Olá, pessoal!! Tudo bem??
Hoje, pela manhã, li um comentário postado em nosso site e fiquei pensativo por alguns minutos refletindo sobre a situação deste senhor. Não conseguia pensar em outra coisa que não fosse o desejo de mudança que ele queria para a vida.
Foi um breve depoimento, mas muito simbólico. Lembrei de alguns exemplos que conheci pessoalmente, respirei fundo e resolvi abrir o bloco de notas para escrever e compartilhar com vocês. Sem edições, ele escreveu o seguinte texto:
“Bom dia eu queria saber qual o concurso público ou federal que eu devo fazer para me qualificar pois tenho 45 anos eu termino o meu ensino médio este ano trabalho na rua empalhado cadeiras estou querendo sair da rua pois não aguento mais e eu quero tomar outros rumos profissional me ajuda aí obrigado”.
“Forte, não é?”, foi o que disse a equipe de jornalismo seguido de um momento de silêncio.
Talvez você não sinta o mesmo que nós sentimos no momento. Afinal, empatia não é uma faculdade emocional comum a todas as pessoas. Mas há de convir comigo que muitas lições o comentário desse senhor nos traz a reflexão: que não há idade nem o momento ideal para decidirmos mudar os rumos da nossa vida.
É claro que a realidade desse senhor não é um fato isolado no Brasil. A minha mãe mesmo terminou o Ensino Médio depois dos 30 anos. Meu pai, que completa 50 anos em setembro, nem chegou a finalizar a oitava série do fundamental.
Mas foca na realidade deste senhor: o cara está terminando o ensino médio aos 45 anos, trabalha empalhando cadeiras na rua para prover em casa, e é motivado a um desejo único: estudar para um concurso público, se qualificar profissionalmente, e mudar de vida.
Durante minha curta carreira de jornalista, conheci personagens com realidades muito parecidas como a desse senhor. Certa vez contei a história de uma senhora chamada Osmarina Duarte, lá no Piauí. Na época em que a entrevistei (ano de 2015) ela completava 76 anos e prestava o Enem pela sétima vez.
Isso mesmo que você ouviu: pela SÉTIMA VEZ. E sabe o que ela me disse na época???
“Nunca vou desistir de estudar. Faço preparatório todos os anos, estudo muito e os professores me ajudam. As pessoas perguntam o que eu ainda estou fazendo na escola, mas a vida é assim não se pode parar de estudar. Acordo de manhã cedo e cuido dos afazeres de casa, depois volto aos estudos. Estudar muito é só o que eu tenho feito”, contou.
No ano passado ela voltou a dar uma entrevista para o mesmo site de notícias que eu trabalhava, o G1. Na ocasião, ela mantinha a mesma motivação, o mesmo otimismo e a mesma garra nos seus estudos para prestar as provas do Enem pela NONA VEZ.
E disse:
“Nunca parei de estudar. Não tenho férias, não tenho licença, é estudando toda a vida. Faço cursinho direto. Esse ano, estou por dentro da redação, porque isso que me amarrava nos outros anos”, contou ao repórter.
Outro personagem que eu conheci foi o “João do Lixo”, um jovem catador de lixo, de 35 anos, que sustenta a família e paga a própria faculdade com os descartáveis que encontra no lixo.
Seja uma Osmarina! Seja um João!
Se você está no quinto, sexto, sétimo concurso, mas ainda não obteve a aprovação, não encare isso como um motivo para desânimo, mas motivação para seguir em frente e buscar a mudança que você quer na sua vida, como o desejo de mudança aquele senhor, citado no início deste artigo.
Eu costumo dizer que só colhem bons frutos quem semeia da maneira mais sábia e correta. É das experiências que a gente tira a excelência, a perfeição, o equilíbrio, a maturidade, o discernimento.
Lembre-se do nosso slogan: “O segredo do sucesso é a constância no objetivo”.
Dona Osmarina deve ir para o 10º Enem este ano. Mas ela tem em mente que não pode desistir, até passar no sonhado curso de Geografia que ela compartilhou comigo há três anos. Já chegaram alunos nossos relatando ter feito 10 concursos, mas que ainda não foi aprovado.
Pergunta se eles vão desistir… A resposta: “nunca”.
Não desista também!!