Aprovado em 15º lugar no concurso do Senado Federal para Analista Legislativo - Administração
Legislativo“Não desista, as reprovações são parte da trajetória rumo a tão sonhada aprovação. Aprenda com as suas reprovações e seus erros para não os repetir nos próximos concursos […]”
Confira nossa entrevista com Rafael Bernardo De Castro, aprovado em 15º lugar no concurso do Senado Federal para Analista Legislativo – Administração:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Rafael Bernardo De Castro: Olá, pessoal! Sou o Rafael Bernardo de Castro, tenho 32 anos, natural de Florianópolis/SC. Sou formado em Engenharia de Produção Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e em Administração pela União Pioneira de Integração Social (UPIS). Gostaria de começar essa entrevista agradecendo o apoio que tive da minha esposa e dos meus pais, além de ser grato a Deus por tudo.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rafael: Eu diria que uma série de motivos. Minha trajetória no mundo dos concursos começou em agosto de 2015, pouco depois de me formar na UFSC. Após refletir, optei por estudar para concursos devido às inúmeras oportunidades com remunerações melhores do que no setor privado para um recém-formado. Entendi que a trajetória até o almejado cargo público dependia mais de mim e ao conhecer a história de outros aprovados, isso me inspirou e me deu confiança. Além disso, a estabilidade foi um fator importante para minha escolha, pois me preocupava com a instabilidade do setor privado. Houve outros fatores, mas, em resumo, esses aspectos foram os que pesaram bastante para começar a vida de concurseiro.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Rafael: Eu passei por diferentes momentos enquanto concurseiro. No começo, em 2015 e 2016, “só” estudava para concursos, depois, conciliei com a segunda graduação em Administração e, a partir de 2019, conciliei os estudos para concurso com o trabalho, quando assumi meu primeiro cargo público – Analista de Políticas Públicas e Gestão Governamental (APPGG), na Prefeitura de Niterói.
Utilizei diversas estratégias para conciliar o estudo para concursos com o trabalho, mas o que fez realmente diferença foi quando passei a trabalhar das 12hs/19hs como Analista Judiciário – Área Administrativa (AJAA) no Superior Tribunal Militar (STM) no final de 2019, pois acordava mais cedo e estudava antes do trabalho. Além disso, procurava também sempre aproveitar os domingos e feriados para estudar e descansava no sábado. Por fim, utilizava sempre o período de férias do trabalho antes das provas, buscando intensificar os estudos nesse momento crucial.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Rafael: Como já estou há bastante tempo estudando, devo ter feito mais de 50 provas em diversas áreas. Os cargos que assumi foram: Analista Legislativo/Senado Federal (15º); AJAA/STM (3º lugar) – cargo que ocupei antes de ingressar no Senado Federal, desde novembro de 2019; Analista Iphan/SC (4º); APPGG/Niterói (4º).
Outros concursos que fui aprovado e convocado, mas não assumi e assinei o termo de desistência: Técnico (83º) e Analista (10º) da DPE/RS, Administrador/ CIASC (3º), TJAA/STM (152º), TJAA/TRT-2 (172º), TJAA/TRT-15 (80º), AJAA/TJ-PE (33º).
Sobre continuar estudando, eu gostaria de trabalhar em Florianópolis para ficar mais próximo da minha família. Então, fiz a prova da CGE/SC (Auditor do Estado – Administração) e estou estudando para a ALESC, para Consultor Legislativo/ Administração. Quero aproveitar o ritmo de estudo e fazer essas provas, porque sei que é difícil depois retomar os estudos após parar. Tenho fé em Deus que vou obter também essas aprovações para depois decidir realmente com calma junto à minha família em qual lugar vou trabalhar e me aposentar da vida de concurseiro (kkk).
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Rafael: A minha vida social durante o período de estudos foi bem limitada. Durante o período que estava “só” estudando, consegui ter mais tempo para vida social. Porém, quando precisei conciliar a vida de concurseiro, principalmente, com o trabalho, tive que fazer diversos sacrifícios, entre eles, menos tempo para estar com família e amigos.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Rafael: Sim, minha esposa, pais e amigos entenderam e me apoiaram. Sou muito grato, principalmente, a minha esposa e a meus pais por todo apoio que tive, em todos os sentidos (financeiro, emocional, gestão do tempo, etc.), pois foi fundamental para conseguir as aprovações.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Rafael: Na minha trajetória de concurseiro tive dois períodos marcantes, o primeiro, de agosto de 2015 até, aproximadamente, agosto de 2018, em que estudei muito e obtive diversas aprovações. Posteriormente, por vários motivos, acabei reduzindo significativamente o ritmo de estudo e só retomei com consistência a partir do início de 2021. Dessa forma, quando saiu o edital do Senado Federal, no final de agosto de 2022, eu já estava com uma boa bagagem, que fez toda a diferença para a aprovação. Sendo assim, eu já tinha estudado a maior parte do conteúdo e, no pós-edital, foquei em exercícios e revisão.
Para manter a disciplina, procurava focar na resolução de questões e estudar pela manhã, quando estava mais descansado. Também sempre procurei ter um planejamento de estudos, uma ferramenta fundamental e que ajuda a manter a disciplina.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Rafael: Utilizei diversas ferramentas em diferentes momentos da preparação, uma vez que estudo há muito tempo. Destaco os cursos em PDF e alguns livros, principalmente de Administração, para formar a base, com as videoaulas como complemento.
Considero uma grande vantagem do PDF a velocidade de estudo e a facilidade de já ter um material de revisão a partir das marcações e resumos, sejam estes do professor sejam de elaboração própria. A desvantagem é que o PDF ou a leitura de livros é mais cansativa do que as videoaulas, sendo mais fácil se dispersar. Por isso, utilizei os vídeos em vários momentos, por ser um estudo menos cansativo, apesar de tomar mais tempo. Normalmente, assistia as aulas em vídeo quando estava mais cansado ou quando estava fazendo atividades em casa, como lavando louça. Também utilizava aulas em áudio e escutava a lei seca, normalmente quando estava fazendo atividade física, no ônibus ou almoçando, procurando estudar sempre que possível (principalmente no pós-edital).
Destaco, ainda, o uso do aplicativo Anki com flashcards para memorização de assuntos específicos e revisão de questões que errava com mais frequência.
Por fim, uma ferramenta fundamental foi a realização de exercícios, seja do PDF seja do Sistema de Questões, bem como a resolução de provas anteriores da banca. Antes de fazer a prova do Senado, eu tinha feito recentemente a prova da FGV para Analista Administração/MPSC e da CGU, além de resolver em casa a prova do TJDFT. É fundamental conhecer o estilo de cobrança da banca e treinar a estratégia de resolução de prova.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rafael: Conheci a partir de indicação de amigos.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Rafael: Destaco como diferencial a qualidade dos professores e, consequentemente, a qualidade do material. A diversidade de ferramentas também foi um fator distintivo. Utilizei ao longo da preparação o material em PDF e as videoaulas e, como revisão, também o Passo Estratégico. Muitas aulas, principalmente de revisão, eu acompanhava no canal do Youtube do Estratégia. São aulas excelentes, disponibilizadas gratuitamente.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Rafael: Eu usei vários métodos ao longo do tempo para o planejamento dos estudos, mas o que funcionou melhor para mim foi o ciclo de estudos, então, procurava no geral estudar várias matérias ao mesmo tempo. Normalmente, estudava em torno de três disciplinas por dia, mas isso variava bastante para ser sincero. Quando estava começando alguma disciplina ou quando estava com dificuldade, eu ficava algumas semanas priorizando-a no estudo. Eu não chegava a ficar estudando só uma disciplina, mas não chegava a ser um ciclo de estudos nesses momentos. Eu focava em uma ou duas disciplinas e rotacionava com outras que estava mais avançado e só revisando.
Sobre horas líquidas, variou bastante ao longo da preparação, sendo sincero. Houve alguns momentos em que estudei mais de 6 horas líquidas por dia e mais de 35 horas por semana. Porém, na maior parte do tempo, ficava em torno de 3 horas líquidas diárias. Semanalmente procurava estudar em torno de 20 a 25 horas líquidas, estudando também aos domingos e feriados e descansando no sábado. Nem sempre alcançava essa meta, mas procurava não desanimar. Destaco, ainda, que eu sempre procurava reservar o período de férias do trabalho para tirar antes das provas, de modo que conseguia estudar com mais consistência e por mais tempo nesse momento crucial da preparação, o que foi fundamental para a revisão de reta final antes das provas. Desde agosto de 2015 até agora, estudei, aproximadamente, 4.200 horas líquidas. Por isso, ressalto que esse estudo de longo prazo fez toda a diferença para a aprovação no Senado Federal e não somente o estudo no pós-edital.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Rafael: Utilizei diversas estratégicas, mas o que foi mais efetivo foi utilizar marcações no material e resumos que o professor fazia. Normalmente, eu fazia um resumo próprio do resumo do professor e das minhas marcações utilizando o One Note, o que facilitou a revisão. Também fiz muitos exercícios e montava um caderno com as questões que eu errava no One Note. Utilizei bastante o aplicativo Anki também, pois ele tem um algoritmo próprio baseado na curva de esquecimento que facilita as revisões. Sobre os simulados, eu fazia mais para testar estratégia de prova e nível de conhecimento nas disciplinas, não tanto como revisão.
Por fim, destaco que é importante organizar um resumo especial para a revisão final na semana antes da prova. Eu fazia esse resumo a partir daqueles pontos da teoria que tinha mais dificuldade e a partir dos exercícios bem decorebas. A lei seca marcada, bem como esquemas também são fundamentais para uma revisão rápida antes da prova.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Rafael: Os exercícios são fundamentais, pois permitem um estudo ativo e é por meio do percentual de acertos que é possível diagnosticar seu desempenho nas disciplinas e assuntos. É fundamental também conhecer o perfil de cobrança da banca e as tendências recentes para direcionar os estudos, e isso é feito a partir da realização de exercícios variados.
Não lembro quantas questões fiz, mas foram muitas, sendo que buscava refazer aquelas que errava.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Rafael: Normalmente, matérias de exatas ou assuntos específicos, como Controle de Constitucionalidade em Direito Constitucional. Para superar, eu começava a fazer um estudo intensivo nessas disciplinas/assuntos para conseguir compreender melhor, utilizando mais videoaulas. Para matéria de exatas, fazia os exercícios consultando a resolução do professor, sempre que tinha dúvida.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Rafael: Eu buscava sempre tirar férias do trabalho algumas semanas antes da prova, o que me permitia focar integralmente nos estudos. Também conversava com minha família nesse período, pedindo compreensão e apoio para poder me dedicar para os estudos de reta final. Buscava revisar os assuntos que eram mais importantes a partir dos meus resumos e exercícios já selecionados, além da revisão da lei seca marcada.
No dia pré-prova eu descansava, no máximo alguma revisão bem pontual.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Rafael: Especialmente no concurso do Senado e do STM, a prova discursiva foi um diferencial para minha aprovação. Eu buscava cursos específicos para discursiva com correção para treinar. Além disso, como muitas vezes os temas são difíceis de prever, posso dizer que o acúmulo de conhecimentos a partir do estudo de longo prazo e da vivência no trabalho fizeram toda a diferença para ter um bom resultado. No começo da minha trajetória, tive até que mudar minha forma de escrever e a caligrafia, pois isso estava me prejudicando. Acredito que por ter feito muitas provas discursivas ao longo do tempo, isso me ajudou a ir identificando os principais erros para corrigi-los. É importante destacar também que eu buscava sempre ver o que a banca tinha cobrado em outras provas anteriores para treinar por esses temas. Conciliar o estudo da discursiva com o da objetiva é um desafio, mas tem que ser feito.
Aconselho a não deixar o estudo da discursiva para muito em cima da prova, buscando realizá-lo ao longo de toda a preparação e fazendo uma ou duas discursivas por semana. Normalmente, nos domingos e feriados, quando tinha mais tempo, priorizava as discursivas. Sugiro, também, fazer a leitura de muitas discursivas com propostas de correção e dar uma atenção especial para aqueles temas mais prováveis de aparecer na prova discursiva.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Rafael: Como principais erros ressalto a falta de foco no começo da trajetória de concurseiro, falta de disciplina em muitos momentos e ter me deixado abalar significativamente com algumas reprovações, entre outros aspectos.
Principais acertos foi ter buscado desde o início materiais de qualidade, buscar estudar da forma correta e ir corrigindo os vários erros que cometia. Destaco, também, a perseverança e resiliência adquiridas ao longo da trajetória, que foram fundamentais para as aprovações. Acrescento que eu já tinha uma boa base de estudos antes de começar a vida de concurseiro, a partir da faculdade de engenharia, algo que me ajudou bastante.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Rafael: Sim, em vários momentos, principalmente depois das reprovações para concursos que eu tinha estudado bastante, como o TCE/SC. A minha motivação para seguir era pensar em tudo que eu tinha sacrificado e estudado até o momento, de modo que isso me levava a continuar até a aprovação no concurso almejado.
Destaco, também, o apoio da minha esposa e de meus pais e, acima de tudo, a minha fé em Deus que me levava adiante nas horas difíceis. Conhecer a história de outros concurseiros sempre me motivava também, por isso, fico feliz de poder compartilhar um pouco da minha história. Buscava acompanhar e me inspirar nessas histórias, pensando que um dia eu conseguiria a aprovação e contaria a minha trajetória. Esse dia chegou (kkk).
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rafael: Em primeiro lugar, acredite que é possível. No começo, eu achava que concurso era só para gênio e que não era para mim, e foi essencial mudar a mentalidade e entender que eu estava concorrendo comigo mesmo. É importante definir, dentro do possível, uma área para direcionar os estudos. Do contrário, você acaba tendo que estudar muitos assuntos do zero para um novo concurso e demora para alcançar uma maturidade suficiente nas disciplinas para chegar, realmente, no nível de brigar por uma das vagas. Não desista, as reprovações são parte da trajetória rumo a tão sonhada aprovação. Aprenda com as suas reprovações e seus erros para não os repetir nos próximos concursos.
Por fim, ajuda muito ter uma rede de apoio, sou muito grato a minha esposa e a meus pais que me ajudaram ao longo dos anos de estudo e, acima de tudo, grato a Deus que me abençoou. Ressalto que fico feliz de poder compartilhar um pouco da minha história e espero que possa ajudar de alguma forma os colegas concurseiros que estão nesse momento das suas vidas.