Aprovado em 437° lugar no concurso Polícia Penal de Minas Gerais para o cargo de Policial Penal
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“Acho que ainda tenho muito a trilhar e vejo que é só o começo, mas gosto de dizer para meus amigos que estão começando que aceitem o processo […]”
Confira nossa entrevista com João Pedro Corrêa Lima, aprovado em 437° lugar no concurso Polícia Penal de Minas Gerais para o cargo de Policial Penal:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
João Pedro Corrêa Lima: Sou formado em Direito, tenho 28 anos e nasci na cidade de Cruzeiro, interior de São Paulo.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área policial?
João Pedro: O que me levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos, foi a insatisfação com a minha experiência como advogado em um escritório de advocacia. Hoje, percebo que, no princípio (mesmo sem entender muito), meu foco era a área legislativa, porque acreditava que era a que melhor se compatibiliza com o meu conhecimento jurídico e interesse político.
No entanto, aproveitei o conhecimento que adquiri ao fazer a prova de técnico legislativo aqui de São José dos Campos para fazer demais concursos nos quais o edital era compatível, inclusive de carreira policial.
Somente ao fazer o Curso de Formação da Polícia Penal é que realmente fui me identificar com a profissão, perceber que eu tinha perfil para essa atividade e que estou muito entusiasmado com esse universo que se apresentou para mim. Depois dessa aprovação, foquei em fazer inúmeros concursos da carreira policial e consegui aprovação na prova objetiva de Agente Socioeducativo de Minas Gerais e do Espírito Santo (2º lugar), da Guarda Civil de São José dos Campos, de Investigador na Polícia Civil de São Paulo e de Soldado na Polícia Militar de São Paulo. Alguns desses precisei abandonar, por conta do Curso de Formação na Polícia Penal e outros seguem em andamento.
Além de tudo, os plantões também são ótimos para continuar estudando para demais concursos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
João Pedro: Sim. Era justamente a insatisfação com meu antigo emprego que me serviu como motivação para estudar cada vez com mais afinco. Eu trabalhava home office, das 10h às 18h, então, acordava bem cedo e costumava estudar no período da manhã das 6h às 10h e depois das 18h das 19h até umas 21h. Alguns dias eu não estudava à noite para poder treinar, mas isso foi mais quando começaram a vir os testes físicos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
João Pedro: Fui aprovado nesse da Polícia Penal de Minas Gerais, no Oficial de Promotoria do Ministério Público de São Paulo (pendente de homologação), na prova objetiva de Agente Socioeducativo de Minas Gerais, do Espírito Santo (2º lugar), da Guarda Civil de São José dos Campos, de Investigador na Polícia Civil de São Paulo e de Soldado na Polícia Militar de São Paulo. Alguns desses precisei abandonar, por conta do Curso de Formação na Polícia Penal e outros seguem em andamento.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
João Pedro: Nunca fui de sair muito, então, isso foi um facilitador neste processo. Eu, basicamente, substituí “não fazer nada” por estudar. Então, isso foi muito tranquilo para mim. De todo modo, mesmo o pouco que eu saía, eu deixei de sair no início, sendo um pouco radical.
Conforme fui adquirindo experiência e começando a conquistar algumas aprovações, percebi que era possível conciliar os estudos com uma saída ou outra eventualmente. Algo que seria até útil e positivo para meus estudos. Assim como é o exercício físico, que faço constantemente.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
João Pedro: Não sou casado e nem tenho filhos. Minha ex-namorada foi a maior incentivadora a iniciar os estudos para concursos públicos, seguida por meus familiares (mãe e avó). Eles sempre entenderam e apoiaram, porque percebiam o quanto meu antigo trabalho me fazia mal e que eu precisava buscar outra coisa.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
João Pedro: O último concurso que fiz um estudo direcionado foi para Investigador da Polícia Civil de São Paulo e estudei por volta de 3 meses (somado à bagagem de estudos que eu já tinha nesses últimos dois anos). Para manter a disciplina, eu gosto de criar uma rotina e metas a serem atingidas. Por exemplo: 100 questões por dia (50 manhã e 50 tarde) e uma ou duas legislações específicas por período também. Se possível, incluo uma videoaula de algo específico que eu precise aprender ou de resolução de questões.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
João Pedro: No início eu foquei muito nas videoaulas, porque acho que é uma ferramenta fundamental para quem não sabe absolutamente nada de determinado conteúdo, como era comigo com relação a Raciocínio Lógico, por exemplo. Nunca fui em aulas presenciais e nem de ler muito PDF. O benefício da videoaula é o aprendizado “mastigado”, que é importante para ser inserido nesse universo dos concursos. E a desvantagem é o tempo que isso consome, que pode ser fatal para a preparação.
Após esse período de aprendizado “básico”, foquei em resolver questões e na leitura da lei seca, que é o que faço até hoje em dia. Somente quando preciso aprender algo bem específico é que vou até videoaula e etc.
Uma coisa que faço para ler lei seca é fazer o download de toda a legislação do edital na internet e depois envio para o meu Kindle. Assim consigo ler em qualquer lugar e fica uma leitura menos desgastante. Além disso, sempre organizo por quantidade de páginas e leio da menor para a maior, porque acho que isso aumenta meu senso de produtividade e me anima para “acabar logo”. Quando encerro toda a legislação do edital, reinicio o processo, sempre com questões e revisões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
João Pedro: Faz tanto tempo que eu realmente nem me lembro. Mas acredito que por indicação da minha ex-namorada ou pela internet.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
João Pedro: Acredito que fazer um curso preparatório é fundamental para quem está começando na vida dos concursos. Porque te insere em um panorama e conhecimento geral que é indispensável para quem quer entrar nesse universo. Existem conhecimentos que mesmo que eu já conhecesse pelo curso de direito, eram inaplicáveis no universo do concurso público. E isso é notável quando você faz um curso e começa a perceber o direcionamento que é dado nesse sentido.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
João Pedro: Nunca fui de ficar vendo essa questão de horas por dia. Sempre fiz o meu máximo no tempo que dava e não me importava muito com isso. Sei que estudava antes e após o trabalho e tempo integral nos fins de semana. Costumo focar nas matérias que preciso aprender mais, estabelecer metas específicas por dia/semana e ir sempre revisando as que já conheço.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
João Pedro: Fiz pouquíssimos resumos, mas são extremamente úteis quando preciso. Fiz, porque percebi que eram conteúdos recorrentes nos concursos que fiz e faço, então, isso adianta o meu lado.
O que mais fiz foi leitura de lei seca, resolução de questões e simulados.
Até aqui já resolvi mais de 10 mil questões (acho pouco) e teve uma época que foquei tanto para um concurso que fazia simulados diariamente.
Uma coisa que gosto muito de fazer também, é ir anotando o conteúdo importante em lousa digital. Mesmo que eu apague depois, acho importante escrever certas coisas e depois reescrever quando aquele tema volta porque facilita demais o processo de memorização.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
João Pedro: Indispensável. Considero uma das ferramentas mais importantes, se não for a mais importante para mim. Foram mais de 10 mil questões resolvidas até agora.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
João Pedro: As disciplinas que tive mais dificuldade foram aquelas que eu não conhecia, como Raciocínio Lógico e tive de partir do zero. A dificuldade não foi necessariamente no aprendizado, mas no processo, porque leva tempo para você de fato ir aprendendo. Superei com paciência, disciplina e foco; aceitando que faz parte do processo essa dificuldade inicial que deve ser superada.
E será assim com qualquer outra matéria nova que eu precisar estudar. Faz parte.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
João Pedro: Idêntica aos meses de estudo anteriores. Nunca fui de mudar muita coisa na reta final não. Claro que dava um foco maior para uma coisa ou outra que eu tenha deixado passar ou dado menos atenção, mas geralmente na última semana eu já estava ciente que fiz o que precisava para ser aprovado ou não.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
João Pedro: Sempre gostei de ler e escrever. O fato de ter cursado direito e trabalhado como advogado também me fez ter uma escrita melhor. Então, sempre tive essa bagagem e trouxe para os concursos. Isso sempre me ajudou muito e não me preparei especificamente, porque já tinha essa expertise com a escrita. Aconselho muita leitura e também curiosidade. Gosto de aprender sinônimos, palavras diferentes daquelas que vemos habitualmente, formas de escrita diferentes, até rimar eu rimo…Acho que algumas coisas a gente faz por disciplina (porque tem que fazer) e outras é importante gostar também. Eu gosto de escrever, acredito que já deu para perceber pelo tamanho das respostas, então isso foi um facilitador para mim.
Estratégia: Como foi sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
João Pedro: Minha preparação para o TAF sempre foi muito específica. Via o que constava no edital e treinava exatamente aquilo. Treino até hoje, mesmo sem estar me preparando para nenhum TAF agora. Nunca gostei do ambiente de academia, então tenho em casa tudo o que preciso para treinar: colchonete, barra de porta, barra de parede, suporte para flexão e esteira, apesar de eu correr na rua.
Não gosto da ideia de ficar reinventando a roda e treinando outras coisas além do que está previsto. Claro que existe uma ou outra atividade específica que pode ajudar, mas treinar estritamente o que está no edital é o que sempre fez diferença para mim.
Não faz sentido fazer um treino aleatório para aprender ou ter força para fazer flexão. Faça a flexão de uma vez.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
João Pedro: Meus principais acertos foram relacionados ao meu comportamento determinado, persistente e disciplinado. Conhecimento você adquire com essas habilidades. Também acho importante ter uma visão ampla, sabendo que as reprovações são naturais e que vamos aprender com ela, fazendo pequenos ajustes e evoluindo até a aprovação.
Considero um dos meus maiores acertos (mesmo sem querer) o fato de eu ter me submetido a inúmeros concursos compatíveis com o meu estudo, independente de cidade e estado. Isso me deu uma experiência única de dia de prova, alimentação, hospedagem, viagem… E isso vou levar para todo e qualquer concurso que eu fizer. Não entra na minha cabeça gente que estudou por anos e nunca foi fazer uma prova, parece insano para mim.
Meus principais erros foram frutos da inexperiência, mas costumo ver as coisas como aprendizado, então, acho difícil indicar erros agora. Creio que ter demorado para me demitir de um emprego que me fazia tão mal foi meu maior erro.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
João Pedro: Pensar em desistir, não. Mas pensar que nunca vou ser empossado, direto. O processo é demorado e desgastante, repleto de frustrações e incertezas. Mas quando as aprovações começam a vir, também é recompensador.
Esses pensamentos negativos parecem rondar a maioria dos concurseiros e a gente precisa administrar os bons e os maus sentimentos. Aprendemos muito nessa jornada, ainda mais nas carreiras policiais com tantas etapas. Quase sempre, nem tudo está perdido e nem tudo está ganho. A gente precisa ter uma mentalidade e uma inteligência emocional apta a lidar com qualquer circunstância.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
João Pedro: Acho que ainda tenho muito a trilhar e vejo que é só o começo, mas gosto de dizer para meus amigos que estão começando que aceitem o processo.
Penso que seja importante aceitarmos o estudo para concurso público como uma fase da vida e também um estilo de vida. Precisamos ter humildade para reconhecer nossos pontos fracos e sabedoria para reconhecer nossas habilidades.
Em termos práticos, sugiro videoaula para um conhecimento novo e muitas questões, lei seca e revisão para quem já tem um conhecimento adquirido.
E muita repetição. Muita mesmo. Aceitar que vai reprovar inúmeras vezes, mas isso faz parte do processo que mencionei e que “você tenta, você tenta e você faz.”