“Concentre-se apenas em fazer o melhor possível e a ter algum nível de constância. Não seja injusto e excessivamente rigoroso consigo mesmo. É inútil alcançar a excelência nos estudos sem saber lidar bem com as próprias emoções.”
Confira nossa entrevista com Gabriel de Souza Freitas Thomaz, aprovado em 8° lugar no concurso TRT MG para Analista Judiciário Área Administrativa:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Gabriel de Souza Freitas Thomaz: Meu nome é Gabriel Thomaz. Sou formado em Direito, tenho 27 anos e nasci no município de Nilópolis, Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Gabriel: Influência direta do meu pai, servidor público com quase 33 anos de serviços prestados â sociedade. De origem humilde, ele teve uma juventude marcada por inúmeras limitações de ordem material e sempre me dizia que teve sua vida completamente transformada a partir do êxito no mundo dos concursos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Gabriel: Não. Apenas estudava.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Gabriel: Tenho, até o presente momento, três aprovações: TJ SC, TJDFT e TRT MG. 102° da Lista Geral e 5° lugar da Lista Específica do TJ SC, para o cargo de Técnico Judiciário, Área Administrativa. 859o da Lista Geral do TJDFT, para o cargo de Técnico Judiciário, Área Administrativa. 8o da Lista Geral do TRT MG, para o cargo de Analista Judiciário, Área Administrativa.
Sim, pretendo continuar estudando.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Gabriel: Embora já tivesse feito algumas provas de concurso ainda na época da faculdade, considero que o início efetivo dos meus estudos para esse tipo de certame, de maneira planejada e organizada, deu-se na segunda quinzena de janeiro de 2020. Desde então, eu moro sozinho e entendo ter uma vida social bem discreta. O fator pandemia, indiscutivelmente, em muito contribuiu para essa minha escolha.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Gabriel: Minha família era constituída pelo meu pai e pela minha vó. Eles sempre me apoiaram e me incentivaram incondicionalmente. Meu pai, além de financiar meus estudos, sempre dizia que acreditava em mim e que tinha certeza de que, cedo ou tarde, todos os meus esforços seriam reconhecidos pelo destino. Minha vó, a sua maneira, torcia e dizia que eu precisava me manter firme ao longo da travessia. Os amigos mais próximos, apesar da distância em termos práticos, sempre também se mantiveram na torcida.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Gabriel: Eu comecei a estudar especificamente para o TRT MG no dia 18/08, mas a preparação para os TRTs se iniciou no dia 02/06. Assim sendo, considero que meu tempo efetivo de estudo para esse certame de Minas ficou entre as datas 02/06/2022 e a véspera da prova (22/10/2022).
A questão da disciplina, para mim, nunca foi tabu ou problema. Quando se tem um objetivo na vida, comprometimento é uma decorrência natural. Talvez seja uma opinião impopular, mas, ao meu ver, procrastinação é reflexo de quem não sabe de fato o valor do que afirma almejar. Havendo um propósito, um sonho, “manter a disciplina” é tão natural quanto acordar de manhã e ir ao banheiro.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Gabriel: Dos materiais disponibilizados pelo Estratégia, apenas os PDFs. Eu sempre concordei com a defesa da ideia de que os PDFs do curso realmente são os mais completos do mercado. E, na minha percepção, essa sempre foi a maior das vantagens: a viabilidade de acesso a um material bastante em si mesmo, suficiente para aprendizado, revisão, sem necessidade de reforço em outras fontes.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Gabriel: Conheci por meio de vídeos do YouTube.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando vocé estudava por esse concorrente?
Gabriel: Não cheguei a utilizar materiais de outros cursos. O Estratégia foi, por sorte, minha primeira aposta. Desde então, sigo com ele.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Gabriel: Na linha do que disse em outra resposta, aprecio bastante a qualidade dos PDFs do Estratégia. São bem didáticos, completos e suficientes para finalidades bem distintas entre si: aprendizado, marcação, exercícios, revisão.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Gabriel: Estipulei a meta de estudar 6 matérias por dia, 7 dias por semana. De segunda a sábado, fazia duas sessões de 2 duas horas (para matérias mais pesadas, tais como Processo Civil e AFO) e quatro sessões de 1 hora e meia (para matérias mais tranquilas, como Administrativo e Português). No domingo, fazia apenas uma sessão de 2 horas e outras cinco sessões de 1 hora e meia. No computo geral, as horas líquidas estudadas sempre foram significativas, mas não pode ser perdido de vista o fato de eu não trabalhar, ser solteiro, não ter filhos e viver sozinho. Além disso, nem sempre eu consegui seguir à risca esse cronograma.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Gabriel: Sempre busquei reler marcações e, em seguida, fazer baterias de exercícios com base no conteúdo visto. Não Iago resumos, nem simulados.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Gabriel: Importância fundamental. A resolução de exercícios é indispensável para a consolidação do conteúdo. Reler marcações, resumos, anotações tem o seu valor, mas as questões são cruciais.
Nunca estabeleci qualquer tipo de contagem, mas tenho certeza que foram muitas e a plataforma de questões do Estratégia, nesse sentido, ajudou bastante.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Gabriel: AFO, para mim, segue sendo a disciplina mais difícil. Percebo o esforço dos professores em tentar simplificar o conteúdo, em tentar tomar mais palatável a matéria, mas não se trata de tarefa fácil.
Não diria que superei, mas entendo ter aprendido mais por insistência. Diante da dificuldade, é preciso seguir certas formulas consagradas: reler com calma o tópico do PDF, abrir algum arquivo disponibilizado pelo professor (resumo ou mapa mental).
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Gabriel: Na semana da prova, eu costumo diminuir a carga horária de estudos. Procuro reduzir de dois a três tempos de matéria. Fato isso para descansar a mente e também porque, normalmente, Iago minhas viagens de ônibus para outras cidades e preciso estar descansado para as horas que passarei no veículo.
Na véspera, eu me limito a assistir a revisão realizada ao vivo pela equipe do Estratégia.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Gabriel: No caso, a minha prova discursiva foi uma redação. Redação é, acima de tudo, conhecimento de mundo e treinamento. Conhecimento de mundo se é adquirido a partir do contato com diferentes áreas do saber, de modo que, conforme defendido pelos professores e especialistas, o ideal é desenvolver o hábito da leitura o quanto antes. A prática leva a perfeição e, com uma ação, você estará se aprimorando em ao menos dois campos: aumento do repertório intelectual (conteúdo, argumento) e melhoria vocabular (contato com um maior número de palavras, de termos e de expressões).
No que concerne ao treinamento, não há mistério: estabeleça o compromisso de fazer ao menos uma redação por semana. Separe duas horas para essa tarefa e tente separar mais algum outro tempo para estudar assuntos e temas diversos. O estudo da redação não pode se restringir a análise da estrutura de determinadas categorias de texto ou a seleção dos melhores conectivos a serem utilizados. E indispensável que você tenha um conjunto de conhecimentos e de noções para que consiga transmitir ao papel suas ideias e impressões acerca dos temas eventualmente cobrados.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Gabriel: Sem dúvida alguma, meu maior erro ao longo da minha trajetória como concurseiro foi ter, por quase um ano e meio, estudado sem dividir as matérias. Em outras palavras, por teimosia, eu me recusei por bastante tempo a adotar o chamado “ciclo de estudos”. Em vez de dividir as minhas horas líquidas de estudo em três, quatro ou mais matérias, eu simplesmente estudava apenas uma matéria de maneira contínua. Minha ideia era “zerar” determinada disciplina para então sé depois iniciar o estudo de outra matéria. Por quase um ano e meio eu fiz isso e hoje me arrependo profundamente de tamanha insanidade. Para não dizer que a perda foi total, conheci aproveitar dessa época muitos PDFs marcados, mas tenho certeza de que, se desde o início, estudasse tal como Iago hoje, provavelmente já teria sido nomeado em algum dos concursos que fiz no final de 2021.
O maior acerto foi ter feito essa correção de rota, ou seja, foi ter adotado o “ciclo de estudos”. Vejo que o meu estudo hoje rende infinitamente mais e os resultados, concurso após concurso, têm melhorado.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Gabriel: Pensei em desistir, mas não propriamente dos concursos em si. Minha motivação é o amor que mantenho vivo em mim pelo meu pai e pela minha vó. Eles foram os responsáveis pela minha criação, pela minha formação como ser humano. Não consigo imaginar o que teria sido a minha vida sem eles. Nesse sentido, meu compromisso ter sido resistir aos pensamentos ruins, ao pessimismo, a desesperança. Pretendo seguir firme ate o último limite da minha capacidade.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que esta iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Gabriel: Generosidade em excesso esse “chegar aonde você chegou”. Hahahaha. Brincadeiras à parte, só me considerarei uma pessoa apta a dar conselhos quando tiver a minha tão sonhada nomeação. Por ora, sé tenho aprovações. Já é um começo, é verdade, mas ainda longe do que realmente desejo.
Para não deixar essa pergunta sem resposta, eu diria a qualquer pessoa que esta iniciando os estudos no universo dos concursos que a pressa e o perfeccionismo são exigências sociais a serem afastadas por qualquer um que queira viver o processo com a incolumidade da saúde mental assegurada. É essencial ter paciência e entender que a travessia exige tempo. Nem sempre conseguiremos estudar a quantidade de horas planejada, ou todas as matérias previamente selecionadas e, não, isso não deve ser entendido como uma catástrofe. Ao contrário, é algo completamente natural.
Concentre-se apenas em fazer o melhor possível e a ter algum nível de constância. Não seja injusto e excessivamente rigoroso consigo mesmo. É inútil alcançar a excelência nos estudos sem saber lidar bem com as próprias emoções. São processos indissociáveis, dependem um do outro. A nomeação só virá se esses dois fatores estiverem em um harmonioso nível de interação entre si. Ignorar tal fato poderá gerar frustrações do tamanho do universo.
No mais, sempre que possível, inspire-se em exemplos históricos, ou em pessoas próximas a você. O tempo passa, a dinâmica de funcionamento do mundo se altera, mas certos processos seguem rigorosamente sendo os mesmos: as conquistas mais saborosas, mais dignas de comemoração, são permeadas por “sangue, trabalho, lágrimas e suor”. Para ficar com o mesmo personagem por trás dessas palavras, uma outra reflexão pertinente: “O sucesso não é o final, o fracasso não é fatal. É a coragem para continuar que importa”.