Aprovado em 1º lugar no concurso do TCE PB
Tribunais de Contas (TCU, TCE, TCM).
“O concurso público, para mim, possibilitou uma mudança extraordinária de vida e pode proporcionar para você também. Se permanecer firme no propósito, tenho a certeza de que você dirá lá na frente: “valeu a pena”.”
Confira nossa entrevista com Marcus Vinicius Carvalho Farias, aprovado em 1º lugar no concurso para Conselheiro Substituto do TCE PB:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Marcus Vinicius Carvalho Farias: Olá, eu me chamo Marcus Vinicius. Sou formado em Administração desde 2010, tenho 39 anos e nasci em São Paulo/SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Marcus Vinicius: Na verdade, foi um conjunto de fatores que me levaram a decidir estudar para concurso.
Eu diria que o estopim ocorreu quando eu estava no último ano de faculdade. Isso porque os estágios que eu procurava na área de Administração, por mais que a empresa fosse grande no mercado, pagavam uma remuneração ínfima. Está certo que o estagiário, como regra, ganha menos que um funcionário Celetista. Todavia, as oportunidades eram, por vezes, muito ruins em termos de remuneração e de benefícios. Para se ter uma ideia, havia vagas que ofereciam menos que um salário mínimo na época, coisa de R$ 300,00, R$ 450,00 e por aí vai.
Diante disso, comecei a pesquisar sobre concursos e vi que a remuneração e os benefícios do serviço público eram bem mais vantajosos que os da iniciativa privada, além da estabilidade na carreira. Então, concluí que seria o melhor caminho a seguir: a carreira pública. E foi então que caí de cabeça nesse universo.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Marcus Vinicius: No meu primeiro ano de estudo firme (o qual coincidiu com meus 2 últimos anos de faculdade), eu fazia estágio no antigo banco “Nossa Caixa” (adquirido pelo Banco do Brasil), das 10h às 16h, e fazia a faculdade à noite, indo direto do estágio para a faculdade.
Para conciliar, eu procurava estudar o máximo de tempo possível, nos mais variados lugares. No horário de almoço do estágio, por exemplo, eu comia rapidamente para poder fazer uma leitura da apostila “Solução”, a mais badalada da época (rs).
Além disso, estudava pela manhã um pouco antes de ir para o estágio e também na condução, seja indo de casa para o estágio, seja do estágio para a faculdade. Em suma, era o tempo todo em contato com as disciplinas. Isso é essencial sobretudo no começo da caminhada, em que se demanda mais tempo para engrenar nos estudos. Nessa época, eu ainda não fazia contagem diária de horas de estudo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual órgão e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Marcus Vinicius: Como aprovação, de fato, costumo considerar os concursos em que fui nomeado. Já fui nomeado para os seguintes concursos:
1) Ministério das Comunicações (2009) – 5º lugar
2) Tribunal Regional do Trabalho 15º Região (2009) – 52º lugar
3) Tribunal Regional Eleitoral (2012) – 25º lugar
4) Assembleia Legislativa de São Paulo (2013) – 101º lugar
5) Tribunal Regional do Trabalho 12º Região (2013) – 101º lugar
6) Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (2016) – 27º lugar
7) Tribunal Regional do Trabalho 24º Região (2017) – 1º lugar
8) Conselheiro Substituto do TCE/PB (2023) – 1º lugar
Há possibilidade, ainda, de ser convocado em outros ótimos concursos, como o concurso para Conselheiro Substituto do TCDF (5º lugar), Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (faltam 14 para chegar na minha convocação), Analista do Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (15º lugar), e Analista Legislativo do Senado Federal – Administração (CR).
Após nomeado para Conselheiro do TCE-PB, não pretendo fazer outros concursos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Marcus Vinicius: Sinceramente, minha vida social nunca foi prejudicada com o estudo para concursos. Eu sempre procurei estudar muito. Isso é fato. Entretanto, não abdicava por completo da vida social. Na medida do possível eu saía com amigos e família. Não todos os fins de semana, mas em eventos esporádicos.
Apenas no início dos meus estudos foi que eu me isolei mais das questões sociais, pois ainda estava num processo de aprendizagem de conteúdo.
Entendo que, no começo dos estudos, é de bom tom que o concurseiro fique mais na dele, dedicando-se mais aos estudos, já que precisa formar uma boa base nas disciplinas. Assim, quando ele já criar uma base sólida nas matérias, pode se dar ao luxo de sair mais com amigos e família.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Marcus Vinicius: Se tem algo que eu posso dizer com orgulho é que minha família sempre me apoiou desde o início.
Meus pais, embora não tiveram a oportunidade de estudar, já que na época estavam batalhando para termos uma vida digna, sempre apoiaram e tiveram a visão de que o estudo seria a melhor forma de conseguirmos obter êxito na vida profissional. Isso para mim é uma extrema sabedoria e visão que poucos pais têm.
Minha esposa também foi muito compreensível nessa questão. Ela entendeu que a abdicação de passeios que deixamos de fazer tinha um propósito bem definido. Isso facilitou muito a caminhada.
Quanto aos amigos, nem todos compreenderam o isolamento temporário. Todavia, eu não os culpo por nada, pois só quem está mergulhado nesse universo do concurso público sabe como é necessário abdicar de muita coisa para obter a tão sonhada aprovação.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Marcus Vinicius: Olha, se eu fosse citar apenas que estudei pós edital, estaria enganando a mim mesmo e a todos os leitores que aqui acompanham este depoimento. Entendo que toda a bagagem que tivemos de concursos anteriores é muito válida para os concursos seguintes. Portanto, vejo com ressalvas certas chamadas do tipo “passei em 3 meses” no concurso X. Salvo raras exceções, isso de fato não reflete a realidade.
A regra é reprovar algumas vezes antes de ser aprovado. E não podemos considerar a exceção como uma regra. Portanto, uma dica é o concurseiro não ficar se comparando o tempo todo com o outro, pois as réguas pelas quais se mede a evolução no estudo para concursos são distintas. Cada um tem seu tempo.
Recapitulando a pergunta, meu primeiro concurso para controle foi em 2017 para o TCE-PE. Fiquei entre os 100 primeiros, mas ainda não estudava especificamente para a área de controle. Em suma, foi aquele concurso que apareceu no meio do caminho.
Especificamente para a área de controle externo em geral, comecei os estudos em 2020, visando ao cargo de Auditor do TCU. Prestei alguns concursos, como o de Auditor de Controle Externo do TCE-RJ e TCDF, visando ter minha peça técnica corrigida, porém não obtive êxito. Entretanto, me deram uma excelente base para continuar os estudos.
Em 2021, saiu o concurso para Conselheiro do TCDF e consegui alcançar o 5º lugar após a prova oral e de títulos, concurso que se encerrou em 2022.
Ainda em 2022, veio o concurso do TCU, com banca diferente da Cebraspe, para a qual eu vinha treinando. A então contratada FGV fez uma prova surreal na matéria de Análise de Dados e muita gente boa acabou eliminada nos mínimos nesse concurso. Eu também fui eliminado.
Logo em seguida (julho/2022) veio o TCE-PB, estudei no pós-edital mesmo. Isso não quer dizer que me preparei de julho a outubro de 2022. Muito pelo contrário: toda a base que formei desde 2020 na área de controle e nos anos anteriores foi fundamental, porque o estudo/conhecimento se acumula, ele nunca zera.
Isso é muito importante, justamente para quem está começando nos estudos e se depara com notícia de que certo candidato passou no concurso X estudando apenas 3, 4 meses. Isso cria uma falsa ilusão/expectativa ao concurseiro iniciante. Geralmente esses aprovados já possuem uma ótima bagagem de estudos, seja da faculdade, seja do serviço público em que é servidor, seja das próprias aprovações/reprovações anteriores.
Para manter a disciplina, tive que tomar algumas medidas, como sair de alguns grupos excelentes de estudos. Embora fossem ótimos grupos, a minha falta de controle fazia com que eu perdesse tempo nesses grupos com assuntos aleatórios. Além de sair dos grupos, também comecei a fazer controle de horas líquidas de estudo, por meio do aplicativo gratuito “aprovado”. Percebi que meus estudos estavam rendendo, já que, quando o cronômetro estava rodando, eu sabia que teria que estudar. Assim, para qualquer pausa que eu fizesse, teria que parar o cronômetro. Isso fez com que eu me distraísse menos e me mantivesse totalmente focado.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Marcus Vinicius: Eu usei de tudo um pouco, menos livros e aulas presenciais.
Quanto aos materiais, usei mais os PDFs e videoaulas (estas apenas nas disciplinas que eu julgava mais complexas, como exatas e contabilidade, por exemplo).
Quanto às ferramentas, usei muito os PDFs simplificados, já que eles cobriam todos os assuntos daquela aula, só que de forma resumida, o que ajudava a avançar mais rapidamente nos tópicos.
Além disso, usava os resumos e as questões comentadas ao final dos PDFs “normais” para a prática de revisão e exercícios.
Lia muita lei seca e os manuais cobrados no edital, como a LRF, Lei nº 4.320/64, Constituição Federal, MCASP e MTO, Normas de Auditoria Governamental e por aí vai.
Usei muito a plataforma de questões para consolidar o conhecimento. Sempre gostei muito de praticar, acho essencial. É muito comum ver candidatos estudando muita teoria, porém, no momento de praticar os exercícios, o índice de erro ser alto. A prática de exercícios deve ser diária, uma vez que ela é o termômetro de nosso desempenho nas disciplinas. Quanto maior o índice de acerto, significa que estamos relativamente compreendendo a matéria.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Marcus Vinicius: Conheci em meados de 2013/2014, por meio de anúncios na Internet e de amigos concurseiros.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Marcus Vinicius: Sim. Antes do curso Estratégia, meu estudo era basicamente por conta própria, no sentido de estudar por apostilas de bancas de jornal e lei seca. Não havia um material esquematizado, bizurado, enfim. Com a vinda do Estratégia Concursos, os PDFs deram um direcionamento muito melhor nos estudos bem como em sua qualidade, já que foram os professores que passaram a ter o trabalho de selecionar o conteúdo e transmiti-lo ao aluno, de acordo com o que fosse estabelecido no edital, o que facilitou bastante. Nosso trabalho passou a ser “apenas” estudar.
O diferencial dos PDFs é a forma como o conteúdo é transmitido. Ora por meio de mapas mentais, ora por esquemas gráficos, ora por tabelas comparativas. Isso ajuda muito na memorização. Além disso, as várias questões comentadas após o PDF ajudam muito na revisão do conteúdo. Chegou um momento em que eu só revisava por meio das questões de cada aula. Isso porque eu sabia que todo o conteúdo lecionado na aula X estava distribuído nas questões. Isso faz toda a diferença (reprodução da teoria nas questões).
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Marcus Vinicius: Sempre fui muito objetivo nos estudos, sem querer fazer muita firula. Meu estilo nos estudos é mais de executor do que planejador. Meu plano de estudos era por ciclo. Eu não usava nenhuma planilha da NASA para controlar os estudos. Era uma coisa bem simples, da seguinte forma: eu contava quantas disciplinas havia no edital e dividia pelos dias da semana (contando que estudaria todos os dias, inclusive domingos e feriados). Após, inseria de 3 a 4 disciplinas por dia para estudar na semana, contando que iria estudar 1,5 hora cada disciplina. Em média, eu estudava de 4 a 6 horas líquidas por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Marcus Vinicius: Minhas revisões geralmente eram por questões e pelo aplicativo ANKI (aplicativo que ajuda muito na memorização). Questões eu fazia todo santo dia, já o ANKI eu revisava aos finais de semana o máximo de cards que tinha elaborado durante o estudo da teoria nos PDF e/ou Leis e Manuais.
Não fazia resumos, apenas alguns esquemas para inserir no ANKI e revisar posteriormente.
Não fazia simulados, pois percebia que muitos deles, de fato, não simulavam o que viria na prova real.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Marcus Vinicius: A importância de resolver exercícios é enorme; sou um grande defensor disso. Quando fazemos exercícios, inúmeros diagnósticos e/ou benefícios podem ser observados. Destaco alguns:
I) o candidato consegue perceber sua evolução na teoria estudada, já que a questão nada é mais é do que a reprodução de conceitos teóricos anteriores.
II) a resolução de questões deixa o candidato mais atento, já que ele precisará fazer um juízo de valor se aquele item/assertiva está correto ou não. E isso vai demandar dele o conhecimento da teoria.
III) o candidato consegue entender o que a banca mais cobra sobre determinado tópico. Isso faz com que seu estudo seja mais direcionado.
IV) o estudo por questões dá mais motivação, pois o candidato consegue estudar vários tópicos em pouco tempo. Isso faz com que ele passe à frente daquele candidato que está alguns dias lendo aquela aula 7 do PDF, com centenas de páginas e sem fazer nenhuma questão, só lendo a teoria, por exemplo. A evolução é muito maior.
Fazendo um apanhado nos sites de questões, creio que eu tenha feito em média umas 80 mil questões ao todo, não apenas no atual concurso.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Marcus Vinicius: Minhas maiores dificuldades foram nas Exatas em geral e em Contabilidade Geral. Para superá-las, tive que recorrer ao estudo por meio de videoaulas e resolução de exercícios.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Marcus Vinicius: Como minha prova discursiva foi no mesmo dia da objetiva, na semana que antecedeu a prova eu dei atenção a selecionar alguns tópicos que imaginei que pudessem cair na prova escrita. Assim, dei uma pequena diminuída nas questões e passei a dar uma atenção especial ao ANKI (já que os esquemas/bizus estavam lá).
Durante minha preparação, também elaborei cards no ANKI por disciplina. Um dos cards era sobre “possíveis temas passíveis de serem cobrados na prova discursiva/oral”. Eram assuntos mais quentes que eu julgava interessantes. Isso me deu uma boa base teórica de vários tópicos, além de meu ajudar na memorização dos conteúdos.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Marcus Vinicius: Antes de minha preparação para a prova discursiva, primeiramente, foi necessário entender quais os critérios de correção que a banca utiliza. Isso é muito importante, pois você já sabe de antemão como se comporta o seu “inimigo”.
Na prática, minha preparação era imprimir a folha da própria banca examinadora (para assim ter noção de espaço), selecionar temas passíveis de cobrança e temas anteriores, e colocar a mão na massa.
Eu costumo dizer para meus amigos concurseiros que não adianta você pegar modelos de redação na internet e tentar gravar na cabeça (nesse caso, o estudante tem a falsa sensação de que está entendendo tudo). No momento em que você pega um tema difícil e uma folha em branco para tirar as ideias exclusivamente da sua cabeça a coisa muda de figura. É necessário treino constante. Uma redação por semana é o mínimo a fazer. Sem contar que o treino em casa, computando o tempo, também proporciona mais velocidade na escrita.
Aconselho os candidatos a estudarem bem o conteúdo, bem como a forma da discursiva que sua banca irá cobrar. É importante saber se sua discursiva é uma questão direta, estudo de caso, Parecer, Minuta de Acórdão etc.
Mais uma vez reforço: o treino em casa deve ser com a folha impressão da própria banca examinadora. Muitos candidatos fazem a discursiva na folha de caderno ou sulfite (cujas linhas são bem maiores). No momento da prova isso pode dar problemas, uma vez que as linhas da folha da banca costumam ser menores. O espaço é menor.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Marcus Vinicius: Meu maior erro certamente foi negligenciar disciplina. Especificamente, isso ocorreu no concurso para Auditor-Fiscal do Trabalho em 2013. Naquela época, eu não dei a importância devida à disciplina de Direito Previdenciário. Para mim, na época, o peso da prova viria nas matérias atinentes ao cargo, como Direito do Trabalho e Normas Regulamentadoras (NRs). Estudei quase nada de direito previdenciário, com o pensamento de que viriam poucas questões. Resultado? Vieram muitas questões da disciplina e eu tinha deixado de lado.
Eu fiquei por 1 questão para prosseguir à segunda fase no concurso. E isso fiquei remoendo durante meses. Foi terrível!
O que eu aprendi disso tudo foi que só podemos deixar de lado algumas disciplinas caso o edital seja explícito sobre quantas questões de cada disciplina serão cobradas. Caso contrário, é bom dar a atenção devida a cada matéria.
Meu maior acerto talvez tenha sido desde o começo já treinar questões das disciplinas. Isso fez com que eu pegasse o jeitão de fazer prova e velocidade de execução. E isso faz toda a diferença. Muitos alunos só querem resolver questões após acharem que estão preparados na matéria. Eu entendo que, desde o começo dos estudos, conforme vamos avançando, é importante fazer questões para treinarmos o conhecimento.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Marcus Vinicius: Creio que não tenha pensado em desistir completamente, mas que o desânimo bateu várias vezes na minha porta isso sim aconteceu. E acho que isso acontece com a maioria dos concurseiros.
O estudo para concursos é uma atividade desgastante. Nós passamos muitas horas em frente ao computador, sentados numa posição muitas vezes desconfortável, tendo que forçar nosso cérebro a aprender informações novas para depois ter que lembrar no dia da prova. É um projeto no qual você entra sem saber quando (e se um dia irá) conseguir atingir o objetivo.
Além disso, a concorrência a cada ano passa a ser mais acirrada. É preciso entendermos que nossos concorrentes não estão nem aí para nossas dificuldades pessoais: se estamos desempregados, sendo despejados de casa, passando dificuldade financeira, nada! Eles querem simplesmente tirar você do jogo e garantirem a sua vaga. Esse é o mundo real. É uma guerra a disputa, e o concurseiro tem que aprender a levar esse espírito de competição para a prova: é ir com o chamado “sangue nos olhos”. Portanto, é preciso saber se isso é realmente o que você quer e se entregar a esse projeto, sem romantizar a preparação para concursos.
Todos têm sua motivação para estudar. Desde que sejam lícitas, todas são válidas (dinheiro, status, por exemplo). A minha principal motivação para prosseguir, além da ótima remuneração, foi saber que eu tinha capacidade e gás para alcançar patamares maiores. Além disso, foi fator motivador saber que, se eu passasse num concurso de alto escalão, poderia proporcionar uma melhor qualidade de vida não só para mim, mas para minha família.
Na minha opinião, quando temos um propósito firme em nossa mente, mesmo que bata o desânimo (e uma hora ele vai bater, aguarde!), temos que pensar no propósito maior e seguir.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Marcus Vinicius: O meu conselho para quem está iniciando os estudos é este: estudar até passar em concursos não é fácil, porém é simples. Tenha um mínimo de planejamento para seus estudos diários e abrace esse projeto como qualquer outro projeto importante de vida.
Entenda que esse momento da sua vida será passageiro. Mantenha a seriedade no projeto e tenha a humildade para reconhecer suas dificuldades e fraquezas. Não tenha medo de pedir ajuda a quem já está nessa caminhada há mais tempo. Ninguém vence nessa vida sozinho!
Por fim, diria que o concurso público, para mim, possibilitou uma mudança extraordinária de vida e pode proporcionar para você também. Se permanecer firme no propósito, tenho a certeza de que você dirá lá na frente: “valeu a pena”.
Um grande abraço!