Aprovado no concurso TJ SP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário
Tribunais“Concurso é uma preparação de longo prazo, se você está desesperado, precisa de emprego para ontem, arrume um trabalho e estude nas horas vagas, assim você tira dos seus ombros a pressão de precisar passar logo […]”
Confira nossa entrevista com Marcos Vinícius Alexandre Santos, aprovado no concurso TJ SP para o cargo de Escrevente Técnico Judiciário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Marcos Vinicius Alexandre Santos: Sou formado em Relações Internacionais pela FAAP, tenho 29 anos e sou de São José dos Campos, SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Marcos: Depois de formado, participei de diversos processos seletivos de empresas (trainee) e nunca fui aprovado em nenhum. Sempre gostei de estudar e era bom aluno, então meio que foi um caminho natural, depois de tantas decepções no setor privado.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Marcos: Não, eu só estudava.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Marcos: Antes do TJSP, eu fiz 8 outros concursos.
- ALESP (não fui aprovado);
- Oficial Legislativo da Câmara Municipal de Sorocaba (fiquei em 31º, mas eram 9 vagas);
- TRT-9 (não fui aprovado);
- TRT-5 (fiquei em 301º);
- TRT-17 (fiquei em 153º);
- TRT-18 (fiquei em 85º);
- Agente Técnico e Administrativo do Centro Paula Souza – CPS (fui 1º geral, é o órgão onde trabalho atualmente);
- Oficial de Defensoria da DPE-SP (6º lugar na Regional São José dos Campos).
Pretendo continuar estudando sim, mas ainda não tenho um próximo concurso definido.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Marcos: Como eu não trabalhava, conseguia estudar bastante e ainda ter um bom tempo para sair com a namorada, amigos e, de vez em quando, jogar videogame ou ver filmes.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Marcos: Sim, meus pais sempre me apoiaram, inclusive financeiramente, pagando cursos e materiais. Eles sempre incentivaram que eu corresse atrás dos meus sonhos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Marcos: Três meses. Quando saiu o edital do TJ, com 300 vagas de ampla concorrência para a capital, eu mergulhei de cabeça. Era um desafio novo, pois não sou do Direito, e apesar de estar com as matérias de TRT frescas na cabeça (eu tinha acabado de fazer a prova do TRT-18 em fevereiro), eu não tinha familiaridade nem com Direito Civil, nem Penal. Apesar disso, o que me fez manter a disciplina foi o alto número de vagas e a velocidade das nomeações. Eu vinha de provas de TRT, que eram Cadastro Reserva e de outros concursos menores, que tinham poucas vagas. O grande trunfo do TJSP, especialmente a Comarca da Capital, é o volume e a velocidade das nomeações.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Marcos: Basicamente me preparei por meio de PDFs. Não gosto de videoaulas, acho a progressão muito lenta. A maior parte da minha preparação envolveu leitura dos PDFs, resolução de questões, revisões e releitura de algum conteúdo (se necessário).
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Marcos: Por meio da internet mesmo.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Marcos: Eu só usei o Estratégia.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Marcos: Para além das aulas em PDF, o Sistema de Questões é muito útil. Montei várias listas de questões por lá, que me ajudaram muito. Além disso, o Passo Estratégico é uma ferramenta incrível para fazer revisão.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Marcos: Eu comprei um plano de estudos de um outro site. Com isso eu sabia exatamente o que eu precisava estudar no dia. Geralmente eram de duas a três matérias por dia, não mais do que isso. Quanto ao tempo, ficava em torno de 4 a 5 horas por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Marcos: As revisões eram feitas por meio do material que eu mesmo produzi. Enquanto leio uma aula em PDF, vou fazendo anotações num documento do Word, criando meu material de revisão. No dia seguinte e no fim de semana, eu volto a esse material e leio o que eu fiz.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Marcos: A resolução de questões é fundamental. Arrisco-me a dizer que quem não responde às questões não passa.
Costumo dizer a quem me pergunta que a prova não quer saber se você leu a Constituição, ela quer saber se você saber responder perguntas.
Olha, se eu for somar todas as questões de todas as matérias, talvez passe das 2 mil questões…
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Marcos: Com certeza Direito Civil, Processual Civil, Processual Penal e Normas da Corregedoria. Consegui superar lendo muito a lei seca e fazendo questões. Quando se trata de legislação, não tem jeito: é preciso ler a lei seca várias vezes até entrar na cabeça. E fazer questões, muitas questões.
Outra coisa que ajuda, especialmente no que tange a memorizar os prazos, são flash cards. Eu uso o Anki, acho que é uma ferramenta que a maioria dos concurseiros conhecem.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Marcos: Na semana pré-prova, eu basicamente procurei ajustar os pontos que ainda estavam com algum problema. Fiz questões daquele tema, procurei estar sempre relembrando os prazos processuais, coisas assim.
No dia anterior à prova, eu assisti a Revisão de Véspera do Estratégia, mais para ver se os professores iam trazer algum ponto que eu pudesse ter deixado de lado, ou dar alguma dica dos assuntos mais possíveis de serem cobrados.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Marcos: Olha, no TJSP não tem discursiva, como vocês sabem. Mas, se me permitem, nos TRTs têm discursiva e tem um caso interessante do TRT-18, que quando saiu a classificação da parte objetiva, eu tinha ficado em 441º, se não me engano, e quando saiu a discursiva, na qual eu tirei 9, minha classificação subiu para 85º. Então assim, discursiva é fundamental, e sobre a preparação, é igual ao resto: treinar. No meu caso, eu comprei um curso de redação e treinava uma vez por semana.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Marcos: Um erro que eu cometi foi que, no começo da preparação, eu lia muito rápido, passava de uma aula para a outra, sem nem digerir aquele conteúdo direito, anotava pouquíssimo ou nem anotava. Outro erro é fazer questões só por fazer. É preciso responder muitas questões sim, mas também é fundamental ter um controle das questões que você errou e por qual motivo errou, até pra saber qual tema é preciso ser reforçado nos estudos.
Quanto aos acertos, além de corrigir os erros mencionados acima, ou seja, ler o PDF com calma, produzir um resumo concomitante à aula e fazer questões de maneira inteligente, eu diria que o equilíbrio é fundamental. Se a mente cansou, faça uma pausa. Não adianta estudar 10h num dia e ficar exausto no dia seguinte. A preparação deve ser sustentável.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Marcos: Sim, acho que depois dos 4 primeiros concursos, sem nenhuma aprovação à vista, eu achava que não ia conseguir. Minha principal motivação foi o sonho de ter um cargo público com um salário digno, que eu sabia que não encontraria no setor privado. Além disso, mesmo com as reprovações, eu vi que minhas classificações iam melhorando, então isso me deu ânimo para continuar tentando.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Marcos: É muito difícil dar conselho sem saber a realidade de cada um, então vou falar da forma mais abrangente possível. Isso não é uma fórmula, mas acredito que, quem fizer isso, estará ao menos começando da forma (que eu) acho mais correta:
1. Concurso é uma preparação de longo prazo, se você está desesperado, precisa de emprego para ontem, arrume um trabalho e estude nas horas vagas, assim você tira dos seus ombros a pressão de precisar passar logo;
2. Dito isso, quando for começar a estudar, separe aqueles assuntos que você já domina ou tem algum conhecimento, daqueles que você não sabe nada (ex: eu tinha boa formação em português e matemática, então quase não assisti aula dessas matérias, eu ia direito para as questões e fazia ajustes naqueles tópicos que eu estava errando mais);
3. Para aqueles assuntos que são totalmente novos, não tenha pressa. Eu recomendo o PDF, mas se você sente falta de um professor explicando, vá para a videoaula, o importante é você entender aquele conteúdo, absorver aquele novo assunto e a partir daí fazer muitas questões e ir aparando as arestas do que restou de dúvidas.
4. Falando em questões, faça muitas, MUITAS mesmo. Entretanto, tenha uma planilha para colocar seus erros. Saiba onde e por que você está errando, dessa forma, você pode se dedicar com mais tempo àqueles temas mais espinhosos, enquanto só faz uma revisão e manutenção dos outros que você domina mais.
5. Por fim, respeite seu corpo e sua mente. Faça exercícios, nem que seja 30 minutos de caminhada e um alongamento. Pode parecer contra intuitivo, mas quanto mais exercício fazemos, mais disposição temos. Tenha um sono bom, é na hora de dormir que o cérebro grava as informações que vimos naquele dia. E tenha um horário livre, pode ser todos os dias, uma ou duas vezes por semana, o que importa é você ter um horário para relaxar e espairecer, é fundamental.