Aprovada em 7° lugar no concurso IPEA para o cargo de Gestão e Logística
Concursos Públicos“[…] é essencial ter, pelo menos, uma pessoa com quem contar ao longo do caminho, alguém para conversar e dividir as emoções. Alguém para chorar as dores e para comemorar as vitórias.”
Confira a nossa entrevista com Fábia Avila Guimarães, aprovada em 7° lugar no concurso IPEA para o cargo de Gestão e Logística:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Fábia Avila Guimarães: Olá, meu nome é Fábia Avila e tenho 45 anos. Nasci em Miguel Pereira, no interior do Rio de Janeiro e vivi lá até os meus 18 anos, quando fui para a Universidade Federal de Viçosa fazer Engenharia de Alimentos. Logo que me formei, fiz Mestrado lá também. Depois, trabalhei no SENAI-RJ, como consultora e professora e na Nestlé/Garoto na área de desenvolvimento de produtos de chocolate e confeitaria.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Fábia: Meu esposo e eu estávamos tendo dificuldades para engravidar. Ao mesmo tempo, a minha vida profissional não estava compatível com algumas das minhas aspirações. Foi então que, em 2014, eu pedi demissão do meu cargo de Gerente de Desenvolvimento de Produtos, para poder buscar a maternidade e, ao mesmo tempo, dar início aos estudos para concursos. Em 2015, nosso filho nasceu e, quando ele fez 2 anos, eu me dediquei mais seriamente aos estudos. Profissionalmente, entendi que deveria mudar e buscar uma carreira na administração pública, em uma área que tivesse a ver comigo, em um trabalho que me permitisse equilibrar as vidas pessoal e profissional.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Fábia: Eu não trabalhava fora, mas tinha que equilibrar a vida de mãe, dona de casa e esposa com os estudos. Meu esposo e eu, moramos longe das nossas famílias e somos só nós para cuidar de tudo. Extremamente puxado! Alguns fatores foram fundamentais para eu conseguir conciliar: Primeiro, o apoio do meu esposo. Ele divide as tarefas comigo e sempre abre espaço para eu estudar. Segundo, uma mistura de organização, foco, planejamento e disciplina. Eu priorizava o meu filho, claro e a minha saúde – fazia atividades físicas regularmente, me alimentava bem e fazia terapia. Todo o resto do tempo que eu tinha, eu passava estudando.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Fábia: As aprovações chegaram em 2023: 6° lugar no TJ-ES para o cargo de Analista Judiciário Área Administrativa, 4° lugar no CREA-ES para o cargo de Consultor Engenheiro e 1° lugar no CREA-ES para o cargo de Fiscal Engenheiro de Alimentos. Infelizmente, todas as vagas destinadas a cadastro de reserva e, portanto, sem garantia de nomeação.
Em 2024, fui aprovada em 7° lugar para Técnico de Planejamento e Pesquisa (área de Gestão de Logística) do IPEA. Desta vez, dentro das vagas! Mantenho os estudos, pois vou prestar o CNU.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Fábia: A minha vida social sofreu impactos, por causa da preparação. Renunciei a muitos momentos em família e com amigos. As minhas amigas me chamavam e eu recusava os convites. Os meus sogros fizeram bodas de 50 anos de casados e eu não fui, porque a comemoração foi algumas semanas antes de uma das provas de concurso. Meu filho e meu esposo saíram de férias pelo menos duas vezes, viajaram para ficar com a família e eu fiquei em casa estudando, porque estava em época de reta final de provas.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Fábia: Meu esposo me apoiou desde o início e sempre. Houve momentos em que pensei em desistir. Ele não me deixou parar, não parou de acreditar que eu era capaz, não parou de me apoiar, não parou de se desdobrar. Ele foi fundamental!
No início, eu não contei para os meus parentes mais próximos. Meus pais, principalmente, estavam “apavorados”, porque eu tinha pedido demissão e engravidei (risos). Mas, depois, quando compartilhei com eles e com os familiares mais próximos, todos me apoiaram e torceram por mim. Alguns acreditaram em mim, mesmo quando eu não consegui.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Fábia: Quando o edital do IPEA saiu, eu estava estudando para EPPGG, aguardando o edital do CNU. Por isso, eu não estudei especificamente para o IPEA. Concluí que seria viável, porque eu já havia estudado quase toda a ementa na minha jornada até então. Eu não faria um desvio. Assim, eu fiz a prova com o objetivo de conhecer a Cesgranrio e fiz uma mescla de estudos IPEA-EPPGG, focando nos pontos de sobreposição. Acredito que, o fato de eu ter visado a carreiras de alto nível em termos de volume e profundidade de conteúdo, acabaram por me ajudar a construir uma bagagem variada e sólida para encarar a prova do IPEA.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Fábia: Cheguei a fazer 3 meses de aulas presenciais no final de 2014. Quando comecei a estudar para valer, em outubro de 2017, já busquei o Estratégia. Eu sabia que precisaria estruturar bem os estudos e busquei o programa de coach. Fiz 7 meses com o Márcio Tashiro. Foi maravilhoso, porque eu aprendi a organizar o que deveria estudar, quando e como. O acompanhamento de perto no início foi essencial! Depois fui aprimorando o planejamento com dicas dos professores do Estratégia (no YouTube e no Instagram).
Eu tenho meu cantinho de estudos em casa, com um computador. Sempre priorizo o estudo em PDF. Os vídeos, eu uso apenas quando o conteúdo é mais difícil e depois de ler, revisar e continuar com um desempenho ruim em questões. Eu faço as marcações no PDF, reviso por elas, mas também faço resumos depois de ter feito baterias de questões. Os resumos me ajudam demais quando tenho que revisar. Quanto mais eu vejo um mesmo conteúdo, mais compacto vai ficando o resumo.
Além das questões dos PDF, também uso bastante o Sistema de questões, montando cadernos personalizados. Paralelamente, já usei o Passo Estratégico e a Trilha Estratégica. Por fim, quando eu já estava avançada em várias disciplinas, mas ainda tinha algumas disciplinas novas, o E-Book de Revisões Eficientes foi de grande ajuda. Tudo depende da matéria e de qual estágio estou nela.
A vantagem do Estratégia, é que o aluno encontra os cursos completos e as ferramentas como Sistema de Questões, Trilhas, Passo e Aulas exclusivas em um só lugar. Isso ajuda o concurseiro a não perder tempo.
Outro ponto positivo, é a equipe de professores. Muitos deles produzem PDF excelentes, atualizados e precisos em conteúdo!
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Fábia: Foi indicação do meu esposo, que já era concursado.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Fábia: Quando eu fiz aulas presenciais, o deslocamento era uma desvantagem. Em outro momento, quando eu tive grande dificuldade em aprender Contabilidade Geral e busquei materiais diferentes, não encontrei a mesma estrutura de questões atualizadas para praticar. Desta forma, nunca fiquei sem usar o material do Estratégia.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Fábia: Os diferenciais são os materiais atualizados e com muitas questões comentadas. O fórum de Dúvidas também é uma ferramenta boa, porque a maioria dos professores responde dúvidas por lá.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Fábia: A montagem do meu plano de estudos se baseia no que aprendi com o coach, no que aprendi com as dicas de vários professores (como o Bruno Bezerra e o Herbert Almeida), no conteúdo do e-Book de Revisões Eficientes e na minha própria curva de experiência como concurseira. O plano é algo bem personalizado.
Eu uso uma planilha com os dias da semana, a carga horária disponível, o conteúdo de cada matéria dependendo do estágio em que estou nela (leitura inicial, revisão). Registro também o quanto avancei em cada disciplina e o desempenho nas questões. Paralelamente, uso um calendário que me permite visualizar 2 meses à frente para eu estimar quanto terei de tempo para estudar no período.
Eu estudo várias matérias ao mesmo tempo. Cheguei a estudar 16 matérias em estágio de revisão. Em média, estudo 3h líquidas por dia. Nos dois meses que antecedem as provas, estudo todos os dias da semana e aumento a carga horária, chegando a uma média de 30h/semana.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Fábia: Minhas revisões acontecem de várias formas. Começo relendo as marcações do PDF. Depois, na maioria das matérias, faço resumos em Word e os edito conforme os releio, tornando-os mais compactos com o tempo.
Faço simulados na reta final ou completos, para simular o tempo total de prova ou faço as questões por disciplina, para medir meu tempo e planejar a execução da prova.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Fábia: Exercícios são fundamentais para entender como o assunto é cobrado. Ajudam a organizar na mente o que se aprende e a ter foco nas revisões. Ajudam a calibrar o que deve ser melhorado. Não sei quantas questões eu fiz, mas na casa de milhares, porque já são 7 anos de estudos!
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Fábia: A mais difícil foi Contabilidade Geral. Contudo, planejava mais horas de estudo para ela, assistia vídeos, fazia mais questões. Busquei aulas de mais de um professor do Estratégia sobre o assunto. Não digo que a superei, mas a cada vez que reviso, aprendo mais um pouquinho.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Fábia: Como eu estava estudando para o CNU quando fiz a prova do IPEA, nas duas semanas antes, eu revisei pontos de maior dificuldade em matérias específicas que eram comuns aos dois concursos. Além disso, revisei pontos específicos de Contabilidade Pública que caíam somente no IPEA.
No dia anterior à prova, eu acompanhei a Revisão de Véspera. Nela, eu revi tópicos de várias matérias que eu havia anotado na minha planilha ao longo dos dias de estudo. São fórmulas, tabelas, quadros com informações difíceis de decorar e que olhar no dia anterior fazem toda a diferença.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Fábia: Eu fiz um curso de discursiva com correções do Estratégia em 2021 para a prova da CGU. Esse curso aperfeiçoou os detalhes que eu precisava para encarar esse tipo de questão. Depois dele, todas as vezes que eu tinha prova discursiva, eu revisava as minhas anotações e praticava textos nas semanas anteriores à prova.
Nas primeiras, eu produzia cerca de 2 textos por semana no último mês anterior à prova. Com o tempo, a experiência e a bagagem de conteúdo me levaram a fazer 1 produção por semana na reta final.
Eu uso as questões discursivas do curso para o concurso que vou concorrer.
Para praticar, eu uso uma folha no formato da prova e anoto a hora de início e a hora de término. Se o tempo está além do esperado para a prova, eu planejo outro momento para praticar na semana.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Fábia: O meu principal erro foi, no início, achar que a minha vida só iria acontecer depois que eu fosse aprovada. Sempre me cobrei demais e achei que quanto mais eu estudasse, melhor seria meu desempenho. Pensar assim, me fez colocar excessiva expectativa no objetivo e trouxe impactos para o corpo e para a mente. Eu ficava exausta e doente e continuava estudando assim mesmo. Aprendi que eu deveria viver o fluxo da vida, viver o processo, a jornada em si. Assim, passei a abrir espaços para me permitir descansar, meditar e ter momentos de lazer em doses pequenas, mas diárias. Continuei estudando muito, mas com mais equilíbrio.
Os meus principais acertos, foram contar com os meus pontos fortes (organização, foco, disciplina), contar com o apoio do meu esposo, buscar o Coach logo no início, usar um material único e estudar com foco em uma área, ao invés de pular de edital em edital.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Fábia: Sim. As primeiras reprovações (CGU em 2022 e TCE-ES em 2023) me tiraram o chão, dissolveram a fé no meu processo e em mim mesma, esvaíram a minha energia para continuar.
Foram momentos difíceis em que me senti no fundo do poço, perdida e envergonhada. Pensei em desistir! Porém, decidi por transformar a frustração, a raiva e o choro em matérias-primas para ampliar a autoconsciência, desenvolver a resiliência, amadurecer ainda mais, viver mais a jornada do que o objetivo e transformar a experiência em força.
Pode parecer que foi simples e fácil quando eu observo e descrevo o que houve depois que passou. Contudo, retomar o fôlego e usar os ingredientes necessários para seguir em frente foi dolorido e demorado. Mas, enquanto doía e demorava, eu estudava.
Não parei, porque, no fundo, eu sabia que esse era o melhor caminho para mim, para nós aqui em casa. Não parei, porque meu esposo não parou de acreditar que eu era capaz.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Fábia: Eu considero importante a pessoa ter uma ideia do que a empreitada exige. Quando eu comecei, o meu esposo disse: “você vai estudar uns 3 anos até ficar pronta!”. Claro que há pessoas que passam sem muitos anos de estudo e outras levam mais tempo. Tudo depende do contexto e da realidade de cada um. O meu caso foi demorado, porque a maioria das matérias eram novas para mim, houve um período sem provas, houve pandemia e meu contexto exigia o equilíbrio entre a maternidade e os estudos.
Primeiro, a pessoa tem que entender se a carreira pública é algo alinhado ao seu propósito de vida, algo que tem a ver com ela. Daí virá a motivação.
Acredito que é importante a pessoa ter organização e planejamento. Saber que nem tudo é controlável e que ela precisa gerenciar o que é possível e na medida do possível.
Ao mesmo tempo, é essencial ter foco, escolher uma área. Não é bom “atirar para todos os lados, fazendo todas as provas que aparecerem.
Ainda, ser resiliente para encarar horas de estudo, planejamento e replanejamento, infindáveis matérias de assuntos novos e revisões, cronogramas detalhados com atividades diárias, semanais e mensais.
Além disso, é preciso ter disposição para renunciar a algumas coisas. Haverá momentos em que será preciso fazer escolhas.
Por fim, é essencial ter, pelo menos, uma pessoa com quem contar ao longo do caminho, alguém para conversar e dividir as emoções. Alguém para chorar as dores e para comemorar as vitórias.