Aprovado em 22° lugar para Auditor Fiscal - Gestão Tributária no concurso ISS-SP
Fiscal - Municipal (ISS)“A caminhada no mundo dos concursos é árdua, incerta e solitária. Mas com dedicação e disciplina você certamente conseguirá sua aprovação!”
Confira nossa entrevista com Luiz Alfredo Pereira Tironi, aprovado em 22° lugar para Auditor Fiscal – Gestão Tributária no concurso ISS-SP:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Luiz Alfredo Pereira Tironi: Sou de Timóteo – MG, tenho 40 anos de idade e me formei em Engenharia Eletrônica pela PUC-MG, em 2006. Estudei também Ciências Atuariais na UFMG, mas quando comecei a fazer estágio optei por seguir apenas com a engenharia.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Luiz Alfredo: Decidi fazer concurso público principalmente pela estabilidade, mas também fui atraído pelos salários pagos por alguns fiscos.
Sempre enxerguei concurso público como uma alternativa para caso as coisas não dessem certo na engenharia. Acho que dois motivos me levavam a ter essa posição: o primeiro é que eu tinha um pouco de preconceito em relação ao serviço público, e o segundo é que eu já imaginava que passar em concursos mais concorridos seria algo difícil e demorado, e que eu poderia não conseguir mesmo que me dedicasse muito.
Em 2016, após 10 anos trabalhando como engenheiro, eu perdi o meu emprego. Daí em diante comecei a olhar mais para o mundo dos concursos, e me interessei por alguns deles, principalmente pela Receita Federal. Naquela época descobri que existiam os fiscos estaduais e municipais, alguns deles tão ou mais atrativos em termos de remuneração do que a própria Receita Federal.
Cheguei a comprar um cursinho do Estratégia naquele ano, mas resolvi empreender (abri uma loja), e pouco tempo depois fui chamado para trabalhar em uma boa empresa, então acabei abandonando a ideia de me dedicar a concursos antes mesmo de iniciar os estudos.
Alguns anos depois, em 2019, bastante insatisfeito no meu emprego, decidi estudar. Em Jan/2019, vi que a PRF estava com inscrições abertas para um concurso (detalhe: o edital tinha saído em Nov/18 e as provas seriam em 40 dias, no final de Fev/19). Perdido, saí de férias e estudei como um maluco por 30 dias, acreditando que seria o suficiente para ser aprovado. Obviamente, não deu certo, mas que bom que foi assim. Eu não tenho perfil para a área policial, e fiz a prova mais pelo impulso de conseguir alguma uma mudança na minha vida profissional do que pelo interesse na carreira.
De toda forma, foi a partir dessa prova que eu iniciei minha investida como concurseiro. Daí em diante, comecei a acompanhar alguns professores em redes sociais, e então aprendi mais sobre as áreas, carreiras, técnicas de estudo e de revisão, li muitos depoimentos de aprovados e etc….e foi isso que me deu um norte para escolher de vez a área fiscal e para planejar meus estudos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Luiz Alfredo: Até maio de 2019 eu trabalhava o dia todo na iniciativa privada e ainda fazia atividades da loja, em paralelo. Saía do trabalho e ia direto para a biblioteca da UFMG. Ficava por lá até umas 23h30. Aos sábados e domingos eu descansava na parte da manhã e ia pra UFMG à tarde. Naquela época eu não tinha disciplina para estudar em casa.
Em Jun/19 eu pedi demissão e passei a me dedicar exclusivamente às atividades da loja e aos estudos. Daí até a minha primeira aprovação, que foi para o cargo de Auditor Fiscal de Tributos do município de Betim, foram 10 meses intensos de estudos. Eu conseguia cumprir cargas de mais de 8 horas líquidas de estudos por dia.
Após a posse em Betim – MG – onde a carga horária diária é de 6 horas -, geralmente eu iniciava os estudos na parte da tarde, e seguia pelo menos até umas 23h00. Nos períodos de pós edital eu passava das 01h00. Sempre gostei de estudar durante a noite e a madrugada.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Luiz Alfredo: Em Março de 2020 fiz prova para o cargo de Auditor Fiscal de Tributos do ISS Betim, e fui aprovado em 5º lugar. E agora, em Setembro de 2023, fiz a prova de Auditor Fiscal do ISS-SP e fui aprovado em 23º lugar. No período entre essas duas aprovações fui reprovado no ISS-BH e aprovado em cadastro de reserva na SEFAZ-MG.
No momento não pretendo continuar estudando, mas isso vai depender da minha adaptação em São Paulo e de outras oportunidades que surgirem.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos?
Luiz Alfredo: Até a primeira aprovação eu praticamente não tive vida social. Geralmente eu só saía de casa para ir à academia e para fazer tarefas básicas, como ir ao supermercado, etc. Na sexta ou no sábado à noite eu costumava ir algum barzinho ou restaurante com minha esposa. Encontrei pouquíssimas vezes com amigos.
No pós-edital eu apertava ainda mais, e até à academia eu parava de ir. Só encontrava familiares em datas especiais, como aniversários, dias dos pais ou das mães, natal, etc. Minha rotina de estudo não era nada saudável.
Após a posse como Auditor Fiscal em Betim/MG eu comecei a administrar isso um pouco melhor, consegui fazer mais atividades físicas e encontrava um pouco mais com familiares, mas no pós-edital do ISS-BH e da SEFAZ-MG eu retomei o ritmo pesado, e novamente abdiquei quase que completamente da vida social.
A preparação para São Paulo foi sem dúvida a que encarei de maneira mais leve. Não deixei de ir à academia, encontrei familiares com mais frequência e mantive alguma vida social. Talvez por isso tenha dado certo.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Luiz Alfredo: Tive o apoio incondicional da minha família. Meus pais me incentivaram desde o início, pois sabiam que eu estava insatisfeito no trabalho. Minha esposa também sempre me apoiou nesse sentido, e me encorajou muito a pedir demissão para ter mais tempo de me dedicar aos estudos.
Esse apoio faz toda a diferença, mas obviamente não resolve o problema da pressão. Lembro que fiz – como teste, pois eu ainda não tinha concluído o ciclo básico da área fiscal – a prova de Auditor Fiscal do ISS-Campinas, em Set/19. Isso foi cerca de três meses após o pedido de demissão. Foi a primeira prova da área fiscal que eu fiz, e lembro que fiquei assustado com tanta concorrência: o ônibus de BH para Campinas só tinha concurseiro, e a recepção do hotel estava lotada de concorrentes esperando o horário do check-in, vários deles estudando no hall.
No dia da prova vi aquele mundo de gente e fiquei pensando se eu tinha mesmo condição de ser aprovado num concurso daquele porte, e se pedir demissão tinha sido mesmo uma decisão razoável. Mas como eu não tinha mais o que fazer, segui estudando.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Luiz Alfredo: O ISS-SP foi um concurso totalmente atípico para mim. Desde a prova da SEFAZ MG eu estava desanimado, e tinha parado de estudar. Na verdade, estava muito cansado e também frustrado com meu resultado, pois eu já tinha uma bagagem grande na área fiscal quando fiz aquela prova, e acho que tive um resultado muito abaixo do que poderia ter conseguido. Hoje vejo que cumpri uma carga de estudos exagerada, e que dei tanto valor àquela prova que isso acabou me atrapalhando, e eu me vi estafado nas últimas semanas de preparação. Resultado: fui aprovado no cadastro de reserva, na posição 383 de um total de 271 vagas.
Após a SEFAZ MG foi publicado o edital da SEFAZ MT, que era um concurso que eu sempre quis fazer. Eu me inscrevi, reservei hotel e comprei passagem aérea, mas estava tão desanimado e cansado após MG que não consegui estudar, e então decidi nem viajar para fazer a prova.
Em seguida foi publicado o ISS-RJ, e eu novamente decidi não fazer.
O edital do ISS-SP veio em seguida, no dia 14/06/2023, quase três meses após a segunda etapa da prova da SEFAZ/MG. Eu seguia sem estudar, mas era um fisco que me atraía, e eu fiquei em dúvida se faria ou não.
No final de Junho de 2023 viajei com minha família, e no início de Julho de 2023 passei alguns dias na casa dos meus pais, no interior de MG. O edital de SP já tinha sido divulgado há mais de 30 dias e eu ainda não tinha começado a estudar. Mas após esse período de descanso, voltei pra BH e decidi que faria a prova.
Retomei os estudos no dia 17/07/23, com pouco mais de um mês de atraso em relação à data de publicação do edital. Fiz sozinho meu planejamento para as próximas 10 semanas, que era o tempo que eu teria até prova. Comprei um guia de estudos, mas decidi que não o utilizaria e que não seguiria com nenhuma consultoria. Planejei meus estudos similarmente ao que eu havia feito para o concurso de Betim/MG.
Consultorias são excelentes e me ajudaram demais na minha caminhada, mas como eu já havia perdido um mês de pós edital e como eu vinha de resultados ruins, eu avaliei que naquele momento eu precisava de algo totalmente adequado às minhas necessidades, e que era melhor que eu mesmo fizesse o meu plano.
O planejamento e acompanhamento dos estudos é essencial para se manter a disciplina e para se ter a percepção de que o edital está sendo totalmente estudado, pois isso traz confiança ao concurseiro.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Luiz Alfredo: Fiz toda a base da minha preparação com os PDFs do Estratégia. Nunca comprei um livro para estudar para concursos. Quanto às vídeoaulas, eu só as assistia se, após a leitura do PDF, eu tivesse muita dificuldade para entender os conceitos ou para resolver as questões. Assistir vídeoaulas é estudo passivo, e o que de fato nos faz evoluir é o estudo ativo, que é aquele feito através de leitura, de resolução de questões, etc.
Mais tarde, com a base feita, passei a resolver muitas questões. Usei o sistema de questões do Estratégia, mas também o TEC. Além disso, comprei alguns resumos de legislação tributária para fazer revisões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Luiz Alfredo: Minha irmã também estuda para concursos, e foi ela quem me falou dos PDFs do Estratégia pela primeira vez. Eu fiz algumas pesquisas também quando escolhi a área fiscal, e vi o que Estratégia era realmente o preferido pela grande maioria dos alunos.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Luiz Alfredo: Utilizei materiais de outros cursinhos uma única vez, para TI (Tecnologia da Informação). Mas vi que o problema não era com o material do Estratégia, mas sim com o conteúdo da disciplina, que é muito amplo e complexo.
Os PDFs do Estratégia são muito bons e abordam o que é realmente preciso estudar em cada matéria.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Luiz Alfredo: Os materiais do Estratégia foram essenciais na minha preparação. Além dos PDFs, utilizei as trilhas estratégicas e fiz revisões com mapas mentais e resumos.
Também me ajudaram muito alguns conteúdos exclusivos, como o curso de português da professora Adriana Figueiredo. Essa foi uma das poucas vídeoaulas que assisti por completo. Recomendo demais esse curso.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Luiz Alfredo: Para São Paulo eu mesmo fiz o meu plano de estudo das 17 matérias. Para cada uma das 10 semanas de preparação eu planejei cerca de 40 tarefas, cada uma delas com 1 hora de duração.
Sempre gostei de alternar as tarefas entre matérias que eu julgava mais fáceis e aquelas que tinha um pouco mais de dificuldade. Então, por exemplo, se eu estudasse Direito Empresarial (que é bem complicado), logo depois eu estudava Direito Tributário, exatas ou alguma outra matéria de que eu gostava. Fazia assim sempre que possível.
Estudava em média 8 horas líquidas por dia. Trabalhava de manhã e começava a estudar por volta de umas 14:00, e planejava ir até umas 00:00, com intervalos de descanso. Mas era bastante comum eu me atrasar durante o dia, então eu acabava invadindo a madrugada até bater a meta.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Luiz Alfredo: As revisões teóricas eu geralmente fazia através de resumos que montei ao longo da minha preparação, ou por meio de mapas mentais e resumos disponibilizados pelo Estratégia.
Para legislação tributária, além de ler a lei seca diversas vezes, eu fazia revisões através de resumos comprados na internet.
Depois das revisões teóricas eu partia para a resolução exaustiva de questões.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Luiz Alfredo: Desde o início da minha preparação, em 2019, resolvi 66.079 questões. Essa é a estatística que tenho do site de questões que mais utilizei. Se for contar as questões dos PDFs e também as que fiz em outros sites, acredito que esse número chegue a umas 80.000. Meu percentual de acertos foi de 83,30%.
Resolver muitos exercícios é essencial. E obviamente, ao errar uma questão é muito importante ler os comentários tanto de professores como de alunos. Isso ajudar a eliminar dúvidas e a fixar o conteúdo.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Luiz Alfredo: No início dos estudos tive bastante dificuldade em Contabilidade Geral, mas depois que entendi os conceitos a matéria ficou mais amigável.
Tive muita dificuldade também em Direito Civil, Direito Empresarial, Economia (principalmente em Macroeconomia), Contabilidade Pública, e por último, com Tecnologia da Informação, que é a matéria que está na moda e que felizmente não foi cobrada em São Paulo.
Nessas matérias de maior dificuldade não existe outro caminho que não seja estudar muito a teoria e fazer muitas questões.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Luiz Alfredo: Na semana anterior à prova de SP eu basicamente li resumos e resolvi questões que eu tinha favoritado ao longo das 10 semanas de preparação. Além disso, li bastante a legislação tributária de São Paulo.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Luiz Alfredo: A prova dissertativa foi composta de uma redação e de três questões discursivas.
Decidi que eu não iria treinar redação e nem escrever questões discursivas no pós-edital. Tomei essa decisão pois eu comecei a me preparar com atraso e também porque eu já vinha me preparando para redações e discursivas para outros concursos há bastante tempo.
Então, nesse quesito, minha preparação foi feita em concursos anteriores.
Especificamente em relação às discursivas, eu já tinha ficado quase 2 meses, até mar/23, me preparando para a segunda etapa de MG. Então, sabendo a parte teórica do edital do ISS-SP eu acreditava que conseguiria escrever bem.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Luiz Alfredo: Acho que o maior erro foi manter cargas horárias de estudo muito altas em pós editais longos (ex: 5 ou 6 meses, como em MG). Abrir mão de atividade física também é um grande erro, pois isso afeta o sono, a saúde, etc.
É preciso saber administrar a carga de estudo pois não somos máquinas, e uma hora o cansaço chega forte e acaba prejudicando o rendimento.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Luiz Alfredo: Após o resultado de MG fiquei muito desanimado. Nesses momentos é importante dar uma descansada, ficar alguns dias ou meses sem estudar (sei que é controverso, mas dependendo do nível de cansaço eu acho isso importante).
Minha principal motivação para continuar estudando era conseguir uma remuneração melhor. Mas eu também queria vencer o “desafio” de passar em concursos mais concorridos.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Luiz Alfredo: Dê o seu máximo. Seja disciplinado com a rotina de estudos. A cada prova faça uma análise de seus pontos fortes e fracos, e a partir disso ajuste a sua estratégia.
Aprenda a lidar com as reprovações, pois elas fazem parte do processo. A caminhada no mundo dos concursos é árdua, incerta e solitária. Mas com dedicação e disciplina você certamente conseguirá sua aprovação!