumas questões, você cria uma percepção de quais pontos as bancas gostam de cobrar mais. Além disso, as resoluções evidenciam em quais matérias estão suas fraquezas e quais são seus principais erros. É uma revisão ativa.
Confesso que não me preocupei em anotar quantas questões fiz ao todo. Até tenho esse dado na plataforma de questões que uso, mas nunca gostei de pautar minha performance pela quantidade de questões que fiz. Sei que foram muitas e foram essenciais para minha aprovação.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Anselmo: Com toda a certeza, AFO e Licitações! Ambas são maçantes kkkk. AFO sempre achei um pouco confuso. Principalmente, quando o assunto era Despesa, Receita. Eram muitas classificações para decorar e achava a lógica um pouco difícil de entender.
Licitações a dificuldade ficava por conta do tamanho. Não é uma matéria complexa, mas há muita informação. Em especial, para o CNJ, foi ainda mais difícil, pois o edital deu ênfase na parte de contratos e cobrou algumas leis correlatas à lei 14.133. Então a quantidade de conteúdo a ser batido aumentou consideravelmente.
Não tem outro caminho a não ser encarar. Desafiei a mim mesmo e fui pra cima. Meu pensamento era: “Essas são as que mais tenho dificuldade? Então vai ser nessas aqui que eu vou ficar bom!” Deu certo. Caíram mais ou menos 20 questões de licitações e contratos. Errei apenas 2. Em AFO também errei apenas 2. Então é lutar com garra contra essas dificuldades e fazer com que as fraquezas se tornem pontos fortes.
Na trajetória do estudo, as matérias em que sentimos dificuldade mudam. Quando você se desafia a ficar bom naquilo que acha difícil, passa a não ter mais dificuldade. No início do meu estudo, tinha muita dificuldade em raciocínio lógico e português. Usei a mesma estratégia e hoje são matérias em que sou forte. Agora, AFO e licitações também são pontos fortes para mim. Assim a gente vai evoluindo no estudo.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Anselmo: Separei as 2 semanas anteriores à prova para revisão. A rotina era revisar as marcações, as anotações e os flashcards. Fazia algumas questões nos pontos em que sentia não estar muito seguro.
Revisava 2 matérias por dia, no máximo. Desse modo, consegui fazer uma boa revisão de tudo que eu havia estudado. Não estudei nenhum assunto novo nessas semanas. Mesmo não tendo batido todo o edital. Achei melhor fortalecer o que eu já havia estudado.
Eu continuei trabalhando, então a rotina de quantidade de horas não mudou muito. Tentava usar algum horário do trabalho para revisar algo. Nem sempre dava, mas eu tentava aproveitar qualquer pequeno intervalo.
Na véspera da prova eu revisei as principais matérias. Por ter feito muitas questões, eu já tinha mapeado quais os pontos mais recorrentes. Fui em cima disso e daquilo que eu sabia que era decoreba. Não fiquei muitas horas revisando. Por volta de 17h, parei. Fui encontrar minha namorada, fomos à missa e, depois, vimos um filme para relaxar. No dia da prova, como era de tarde, dei uma olhada rápida em alguns pontos, entreguei tudo a Deus e fui pra guerra.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Anselmo: Sim e a discursiva foi essencial para me colocar na colocação em que fiquei. Essa, diferente do padrão da Cebraspe que é de 30 pontos, valeu 40 pontos. Isso aumentou demais a relevância da discursiva.
Sempre treinei discursiva regularmente. Nessa prova do CNJ, a redação era sobre o conteúdo específico. Então fiz um filtro de questões na plataforma de questões que eu uso, com todas as matérias específicas. E aí procurava fazer um tema por semana.
Foi uma prova muito difícil com um tema que, acredito, ninguém estava esperando. Porém, deu certo. Fui muito bem e ganhei posições. Acho que, além de treinar as discursivas, ler bastante também ajuda.
Não tem jeito. A única saída aqui é treinar e mudar a mentalidade. Conheci muita gente que já decretava a si próprio uma nota ruim na redação, que não acreditava que poderia melhorar. Eu escrevia mal e odiava ler. Hoje, leio bastante e tenho uma boa escrita. A leitura ajuda na escrita. Isso também foi um diferencial na minha preparação. Então creio que o segredo é treinar bastante, ler e repetir o processo.
Estratégia: Quais foram seus principais erros e ACERTOS nesta trajetória?
Anselmo: Olha, considero que tive mais erros que acertos kkk! Um dos principais, com certeza, foi ficar mudando de método algumas vezes. Isso atrasou demais a minha evolução nas matérias. Ficava com receio de o método que eu estava adotando não ser o melhor.
A internet é uma benção, mas pode ser uma maldição. Havia muita gente ensinando como estudar e desvalidando outras maneiras. Chegou um momento em que fiquei sem saber o que fazer e qual era o melhor caminho. Algum tempo depois, entendi que o mais importante, na verdade, é a constância e o que se adequa melhor a sua realidade.
Com certeza, um outro erro que me prejudicou foi muitas vezes me deixar levar pela ansiedade, ao invés de viver um dia de cada vez e fazer o que tinha que ser feito para cada dia. Consigo lembrar de vários momentos em que a ansiedade atrapalhou demais os meus rendimentos. Muito tempo depois, consegui adotar estratégias para não deixar que isso me prejudicasse. Ter um mental forte é extremamente relevante.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Anselmo: Em vários momentos. Principalmente quando as coisas não deram certo na PCDF e no CNMP. Comecei a achar que não era pra mim, que minha hora nunca ia chegar. Muita coisa passa na nossa cabeça. Tive muita vontade de começar outro caminho.
O que me manteve foi lembrar que eu precisava colocar a última pedra nessa obra. Meditei sobre o quanto eu já havia estudado, o quanto eu já havia avançado. Não valia a pena parar e que bom que não parei. Tenho certeza de que me arrependeria depois.
Minha namorada, minha mãe, meu pai, meus irmãos sempre me ajudaram a continuar. Esse apoio é essencial. E, claro, Deus que foi minha maior força na jornada.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Anselmo: Comprem e leiam o livro “Estudante de Verdade!”, do José Mello Porto. Queria ter lido esse livro no início dos estudos. Junto com esse livro, encontrem uma técnica com a qual se adapta melhor e vai com ela até o final.
É importante aprender a estudar. Tiraria alguns dias, no início, para aprender algumas técnicas e estratégias. Só tomaria cuidado para não querer tentar fazer de tudo um pouco.
Depois disso é necessário manter a constância e vencer dia a dia. Fazer o que tem que ser feito. Se falhar um dia, recomeçar imediatamente. É uma jornada longa e é normal queda de rendimento um dia ou outro. O importante é não parar.
Fujam do uso exagerado de redes sociais. Tentem consumir a menor quantidade possível de informações, além do próprio estudo. Instagram, Youtube, Twitter e até o WhatsApp são ladrões de tempo e de paz. Se você deixar, te roubarão.
Aproveitar o descanso da forma certa é muito importante. Alguns “descansos” mais atrapalham e nos cansam. É importante ter esse momento, e que seja com a família, assistindo bons filmes, convivendo com as pessoas que ama, fazendo um esporte, algo assim. Sempre tentei aproveitar meu tempo livre com boas leituras e conteúdos que iriam colaborar para minha performance.
Aproxime-se de Deus, e faça com que o estudo te forje uma pessoa melhor.
Vale a pena! Dá certo. Só começa e acredita. Gosto muito de uma frase de Santo Inácio de Loyola: “Ore como se dependesse de Deus; Trabalhe como se dependesse de você”.
O Concurso é mágico, porque realmente só depende de nosso esforço, dedicação e constância. Somos nós contra nós mesmos. Somos o nosso principal inimigo. Por isso, começar uma jornada de estudos para concurso e ir até o final te forjará também como ser-humano. Ganhará, além da aprovação, virtudes para outras áreas da vida.