Aprovado no concurso SEFAZ MG para o cargo de Auditor Fiscal - Auditoria e Fiscalização
Fiscal - Estadual (ICMS)“Saiba que o caminho é duro, cheio de tropeços e muito inclinado, como todo aquele que leva ao alto, mas que, com o esforço e a motivação necessários, pode-se chegar ao seu fim.”
Confira nossa entrevista com Miguel Lázaro Pimentel Vicentini, aprovado no concurso SEFAZ MG para o cargo de Auditor Fiscal – Auditoria e Fiscalização:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Miguel Lázaro Pimentel Vicentini: Meu nome é Miguel Vicentini, 33 anos. Sou natural de Recife, Pernambuco, mas vivo atualmente no interior do Espírito Santo. Por formação, sou bacharel em Matemática, pela UFES.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Miguel: Apesar da formação universitária, eu trabalhava na iniciativa privada, na indústria naval. Quando minha filha, Íris, estava prestes a nascer, a minha percepção de segurança financeira mudou completamente, já que as ondas de demissão eram frequentes, a projeção da carreira não era satisfatória etc.
Além disso, minha esposa, Érica, já estudava para concursos da magistratura e a decisão de também estudar surgiu naturalmente, como uma saída para a situação. Ela já tinha diversos livros de disciplinas que seriam úteis a mim, o que serviu como orientação inicial.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Miguel: Durante o primeiro ano e meio, eu estudava e trabalhava. Nessa época, tentei usar todo o tempo à disposição, especialmente o “tempo morto”: cerca de 2 horas de transporte para o/ do trabalho, 1 hora de almoço, bem como qualquer brecha que pudesse encontrar na rotina. Nos fins de semana, minha esposa e eu alternávamos: o sábado era dela e eu estudava no domingo. Nessa rotina, eu fazia cerca de 20 horas semanais.
Os últimos dois anos foram dedicados inteiramente ao estudo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Miguel: Salvo concursos para cursos (IFES e vestibulares), o concurso da SEF MG foi o primeiro em que consegui ser aprovado.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Miguel: A partir do início do estudo, eu reduzi bastante a vida social, chegando a vir morar no interior, em última medida.
Tentei ao máximo evitar saídas desnecessárias e, tanto quanto possível, as redes sociais, além de passar a almoçar sozinho no trabalho.
Ainda, como minha esposa também estuda, nosso ritmo era semelhante, o que ajudou a afastar compromissos sociais evitáveis.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Miguel: Nossas famílias compreenderam que o período de dedicação era necessário, e os amigos, inevitavelmente, ficaram um pouco de lado.
De fato, sem o apoio de nossas famílias, provavelmente eu não teria conseguido essa aprovação. Foram inúmeras as ocasiões em que elas seguraram a barra, o que me permitiu estudar com maior tranquilidade.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Miguel: Eu estudei especificamente para o SEF MG por 6 meses – 4 meses até a primeira fase, mais 2 meses até a segunda. Antes eu estudava para a Receita Federal e comecei a estudar para MG após 2 meses da publicação do edital, no fim de agosto de 2022.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Miguel: Eu usei basicamente aulas em PDF e livros como base teórica e plataformas de questões para treino de exercícios. Na teoria, um material completo, como livro ou PDF é essencial para compreensão inicial e para consulta, quando surgem dúvidas. Também é importante o uso da plataforma de questões pelos comentários do fórum e das estatísticas que se extrai dela.
Cheguei a testar muitas ferramentas (videoaulas, flash cards, mapas mentais etc.), mas não me adaptei à maioria delas, possivelmente pela falta de constância no uso, retornando àqueles principais. Entretanto, senti bastante falta de um material enxuto para revisões rápidas quando as provas se aproximaram. Assim, hoje eu daria mais uma chance a essas ferramentas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Miguel: O Estratégia era a primeira referência que surgia quando eu pesquisava sobre estudo para a área fiscal.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Miguel: Comecei a estudar por um outro curso focado em videoaulas. Acredito que o curso nem exista mais e, apesar de bons professores, o curso não tinha um material escrito bem estruturado, o que me deixou perdido inicialmente e tornou necessário fazer muitas anotações.
Lembro de finalizar as aulas da primeira disciplina, na ilusão de ter aprendido tudo, e, ao tentar resolver exercícios, entendi que aquilo não era bem verdade. Também tive que retornar ao início de contabilidade umas 3 ou 4 vezes porque já não conseguia acompanhar as aulas. Além disso, quando precisava tirar dúvidas, tinha que buscar o momento do vídeo em que o assunto era tratado, caso não tivesse feito anotações.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Miguel: Não cheguei a fazer provas enquanto usei esse material.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Miguel: A diferença entre o material do Estratégia e qualquer outro é evidente, tanto por organização quanto por completeza. Há tantas ferramentas (muitas eu nem cheguei a testar) que é possível escolher as que mais se adaptam a cada estudante.
Usei principalmente, do Estratégia, as videoaulas, especialmente as de Hora da Verdade e Reta Final; os simulados; os resumos no Blog do Estratégia; e o Estratégia Cast, embora eu não tenha me adaptado a ele (sempre me distraía).
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Miguel: Enquanto trabalhava, conseguia fazer cerca de 20 horas semanais, sendo 4 horas diárias, no máximo.
Quando saí do emprego e vim para o interior, fui aumentando a carga o máximo que conseguia. No pós-edital, fazia normalmente 10 horas diárias e aumentava quando chegava perto da prova, chegando a 14 horas diárias, com 88 horas semanais, em semana de prova.
Sobre a distribuição das matérias, tentei diversas estratégias: semana inteira de imersão em uma disciplina, uma matéria por dia e ciclos de estudo.
A melhor forma que encontrei foi um equilíbrio entre ciclos e uma porção diária fixa: as matérias que não precisavam de muita atenção estavam num ciclo rotativo, enquanto as de maior intensidade tinham prioridade no dia, com horário fixo. Por exemplo, para a prova de MT, após MG, eu tive que dedicar grande parte do tempo à Legislação Tributária e à TI, então fixei a parte da manhã para essas duas disciplinas e rotacionei as demais durante a tarde, com menor carga horária. À medida que a prova se aproximava, fui reduzindo a carga horária de LTE e TI, aumentando a das outras.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Miguel: As revisões variavam conforme o momento e a necessidade. Normalmente, as revisões eram feitas por material escrito, livros e PDFs, além do reforço por questões. Porém, quanto mais próximo das provas, menor era o número de questões e maior a velocidade da revisão, com preferência por esquemas e resumos.
Cheguei a fazer resumos de algumas disciplinas mais importantes, como Direito Tributário, além de formulários para outras, como Estatística e Economia etc.
Os simulados serviam mais para treinar tempo e estratégia de prova do que como revisão.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Miguel: Os exercícios são essenciais na preparação, especialmente para a área fiscal. No total, resolvi mais de 57 mil exercícios, sendo 15 mil nos 4 meses de pós-edital, até a primeira fase.
Até o momento em que mudei o foco para SEF MG, eu havia me dedicado quase inteiramente ao material teórico. Na mudança, percebi que eu errava muitas questões dadas como fáceis porque, sem as questões, eu não percebia aspectos importantes: eu estudava todos os tópicos com a mesma dedicação; não podia me comparar com os concorrentes, com relação ao que era, de fato, uma questão fácil ou difícil; caía facilmente em pegadinhas manjadas das bancas; e não tomava conhecimento de discussões acerca de assuntos relevantes para a doutrina, jurisprudência ou banca.
Essa percepção foi um grande “divisor de águas” na minha preparação, e acredito que o resultado poderia ter sido ainda melhor se tivesse feito mais questões, já que muitas das que errei na prova da SEF MG eram semelhantes às de provas anteriores, mas ainda insisti em maior dedicação à teoria, o que parece ter me custado pontos importantes.
Por outro lado, acredito ter acertado essa medida, entre teoria e questões, na Sefaz MT. Logo após a segunda fase de MG, emendei o estudo e priorizei as questões, somente complementando a teoria com alguns resumos. Até o momento (gabarito preliminar), o resultado foi excelente.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Miguel: Contabilidade sempre foi minha pior disciplina, inclusive na SEF MG. Sempre mantive uma carga horária alta para essa matéria, além de alta frequência de contato com ela durante a semana.
Acredito que a única forma de se resolver isso seja, de fato, aumentar a carga horária. Revisões frequentes e muitos exercícios normalmente resolvem esse problema para qualquer disciplina.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Miguel: Na semana da prova eu priorizei as matérias que exigiam mais memória de curto prazo, decorebas etc.; reduzi os exercícios a quase zero; escolhi as disciplinas que eu revisaria uma última vez; e contabilizei as horas da semana, distribuindo conforme a necessidade.
Em casa, o que pude deixar por conta da minha esposa, foi deixado: casa, comida, filha etc.
Para a viagem, preferi pegar um ônibus noturno para Belo Horizonte, para economizar tempo útil de estudo com a viagem. Assim, ganhei algumas horas importantes na véspera da prova.
No dia da prova, acordei às 4 horas para uma última revisão antes de ir para o local.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Miguel: A prova discursiva foi uma etapa à parte, sendo 4 textos de até 30 linhas, dois meses após a primeira fase, o que permitiu organizar o estudo de forma separada. Não pensei nas discursivas antes da prova objetiva, mas, a partir daí, a dedicação foi exclusiva às disciplinas cobradas e ao treino diário.
Inicialmente eu tive muita dificuldade com a escrita, travava e demorava muito escolhendo os termos ou a forma de exposição. A solução, mais uma vez, foi intensificar o contato: passei a fazer muitas discursivas por dia, até que me senti confiante o suficiente para escrever qualquer texto.
Outra coisa que fez bastante diferença foi abandonar o rascunho. A partir do esboço, eu perdia tempo com o rascunho antes de escrever a resposta definitiva. Além de poupar a mão, passei a ganhar cerca de 15 minutos por texto. Com efeito, foi como tirar as rodinhas da bicicleta: após alguns tombos, tudo deu certo.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Miguel: Houve diversos erros, incontáveis, na verdade. Um grande erro foi ter percebido muito tarde a diferença que os exercícios fazem na preparação.
Outro erro foi ter focado na Receita Federal por tanto tempo, com base em pedido de autorização. Por isso, perdi diversas oportunidades, inclusive de crescer no estudo, como ISS-BH e Sefaz ES (cheguei a prestar este, mas não estudava muitas disciplinas cobradas).
Além disso, percebi nos últimos meses o quanto eu tinha desperdiçado tempo com alguns esforços pouco benéficos, não dando prioridade aos tópicos mais relevantes e mais cobrados.
Enfim, eu iniciei todas as disciplinas ao mesmo tempo, demorando muito para avançar, além de não formar a base que algumas matérias exigem.
Por outro lado, os acertos permitiram que eu chegasse até aqui. Eu considero um acerto ter decidido mudar o foco, da Receita Federal para a SEF MG, naquele momento.
Também foi um acerto ter anotado, desde o começo, tudo o que eu fazia relacionado ao estudo, como tempo, disciplinas, exercícios, acertos etc. Isso permitiu que, posteriormente, eu tomasse decisões cruciais para o resultado.
Por fim, gosto de acreditar que ter vindo morar no interior e deixado o emprego foi outro acerto. A imersão no estudo, bem como a proximidade com a família, foi fundamental para o foco no objetivo.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Miguel: Não pensei em desistir em momento algum. Pode-se dizer que eu tinha queimado a ponte: havia saído do emprego, minha família vivia com nossas reservas e o tempo estava se esgotando. Não tinha volta.
Sem dúvidas, a minha motivação era a minha família, em especial a minha filha. A consciência de cada hora com a Íris sacrificada para estudar não permitia que eu desperdiçasse tempo com bobeira. Na prática, seria trocar tempo com ela por isso.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Miguel: O concurso público é impiedoso. Ele não se importa com sua história, seus sonhos, suas dificuldades pessoais ou seus talentos, muito menos com seus sentimentos. O resultado é aquele. Aprovado ou reprovado.
Contudo, o concurso educa: ensina disciplina, humildade, constância, perseverança. Cabe ao candidato crescer nessas competências, cada vez mais, até que chegue ao ponto em que seja inevitável o seu resultado.
Ao estudante que deseja iniciar essa trajetória, saiba que o caminho é duro, cheio de tropeços e muito inclinado, como todo aquele que leva ao alto, mas que, com o esforço e a motivação necessários, pode-se chegar ao seu fim.