“Durante a minha preparação eu li o livro do Rei Arthur de Howard Pyle e a seguinte passagem me marcou muito: “De fato, não sei de maior bem que poderia desejar a vocês nesta vida do que sentir a mesma alegria de alguém que deu o melhor de si e foi inteiramente bem-sucedido no que se propôs a fazer […]”

Confira nossa entrevista com Victor Hugo Farias Dias, aprovado no concurso Receita Federal para Analista-Tributário:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Victor Hugo Farias Dias: Olá, me chamo Victor Hugo, tenho 25 anos, sou formado em engenharia química pela Universidade Federal do Pará e sou de Abaetetuba-PA.

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?

Victor: Durante a minha graduação em diversos momentos me senti deslocado, que não me encaixava na profissão que eu havia escolhido, o problema era que eu também não conseguia encontrar uma outra profissão na qual eu me enquadrasse. Então, quando me formei, descobri o mundo dos concursos e tudo começou a fazer sentido e a ter um propósito e, embora eu soubesse que a jornada não seria fácil, eu tinha plena certeza de que quando eu alcançasse meus objetivos eu teria aprendido lições valiosas que levaria para o resto da minha vida e me tornariam uma pessoa muito melhor.

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava? 

Victor: No início dos estudos eu “apenas estudava”, contudo logo arrumei um emprego e passei praticamente toda a minha preparação conciliando estudo e trabalho. Não foi fácil, tive de renunciar a muitas coisas, de estar perto dos amigos e familiares, de sair nos fins de semana, além de que tinha uma rotina muito bem definida, a qual seguia todos os dias independente do que acontecesse.

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?

Victor: Esse foi o primeiro concurso que eu realmente me preparei. Pretendo um dia me tornar Auditor Fiscal, mas por enquanto estou descansando e focando em outros projetos.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?

Victor: No início eu saía com os amigos nos fins de semana, entretanto a medida que o concurso se aproximava eu fui deixando a vida social de lado, pois sabia que esse “afastamento” seria algo temporário, embora em ocasiões muito especiais eu ainda saísse, claro que não da mesma forma, já que no dia seguinte eu tinha de estar em boas condições para cumprir a minha meta de estudos.

Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma? 

Victor: Inicialmente foi um pouco complicado, embora minha família e amigos tenham sempre me apoiado, era difícil para eles entenderem a situação. Porém, quando eles viram eu estudando todos os dias inclusive nos sábados, domingos e feriados, eles perceberam o quanto aquilo era importante pra mim e passaram a me dar mais apoio ainda, entendendo minhas decisões e sendo compreensíveis com os muitos “não vou poder ir” que disse ao longo da minha jornada.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Victor: Passei cerca de 1 ano e 2 meses apenas estudando para a Receita Federal. O essencial para manter a disciplina foi definir uma rotina que era seguida todos os dias mesmo nos fins de semana e feriado, sempre colocando o concurso como o centro da minha vida e todas as outras atividades como sendo acessórias para melhorar o meu desempenho nos estudos.

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? 

Victor: Sempre estudei pelos PDF’s, pois sempre tive uma maior facilidade de aprender através da leitura. As videoaulas eu utilizei apenas em situações muito específicas, como por exemplo o curso de português para a FGV da professora Adriana Figueiredo (que foi muito importante na minha preparação e recomendo muito!) e as revisões de Direito Constitucional com a professora Nelma Fontana, além também de outros eventos de revisão e resolução de questões do Estratégia, como a Hora da Verdade.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos? 

Victor: Conheci o Estratégia através do Instagram, comecei a ver as postagens dizendo que a maioria dos aprovados estudava com o Estratégia, então eu pensei “se eu quero estar entre os melhores, tenho que fazer o que os melhores fazem”.

Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente? 

Victor: Sim, inicialmente eu estudava por aquela concorrente vermelha lá, no entanto ao começar a seguir o Estratégia eu fiquei curioso para saber o que o Estratégia tinha de diferente para aprovar tantos alunos, então mudei e foi uma das melhores decisões que já tomei.

Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado? 

Victor: Não prestei nenhum concurso enquanto estudava pelo outro material.

Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia? 

Victor: A ferramenta que eu achei essencial foi a Trilha Estratégica, para quem tá começando ela é excelente, pois ela te ensina a montar o ciclo de estudos e a ir mantendo uma rotina, sempre combinando estudo da aula teórica, revisões e resolução de questões. Porém, vale ressaltar que com o tempo ela passa a não atender a todas as especificidades que cada aluno vai ter, mas como ela te capacita para isso, então você mesmo será capaz de montar o seu ciclo de estudos particular. 

Além disso, ao estudar pelo material do Estratégia, eu senti que ele era feito de concurseiros para concurseiros, já que muitos professores são ou foram concurseiros, o que é um diferencial. Eles entendem as dúvidas dos alunos e conseguem passar o conteúdo da melhor maneira possível, pois já estiveram naquele lugar antes.

Estratégia: Como montou seu plano de estudos? 

Victor: Inicialmente eu segui a Trilha Estratégica, a partir do momento em que ela não atendeu mais minhas especificidades, eu mesmo montei o ciclo de estudos e ia adicionando as matérias pouco a pouco. Seguia essa rotina de segunda a sábado e aos domingos geralmente revisava ou fazia simulados. Estudava cerca de 4h ou 5h por dia durante a semana e aos fins de semana estudava entre 7h e 8h.

Estratégia: Como fazia suas revisões? 

Victor: Eu gostava de fazer os meus próprios resumos, porém não me dava bem com as revisões, sendo assim geralmente eu as fazia por meio do estudo do meu resumo e em seguida resolvia uma bateria de questões daquele assunto com a finalidade de tornar a revisão menos monótona e mais dinâmica.

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Victor: Elas são essenciais, pois são as questões que vão te dar uma noção de como a matéria é cobrada, além de te mostrar quais assuntos que mais caem. Além disso, é só por meio das questões que você saberá se está bem ou mal na matéria.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Victor: No início da minha preparação a matéria que eu menos entendia era contabilidade, apenas na terceira leitura da matéria que a chave na minha cabeça mudou e tudo começou a fazer sentido. Desde então ela se tornou a minha matéria favorita ao lado de direito tributário. O segredo para superar foi a persistência, tendo a certeza de que um dia tudo iria fazer sentido.

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Victor: Na semana antes da prova eu diminuí a carga de estudos e passei a acompanhar a Hora da Verdade e as revisões de véspera, nunca irei me esquecer da aposta do Professor Fernando Maurício na revisão de véspera que caiu na discursiva e foi o diferencial que eu precisava para me sair bem na discursiva. Além disso, eu ainda aproveitei a última semana para pegar aquelas últimas dicas salvadoras com o professor Bruno Bezerra e o Thomas Jorgensen, dois caras que são feras demais e não poupam esforços pelos seus alunos!

Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Victor: A discursiva foi a minha “silver bullet”, afinal não é todo dia que você sobe 300 colocações e fica dentro do número de vagas por causa da discursiva. Desse modo, foi de extrema importância ter começado a estudar para ela desde a autorização do concurso, sendo que durante a minha preparação eu resolvia uma redação por semana, além de ter feito todo o curso teórico de redação do Estratégia e ter lido muitos livros.

No pós-edital, aos domingos, eu sempre fazia o simulado do Estratégia e nele sempre havia uma proposta de redação, o que foi essencial para o meu êxito.

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Victor: Creio que o meu principal erro foi não ter estruturado melhor minhas revisões, tendo uma maior periodicidade e organização com elas. Já o meu maior acerto foi ter feito o simulado do Estratégia todo domingo do pós-edital, pois eu fui para a prova da tarde achando que tinha me saído muito ruim na prova da manhã, além de estar com a mente extremamente cansada devido a quantidade de textos da prova da FGV, mas como eu estava habituado a fazer os simulados, quando chegou a hora da prova da tarde, eu entrei no modo automático, já que na minha cabeça era “só mais um dia resolvendo questões”. Consegui driblar o nervosismo e o cansaço, realizando uma ótima prova.

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Victor: Não, sempre tive plena certeza de que eu era capaz, já que eu sei que quando fazemos o nosso melhor tudo é possível. Claro que teve dias em que a dúvida de estar fazendo o certo bateu, mas quando isso acontecia eu apenas sentava a bunda na cadeira e continuava a estudar, pois sabia que quanto mais eu estudasse mais perto eu estaria de alcançar meus objetivos.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Victor: Durante a minha preparação eu li o livro do Rei Arthur de Howard Pyle e a seguinte passagem me marcou muito: “De fato, não sei de maior bem que poderia desejar a vocês nesta vida do que sentir a mesma alegria de alguém que deu o melhor de si e foi inteiramente bem-sucedido no que se propôs a fazer. É nessas ocasiões que o mundo todo parece tomado de uma luz brilhante, e o corpo parece tão leve que os pés, livres de qualquer peso, tocam o chão muito suavemente, movidos pela leveza do espírito. Portanto, se estivesse em meu poder dar-lhes o melhor que o mundo tem para dar, eu desejaria, que vencessem suas batalhas como o Rei Arthur venceu a dele naquela vez, e que pudessem cavalgar de volta para casa com o mesmo triunfo e a mesma alegria que o preenchiam naquele dia, e que o sol brilhasse à volta de vocês como brilhava á volta dele, e que a brisa soprasse, e que todos os passarinhos cantassem tão alto como cantavam para ele, e que o coração de vocês também pudessem entoar sua canção de júbilo pelo prazer do mundo em que vocês vivem.” 

Esse trecho representa bem o sentimento que desejo a todos os concurseiros que estão ainda na luta, desejo que um dia todos vocês possam sentir a sensação de ter dado o melhor de si e de ter alcançado tudo que foi planejado lá trás.