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Verbos causativos e sensitivos na língua portuguesa

Olá, nobres! Vamos abordar neste artigo os Verbos sensitivos e causativos na língua portuguesa. Além da classificação, esses apresentam peculiaridades de concordância verbal que merecem atenção. Outro ponto que detalharemos são as funções sintáticas quando da presença desses verbos, que são, além de tudo, de uso muito comum em nosso dia a dia.

Verbos sensitivos e causativos na língua portuguesa

Verbos causativos: conceito

Por definição, os verbos causativos dão a ideia de “causa” ou “permitem/provocam” outra ação decorrente. Vejamos os exemplos abaixo:

Ex. 1 – Ela permitiu que eu dormisse em sua casa.

Análise: Permitir é um verbo causativo, pois dessa permissão surgiu uma outra ação que foi “dormir”.

Ex. 2 – Deixei-os sair

Análise: Deixar é um verbo causativo, pois possibilitou que alguém saísse.

Os principais verbos causativos são: Mandar, deixar, fazer, permitir e sinônimos.

Verbos sensitivos: conceito

Os verbos sensitivos, por sua vez, apresentam aspectos referentes aos sentidos humanos, tais como: Ver, ouvir e sentir.

Ex. 1 – Vi-os sair de casa

Análise: Observemos que o “ver” está associado ao sentido humano natural de ver. Logo, se trata de um verbo sensitivo.

Ex. 1 – Ouvi-o chorar.

Análise: Da mesma forma, Ouvir se trata de um verbo sensitivo, vez que está associado ao sentido humano de “Ouvir”.

Particularidades dos verbos causativos e sensitivos

Pessoal, os verbos causativos e sensitivos na língua portuguesa apresentam algumas particularidades.

Sabemos, por exemplo, que os pronomes oblíquos NÃO podem ser sujeitos de oração, mas somente os pronomes do caso reto. Vamos lembrar esses pronomes:

  • Pronomes pessoais do caso reto: Eu, tu, ele, nós, vós e eles.
  • Pronomes oblíquos(principais): Me, mim, te, ti, o, a, se, lhe, nos, vos, os, as, se, lhes.

Assim, frases como: “Este livro é para mim ler” estão erradas pela gramática formal, vez que “mim”(pronome oblíquo) não pode ser sujeito de oração. No caso em tela, “mim” estaria funcionando como sujeito do verbo Ler.

Obs. “mim ler/EU ler(forma correta)” está em forma reduzida, pessoal. Ao desenvolvermos, poderíamos escrever: […] para que eu leia.

Contudo, nas construções com os verbos sensitivos e causativos acima explicados teremos uma das raras exceções em que uma oração poderá ter como sujeito um pronome oblíquo.

Vamos exemplificar:

Ex. 1- Mandei-os sair de casa.

Análise: Mandar aqui é um verbo causativo, ok?! O sujeito do verbo “mandar” está implícito, qual seja: Eu – “Eu mandei […]”.

Ocorre que aqui temos dois verbos: Mandar e sair.

O nobre leitor poderia se perguntar: “ué, mas aqui é uma locução verbal: mandar é auxiliar e sair é o verbo principal”. Porém, essa afirmação não está correta. Sair é um verbo independente e constitui uma oração em separado e não uma locução verbal.

Voltando à análise sintática, temos que “Sair” precisa de um sujeito. Pois bem, o sujeito do verbo “sair” é o pronome oblíquo “os”.

Detalhando:

Ao desenvolvermos a oração, teríamos: Eu deixei que eles(os) saíssem.

Verbos causativos e sensitivos: Concordância do infinitivo

Outro ponto que sempre causa dúvidas é a ida ou não para o plural dos verbos que estão na forma infinitiva quando aparecem em orações com os verbos causativos e sensitivos. Lembremos que os verbos no infinitivo são aqueles que terminam pelas formas -ar, -er, -ir. É uma das chamadas formas nominais do verbo junto com o gerúndio e o particípio.

Nobres, pela doutrina da grande maioria dos gramáticos, o verbo no infinitivo deve permanecer no singular quando o seu sujeito for um pronome oblíquo.

Já quando houver um substantivo no plural em lugar do pronome oblíquo, teremos duas situações:

Se ou substantivo vier antes do verbo no infinitivo, o verbo é flexionado. Ex:

O juiz mandou os assessores se afastarem de seus cargos(“assessores” é o sujeito de afastar), ou

Se o substantivo vem depois do verbo no infinitivo, temos a conjugação no plural facultativa. Ex:

É mais fácil pousar o ouvido nas nuvens e sentir passar as estrelas.

Observem que as estrelas, sujeito do verbo “passar”, vem depois do mesmo. Logo, podemos ter as formas “Passar” e “Passarem”.

Ademais, deixamos uma observação: Caso os verbos no infinitivo exprimam reciprocidade ou sejam reflexivos, o infinitivo sempre vai para o plural.

Ex. Luana deixou entreolharem-se os novos participantes.

Ex. A professora ouviu se acusarem os alunos.

Conclusão

Por fim, reforçamos que esse assunto já foi cobrado em diversos certames. Como exemplo, citamos o Concurso de Advogado da CMIG ocorrido em 2018 – Questão nº 49.

Então é isso, pessoal! Finalizamos aqui mais um artigo. Os verbos causativos e sensitivos na língua portuguesa apresentam, como vimos, várias especificidades que já foram cobradas em provas. Esperamos que este conteúdo seja útil na jornada.

Grande abraço e bons estudos!

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