Aprovado em 8° lugar para Comunicação Social e Divulgação Científica no concurso IPEA
Concursos Públicos“[…] As possibilidades são muitas. Pense nele e prepare-se “para” ele. É natural que você preste outros concursos no meio do caminho e aproveite – às vezes mais, às vezes menos – a preparação já adquirida, mas siga focado naquilo que você realmente almeja […]”
Confira nossa entrevista com Pedro Henrique Gomes Cavalcante, aprovado em 8° lugar no concurso IPEA para o cargo de Comunicação Social e Divulgação Científica:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Pedro Henrique Gomes Cavalcante: Sou formado em comunicação social (jornalismo), com mestrado em saúde coletiva e cursando, atualmente, o doutorado em comunicação. Tenho 35 anos, nascido e criado no Rio de Janeiro – RJ.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Pedro: Sou servidor do executivo federal desde 2014 e, apesar disso, não posso dizer que decidi estudar para concursos já nessa época. Fiz poucas provas, sem uma preparação tão intensa, e confesso que tive um pouco de sorte. Comecei a prestar concursos de modo mais objetivo e organizado por volta de 2019, mais ou menos. Minha principal motivação é a possibilidade de conquistar um cargo estável, com boa remuneração e com uma relação equilibrada entre jornada de trabalho e vida pessoal. Pesa também o fato de que, para além das vantagens inerentes ao serviço público, eu realmente gosto de ser servidor. Não sei se sempre gostei, mas me “tornei” servidor ao longo desses anos. Tenho, hoje, uma sincera afinidade com a as áreas de gestão pública, políticas públicas etc.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Pedro: Sim, eu sempre estudei e trabalhei ao mesmo tempo, e fui me preparando aos poucos, de modo extensivo. De segunda à sexta, eu raramente tiro mais do que 2 ou 3 horas para estudar, e opto por concentrar maiores esforços nos fins de semana e nas férias, sobretudo quando as provas se aproximam. Sempre foquei na resolução de questões ao estilo da banca que vou enfrentar, muitas vezes fazendo o caminho “inverso”: primeiro as questões, depois a teoria.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Pedro: Embora já tenha sido aprovado em diversos certames, ainda permaneço no meu cargo inicial, do qual tomei posse em 2014 (assistente em administração da UFRJ), pois não havia sido classificado dentro das vagas imediatas nem convocado em chamadas posteriores de nenhum desses concursos. A convocação finalmente veio este ano, para o emprego público de Jornalista da Transpetro. Entretanto, depois de ponderar diversos fatores pessoais e profissionais, optei pelo fim de fila e decidi permanecer na UFRJ por mais um tempo.
Quanto ao IPEA, infelizmente, também não há garantia de nomeação e posse, dado que estou classificado no cadastro de reserva do cargo a que concorri, esperando que me chamem dentro do prazo de validade do concurso. Diante desse cenário, portanto, eu pretendo, sim, continuar estudando.
Minhas principais aprovações foram as seguintes:
UNIRIO – Diretor de Produção – 7º lugar (2014);
UFRJ – Tecnólogo de Comunicação / Acessibilidade – 6º lugar (2017);
CREMERJ – Jornalista – 2º lugar (2019);
MPMG – Analista do Ministério Público / Jornalismo – 38º lugar (2022);
ALESP – Analista Legislativo / Jornalismo – 49º lugar (2022);
TRANSPETRO – Profissional de Nível Superior Júnior / Jornalismo – 4º lugar (2023);
IPEA – Técnico de Planejamento e Pesquisa / Comunicação Social e Divulgação Científica – 8º lugar (2023);
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Pedro: Como eu disse antes, minha preparação foi acontecendo aos poucos, por meio do acúmulo gradual de estudos e práticas. Então, sim, sempre consegui manter um equilíbrio relativamente saudável entre os concursos e os amigos, a família e os relacionamentos. Mas vale dizer que sou uma pessoa naturalmente mais reclusa, que gosta de ocupar o tempo livre lendo e estudando, e acho que isso me ajuda bastante. Nos períodos mais próximos das provas, eu fico mais focado mesmo, sacrificando um pouquinho da vida social, mas isso não chega a ser um incômodo para mim.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Pedro: Todos sempre apoiaram os meus estudos, tanto nos concursos como na pós-graduação, sendo compreensivos com a minha agenda eventualmente conturbada e com os períodos de relativo afastamento. Até hoje, pelo menos, eu não tive problemas com isso.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Pedro: O IPEA foi, com certeza, o concurso para o qual eu mais estudei na vida. Vinha de um bom resultado no processo seletivo da Transpetro, que também foi organizado pela Cesgranrio, e isso serviu como estímulo e como preparação prévia. Acelerei o ritmo que já tinha adquirido antes da prova da Transpetro e foquei, mais uma vez, na resolução de questões. Acho que o meu combustível para manter a disciplina foi esse mesmo, o resultado da Transpetro, que me trouxe a sensação de que eu poderia “repetir o feito” no IPEA.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Pedro: Com relação ao material do Estratégia, usei, sobretudo, os PDFs, só assistindo / ouvindo as videoaulas em situações muito específicas, quando tinha dificuldade para compreender o conteúdo ou quando queria aproveitar os momentos de trânsito para estudar. Também recorri a livros da minha área de formação (em tópicos como as “teorias da comunicação” e o “jornalismo científico”, por exemplo) e artigos acadêmicos, estes últimos para o estudo da parte de divulgação científica, principalmente.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Pedro: Conheci o Estratégia muito tempo atrás, logo quando iniciei a minha jornada nos concursos públicos.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Pedro: Os materiais do Estratégia que consultei nesse percurso foram todos muito úteis, sem dúvidas. A plataforma tem ótimos professores. Por uma questão de afinidade, eu acabo utilizando mais os PDFs, que são bem elaborados e poupam o tempo do concurseiro na tarefa de reunir os conteúdos, principalmente para o estudo das disciplinas não específicas, cuja preparação costuma ser mais “geral”. Também gosto da ferramenta de Trilha Estratégica e a utilizo bastante, embora ao meu próprio modo.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Pedro: Eu não estava partindo do zero quando cheguei ao concurso do IPEA. Por isso, foquei nos conteúdos em que possuía maior deficiência e, também, naquilo que tinha um peso mais significativo sobre a pontuação final da prova, de forma muito objetiva. Diria que passei, pelo menos, 80% do tempo voltado aos tópicos da minha área de formação. O meu “plano de estudos” se resumiu, basicamente, em duas coisas: (1) observar o edital e grifar tudo aquilo que eu ainda não dominava, a fim de dar ênfase a tais assuntos e (2) observar como os tópicos normalmente cobrados na minha área de formação (comunicação social) estavam estruturados nesse certame, procurando reconhecer as especificidades do IPEA que poderiam ter alguma influência sobre a prova e as tendências de cobrança da própria Cesgranrio, partindo, depois disso, para a resolução de questões e para revisões baseadas em questões. Também treinei para a prova discursiva, imaginando temas possíveis etc., mas acho que deveria ter dado mais ênfase a isso do que realmente o fiz. Durante a semana, não estudei mais do que 4 horas líquidas por dia, aumentando os estudos para cerca de 6 horas nos fins de semana.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Pedro: Não costumo perder muito tempo fazendo resumos porque isso não funciona para mim. Minhas revisões são baseadas em baterias de questões, resumos elaborados pelos próprios professores e, também, no próprio edital. Quando há tempo suficiente, repasso item por item do edital, fazendo uma busca rápida sobre cada um deles (com foco em palavras-chave).
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Pedro: Considero a resolução de exercícios como uma das coisas mais importantes na preparação para um concurso, principalmente em provas objetivas. Claro que é necessário ter noções prévias sobre a teoria, mas eu nunca tento esgotar um assunto antes de começar a resolver as questões, pois compreender a forma como o tema é abordado já faz parte do estudo do mesmo. Não sei quantas questões já resolvi, mas foram muitas e muitas, com certeza.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Pedro: No concurso do IPEA, tive a sorte de não esbarrar em nenhuma disciplina tão difícil para mim. Os conteúdos de administração financeira e orçamentária seriam os mais complexos, mas só constavam de forma muito resumida na parte de “Estado e Políticas Públicas” (conhecimentos gerais) do meu cargo. Busquei resumos, fiz algumas questões e fui para a prova.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Pedro: Na semana anterior à prova do IPEA eu ocupei, basicamente, todo o meu tempo livre (fora do trabalho) estudando. Nem sequer contei as horas. Enquanto conseguia me manter acordado, estava lá. Digo o mesmo com relação ao dia anterior à prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame?
Pedro: Procurei pensar em temas coerentes com a proposta do concurso e treinar estratégias de argumentação. Confesso que, com relação à parte discursiva, eu poderia ter dado uma ênfase maior no controle do tempo, pois tive dificuldades com isso durante a prova e perdi pontos importantes. Aconselho, portanto, que os candidatos treinem a escrita sempre cronometrando o tempo (o que eu não fiz dessa vez, mas já fiz em outras), tendo em mente que a pressão do relógio faz uma diferença muito grande sobre o resultado final.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Pedro: Acho que o meu principal acerto foi ter entendido, ainda no início da jornada, que as provas de concurso trazem a teoria aplicada a formatos específicos de respostas, pelo menos nas provas objetivas. Para além do conteúdo, é preciso saber fazer as provas, conhecer as bancas e treinar questões. Meu principal erro foi, talvez, ter diluído o estudo ao longo de um tempo excessivamente longo, dedicando uma quantidade pequena de horas diárias em comparação a outros candidatos, o que tornou a trajetória mais extensa do que o necessário. Demorei muito tempo para me tornar competitivo em concursos do nível do IPEA, por exemplo. Isso, no entanto, vai do estilo, da capacidade de concentração, da disponibilidade e das estratégias de cada um. Se eu estivesse começando hoje com a percepção que tenho agora, optaria por tentar aliviar a minha agenda e dispor de mais tempo (e foco) no curto e no médio prazos.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Pedro: Nunca pensei em desistir. Fui conciliando os concursos com outras demandas pessoais e também com a pós-graduação (agora estou no doutorado) e procuro ser realista com a rotina da vida, não impondo a mim mesmo metas impossíveis de serem alcançadas. Sigo da minha maneira, nem sempre linear, mas não pretendo desistir de modo algum.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Pedro: Procure pensar naquilo que você realmente deseja, o que, no mundo dos concursos, pode representar um cargo dos sonhos na sua área de formação, ou aquele que paga uma remuneração mais alta, ou aquele cujo trabalho você mais admira, enfim. As possibilidades são muitas. Pense nele e prepare-se “para” ele. É natural que você preste outros concursos no meio do caminho e aproveite – às vezes mais, às vezes menos – a preparação já adquirida, mas siga focado naquilo que você realmente almeja para a sua vida. Acho que esse é o ponto. Porque os concursos “mais fáceis” e os “mais difíceis” exigirão, ambos, uma preparação adequada e um caminho de estudos. Entender o que você realmente quer (ou precisa) e focar nisso pode ser um bom combustível para suportar o tempo investido e as privações necessárias até que os resultados comecem a aparecer.