Aprovado no concurso da Receita Federal do Brasil para o cargo de Analista-Tributário
Fiscal - Federal (RFB e AFT)“Não há nada melhor do que ser aprovado! Não desista.”
Confira nossa entrevista com Henrique Sella Kerst, aprovado em 260° lugar no concurso da Receita Federal do Brasil para o cargo de Analista-Tributário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Henrique Sella Kerst: Sou de Londrina, Paraná. Tenho 29 anos e sou formado em engenharia civil pela Universidade Estadual de Londrina.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Henrique: Não me encontrei na profissão de engenharia. Avaliei minhas opções e vi meu perfil como funcionário público. Foi quando iniciei minha jornada em 2018, fazendo meu primeiro concurso: Agente da Polícia Federal.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Henrique: Trabalhava como engenheiro civil, mas fui parando conforme meus resultados melhoravam.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Henrique: Quando comecei a estudar, coloquei como meta ser Auditor Fiscal da Receita Federal. Como eu não conseguia estudar fora de editais e não sabia quando sairia o certame, fui fazendo concursos de matérias relacionadas, graças a assinatura ilimitada do Estratégia. Nessa jornada fui aprovado nos seguintes concursos:
- AUXILIAR ADM CRP PR 2019 – 1º lugar CR, nunca fui chamado;
- COORDENADOR CENSITÁRIO IBGE LONDRINA 2020 – 5º lugar, onde trabalhei de fevereiro de 2021 a outubro de 2022. Durante esse período saiu o edital INSS e não consegui estudar. Como era temporário, tomei a decisão de pedir exoneração no final de outubro para estudar direito previdenciário. Felizmente deu certo;
- ESCRIVÃO PF 2021 – 54º lugar, reprovei na fase de exames médicos, esqueci de dois exames irrelevantes, e fui considerado inapto por isso;
- BOMBEIRO MILITAR PR 2021 – 9º lugar, fui até a fase de exames médicos, onde desisti da seleção;
- TEC. DO SEG. SOCIAL INSS GEX LONDRINA 2022 – 2º lugar, onde trabalho atualmente;
- ANALISTA TRIBUTÁRIO RFB 2023 – 260º lugar, onde pretendo trabalhar;
- AUDITOR FISCAL DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL – onde pretendo chegar;
Ah sim, e fui reprovado em muuuitos outros: PF18, TRF3 e 4, PCPR, ICMS SC, ISS Curitiba, CGU… Se pretendo continuar estudando? Pretendo…? Assinei recentemente a vitalícia com esse intuito, de estar lá quando eu precisar. Mas a verdade é que sempre tive dificuldade em conciliar trabalho e estudo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Henrique: Sim, saía com ambos os grupos. Mas confesso que é difícil estar 100% mentalmente presente. Sempre tem aquela prova se aproximando que tira seu sono.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Henrique: Com exceção de alguns poucos, nunca recebi muito apoio dos meus familiares, nem de amigos. A iniciativa privada discrimina muito o serviço público e quem trabalha para o Estado. Concursos intermediários também são discriminados e chamados insuficientes. Não tem o glamour dos grandes cargos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Henrique: Como mencionado anteriormente, sempre tive dificuldade de estudar fora de editais… nem mesmo notícias de autorizações me motivaram. Só se tornava real quando saía o edital. Só então eu estudava. Como foi com a RFB.
Com tantas matérias exclusivas do concurso, não conseguiria vencer o edital para Auditor, então escolhi Analista. Outro fator que não me ajudou foi o concurso do INSS e o curso de formação que coincidiu com as provas. Tive que focar apenas na legislação específica e levar a bagagem anterior comigo.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Henrique: Usei apenas o material do Estratégia. PDFs e Trilhas Estratégicas, em sua grande maioria. Vídeos foram somente os de cursos bônus e nas revisões de véspera.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Henrique: Já tinha visto alguns preços de cursos em diversos cursinhos. Mas só escolhi o Estratégia pois ele foi pioneiro em assinatura ilimitada, que ficaria muito mais em conta observada minha estratégia.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Henrique: Fiz concursos no início, sem usar nenhum material especializado. Fui eliminado, como esperado.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Henrique: Sim. O direcionamento e a organização do material são completamente diferentes. É fundamental ter uma direção quando você está começando.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Henrique: Já usei de tudo, sempre dependendo do concurso:
- Nos primeiros concursos, caderno e resumo;
- Já para a Policia Federal, usei Trilhas e planilhas de controle de horas líquidas e questões resolvidas. Foi um período atípico, que eu tinha mais tempo para estudar por causa da pandemia;
- Para o INSS, como já possuía a bagagem necessária, a Trilha não rendia, então estudei pela legislação previdenciária seca e PDFs em ordem corrida, sem planejamento;
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Henrique: Simulados! Conseguem abarcar uma grande porção do conteúdo e apontar as falhas do estudo. Então era só voltar e revisar.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Henrique: Muito importante. Não só para praticar e encontrar suas fraquezas, mas também para se acostumar com a banca. Acelera seu tempo de resolução.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Henrique: Auditoria e Administração. Por mais que eu estudasse, não conseguia melhorar meu desempenho. Principalmente se tratando de FGV. E foi assim até o fim… Decidi por Analista por não cair Auditoria, e decidi sacrificar o conteúdo absurdamente grande e rico em detalhes de Administração.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Henrique: Eu sacrifiquei tudo. Curso de formação do INSS. Praias de Florianópolis (local do curso). Horas de sono (acordava mais cedo, dormia mais tarde). Cheguei a fazer 15 horas líquidas de revisão de véspera e li sobre MapReduce (Fluência em Dados) literalmente na porta da prova (que me rendeu uma questão e fez toda a diferença).
Uma vez um professor de direito administrativo do Estratégia falou sobre a importância da véspera e do quanto podemos crescer nela (meses) e eu concordo plenamente. Sempre me dediquei MUITO nas semanas de véspera e sempre me trouxe bons resultados.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Henrique: Eu daria a mesma recomendação que daria sobre estudar português para a prova da FGV: NÃO ESTUDE.
O percentual necessário na prova objetiva para sequer corrigirem sua prova discursiva é altíssimo, ainda mais para vagas universais. Nunca estudei, sempre fui muito mal, mas nunca me desqualificou. Quando me dediquei à discursiva (CGU), fui eliminado na objetiva (faltou tempo).
Confesso que derrubou minha colocação em mais de 100 vagas neste último, mas não por não saber redigir uma redação, mas por inverter um conceito que me fez errar dois quesitos (-10 pontos).
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Henrique: Erros:
- Ter medo de fazer concursos longe de casa. Concurso é treino. Faça o máximo possível antes do edital dos seus sonhos. Fazer concurso perto apenas te limita à espera;
Acertos:
- Não ter desistido.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Henrique: Já pensei. Ser concurseiro é terrível. É ler notícia que os concursos vão acabar. Que aconteceram fraudes. Que vão ter menos vagas universais a cada dia que passa. Que muita gente como você está pegando carona em política pública de reserva de vaga. Que muita gente como você está tomando remédio para estudar mais, para dormir melhor. É cobrança no relacionamento, cobrança da família, cobrança de si mesmo.
No meio de tudo isso, minha principal motivação foi sempre pensar que parar naquele momento me obrigaria a recomeçar de alguma forma, e tudo até ali teria sido em vão.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Henrique: Eu diria que não há nada melhor do que ser aprovado! Não desista.