Aprovado no concurso do Banco do Brasil para o cargo de Agente Comercial - BA - Microrregião 011
Bancária (BB, CEF e Bancos Estaduais).
“A aprovação é a vitória final, mas há várias pequenas vitórias ao longo do caminho: terminar um assunto, acertar um percentual alto em um simulado, melhorar seu tempo de resposta. Celebre-as!”
Confira nossa entrevista com Victor Jacinto Nunes Chaves, aprovado em 46° lugar no concurso do Banco do Brasil para o cargo de Agente Comercial – BA – Microrregião 011:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Victor Jacinto Nunes Chaves: Tenho 26 anos, sou formado em Ciências Contábeis pela Universidade Salvador e nasci em Uberlândia/MG.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Victor: Sempre admirei alguns cargos no serviço público devido ao seu propósito e impacto na sociedade. Com o tempo, também passei a valorizar a estabilidade financeira e profissional que o setor público oferece, unindo assim a vocação com a busca por uma carreira sólida.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Victor: Optei por não trabalhar, inicialmente, para me dedicar exclusivamente aos estudos, o que, em retrospecto, vejo como uma decisão precipitada. Com o passar do tempo, percebi que meu ritmo ideal de estudos é de aproximadamente 4h/dia. Acredito que conciliar trabalho e estudo poderia ter aliviado algumas das pressões financeiras e ansiedades do período.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Victor: Antes do Banco do Brasil, havia sido aprovado em 6º lugar (colocação da 1ª etapa) no cargo de Investigador de Polícia Civil da Bahia e no Cadastro de Reserva para o cargo de Perito Criminal, na posição 272. Na véspera da prova do Banco do Brasil (aproximadamente 1 mês antes), ocorreu o teste físico para Investigador e perdi na corrida por 200 metros, negligenciei o quão demorado era para evoluir na corrida e tive o azar de ficar doente 2 semanas antes. Na época foi bem impactante, porém como havia a prova do Banco do Brasil perto da data, vi como um sinal para continuar firme nos estudos. No outro dia já estava estudando. O tempo era curto, as matérias eram bastante diferentes do que já havia visto, mas era minha melhor oportunidade de reverter o erro. Hoje sou imensamente grato ao BB, um grande admirador da empresa e ansioso para começar a nova jornada!
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Victor: Minha vida social foi reduzida durante minha preparação, até pelo curto tempo que tive de fato ao concurso do Banco, mas sempre buscava equilibrar e tirar um tempo para estar com amigos e família, pois eram momentos de recarga mental. Em outros concursos já tentei me isolar e definitivamente não funcionou como o esperado.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Victor: Com certeza! Embora em minha família o concurso público não fosse tradicionalmente o foco das carreiras, eles sempre estiveram ao meu lado. Além disso, ter um relacionamento saudável e amigos de longa data foi um completo porto seguro. Quero aproveitar para agradecer também aos colegas e amigos que fiz durante o concurso da PCBA; o carinho e suporte deles foram fundamentais, especialmente após o contratempo no TAF.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Victor: Para o concurso do Banco do Brasil, e especificamente ele, foi em torno de um mês. Foi o período da reprovação do TAF na PCBA (final de março de 2023) e a prova do BB (final de abril). Porém, é importantíssimo ressaltar que já vinha num ritmo bom de concursos públicos, que apesar de serem áreas diferentes, a experiência de realizar provas ajudou (e muito!). Também tiveram outros fatores que indiretamente ajudaram nas matérias, como uma boa graduação em contabilidade, cursos de inglês ao longo da vida e uma familiaridade com o sistema financeiro brasileiro por ser um hobby antigo meu de estudos. Então é injusto com outros aprovados simplesmente dizer que fui aprovado em 1 mês, o tempo médio de estudos para um concurso desse é alto e considero a prova difícil. Sem contar a concorrência que em algumas regiões chega na casa dos milhares por vaga.
Quanto à disciplina, a verdade é que raramente se torna um problema quando você está em uma situação de vida complicada, acredita em si e anseia muito por algo. Era o meu caso! Então a disciplina surgiu naturalmente durante aquela época.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Victor: Eu já experimentei quase todos os métodos de estudo ao longo dos anos. Estudo por PDF, videoaula, aula presencial, livros, somente questões, mapa mental… A escolha do método de estudo é muito pessoal, e geralmente costumo mudar de banca para banca. É válido cada um buscar se conhecer e não ter como verdade absoluta premissas que leem na internet como: “só passa quem estuda por PDF ao invés de videoaula” ou “você pode pular a teoria e ir logo resolver 25 mil questões”.
Para o concurso do BB, eu estudei mais por videoaulas aceleradas (chegava a 3x as vezes) e resolvia alguns simulados a cada 5-7 dias, de acordo com o resultado dos simulados, sabia quais matérias precisava dar maior atenção. Por causa do tempo curto, tive que adaptar muito o método e pular alguns assuntos que já tinha visto em algum momento da vida ou que a absorção era muito pesada para pouco custo-benefício.
Estudei pouco por PDFs e questões nesse concurso por dois motivos:
1. eu já estava exausto do estudo solitário, ver o professor dando aula e fazendo uma brincadeira uma hora ou outra era menos desgastante;
2. tive a crença que a Cesgranrio não iria repetir muitas questões porque o último do BB não tinha sido há muito tempo e se repetisse o padrão, elevaria muito a nota de corte.
Como eu disse, costumo mudar bastante a estratégia de concurso para concurso, de banca para banca e de matéria para matéria, mas considero que as ferramentas mais vantajosas são aulas aceleradas (de preferência 2x ou mais), leitura de PDFs, resolução de questões em uma boa plataforma, simulados, áudios do Estratégia Cast, Trilha Estratégica, edital verticalizado para acompanhamento e aulas de revisão (como o Hora da Verdade).
Pessoalmente, considero desvantajosos os resumos escritos, mapas mentais, flashcards, anotações em caderno, livros físicos, aulas presenciais e planilhas de excel para acompanhamento (que eu sei que muita gente gosta, mas considero mais desvantajoso que vantajoso).
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Victor: Desde a metade da minha primeira graduação (em 2017) já ouvia falar do Estratégia, o cursinho é bem conhecido entre os professores. Com o tempo e observando a qualidade, resolvi comprar em 2019. Depois peguei a vitalícia em uma promoção e uso até hoje.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Victor: Cheguei a usar outros cursinhos no passado. O que me incomodava era a sensação de estar usando um site desorganizado e/ou desatualizado. Algo que sempre estarei vigilante quanto ao Estratégia.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Victor: Há quem reclame, mas eu adoro o fato dos PDFs do Estratégia serem bem completos, porque sei que o que quiser procurar de importante ali para o concurso, vou achar. Tem uma curva de aprendizagem com os materiais do Estratégia, pois existem muitas ferramentas e alguns podem se sentir acuados por isso, mas é questão de tempo para aprender a navegar e selecionar o que é melhor para você. Eu prefiro ter um grande leque de materiais e poder escolher entre eles, que um estudo engessado por x ou y.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Victor: Primeiro li completamente o edital aberto (é estranho ter que falar isso, mas poucos fazem), depois resolvi ler a prova antiga rapidamente, apenas para ter uma noção do que estava enfrentando, depois criei um Edital Verticalizado com as matérias do atual concurso e fui selecionando visualmente as matérias e assuntos que considerava mais importantes. Foi uma estratégia arriscada, mas tive de fazer pelo tempo curto até a prova. Algumas mais gerais, como português, inglês e matemática, tive de abandonar, outras como atualidades e informática, ficaram apenas nos áudios para as horas mais descontraídas ou em uma caminhada. No entanto, essa estratégia foi tão arriscada que fiquei com a nota de corte da minha região, ficando dentro das vagas apenas pela disputa de critérios, alguns que ficaram no cadastro de reserva tiraram a mesma nota que a minha. Mas para as minhas condições da época era a melhor chance que tinha, que apesar de baixa, deu certo! Se tivesse mais tempo de estudo, com certeza seria algo totalmente diferente.
No Banco do Brasil, resolvi estudar uma matéria por vez, ao invés de ciclo. Mas já tinha testado anteriormente e quando o tempo é curto, pessoalmente prefiro dar um sprint em uma matéria só antes de ir para a próxima. Neste mês de abril pré-prova, estudei entre 4-6h líquidas.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Victor: Não costumo fazer revisões nem resumos. Considero os simulados e resolução de questões já um método de revisão propriamente dito. Para não dizer que não houve revisão, assisti os aulões “Hora da Verdade” do Estratégia na última semana.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Victor: Considero muito importante. Está entre as melhores ferramentas. Ótima para identificar o padrão da banca e descobrir a dimensão do seu desafio. No somatório de toda minha trajetória de concurso, desde 2020, devo ter resolvido mais de 40 mil questões. Para mim, algo entre 50-100 por dia é o ideal, podendo chegar a 200 caso seja de Certo ou Errado no estilo Cebraspe.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Victor: Minha maior dificuldade sempre foi português. Eu ainda não a superei, tanto que quase fiquei fora das vagas do concurso por errar português mais que a média dos outros candidatos aprovados. Busco superar por questões, porque como a teoria tem muita “decoreba” é uma matéria que raramente consegue entrar na minha cabeça. Discursiva também sempre foi meu ponto fraco e questões objetivas meu forte. Então a prova do BB me beneficiou quanto a isso, porque discursiva era apenas eliminatória, do contrário da maioria dos concursos que a discursiva é classificatória e eliminatória.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Victor: Na semana de prova eu tirei para assistir os aulões de revisão no Youtube e resolver alguns simulados, queria acreditar que se tivesse faltando algum ponto fundamental para minha aprovação, iria cruzar com esse assunto assistindo essas aulas. Casualmente na semana de véspera abria algum PDF ou outro que estava sentindo necessidade de fortalecer o conhecimento.
No exato dia pré-prova eu resolvi descansar. Muitos gostam de estudar o dia todo no sábado, mas eu geralmente me dou melhor descansando a cabeça e chegando renovado no domingo. Para mim o custo-benefício não era alto entre aprender algo novo que talvez nem caia na prova com chegar de cabeça fria no dia-D.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Victor: A prova discursiva é importantíssima em concursos públicos. E em alguns que prestei ao longo da vida, me arrependo de não ter dado a adequada atenção. Perito Criminal provavelmente teria ficado nas vagas com uma boa discursiva. No Banco do Brasil, resolvi apenas duas. Não dei a adequada atenção intencionalmente aqui, pois sabia que a prova não era classificatória e que muito provavelmente tiraria a nota mínima para não ser eliminado. Porém, para concursos com peso da discursiva na nota final, recomendo pelo menos um dia da semana resolver uma redação. Importante também um acompanhamento profissional que te avalie ao longo do processo.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Victor: É difícil definir bem meus erros e acertos, porque minha história ainda está só começando, e muitos erros podem ter sido acertos (ou vice-versa) e ainda descobrirei. Mas pode se dizer que meus principais erros foram negligenciar etapas discursivas, etapas pós-prova e pré-admissionais. Considero um erro também alguns concursos bons que deixei passar apenas por estar na condição de aprovado já. Hoje sei o quanto é importante continuar estudando até ser nomeado de fato.
Meus principais acertos foram ter a plasticidade, maleabilidade e inteligência de se adaptar bem às mudanças de planos e imprevistos, assim como o ímpeto para seguir em frente nos novos objetivos. Considero um acerto também a capacidade que adquiri com o tempo de aprender a aprender quase que qualquer coisa. Se você tem a humildade de admitir que não sabe tudo, e na verdade sabe bem pouco, mas que sabe onde e como aprender qualquer coisa, estará à frente de muita gente que precisa recorrer a terceiros.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Victor: Certamente, ao longo da preparação, tive momentos de dúvida e reflexão sobre minha trajetória. No entanto, nunca permiti que esses momentos se tornassem uma consideração séria de desistir.
Minha maior motivação foi o compromisso pessoal com minha família e amigos, que sempre acreditaram em minha capacidade. Além disso, eu buscava mentalizar a ideia de fazer parte de uma instituição como o Banco do Brasil. Fiz isso todos os dias, até o dia da prova.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Victor: Primeiramente, quero dizer que cada jornada é única. O que funcionou para mim pode não funcionar exatamente da mesma forma para você, mas há algumas orientações universais que podem ser adaptadas à sua realidade.
1. Autoconhecimento: Entenda qual é o seu ritmo, qual método de estudo é o mais eficaz para você (videoaulas, PDFs, questões etc.), e quais são os melhores horários para se dedicar aos estudos. Só você pode descobrir isso, e isso requer experimentação e ajustes contínuos.
2. Consistência é a chave: Não adianta estudar 10 horas em um dia e ficar a semana sem estudar. É mais produtivo estabelecer um ritmo contínuo, mesmo que seja apenas algumas horas por dia.
3. Saúde Mental: A pressão para passar em um concurso é imensa. Busque estratégias para cuidar de sua mente: meditação, exercícios, hobbies e momentos de desconexão são fundamentais.
4. Rede de Apoio: Seja em grupos de estudo, família ou amigos, é essencial ter pessoas que entendam sua jornada e te apoiem. Eles serão seu porto seguro nos dias mais difíceis.
5. Materiais Atualizados: Concurso público exige precisão. Estudar por materiais desatualizados pode ser contraproducente. Sempre confira a atualidade de seus materiais.
6. Celebre Pequenas Vitórias: A aprovação é a vitória final, mas há várias pequenas vitórias ao longo do caminho: terminar um assunto, acertar um percentual alto em um simulado, melhorar seu tempo de resposta. Celebre-as!
7. Flexibilidade: O mundo dos concursos é dinâmico. Editais mudam, bancas são substituídas, assuntos novos aparecem. Esteja pronto para adaptar sua estratégia quando necessário.
8. Não Compare sua Jornada: Cada pessoa tem seu tempo. Comparar-se constantemente com outros pode ser uma fonte de desmotivação. Concentre-se em sua própria trajetória.
9. Mantenha seu Propósito em Mente: Nos dias difíceis, lembre-se do motivo pelo qual começou. Isso será seu combustível.
Para aqueles que estão no início e ainda decidindo se devem ou não estudar para concurso, minha mensagem é: a jornada até a aprovação é longa e desafiadora. Paga-se um preço emocional alto e, muitas vezes, iniciar essa preparação significa não poder facilmente abandoná-la. Pense bem: é isso que você realmente quer? Analise se suas motivações iniciais vão perdurar durante toda a trajetória. Para chegar até o final, é preciso ter fé em si mesmo. Mas, se resolver seguir por esse caminho, quando alcançar sua meta, olhe para trás e veja o quanto cresceu no processo. É uma jornada de autodescoberta e superação. Boa sorte a todos!